Felizes Para Sempre

Bebedeira e desculpas


... E agora o que eu faço? Olho para Carlos Daniel que coloca suas mãos no bolso de sua calça jeans e Douglas ainda olha para mim e ás vezes olha para Carlos Daniel como se eu fosse uma louca desorganizada e eu sou a pessoa mais centrada e organizada do mundo, a mentira tem que dar certo!

— Paulina, por que você deixa suas roupas jogadas ao chão? - Carlos Daniel me pergunta e se senta ao meu sofá ainda me olhando, me deu vontade de bater nele ali naquela hora.

— Eu estava atrasada para sair hoje mais cedo e acabei deixando-a aí mesmo. Nem reparei, desculpe. - Eu digo e jogo o vidro ao lixo e volto para a sala pegando minha roupa e a levando para a lavanderia.

— E o copo, como quebrou amor? - Douglas me pergunta se sentando ao sofá também, enquanto Carlos Daniel disfarçava ao celular. Eu queria até contar e ao mesmo tempo não queria, segui minha mente e não disse nada, engasguei um pouco para falar e enquanto pego um pano para limpar o chão me agachando.

— Me distrai antes de você chegar e acabou caindo ao chão. - Eu respondo e ele não me faz nenhuma pergunta conversando agora com Carlos Daniel. Eu me levanto depois de limpar o chão e começo a preparar algo para comer, Douglas liga a televisão e fica sentado assistindo ela com Carlos Daniel, estava passando jogo então eu acabei fazendo tudo sozinha no momento. Preparei um almoço bem simples e logo ao intervalo do jogo Douglas foi até a sacada atender uma ligação e Carlos Daniel foi até a cozinha e ficou encostado na geladeira enquanto eu arrumava a mesa, ele me olhava e eu ficava desconfortada.

— Pare de me olhar porque estou muito a fim de... - Antes que pudesse terminar minha frase, ele deu risada e eu olhei para ele o observando também segurando um pano de prato. - Do que está rindo idiota? - Eu pergunto.

— Você está afim de ficar comigo, eu sei. - Carlos Daniel responde e eu que dou risada disfarçando voltando a pegar os pratos e colocando na mesa e ele vinha atrás de mim e ficava cochichando ao meu ouvido. - Fala que quer, eu sei que sim. - Eu coloco minha mão em minha cintura e olho para ele que fica olhando para mim daquele jeito, um olhar safado quanto mais eu falava mais Carlos Daniel olhava para os meus lábios e minha vontade era de bater e beija-lo ao mesmo tempo.

— Por que está fazendo isso? Somos melhores amigos apenas e você namora e eu também. - Eu respondo a ele, e logo Douglas entra novamente na casa e olha para a mesa de jantar pedindo perdão a mim.

— Amor, eu sinto muito pela mesa que está maravilhosa. Mas, eu tenho que ir agora. Parece que meu pai vai viajar e ele pediu para eu ir junto, tenho que arrumar as malas. - Douglas me diz e coloca suas mãos em minha cintura e eu fico olhando para ele sem entender nada.

— Você não me disse nada sobre viagem Douglas... - Eu digo a ele e Douglas olha para a mesa novamente e volta a olhar para mim passando sua língua sobre seus lábios.

— Você me disse que eu deveria trabalhar e meu pai me pediu ajuda no trabalho. Estou fazendo por você amor. - Ele volta a responder para mim e retira uma de suas mãos de minha cintura e se despede de Carlos Daniel.

— Nem ficamos juntos Douglas. Não pode ir mais tarde? - Eu volto a perguntar a ele.

— Não posso amor, viajo amanhã e volto daqui há 10 dias. - Ele me responde e eu fico ainda mais surpresa. - Me perdoe amor. Mas, é só por você que faço isso. E, você está com seu melhor amigo, disse que gostaria de vê-lo e ele está aí, jante com ele. - Douglas me responde e me dá um selinho e vai embora. Eu fico parada encarando a porta enquanto ele saí e quando encaro a mesa sem reação ainda, Carlos Daniel que está sentado ali ao lado coloca sua mão na minha e me pede para que eu jante com ele. Eu me sento e Carlos Daniel se levanta indo buscar o resto da janta.

— Pega a taça de vinho por favor.- Eu digo a ele apontando para o armário onde ele estava. E, Carlos Daniel traz o vinho colocando dentro de uma travessa com gelo. E coloca um pouco na minha taça e se senta de frente para mim.

— O jantar está maravilhos... - Carlos Daniel me diz mas eu o interrompo sem colocar ainda comida em minha boca e eu olho para ele. - Como ele pode fazer isso comigo, não nos vimos o dia inteiro, e agora ele vai viajar. - Carlos Daniel abaixa a sua cabeça e coloca sua mão em cima da minha e vira a cabeça me olhando de lado e dá um sorriso e eu retribuo a ele. - Ele não te merece... Sério. O cara é um babaca. - Carlos Daniel me responde.

— Um tremendo babaca! - Eu replico. O jantar foi passando e eu dava muita risada com Carlos Daniel que me contava as coisas super idiotas que ele fazia em Nova Iorque. - Fale algo que a Raquel pediu para não contar a ninguém, por favor. Ou, que ela tenha ficado muito constrangida. - Eu peço a ele e Carlos Daniel abaixa a cabeça pensando no que dizer e logo ergue novamente sua cabeça e eu já estou com a cadeira um pouco mais perto dele para ouvir a história, coloco um pouco mais do vinho em minha taça.

— Uma vez eu e Raquel fomos a uma festa importante dos novos internos do hospital que entraria e ela já é residente, então tínhamos que ao menos comparecer. Raquel naquele dia havia ficado 48 horas num plantão do hospital e ela só pensava em beber, tomou muita tequila o chefe dela a procurou pela festa inteira e eu puxava ela pra um lado para que ela não falasse com ele. Mas, foi inevitável, o chefe dela a viu e veio cumprimenta-la, Raquel levantou sues dedos mostrando para o chefe e eu abaixei minha cabeça com muita vergonha, e Raquel começou a gargalhar alto no meio da festa. Então eu a levei para fora pedindo perdão ao chefe dela, e numa hora ela passou mal pois ela não é acostumada a beber muito, e ela começou a querer vomitar, Raquel soltou da minha mão e correu para uma janela, mas, só depois viu que não era uma janela para o lugar de fora era somente uma parede que dividia ambientes da festa. Foi uma tremenda vergonha, no dia seguinte teve que pedir perdão pro chefe que estava furioso com ela e graças a Deus ele a entendeu por estar bêbada e cansada. - Carlos Daniel me disse e eu comecei a rir que levava a cabeça para trás numa gargalhada muito alta, depois parei de rir de repente e fiquei encarando Carlos Daniel.

— Raquel parece ser um amor de pessoa. Você tem sorte que ela não é um Douglas idiota da vida. - Eu digo a ele que se levanta e me ajuda a levantar me levando para a minha cama.

— É melhor você dormir Paulina. Amanhã você tem que ir trabalhar. Eu já vou. Obrigado pelo jantar. Descansa um pouco. - Carlos Daniel me diz e me cobre, eu puxo seu pescoço para perto de mim. - Durma comigo! - Eu digo ao Carlos Daniel que fica ali comigo na cama e acabamos adormecendo juntos. Apenas no dia seguinte quando eu levanto e me dou conta do que fiz. Confesso que no fundo estava muito feliz por tê-lo ali ao meu lado.