— Para que não tenha duvidas de que agora será diferente! - tirou de dentro os papel e rubricou todas as paginas onde estava marcado e ao final guardou novamente dentro do envelope e voltou seus olhos a ela. - Oficialmente livre para a mulher que eu amo!

— Você tem muito que ser aprovado para ser o marido da Sandoval aqui! - piscou no final da frase e ele riu. - Vamos que eu estou com fome!

Victoriano então gargalhou e com o envelope na mão foi até ela a agarrando por trás e eles se foram depois de ele deixar o envelope com a secretaria para que entregasse a seu advogado.

(...)

Victória estava deitada no meio das pernas de Victoriano na sacada da fazenda, ele acariciava os braços dela carinhosamente e o sono já queria tomar conta de seu ser, estavam apenas de roupão depois de fazerem amor e seu corpo relaxava como não ficava há dias. Victoriano sorriu por tê-la ali em seus braços agradecendo por não brigarem como estavam fazendo sempre desde que Inês havia mentido, olhou para a barriga dela e tentou afastar os pensamentos que teve nas palavras que ela proferiu no momento de raiva.

— Agora você pode me dizer o porquê de estar tão desesperado ao chegar na empresa! - não iria conseguir descansar sem fazer aquela pergunta.

Ele riu.

— Por que sempre está desconfiando das coisas?

— Porque eu não nasci ontem! - o olhou. - Ela te chutou do hospital e ai você veio atrás de mim?

Ele gargalhou e a puxou para que sentasse e pudesse olhar em seus olhos.

— Se foi assim como está dizendo, você foi fácil de mais! - brincou e ela o beliscou.

— Você é um presunçoso!

— Eu te amo e é isso o que importa! - tocou o rosto dela. - Eu quero que peça para as meninas virem para cá pra que eu te peça em casamento oficialmente.

Victória levantou de seus braços por um momento e sentou de frente para ele abrindo seu roupão o fazendo rir.

— Eu acredito que não seja um bom momento para que isso aconteça já que seus filhos não estão para festa com a mãe no hospital e minhas filhas estão de castigo! - abriu o roupão dele também.

— Estou tratando de um assunto com a senhorita e sou abusado desse jeito? - a puxou mais juntando seus corpos como deu.

— Eu não te vejo reclamar! - o beijou na boca.

— Meu amor, você estava quase dormindo... - a segurou pela cintura.

— Mas agora já despertei! - sorriu de lado.

— Você está tão linda com essa barriguinha. - olhou acariciando a filha. - Oi filha, papai te ama.

Ela riu do jeito dele e quando ia falar se recordou da consulta.

— Meu Deus, Victoriano, você me fez esquecer da consulta em que ia saber o sexo do bebê. - ficou de pé pra pegar o celular.

Ele a olhou entrar no quarto e fechou seu roupão.

— E não ia me avisar Victória?

— Avisar? Como ia avisar se eu mesma esqueci-me da consulta. - suspirou. - Você está me deixando uma irresponsável. - colocou o telefone no ouvido.

— Eu poderia te ajudar a lembrar se você me comunicasse as coisas da nossa filha! - ficou bravo.

— Por favor, eu não quero brigar com você!

Ele respirou fundo e ela reagendou a consulta para o dia seguinte e o olhou assim que desligou o telefone.

— Pronto, amanhã cedo teremos que estar na consulta. - tocou a barriga. - Victoriano, eu não te quero chateado por uma coisa que está imaginando e não é! - ele a olhou. - Independente de nossos problemas e você não ter sido um bom namorado, eu não vou te tirar o direito de ser pai da nossa filha ou filho.

Ela se aproximou mais dele colocando a mão em sua barriga.

— Ultimamente só temos brigado e se continuar assim é melhor que a gente seja somente pais. - foi verdadeira. - Eu abaixei a guarda depois de você não acreditar em mim e reconheço que você também está tentando, mas uma coisa por mínima que seja a gente já se altera e se for pra ser assim, eu não quero!

— Eu te amo!

— Eu também te amo, mas nem todo amor do mundo sustenta uma relação se não tiver todo o resto. - era a primeira vez que conversavam sem se alterar. - Eu quero estar com você e sei que você também quer estar comigo, mas precisamos conversar antes de tirar conclusões.

Ele a puxou para seus braços e a beijou amoroso e ela o abraçou assim que o beijo terminou.

— Vamos ser mais tranquilos e conversar mais. - deitou a cabeça no peito dela acariciando sua barriga. - Eu te amo e não quero te perder!

— Sim meu amor, vamos conversar mais! - sorriu acariciando os cabelos dele com uma mão e a outra tocou a que estava em sua barriga.

Eles ficaram ali conversando por mais um tempo e logo foram comer algo deixando que o restante do dia se fosse e ele logo a levou para casa.

(...)

NO OUTRO DIA...

Victória desceu pronta para a consulta e encontrou as filhas sentadas a mesa a espera dela para o café como todos os dias, ela sentou e olhou para elas.

— Bom dia!

— Bom dia! - responderam juntas.

— Como foi à aula ontem? - olhou para Fernanda. - Quando cheguei vocês já estavam dormindo.

— Foi um péssimo dia! - suspirou.

— Beba mais que assim você terá muitos dias como esse! - se servia de suco.

— Mamãe, não precisa falar assim! - Maria a defendeu e recebeu um olhar mortal da mãe.

— Eu deixo de falar assim quando você me ajudar a colocar juízo na cabeça dela para que não faça mais o que fez. - apontou o dedo.

— Chega mamãe! - Fernanda gritou levantando e Victória a olhou no mesmo momento. - O que eu fiz não foi o fim do mundo e muitos adolescentes fazem o mesmo e eu não seria diferente mesmo tendo tudo dentro dessa maldita casa! - respirou fundo com raiva. - Eu tenho dezessete anos e estou sujeito a erros mesmo que a senhora não queria assim, ninguém pode ser perfeito como você!

— Fernanda, não faz assim! - Maria não as queria brigando.

— Deixe que ela diga o que realmente pensa! - largou o guardanapo sobre a mesa.

— Eu só quero que entenda que todos nós estamos sujeitos a errar e que tenho certeza que a senhora não foi perfeita a vida inteira e sabe que não foi! - encheu os olhos de lágrimas. - Sabe que não foi e eu não preciso dizer em que falhou. - deu as costas para não brigar ou dizer algo que fosse se arrepender depois.

Victória olhou para Maria com os olhos cheios de lágrimas.

— A algo que também queira me dizer? - se fazia de forte.

— A senhora é a mais velha aqui e sabe que muitas vezes não é brigando que se resolvem as coisas e não falo só em relação a nós duas e sim com Victoriano também! - segurou a mão da mãe. - As coisas estão fugindo do seu controle e sei que não gosta disso, mas não nos afaste e sim deixe que a gente também cuide da senhora. Fernanda é só uma menina que quer a sua atenção e as vezes ela vai errar assim como eu para chamar sua atenção.

Victória deixou que as lágrimas rolassem por seu rosto e a puxou para um abraço que foi totalmente correspondia e Victoriano apareceu ali naquele momento sorrindo.

— Bom dia!

Ambas se soltaram e Victória limpou as lágrimas o olhando e depois olhou para a filha.

— Vá chamar sua irmã para irmos a consulta. - Maria sorriu e levantou saindo depois de beijar Victoriano e ela o olhou. - Bom dia, já tomou café?

Ele se aproximou e beijou os lábios dela sentando bem próximo.

— Algum problema que possa te ajudar? - segurou a mão dela.

Victória negou com a cabeça e se levantou sentando no colo dele o abraçando e mais algumas lágrimas rolou por seu rosto, ele nada disse apenas deixou que ela chorasse. As meninas logo vieram e eles seguiram para o hospital em completo silencio, Victoriano tinha chamado os filhos, mas eles preferiram ficar com a mãe que sempre que acordava se desesperava por sua condição e eles acharam melhor ficar junto a elas. Quando chegaram no hospital, Victória fez sua ficha e sentou ao lado deles aguardando que o medico a chamasse e Fernanda que estava toda sentida com a brigas segurou a mão da mãe deitando em seu ombro, ela segurou firme a mão de sua menina e beijou seus cabelos.

Talvez Maria tivesse razão e o único que estivesse fazendo era afastar quem ela amava e iria tratar de mudar isso ou perderia a todos e não era isso que ela queria. O médico logo a chamou e eles entrou, Rodrigo a examinou e fez diversas perguntas nas quais ela respondeu a todas e eles seguiram para a sala ao lado para fazer o exame, ela levantou a blusa e o gel gelado foi colocado em sua barriga.

— A preferência no sexo? - observava a tela.

— Menino com certeza! - as meninas falaram juntas e riram.

— Uma menina! - Victoriano falou com o coração quase saindo pela boca.

— E você mamãe? - sorriu para Victória.

— Não tenho preferência, mas tenho quase certeza que é mais uma menina!

— Não mamãe! - as duas ralharam a fazendo rir.

O medico riu do jeito delas e virou a tela para que eles vissem onde iria apontar.

— Aqui está o bebê e ele está saudável...

— Isso quer dizer que é um menino? - Fernanda o interrompeu o fazendo rir.

— Sinto muito em desapontar vocês meninas, mas essa menininha aqui é bem descarada e não deixa duvida!

Victoriano gargalhou e elas emburraram no mesmo momento cruzando os braços mais logo riram da risada dele e Victória chorou novamente emocionada por ter mais uma princesa em casa. O medico limpo a barriga dela e os deixou por um momento sozinhos e ela sentou sendo agarrada pelas meninas e Victoriano a beijou nos lábios todo emocionado também, era momento de mudar e ser feliz com mais aquele presente.