P.O.V’s Sam.

12 anos se passaram desde o fim de iCarly e a ida da minha melhor amiga para a Itália. 12 anos que eu tinha deixado Seattle para me aventurar com minha moto, dada por Spencer, o irmão mais velho de Carly. Um irmão que nunca tive. Eu havia deixado tudo para atrás.

Minha mãe, que por mais louca que fosse, eu a amava muito e me partiu o coração deixá-la sozinha, já que Melanie, minha irmã gêmea, estava estudando em um colégio interno. Me doeu deixar também os meus amigos.. Spencer, que estava sozinho e sofrendo com a partida de Carly. Gibby, o gordinho mais engraçado que tive o prazer de conhecer. E ele…

Freddward Benson. Meu Deus ex-namorado e meu melhor amigo.. não sei explicar o que senti quando deixei Seattle e todos eles para atrás.. antes de deixar o prédio, Carly me contou sobre o beijo que trocou com Freddie no estúdio. Doeu? Muito. Mas não éramos mais namorados e ela me contou que não o beijou por amor. Mas ainda sim.. né?

Longos 12 anos se passaram e cá estou eu de volta a Seattle. Me casei com um homem maravilhoso chamado Ryan Evans. Nos casamos e fomos muito felizes durante… todos esses anos. Mas infelizmente Ryan sofreu um grave acidente de carro e acabou falecendo, ia fazer 2 anos da tragédia.

Olho para a minha pequena e vejo seus olhinhos brilhando. Ruby era fruto do meu casamento com Ryan, ela era uma mistura nossa e foi o presentinho mais especial que ele me deixou. Ele acompanhou a gravidez e poucos meses da nossa pequena. Nós fundamos nossa empresa juntos, ele era o CEO e eu a CO-CEO. Trabalhávamos juntos e fazíamos a empresa crescer mais e mais. Mas aquele acidente o tirou de mim. Além de enterrar meu marido, tive que tomar conta da empresa sozinha. Me tornei a CEO e coloquei em prática tudo que ele havia me ensinado.

Ruby completou 3 aninhos há alguns meses e eu sabia que ela sentia a falta do pai.

— Oh meu amor, a mamãe está tão ansiosa para ver seus tios! - falei para a pequena deitada na cama daquela cobertura enorme. Era um hotel luxuoso. Minha criaturinha chupava uma chupeta e estava bem quietinha deitada. — Você quer conhecer a titia Carly? Faz tantos anos que a mamãe não ver ela. - me apertou o coração.

Ruby deu um sorrisinho fofo. Aquele sorriso.. igualzinho o de Ryan. Me confortava saber que tinha uma parte dele comigo.

Agola mamãe? - perguntou a pequena subindo em meu colo.

— Sim, princesa, você quer conhecer sua tia? Vamos visitar a vovó Pam e a tia Melanie também. Estão ansiosas para te ver. A última vez que sua tia e sua avó te viram, você era recém-nascida. - vi os olhinhos da minha filha brilharem quando mencionei sua avó e sua tia.

— VOVÓ PAM E TITIA MELANIE!!! Vamos mamãe, quelo ir agola. - ela saiu do meu colo me puxando.

— Calma filha. Vamos tomar um banho primeiro. - a peguei no colo rindo de sua pressa.

Rumei ao banheiro enorme, despi minha pequena, ligando a torneira da banheira a enchendo com água morna. Coloquei minha filha sentada na banheira e pude ver seu corpinho relaxar. Sorri.

[…]

Com banho tomado, vesti a Ruby com um vestidinho lilás e um sapato branco. Penteei seus lindos cabelos dourados, definindo seus cachinhos. Minha pequena era tão linda.

Tinha tomado banho junto com meu anjinho, nos divertimos muito. Ela amava deitar em meu peito quanto estávamos juntas na banheira. Eu vestia uma calça preta de couro, com uma blusa branca e um blazer preto por cima da minha roupa. Calçava um par de botas preta que vinha até o joelho. Era uma bota de salto grosso. Meus cabelos ondulados caiam por minhas costas. Não era mais tão loiro. Eu havia o escurecido um pouco e fiz luzes, deixando-o numa cor bem bonita. A maquiagem leve, apenas um delineador e um batom vermelho.

Peguei minha filha no colo e ajeitei a bolsa em meu ombro. Era uma bolsa grande, com minha carteira e acessórios. Também levava uma bolsa da Cinderella. Com uma chupeta extra, fraldas e uma muda de roupas extra.

[…]

Cheguei até o meu carro. Eu havia alugado um assim que cheguei a Seattle, ficar toda hora pedindo carro por aplicativo ou até mesmo pegar um táxi é cansativo.

Abri a porta traseira do carro, e coloco a Ruby sentada em sua cadeirinha. Prendi bem o cinto e beijei sua cabecinha com perfume de bebê. Coloquei a bolsa ao seu lado e travei a porta para que não fosse aberta por dentro.

Dei a volta e adentrei no banco do motorista e coloquei minha bolsa no banco do passageiro ao meu lado. Fechei as portas e liguei o ar numa temperatura ambiente, afinal, estava um pouco frio em Seattle. O rádio estava ligado também. Tocava uma música suave e eu amava. Before You Go.

Parti em direção ao apartamento de Carly cantarolando a canção baixinho enquanto observava minha princesa pelo retrovisor.

[…]

Estava parada em frente porta porém morrendo de medo de tocar a campainha. Afinal, eram 12 anos sem nos ver e não 12 dias. Ela não sabia da existência de Ruby e nem que eu havia me casado. Provavelmente achavam que eu havia dado para o que não presta.

Deixei o medo de lado e toquei a campainha com Ruby nos braços. Demorou um pouco mas a porta foi aberta e um par de olhos se arregalou quando me viu. Carly estava de boca aberta e alternava olhares entre mim e a minha filha que estava quieta em meu colo.

— S..Sam? - não acreditou quando me viu.

— Oi, Carls… - disse em um tom baixo.

— SAM!! - ela exclamou e Ruby se assustou um pouco, logo tratei se acalma-la. Ela olhou para Carly e pra mim. — Quem é ela, mamãe? - perguntou o pequeno ser humano curioso.

— MAMÃE?! - Carly se espantou. — Ai meu Deus, que coisinha mais linda!! Oi princesa, sou a sua titia Carly!! ENTREM!!! - entramos em seu apartamento e Ruby logo quis descer para explorar o lugar. Ela amava descobrir coisas novas.

— 12 anos Sam.. 12 anos.. - sua voz embargou e ela logo veio ao meu encontro. Nos abraçamos e choramos juntas. Eu havia sentido falta da minha melhor amiga.

— Senti sua falta, Carls.. Senti tanto a sua falta!! - exclamei lhe apertando.

— Amor, venha aqui com a mamãe. - chamei minha filha, a pegando no colo. — Esta daqui é sua tia Carly.. a mamãe falou dela pra você, lembra? - Ruby assentiu e sorriu, erguei os bracinhos pedindo colo a mais nova tia. — Colo tia Caly!! - minha amiga sorriu emocionada e a pegou no colo.

Sorri com a cena. Estava tão feliz por reencontrá-la.

— Me conte sobre esses 12 anos que estive fora, Shay! - pedi.

Carly sentou no sofá com a minha pequena no colo e me sentei ao seu lado, a conversa seria bem longa..

[…]

— E foi isso. 12 anos resumidos em 20 minutos. - ela riu. Ruby havia adormecido em seu colo.

— Então quer dizer que Spencer está noivo? E o Gibby casou com a Tasha e juntos eles tem um filho? E o Benson se casou também, mas se divorciou logo em seguida? Uau, muita coisa para digerir. - estava surpresa com o rumo que de tudo. Mas feliz.

— Sim, e você, loi.. não tão loira né? Amei o novo visual! - riu me perguntando sobre minha vida e elogiou meus cabelos.

Eu ri.

— Conheci o pai da Ruby em Los Angeles, nos esbarramos em um restaurante, sem querer derramei vinho nele.. rimos e conversamos muito. Convidou-me para jantar e eu aceitei.. meses depois estávamos namorando e estávamos apaixonados.. ele me pediu em casamento e juntos construímos nosso império, nossa empresa é muito famosa em Los Angeles. Mas há 2 anos atrás, um acidente o levou de mim. Ruby iria completar 1 aninho ainda, mas ela foi o melhor presente que Ryan me deixou. Eu sempre vou amá-lo. Eu olho pra minha filha Carly e vejo a cópia do meu marido. Ainda dói muito.. - eu estava chorando, acariciei o rostinho da minha princesa que ainda dormia tranquilamente no colo da minha amiga.

— Oh amiga, eu sinto muito por isso! Aposto que vocês foram muito felizes.. ele deve ter sido um marido maravilhoso e um pai super carinhoso para esta coisa linda! - acariciou o rosto da minha filha, que dormia em seus braços.

— Ryan foi um marido incrível e um pai mais incrível ainda. Ele me ensinou tantas coisas, Carls.. me ensinou que eu podia e que era capaz de mudar minha vida. Eu o amei e ainda o amo. Jamais esquecerei dele. - sorri. — Onde aquele cabeção do Benson se encontra neste momento? - perguntei sobre meu ex-namorado e meu outro melhor amigo.

— Ah, o Freddie está… - foi interrompida pela campainha. Carly me olhou e repousou minha filha adormecida em meus braços.

Levantou do sofá e foi em direção a porta. Acariciei o rosto da minha princesa enquanto observei minha melhor amiga abrir a porta do apartamento.

Era ele, mesmo mais magro e com uma aparência mais madura, eu o reconheceria em qualquer lugar ou idade. Aparentemente, ele não percebeu minha presença. Freddie Benson entrou apressado pela porta.

— Carly, ainda bem que você está em casa, eu pre.. - parou assim que percebeu minha presença.

Sorri para aquele que um dia fora meu namorado. O primeiro homem que amei na vida. Meu primeiro beijo. Minha primeira vez.

— Samantha Puckett? É você mesmo? - perguntou espantado.

— Não vai me dizer que conseguiu esquecer minha cara depois de 12 anos, Freddward? - levantei com minha filha no colo. — Carly.. será que poderia leva-la para o quarto? Para ela ter um sono tranquilo? - perguntei para minha melhor amiga. Freddie então percebeu minha filha dormindo em meus braços e parecia não acreditar.

— Claro, me dê minha sobrinha aqui! - se aproximou. — Vem com a titia Carly, meu amor! - pegou para si meu anjo adormecido e a levou para o quarto, subindo as escadas.

Freddie seguiu cada passo de Carly. Quando a morena saiu de nosso campo de visão, ele virou-se para mim.

— A Puckett é mãe? - me perguntou surpreso.

— Com muito orgulho! Ruby é a razão da minha vida. - lhe disse sorrindo. — Vem aqui, Benson. Faz 12 anos que não nos vemos, acho que merecemos pelo menos um abraço! - me aproximei dele e lhe abracei apertado.

Sentir novamente seus braços envolvendo minha cintura, me trouxe lembranças que lutei comigo mesma para esquecer durante todos esses anos.

— Oh Sammy.. senti sua falta! - me apertou contra si.

— Também senti sua falta, Freddo. - me soltei do abraço e penetrei meu olhar em seus olhos castanhos.

— Não sabia que estava casada e nem que tinha tido uma filha. Onde está seu marido? - me perguntou. Lembrei-me de Ryan e logo meu sorriso se foi.

— Eu sou viúva. Meu marido morreu há 2 anos em um acidente de carro. - fui curta. Tocar no assunto me machucava e muito.

— Oh Sam.. eu sinto muito! Eu.. Nós não estávamos com você.. Eu nem sei porquê nos afastamos.. - parecia culpado. Tentando se explicar por algo que ele nem mesmo sabia.

— Freddie, está tudo bem. Teremos muito tempo para conversar sobre tudo. - fui sincera.

— Ela tem quantos anos? - perguntou sobre minha filha.

— Ela fez 3 aninhos há poucos meses. - sorri orgulhosa. Eu amava falar da Ruby. Amava ser mãe e nunca pensei que eu diria isso.

— Quer dizer que sou tio, é? - riu.

— E quando EU serei tia, hein?! - ri também. Ele me olhou com uma cara engraçada.

Era bom reencontrar meus amigos. Eu estava radiante. Só não imaginei que ao reencontra-los, eu reencontraria antigos sentimentos também.