Fechei a porta do quarto e me sentei na cadeira que normalmente uso para navegar no computador, enquanto Draculaura se sentou na cama, cabisbaixa.

–Sobre aquilo que me disse... – Eu precisava falar algo a respeito, então tomei coragem, mas fui interrompida:

–Eu sei, é estranho! – Falava rápido, degradando seus próprios sentimentos antes que eu pudesse dizer o que eu acho. – Você não precisa lidar com isso, não precisa me chamar para a sua casa se não quiser.

A vampira encarava o chão o tempo inteiro, estava envergonhada e não era capaz de olhar para mim.

–É só que eu não tinha mais como esconder isso. – Continuou. – Eu sabia que as chances de estragar nossa amizade eram de cem por cento, mas eu fui egoísta e abdiquei de nós apenas para aliviar meu peito.

–Estragar nossa amizade? – Perguntei enfatizando o que ela falara. Ela levantou a cabeça pela primeira vez e me encarou com seus olhinhos úmidos. – Isso jamais aconteceria, Lala.

–Clawdeen! Eu estou apaixonada por você! – Declarou. – Como as coisas podem voltar ao normal depois disso?

Meu coração canino palpitou após ouvir essa frase, nessas palavras, falada no lindo sotaque romeno da Draculaura. Eu nunca pensei nela de forma romântica, mas desde o momento em que se confessou para mim até esse exato instante, ela conseguiu me conquistar completamente, eu não me importava mais se iam me aceitar ou o que eu ia me tornar, eu queria; precisava; dela.

–É, você tem razão... – Levantei-me da cadeira, apoiei o dedo indicador da mão direita nos meus lábios pintados de roxo e segurei meu cotovelo direito com a mão esquerda. – Você estragou mesmo a amizade.

Lembrei-me de uma regra que impus a mim mesma, alguns anos atrás, quando a trupe de teatro de Monster High estava fazendo testes para minha peça predileta “As oito noites caninas” e eu queria muito pegar o papel principal, mas tinha vergonha de atuar: “Faça, não pense”. Se eu pensasse no que pode dar errado ou em como eu vou ficar envergonhada, não vou poder sair do lugar. Criei essa regra para obrigar a mim mesma a ser mais impulsiva.

Provavelmente Draculaura usou a regra do “Faça, não pense” ao se declarar pra mim.

“Você estragou mesmo a amizade”, não deixei Draculaura reagir a essas palavras, dei dois passos na direção dela, inclinei meu corpo para baixo enquanto mantinha as mãos na cintura e encaixei meus lábios nos dela.

Meus olhos estavam fechados, mas eu pude notar que os dela estavam bem abertos a princípio e foram lentamente se fechando como se meu beijo a intoxicasse e a fizesse sucumbir.

Como eu desconfiei, os lábios de Draculaura eram doces e deliciosos, fiquei saboreando-os por tempo que pareceu infinito enquanto não tinha bem certeza se podia tocar seu corpo, mas ela o fez primeiro, levou suas duas mãos ao meu rosto, aumentando a intensidade daquele beijo e devorando minha boca de forma apaixonada.

Draculaura me puxou vagarosamente e caímos deitadas na cama, eu em cima dela, porém com nossos pés ainda no chão.

Finalmente separei minha boca da dela, mas nossas faces permaneceram grudadas.

–Laura... – Eu a chamei pelo nome verdadeiro sem tirar meus olhos dos seus enquanto sentia sua respiração contra meu rosto. – Eu aceito seus sentimentos.

Ela sorriu de forma fofa, alegre pelo impossível ter ocorrido, e eu sorri de volta a ela, apenas alegre pela sua alegria. Ajeitamos-nos na cama, puxei os zípers da minha bota e as lancei ao chão, Draculaura permaneceu calçada, já que sua botinha era de cadarço, beijei-a novamente, um selinho rápido, e me levantei.

–Aqui. – Ajoelhei-me no chão e puxei um dos pés dela, comecei a desfazer o cadarço pacientemente e então puxei a bota com delicadeza, fiz o mesmo no outro lado, deixando-a apenas com suas meias tão rosadas quanto sua pele.

Voltei para a cama e me sentei no colo de uma Draculaura deitada, apoiei minhas mãos no lado de sua cabeça e dei mais um beijinho em seus lábios, e depois mais um e mais outro.

–Eu também te amo! – Anunciei bem mais desinibida. – Eu te amo, Lala.

Draculaura deixou escapar uma risada em vista à minha animação exagerada e me respondeu com mais um beijinho e me encarando de maneira meiga.

Passei minhas mãos por todo o torso dela, e ela não apresentou resistência alguma, em seguida desabotoei vagarosamente seu colete cor-de-rosa e então agarrei sua blusa branca e a retirei.

Deparei-me com o corpo que fez com que eu passasse a, a partir daquele momento e até a eternidade, olhar para outras garotas de forma diferente. Draculaura repousava suas duas mãos cruzadas no travesseiro acima da cabeça, seus braços delicados repousavam perpendiculares à face e seu corpo ficava estirado e exposto para minha admiração, ao fim dos braços, as axilas eram lisas e de tom claro, suavemente côncavas e tinham fim mesclando-se com seus seios moderadamente redondos e pequenos numa medida que era exatamente o meio termo entre sensual e meigo.

Apesar de ela ser a vampira, mordi seu pescoço enquanto apertei seu peito com a mão, e comecei a sugar a pele saborosa dela, após deixar uma marca, desci e dei a mesma atenção para cada seio, voltando periodicamente à sua boca, beijando-a, lambendo-a e sugando seus lábios.

Ainda eram umas oito horas da noite, mas fiquei naquela cama com ela até o dia seguinte, passei a noite inteira amando-a e fazendo-a minha. Quando acordei no dia seguinte e vi Draculaura deitada em meu ombro, com as mãos apoiados sobre meu peito, dormindo pacificamente, soube que eu a amaria para sempre.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.