Fate/ Resonance

Aquela noite de dez anos atrás...


-E se eu lhe contasse... Que existem inúmeras realidades paralelas? – Uma jovem garota de cabelos loiros curtos e olhos azuis cor de céu estava sentada em uma poltrona localizada em um quarto enquanto bebia chá servido pelo seu mordomo. Ela bebeu uma xícara e depois continuou a falar em uma direção onde não havia nada- Acredito que isso não seja uma novidade para você, com toda certeza o que você chama de ficção já introduziu diversas vezes esse conceito. Mas para mim isso é uma verdade inegável, não, muito mais que isso... Para mim, criar mundos paralelos é uma simples brincadeira! Quem sou eu? Digamos... Que sou uma simples maga que pode controlar o tempo e o espaço a vontade... Meu nome é Kana Kamiya... Não acredita no meu poder? Bem eu vou lhe mostrar, vou alterar apenas uma coisinha em uma história já conhecida por você... E com isso simplesmente vou causar uma alteração espaço-temporal de proporções gigantescas... Bem... Sem delongas, vamos começar a diversão!

A garota estalou os dedos e o cenário mudou completamente.

Fuyuki, por volta da década de 1990, quarta guerra do santo graal.

- Pelo meu terceiro e ultimo selo de comando, eu ordeno novamente... – Falou homem de terno em um tom grave- Saber... Use seu fantasma nobre e... DESTRUA O CÁLICE!

Os sonhos do rei dos cavaleiros foram despedaçados bem na sua frente apenas com uma ordem. Saber gritou em agonia, mas nada adiantara. A voz do seu mestre, Emiya Kiritsugu, ecoava em sua mente. A serva lançou o poderoso ataque de luz vindo de excalibur e o lançou em direção à taça onipotente. Arthuria desaparecia pouco a pouco com a explosão do choque causada pela colisão entre o graal e a rajada de luz, tudo que restou de arrependimentos e mágoas resultaram em lágrimas na face da loira enquanto deixava esse mundo. “Talvez tudo isso seja a punição de um rei que não pode entender o sentimento daqueles que o serviram...” fora o ultimo pensamento.

O magus killer havia sacrificado tudo. A vida de sua tutora, o bem-estar de sua filha, a vida de sua esposa, de sua colega... Tudo em nome da salvação, de sua crença em sempre fazer o certo, sua crença em ser um herói. Tudo que lhe restou foi a salvação do mundo através de um milagre, o que acabou se transformando em outro sofrimento maior que todos que já enfrentou. “Agora tudo... Tudo está acabado...” por alguns segundos pensou até olhar perplexo um enorme portal de puro mal que parecia no céu uma verdadeira lua de sangue que expeliu um líquido aterrorizante ácido que acertou em cheio o rei dos heróis sem ao menos poder ter feito alguma coisa.

- Não pode ser... Isso... Isso é impossível- Kiritsugu olhou pálido o rastro de destruição se espalhando saindo do prédio e atravessando o resto da cidade. O cheiro de carne queimada estava impregnado no ar, edifícios, árvores, pessoas, tudo era engolido por aquela lama e reduzido a quase nada.

Kiritsugu olhava para o mundo e chorava, mas quando deu por si, uma onda daquele liquido o engoliu “No fim... Eu... Não salvei ninguém... Desculpa Iilya... Parece que não vou poder voltar para casa...” sentiu vozes malignas sussurrando ideias de morte, assassinato, pecados enquanto seu corpo era queimado até virar um cadáver brutalmente irreconhecível praticamente reduzido a cinzas. No meio de todo aquele terror, um homem acorda, um homem que devia estar morto. O padre que foi responsável por inúmeras mortes foi resgatado dos escombros pelo rei dos heróis que o recepcionava com um sorriso. A lama havia cuspido Gilgamesh sem armadura e lhe dado um corpo de carne e osso. Ele havia encontrado a reencarnação.

- Vejo que esse teatro continuou uma farsa... Até seu amargo fim- Falou Gilgamesh observando toda a destruição.

- Eu... Eu levei um tiro... –Retrucou Kotomine Kirei enquanto media sua pulsação, nenhum batimento saía do seu peito. O coração dele estava parado. Ele se dirigiu ao rei da babilônia- Você... Você me curou de alguma forma, Gilgamesh?

- Vai saber... Você realmente parece morto, mas nós estávamos conectados através de um contrato servo-mestre, quando retornei a vida em meio aquele liquido de alguma forma te afetou assim te salvando... - respondeu o servo dourado.

- Você quer dizer que isso me deu vida?- Perguntou o padre atônito.

- Bem, todos os outros servos se foram... Então isso nós faz os ganhadores da guerra, Kirei, contemple o resultado! – Falou o servo colocado na classe dos arqueiros- Se o graal realmente realiza o desejo do vencedor, Kotomine Kirei, este foi o seu desejo, o que no fundo do seu coração você mais queria!

Kotomine Kirei olhou novamente toda aquela destruição. Todo aquele rastro de morte até aonde a vista alcançava e que chegava a cobrir todo o horizonte. Ele riu cruelmente perante o cenário aterrorizante, de alguma forma lhe dava um imenso e estranho prazer tudo aquilo. O padre no fundo realmente era um monstro perverso e maligno. O rei dos heróis só apreciava a crueldade do mestre e a admirava. Gilgamesh sorriu mais uma vez e perguntou.

- Você está satisfeito agora, Kirei?

– Não ainda não! Isso não é o bastante!- respondeu o mestre caminhando entre os escombros até pegar um pedaço longo de pano vermelho e entregar para o servo desnudo usar para se vestir- Sim, minha vida de perguntas finalmente encontrou sua resposta, mas, a etapa de solução do problema em si foi simplesmente ignorada e eu simplesmente recebi a resposta... Não a pergunta... Como eu posso aceitar isso? A fórmula que carregava consigo essa estranha resposta deve existir em algum lugar como um principio maior, mais claro!... Não... Ela existe sim... E eu devo questionar, eu devo procurar, eu devo usar o resto da minha vida para entendê-la!

– Realmente... Você nunca me deixa entediado, Kirei- Fala Gilgamesh se cobrindo com o manto vermelho entregue por seu mestre- Como quiser, suas perguntas exterminariam até mesmo os deuses! Eu, Gilgamesh, rei dos heróis, irei observar enquanto você procurar a resposta!

Kotomine Kirei sorriu pela resposta do servo e continuou a caminhar saindo em direção ao fim do rastro de destruição. “Angra Mainyu...” pensou o padre distraidamente olhando para os céus “ Eu irei alcança-lo novamente, e da próxima vez, eu verei tudo... Até o fim... Seu nascimento! Sua gloriosa prova de vida!”. Não prestava atenção no caminho e quando deu por si acabou topando em um cadáver por acidente, teria simplesmente ignorado, mas quando tocou nele com o pé ele se mexeu. Era o corpo de um garotinho ruivo de olhos dourados muito ferido que levantava a mão para o céu, como se estivesse à procura de uma salvação.

– O que foi Kirei, viu algo?- pergunta o loiro e logo avistando o ruivo - Isso deve ser apenas o corpo de uma criança... Ou vai me dizer que depois de tudo que fez você está sentindo pena desse garoto?

Kirei pegou a mão do garoto.

“Eu me lembro daquele rosto, um rosto sem expressão, frio e distante... O rosto do homem que havia me salvado daquele inferno, mas ele não sentia alegria ou emoção por ter salvado alguém, nem mesmo uma satisfação... Eu não entendia isso... Simplesmente não conseguia supor seus sentimentos ou pensamentos... Minha salvação lhe trazia alegria ou tristeza? Demorei muito para saber, ele simplesmente não sentiu nada. Mesmo assim... Mesmo assim de alguma forma senti como se ele fosse o próprio enviado de Deus, ele não precisava de um motivo para ter me salvado...”

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.