Fate / Chain Reaction

A determinação de Haimirich - Parte 3


Um grupo de pessoas passa por um corredor iluminado, todas trajando um uniforme prateado com detalhes laranja e com capacetes recobrindo o rosto. No fim do corredor havia um portão circular, não protegido por uma porta, mas com uma barreira de luz azulada. Ao cruzar aquilo, tudo começaria.

Hoje o exército Dragão foi avisado que deveria enfrentar dois exércitos no jogo, Grifo e Tigre, os adultos estavam desesperados mesmo nas mudanças bruscas de regras para construir uma partida desequilibrada de dois contra um. Olhando para dentro do portal não era possível ver nada, a grande sala esférica que normalmente era bem iluminada estava em um grande breu, apenas os octaedros das Estrelas flutuantes na gravidade zero eram visíveis. Graff providenciou até que o combate fosse feito no escuro e com os outros dois times com vantagem de posição.

Tudo para testar Ender, o garoto ao qual estava a frente e ao qual o grupo em formação se dirigia como capitão. Ele teria que enfrentar provações até o limite, ou então perder, coisa que ele não fazia desde que chegou a Escola de Combate. Mas isso não o deteria.

— Eu tenho um plano — disse Ender para acalmar seus companheiros visivelmente nervosos com a situação.

As imagens ficaram distorcidas, no momento em que um dos membros do exército era lançado pelos outros, amarrado em um cabo para dentro da sala. Outras cenas se formaram de forma rápida, passando brevemente por fragmentos do grupo de Ender em uma formação que lembrava um míssil passando flutuando em meio a disparos. A imagem dissolveu e deu lugar a um Ender despido em um banheiro, olhando um grupo de garotos que o encaravam com raiva.

Tudo começou a piscar alternando entre o banheiro e uma sala de aula, com o grupo de garotos mal encarados sendo substituído por outro. Tudo ficou vermelho enquanto se desfazia, dando lugar a um lago com uma jangada no centro.

Ender estava acompanhado de uma garota loira encantadora, a qual emanava um certo alívio e apreensão.

— Te pediram pra vir aqui me convencer a voltar, não é? — Falou um Ender numa voz distante.

A próxima cena era de sala que mais lembrava uma espécie de centro de comando de uma nave como a Enterprise, com algumas pessoas que estavam no Exército Dragão. Todos assistiam a uma grande esfera em uma projeção, possivelmente um planeta, um grande brilho que partiu da esfera cobriu todo os ambiente, deixando apenas a escuridão.

Apenas uma coisa era vista, duas pessoas puxando Ender de um lado para o outro como em um cabo de guerra, a garota loira do lago com um semblante desesperado e um garoto loiro com uma expressão irada. Ambos reivindicando saber qual seria sua verdadeira natureza.

Allan acordou arfando, como se tivesse corrido uma maratona, ele cobriu os olhos com o braço direito, incomodado com a fraca luz que vinha da cidade do lado de fora da janela. Precisava organizar seus pensamentos que estavam embaraçados, buscar significado em tudo o que viu.

“Ter um servo do futuro não quer dizer ter sonhos claros do passado dele”, pensou Allan um pouco mais calmo, mas com a cabeça latejando e uma revolta crescente conforme se dava conta com o que viu.

— Desculpe se parte do meu passado bagunçou sua cabeça — Disse uma voz do outro lado do quarto, assustando Allan que se ergueu na cama.

Focando agora o servo com os olhos, Allan desabafou depois de alguns segundos alterado — Como puderam te forçar a fazer tudo aquilo? Você era só uma criança!

— Muitas crianças são levadas a fazer isso desde sempre, não se deixe enganar que no futuro será diferente, pois sempre existirá um “Bem Maior” — responde Rider.

— Mas... — Allan balbuciou.

— O que está feito não deve ser perturbado, mesmo que eu ironicamente esteja falando isso estando no passado — Rider suspirou — você não deveria ficar tão abalado, pois todos os espíritos heroicos têm uma história trágica.

Allan tinha vontade de socar o Coronel Graff, levando-o a falar sem pensar — pode sim, usando o Graal você poderia desejar que nada disso fosse verdade, que pudesse viver feliz ao lado de Valentine!

Rider agora também reconhecido por Allan como Andrew Wiggin ou como ele gostava que o chamassem, Ender, o fitou com os olhos verdes sérios. Estava levemente incomodado com a proposta que provavelmente já deve ter permeado sua mente e o tentando outras vezes.

— O Graal é uma anomalia, nada deveria dar aos humanos tamanhos poderes, pois apenas com as extensões forjadas com suas mãos eles já causam inúmeros problemas, você viu com seus próprios olhos, imagine com o poder de um deus — concluiu então — pensei que seu maior desejo fosse destruí-lo para que novas vítimas não surgissem como as do Cálice de Fuyuki.

Allan corou de leve com o constrangimento, era verdade que com a revolta ele havia esquecido por um segundo sobre seus planos de destruir o Graal e evitar vítimas, como poderia oferecê-lo então ao servo? Era algo que ele não poderia jamais cumprir, mas antes que pudesse se desculpar, Ender interveio.

— Não precisa se desculpar, também tomei conhecimento do seu passado por meio de visões, mas gostaria que você soubesse que tenho plena consciência que algo que matou sua mãe daquela forma ou fez aquilo na cidade de Fuyuki, não merece as minhas esperanças, como não tem as suas. Nada de bom pode vir daquilo, sei que sua posição não mudou e continuarei no seu caminho que acredito ser o certo.

Allan sorriu — Então devo me levantar, temos muito o que fazer esta noite para impedir que o Graal conceda algum desejo.





— Vou apenas retirar os selos dele, se você não me atrapalhar, talvez ele só precise enfaixar a mão — disse Allan mantendo a guarda enquanto se aproximava com o ferrão, não duvidava que a garota poderia estar o enganando e ganhando tempo.

— C-Como assim? — Respondeu a garota ainda na frente.

— Ele vai levar alguns dias pra se recuperar da picada das abelhas, mas não posso arriscar, peço que se realmente presa pela vida dele, o leve imediatamente para o Juiz na Igreja após eu remover a pele com o selo.

— R-Remover o selo?? — Exasperou-se Haimirich com um temor.

— É o único jeito, a não ser que possa desperdiçá-lo aqui na minha frente...

— NUNCA!! — Gritou Haimirch.

— Contente-se, não vou te deixar livre por ai com um selo para poder firmar contrato com algum servo desgarrado — disse Allan se aproximando, Loren parou de se mover para impedir — é minha única oferta se não preferir morrer.

— Nãã... Fi... long... — O Archibald começou a tentar rastejar para o fundo, sua fala já paralisaria logo também, seu estado era deplorável coberto de cera.

— PARA HAIMIRICH — vocifera Loren se aproximando de Haimirch e lhe dano um tapa com a mão livre — vamos aceitar os termos sem reclamar, não estamos em posição de fazer exigências. Se você ainda tem algum orgulho de Archibald, vai aguentar tudo calado, aceite a derrota e a dor e viva para lutar outro dia imbecil!!!

O loiro fitava a esposa com uma expressão de choque, não imaginava que pudesse receber palavras assim dela. A garota resmungou mais uma vez entre soluços: “Aceita”.

A expressão dele mudou para uma chorosa e, esforçadamente, ele estendeu a mão com a luva onde estava o selo para Allan. Não poderia dar ordens a um servo que não mais existe, então deveria suportar a dor na mão como símbolo de seu fracasso, para sempre lembrá-lo de não desistir de trazer a glória outra vez para sua Casa.

Entretanto antes que Allan pudesse fazer alguma coisa, ouviu uma voz em suas costas.

— É uma pena que você não tenha pulso, Mestre do Rider — disse uma voz suave de trás.

Ao se voltar para trás ele viu uma figura feminina de véu recobrindo o rosto, uma fina vareta na mão direita.

— Você é testemunha — ela apontou a varinha para Loren.

— Drone: Pupa! — gritou ele se jogando na frente do alvo.

Uma luz verde-esmeralda foi disparada da varinha da mulher se chocando com o escudo de cor amarelo-ouro concentrado no antebraço do conjurador. O impacto jogou Allan e desafortunadamente Loren para trás, fazendo-os se chocar com a parede da fábrica e no chão com dois baques surdos.

— Mas que imprudente, defendendo inimigos que acabaram de tentar matá-lo? — disse a moça em tom de decepção.

Allan ergueu a cabeça zonzo, olhou para o lado e viu Loren desacordada. Aquela só poderia ser Caster ou um adversário poderoso, antes que pudesse se levantar, viu ela estendendo a varinha para Haimirich que a olhava a esta altura paralisado totalmente pelo veneno, conjurar a luz verde. Só que ela se deteve e a luz desapareceu, no lugar disso conjurou um lampejo violeta que atingiu a cabeça do Archibald em cheio, cessando logo depois.

As abelhas neste momento começaram a zumbir cada vez mais alto, se chocando inutilmente contra uma barreira invisível da maga. Ela então baixou o capuz dando atenção aos insetos, como se tentasse falar com eles por um instante.

— Não consigo controlar e nem me comunicar com suas familiares, elas desejam te proteger a todo custo, será você a “Rainha” delas, Mestre do Rider? — disse a mulher em um tom intrigado, seus cabelos negros e tiara enfeitavam o rosto belo e delicado — mesmo que fossem artificiais, que tipo de magia é esta que ignora as verdadeiras palavras da Era dos Deuses? — Virando-se para Allan — imagino que se você morrer elas possam parar com este esforço inútil — estendendo a varinha.

Desta vez seria difícil defender, Allan ainda não se recuperara do último golpe que exigiu um grande esforço para defender. Porém antes que ele ou a suposta Caster pudessem fazer alguma coisa, um som alto foi ouvido do alto e uma explosão ocorreu na parede ao lado. Um tipo de jato saiu de lá efetuando disparos de algo azul (talvez lasers?) contra a maga, que se defendeu invocando uma barreira circular com inúmeros símbolos gregos.

A barreira resistiu aos três primeiros disparos, sendo despedaçada no quarto, levando a mulher a se deslocar ainda no terceiro disparo acima do chão para trás, flutuando rapidamente. Após isso ela desviou dos raios ascendendo aos céus, como um lençol possuído por um fantasma ao ar, porém não capaz de superar a movimentação da máquina que a perseguia implacávelvelmente.

— Maldito Rider! Que tipo de aberração é este Fantasma Nobre? — Sendo atingida em pleno ar causando uma explosão moderada. Pequenos fragmentos brancos caiam lentamente em direção ao chão.

O espírito que representava os cavalariços apareceu do lado do Mestre, que já se postava de pé.

— Ela não foi derrotada — disse Ender que ainda mantinha o traje de combate.

— Era Caster com toda certeza, ao menos temos ideia agora de que seja um espírito grego — sendo concordado por Rider com um aceno. Allan voltou sua atenção para Loren.

A garota estava bem, mas o ferimento do braço deve ter piorado com o impacto e ela estava desacordada, só que respondia a pequenos estímulos. Depois Allan foi conferir o Archibald.

— Ela usou um encantamento diferente nele, só que essa quantidade de cera sobre ele deve ter restringido os efeitos e o mantido com vida apesar dos sinais vitais estarem enfraquecidos. Me ajuda a levá-los até a igreja? — Perguntou Allan.

— Não vai retirar os selos? — Perguntou Rider.

— Neste estado ele vai morrer com qualquer hemorragia — respondeu Allan o colocando nas costas e acionando seus circuitos para reforçar a força física — ele vai ter sorte se sobreviver a seja lá o que for que Caster fez com ele, quem dirá voltar para a Guerra.

— Vamos rápido antes que mais outro servo apareça para se aproveitar da situação — respondeu Rider.

Telhado do edifício de escritórios comerciais, Distrito 4 de Nuevos Santos.

Não muito longe, uma figura branca portando um rifle varria as ruas com o olhar. Um esforço inútil sabia, o Rider já tinha provavelmente julgado sua posição aproximada e tomado as devidas precauções. Virou-se então para os seus dois outros acompanhantes.

— Sinto muito Senhora, o Rider escapou, mas consegui abater o Assassin — disse a figura que tinha o rosto recoberto por uma touca de esqui.

— Como ele previu seu disparo Archer? Provavelmente deve ter algum instinto — respondeu a moça.

— O jato que ele invocou não me parece ser um objeto convertido em Fantasma Nobre — ponderou o servo.

— Mais alguém dos tempos atuais, Archer? — Perguntou um rapaz.

— Provavelmente não Mestre, apenas lembra um jato, é algo futurista por assim dizer — diz Archer.

— Seu “Ex” parece que vai nos dar trabalho Olívia — resmunga o rapaz com as mãos atrás da cabeça — você deve ter uma queda ainda por ele pra tentar matar só o servo.

— Para com isso Soren! — Diz Olívia lhe dando um soco em suas costelas, o fazendo se curvar rindo.

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Status dos Servos

Classe: Rider

Espírito: Andrew "Ender" Wiggin

Mestre: Allan Deborah Bean

Alinhamento: True Neutral

Força: D

Mana: C

Resistência: C

Sorte: A

Agilidade: A

F. Nobre: ?

Habilidades de Classe:

Riding [capacidade de montar] | B+

Habilidades Pessoais:

Charisma [Carisma] | A

Eye of the Mind (True) [Olho da Mente (Verdadeiro)] | A

Military Tactics [Táticas Militares] | EX

Natural Born Genius [Gênio desde Nascença] | EX

Pioner of the Star [Pioneiro das Estrelas] | EX

Stasis Shield [Escudo de Estase] | B-

Fantasmas Nobres:

Dao | -

Zero-G | Anti-Team ~ ? | B ~ ?

??

??

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Classe: Caster

Espírito: Circe

Mestre: Antonio Santiago

Alinhamento: True Neutral

Força: E

Mana: A

Resistência: E

Sorte: B+

Agilidade: C

F. Nobre: ?

Habilidades de Classe:

Territory Creation [Criação Territorial] | EX

Iten Construction [Construção de Item] | A

Habilidades Pessoais:

??

Fantasmas Nobres:

??

----------------------

Classe: Archer

Espírito: ??

Mestre: Soren Elhamed Rashida

Alinhamento: True Neutral

Força: E

Mana: D

Resistência: A

Sorte: A

Agilidade: A

F. Nobre: ?

Habilidades de Classe:

Independent Action [Ação Independente] | B

Habilidades Pessoais:

??

Fantasmas Nobres:

??

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.