Fastio

Sobre coisas simples


Paramos à beira-mar e, enquanto eu observava as ondas poderosas se tornarem meras marolas, Hao catava conchas na areia.

− Que graça há nisso se você tem o mundo inteiro aos seus pés? – questiono e cruzo os braços, olhando para ele, parecendo um menino, selecionando as conchas, cada uma com mais apreço que a outra.

− Mas não é exatamente nisso que está a graça, Anna querida? – Hao devolve minha pergunta. – Já tenho o mundo inteiro aos meus pés. Sou deus. Posso dedicar meu tempo a catar conchas em uma praia deserta na sua companhia.

− Sucateiro. – Faço um muxoxo.