Fastio

O silêncio que ele carrega


Hao me mostrou lugares que sequer imaginei que existiam. Paisagens onde nenhum ser humano havia pisado além de nós. Não havia limites—nem mesmo o céu. Tudo que eu pedisse, Hao realizava.

Me acostumei com sua presença e com seu silêncio. Passei a ver nele, hábitos que não possuía antes de ser o Shaman King.

Quase nunca dormia, mas quando o fazia, seus sonhos eram povoados por pesadelos. Muitas vezes, o pegava perturbado, o olhar perdido como se carregasse o mundo atado à uma habena.

Passamos muito tempo assim: viajantes sem rumo.

Por vezes, Hao me mostrava Hana em recortes de visões e sempre que me questionava se eu queria vê-lo, eu dizia que não. Ele estava bem. E eu não me sentia preparada para abrir mão disso e me tornar a mãe que deveria ter sido e nunca fui.

Finalmente, em um dia onde o sol pairava sob nossas cabeças, eu estendi a mão para Hao.

— Vamos.

— Para onde? – ele questionou.

— Para nossa casa.

Sarpamos uma última vez, e encontramos Hana adormecido em sua cama. Eu abracei meu filho pela primeira vez. E nunca mais mergulhei no tédio, pois finalmente compreendi que o silêncio dele era o meu lugar.

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.