Depois de algum tempo, Cirilo ficou tão chocado com o que acabara de acontecer na sala que decidiu que não iria suportar ficar ali, aquela mansão, embora seja muito grande, bonita e cheia de gente simpática como o Lúcio, Botijão e os outros, ela têm provocado muitos desentendimentos, claro que todos até agora foram as brigas entre os membros da Patrulha Salvadora, mas já estava demorando pra que os Mister's também acabassem brigando. Realmente o Dry Bowser é muito mal, mas não é possível que tenha sido ele, pois foi o Faraó que fez a cabeça dos patrulheiros. Será que Dry Bowser também conseguia fazer esse tipo de magia negra? Talvez sim. Triste com o fim dos Mister's, Cirilo resolve sair de casa para passar a noite em outro lugar, ele não aguentaria dormir na mesma casa de seus amigos Mister's sabendo que eles estão brigados e separados, então ele sai porta afora e enquanto caminhava, lembra da casa de Luiza e decide passar a noite lá.

Chegando na casa dela, ele toca a campainha e é ela mesma que atende.

–Cirilo? O que houve com você?- perguntou Luiza ao ver os olhos vermelhos de Cirilo, que não podendo mais se segurar, abraçou a garota com toda a força que tinha e começou a chorar, aliviando sua dor. Depois disso, a menina o chamou para entrar e o fez sentar no sofá.

–Cirilo? O que aconteceu?- pergunta Salazar ao vê-lo entrando em casa chorando de um jeito desesperado.

–Pai, pega um copo de água com açúcar pra ele e depois você pergunta.- disse Luiza e Salazar assentiu.

Depois de um tempo, Cirilo tomou a água e, ainda soluçando, começou a contar tudo que aconteceu enquanto os dois ouviam tudo atentamente, mordendo os lábios de vez em quando.

Enquanto isso, na mansão, Chapolin e Super Sam contam para Alejandra e Chiquinha sobre o fim das duas patrulhas, deixando-as tristes.

–E agora? O que será da cidade, do mundo?- perguntou Chiquinha.

–Eu não sei, só sei que eu não ajudo mais.- disse Chaves, tirando suas antenas de vinil.

–Nem eu.- disse Seu Madruga, tirando sua capa.

Alejandra continuava calada, não havia acreditado ainda, na história de que Seu Madruga nunca havia estudado, ou pelo menos, nunca terminou os estudos. Depois de um tempo, Chaves se sentou na cama com os três e começou a desabafar:

–Sabe gente... eu não sei vocês, mas eu notei que desde que nós nos mudamos pra essa mansão, tudo têm dado errado pra nós, a Patrulha Salvadora têm se desentendido muito, perdemos quase todas as lutas que já tivemos aqui e agora todos estão perdendo a popularidade por causa dessa falsa matéria do jornal. Essa casa parece estar mandando um aviso que não gosta da gente.

–Eu concordo.- disse Chiquinha.

–Sabe que eu nunca havia pensado nisso antes? Mas você tem razão, os patrulheiros têm brigado muito, até mais do que quando estávamos naquele Reino mágico dos cogumelos.- disse Seu Madruga.

–O que fazemos agora?- perguntou Chiquinha.

–Bom, vamos voltar para o México e salvar vidas lá. Pelo menos em nossa terra natal sabemos que ninguém irá duvidar de nós.- disse Seu Madruga.

–Ai amor, graças a Deus você falou a coisa certa!- disse Alejandra, pela primeira vez em horas.- Faz tanto tempo que eu queria que a gente voltasse.

–Ah, era só você ter me dito isso que a gente voltava, não precisava de tudo isso.

Decidido, Chaves coloca de novo sua fantasia de Chapolin Colorado e vai até Mister A, que está na sala jogando Wii U e conta pra ele sobre o que aconteceu:

–Esteban, preciso falar uma coisa com você.- ele diz, se sentando no sofá.

–Fala.

–Eu acho que vou voltar para o México.

O Mister arregalou os olhos.

–Como assim?

–Depois da separação da Patrulha Salvadora e principalmente dos Mister's, eu percebi que minha vida não teria graça nenhuma, pois aí não poderia mais continuar salvando cidades e coisas do tipo. Por isso, agora há pouco, eu estava conversando no quarto com minha mãe, Chiquinha e Seu Madruga e nós concordamos em voltar para o México, só não sabemos quando.- ele falou segurando uma lágrima que insistia em cair de seu rosto.

–Puxa Chapolin, eu sinto muito mesmo cara.- diz Esteban, abraçando-o.

Esteban percebeu que já que os Mister's não vão mais ser uma equipe, tirou sua fantasia de Mister A e guardou-a no seu armário no quarto, pois ele havia adorado a vida de super herói e estava em dúvida se desistia ou não, embora a desistência dos heróis seja muito comum. Depois de um tempo naquelas lamúrias, Chaves perguntou se Esteban ia com eles, mas ele apenas afirmou que ia pensar, pois ainda estava cogitando a ideia de não ser mais um super herói.

–Tudo bem, enquanto meus pais não decidem quando vamos embora, você poderá pensar nisso.- disse Chapolin, se levantando.

Já Mister C havia ficado tão triste com o ocorrido que acabou indo pedir refúgio na casa de John e Nikolai, pois ele não queria mais olhar na cara de seus ex-companheiros.

–Na verdade, não quero ficar aqui pra sempre, é só até eu decidir se fico aqui em Kauzópolis ou se volto pro México.- dizia ele.

–Tudo bem, fique o tempo que precisar.- disse John, arrumando o quarto de hóspedes da casa pra que ele pudesse pensar. O Mister, que na verdade é Horácio, estava sem seu uniforme e agora deitava na cama, querendo pensar se saía do país ou não.

Enquanto isso, Mister B, que é Sérgio, está no píer que fica na mesma praça onde Mister A encontrou Cirilo e o chamou para entrar no seu grupo, lá, ele se emociona ao lembrar dos momentos felizes que teve com seus companheiros, nessa época, ele não conseguia imaginar separado de seus companheiros, mas dessa vez, algo errado aconteceu, ele se sentia culpado pela separação por não ter conseguido usar seus poderes telepáticos na hora da discussão, talvez se tivesse conseguido usá-los, ele poderia ter feito as pazes com seus amigos. Depois de um tempo, ele decide que por hoje chega de lamúrias, se levanta e vai indo em direção à um lugar onde possa descansar para esfriar a cabeça quando começa a se sentir seguido, ou melhor, vigiado por alguém. Olhou por todos os cantos da praça, mas não viu nada e nem ninguém, a praça estava deserta como sempre foi, mas algo estava ali, escondido. Usou seu poder telepático para tentar localizar alguém, mas quando detectou alguém perto dele, notou que o indivíduo estava atrás de si mesmo, e quando foi se virar pra ver quem é, não conseguiu, pois levou uma coronhada na cabeça que o fez desmaiar.

Enquanto isso, os patrulheiros choram em seus quartos, já não bastasse a imagem deles ser sujada por um repórter capanga de Dry Bowser que fez com que todos fossem odiados pela população, agora mais essa briga interna entre os patrulheiros. Esse parecia sim, ser o fim de uma equipe que conquistou o mundo com tanto carisma.

No dia seguinte, durante o café-da-manhã, Mister A e C voltaram na mesma hora, mas sem se olharem e se falarem, exceto Cirilo, que preferiu tomar café na casa de Luiza, mas Horácio estranhou quando apenas Super Sam, Chapolin, Chiquinha e Alejandra estavam tomando café na mesa junto com seus outros amigos e ouviram quando Seu Madruga disse que vão voltar para o México.

–Então, hoje compraremos as passagens para a volta.- dizia ele.

–Então vocês vão mesmo voltar? - pergunta Mister A.

–Vamos sim querido. Quer ir com a gente?- pergunta Alejandra.

–Olha, eu passei a noite na casa do nosso amigo Nikolai, e lá eu decidi que quero voltar sim, mas não quero dar trabalho pra vocês.

Na mesma hora Alejandra se levantou e segurou seus ombros.

–Querido, se estamos te chamando pra voltar conosco, é porque não vai ser incômodo nenhum. Sei que isso vai fazer bem pra vocês.- dizia ela, Mister A tinha 1,78 de altura enquanto Alejandra era uns três centímetros mais baixa.

–Tá bom, então eu vou.- ele disse, sorrindo.

–E você Mister C? Vem também?- perguntou Seu Madruga.

–Não, eu vou ficar aqui para continuar combatendo os crimes menores. Como roubos, assaltos e tal.- ele disse, havia pensado nisso a noite toda e percebeu que havia amado sua vida de super herói e não queria abandoná-la.

–Tudo bem, a gente respeita sua decisão. Então Mister A, quer ir comprar as passagens comigo?

–Quero sim.

Então, lá se foram Seu Madruga e Esteban comprar as passagens de volta para o México. A sorte é que mesmo todos esses meses sem ter ido para casa, Sue Madruga e Alejandra continuaram ricos, apesar do acúmulo de contas pra pagar.

Três dias depois, Chaves, Chiquinha, Seu Madruga, Alejandra e Esteban estavam no aeroporto indo embarcar no avião, os patrulheiros não quiseram ir porque se sentiram traídos devido aos dois terem decidido sair da Patrulha Salvadora, por isso, eles achavam que não teriam coragem de olhar na cara dos dois, embora Chaves tenha estranhado, afinal, o líder deles, Daniel, disse que a equipe estava separada, então qual era o problema?

No aeroporto, apenas Mister C, Cirilo, Luiza, Salazar, Lúcio, Botijão, Chimoltrufia, Carlitos e todo o pessoal adulto da mansão foi lá se despedir dos cinco que voltariam pra casa.

Antes de caminharem para a pista de embarque, todos se abraçam.

–Gente, eu vou sentir muita saudades de vocês, foram poucos meses que vocês passaram lá, mas foi o suficiente para eu fazer uma grande amizade com vocês. Todos ficarão fixos pra sempre em minha memória.- disse Lúcio, chorando, antes de irem embarcar.

Os outros também tiveram uma despedida bem chorosa e os cinco foram até a pista, quando chegaram no fim, Chaves deu uma última olhada em todos e acenou, depois, deu um passo à frente e embarcou.

E foi ali que tudo acabou entre os heróis.