Family

Os Improváveis


Mais uma semana começa na fria cidade de Minneapolis, em Minnesota. O dia iniciou com uma leve queda de temperatura, e nevando também. Porém diz na meteorologia dos jornais da televisão que diz que o clima logo irá mudar.

Na metade do mês de janeiro, os Arendelle logo despertaram bem mais dispostos a enfrentar as dificuldades do dia a dia do que na semana anterior. Adgar se arrumou rápido e foi logo preparar o café da manhã, enquanto que a sua filha Elsa apressava-se no banho e nos cuidados higiênicos, como limpar o corpo e perfumá-lo.

Quando estava terminando de colocar os pratos e feito o café da manhã, sua filha desceu as escadas e se direcionou a cozinha, já pronta, pois o pai e a filha passaram um bom tempo colocando os pertences da mudança nos lugares certos. Também ajudou a mãe e filha Corona com as coisas, uma vez que elas estavam mais perdidas para conseguir guardar os objetos no espaços reservados para eles.

—Bom dia, pai!- Cumprimentou Agdar e lhe deu um beijo na bochecha.

—Bom dia, princesa Elsa!- Cumprimentou já se preparando para comer.

—Não me chame assim…- Ficou corada pelo apelido, mas ainda sorriu. -... Não sou princesa.

—Não é mesmo. É uma rainha!- Riram pela ironia.

Elsa estava já com o devido uniforme do colégio, específico para o frio de Minnesota e a sua mochila, e Agdar estava pronto para seu emprego. O gato da família, Marshmallow, estava em cima do balcão a qual estava colocado os preparativos. Elsa colocou seu gato com cuidado para o canto da cozinho, onde fica sua ração felina e sua caminha de gato e voltou para o balcão e preparar-se para comer a sua refeição.

Após conversarem sobre as novidades da semana, como a entrada da Elsa no grupo de patinação no gelo e a nova amizade com Merida DunBroch, primogênita dos donos da sorveteria. Agdar contou que pretende apresentá-la aos grandes amigos dele que conviveu durante a infância e a adolescência, fases descritas como as mais inspiradoras para enfrentar a sua vida. Atentos com o relógio, logo terminaram de tomar o café da manhã e escovaram os dentes. Elsa saiu na frente, pois o horário do pai era mais tarde. Despediu-se do pai e abriu a porta, notando a fria Minnesota nevando. O pai trouxe mais um casaco para ela, que agradeceu em sequência. Elsa viu que Anna estava saindo de sua casa e esperou para pegarem o ônibus juntas. Cumprimentos Idun, enquanto que Anna cumprimentava Agdar, e foram seguindo até o destino delas.

Agdar observou, através das janelas de casa que ligavam à residência Corona, que Idun estava se preparando para sair. Visto isso, pegou as malas, as chaves de sua casa e carro, tratou de abrir a garagem rapidamente para ir de encontro com a saída de Idun, que sempre sai pela porta da frente.

Visto que a “coincidência” aconteceu, convidou Idun para levá-la de carona para o trabalho. Ela, um pouco nervosa, queria recusar, mas como a neve poderia atrapalhar para pegar a condução, foi novamente para o trabalho na companhia do ex-marido.

—Como está, Idun?- Perguntou sem tirar os olhos na estrada.

—Estou bem, obrigada…- Respondeu gentilmente. -...E você?

—Muito bem agora!...- Respondeu prontamente, mas logo notou a entonação da resposta, a vez que o “muito bem agora” pode ser interpretado por estar mais feliz pela presença de Idun. Seu rosto ficou levemente corado, assim como o da mulher ao seu lado. -...Quero dizer… Eu estou muito bem… A-agora que conseguimos arrumar as coisas em casa.

Idun riu de como Agdar ficou envergonhado. Conhecia o seu jeito envergonhado. Sempre foi um homem sério e centrado, querendo sempre tudo no lugar correto. Quando algo mudava, ele não sabe como reagir e demonstra ficar bem atrapalhado e cometer bobagens cômicas. Esse era um dos motivos de Idun se apaixonar por ele na adolescência.

E seguiram então em direção ao destino deles.

Anna e Elsa encontravam-se nas aulas de Biologia, que estavam tendo juntas, acompanhadas de Merida, a nova amiga delas. Foi proposto um trabalho na sala de aula em grupos de seis pessoas. Elas formaram, além das três, mais as pessoas que, por grande coincidência, trombam com elas na semana anterior: Jack, Soluço e Rapunzel.

Anna e Elsa estavam felizes por formar grupo com a Rapunzel, pois demonstrou ser uma menina inteligente, simpática e centrada, o que lhe rendeu o título de representante discente. Contudo, não estavam satisfeitas, principalmente Elsa, em fazer grupo com os dois meninos, pois Jack é um menino irresponsável e Soluço foi o menino que as derrubou quando entraram na escola e a ignorou, mas Merida insistiu que Jack fizesse parte do grupo, pois ajudaria na sua nota por fazer grupo com a representante e a menina que ganhou a bolsa, e com a nota elevada, poderia participar dos jogos de Hóquei e Skate, este último esporte ela faz com ele como a única menina do grupo; e o Soluço acabou ficando sozinho e a professora Tooth pediu carinhosamente para que ele pudesse ser aceito no grupo. Rapunzel optou por se encontrarem no almoço para conversar sobre o trabalho, cujo tema era Corpo Humano, contudo Jack não podia pois iria almoçar com o time de Hóquei, permitindo que a discussão fosse feita sem ele. Essa atitude, para Elsa, demonstrou o desinteresse que ele tem com a vida acadêmica, algo que ela não pode deixar pois era bolsista. Se não atingir a nota mínima, perderia a bolsa.

Porém, Rapunzel entendeu a situação dele e permitiu acontecer.

Chegando no trabalho, Agdar e Idun puseram-se nos seus postos e trataram de já verificar o local para a próxima construção. Foi quando apareceu duas figuras no estabelecimento que eles conheciam a muito tempo.

—Stoico! Valka! Não os vejo a tantos anos.- Agdar saiu de seu posto e os abraçou.

—E como! Estou vendo que adquiriu um bigode charmoso, Ag!- Stoico retribuiu o abraço sem deixar o seu senso de humor.

—Nós ficamos muito felizes quando ligaram na semana passada para contar que vocês retornaram…- Valka comentou feliz, indo em direção às Idun para abraçar. -... É como nos velhos tempos.

—Desculpe se precisou tirar um pouco das férias para saber que voltamos à Minneapolis.- Idun falou.

—Queria que tivesse mais motivos como esse de nos tirar um pouco das férias…- Stoico disse, direcionando ao seu posto. -... É muito bem ver a trupe novamente.

Na hora do almoço, os cinco decidiram ficar na vigésima mesa do grande refeitório do colégio para discutir sobre o trabalho de Biologia. Trouxeram diversos livros para obter um embasamento teórico da atividade e foram buscar o almoço na bancada das comidas do dia.

Contudo, um certo trio caminhou até a bancada bem quando Soluço estava saindo, batendo sem querer no uniforme de aluno do colégio do líder do trio: um menino alto, ruivo e de caráter arrogante.

—Ei! Seu magrelo cabeçudo! Estragou a minha roupa!- Gritou, e todos os presentes direcionaram seus olhares para a cena.

—Desculpe, Hans! Eu juro que…

—CHEGA!...- Cortou o moreno. -... Você me paga. Amanhã, depois da aula, você irá trazer uma roupa novinha em folha, ou eu faço questão de pegar a sua para mim. E se não vier, eu irei até você. Naquela sua casinha de pobretão, seu bostinha bolsista!

Deu meia volta e caminhou em direção ao corredor, onde ficam os banheiros, acompanhado de seus amigos. Os olhares, que antes eram para o Hans, foram para o pobre Soluço, que aparentava estar desesperado, e Rapunzel foi em sua direção para ajudá-lo, dando força moral e confiança.

Elsa e Anna eram as únicas que não entendiam o que havia acontecido e foram de encontro com a Merida, já na vigésima mesa com a comida sobre ela.

—Quem é aquele, Merida?- Anna perguntou prontamente.

—É o Hans South-Island, o garoto mais insuportável desta escola. É muito arrogante só porque o pai é dono do maior escritório de advocacia da cidade: South-Island Advocacy. Ele também faz parte da equipe de Hóquei que o Jack joga, porém como vice capitão, sendo Jack o capitão, e o odeia por isso.

—Desnecessário o odiar por isso.- Comentou Elsa.

—É, ele odeia ficar em segundo lugar. Creio que é porque o pai não dá atenção a ele, já que tem que dar atenção aos outros doze irmãos dele.

—Doze!!!???- Ambas exclamaram surpresa.

Merida assentiu com a cabeça.

—E ele é o décimo terceiro filho, ou seja, o caçula, e eu sei que o pai dele vai dar a herança da advocacia dele para os filhos, mas eu ouvi que o Hans não conseguiu receber a herança pois não dava para dividir em um número ímpar. Entregou para os doze irmãos e ele ficou sem nada para receber.

—Eu acho injusto os irmãos dele receber a herança e ele não.- Anna disse, começando a comer.

—Mas ele também faz muita coisa injusta. Já vi colocar prego na cadeira do Jack para sentar em uma, colocou o pé na frente da Rapunzel para ela cair e ele começou a puxar o cabelo dela. O Soluço é o que sofre mais, pois o Hans adora brincar com ele. Já o deixou nu na frente da escola toda, jogou os cadernos dele na privada e deu descarga, e ele e aqueles imbecis dos gêmeos Cabeça-Quente e Cabeça-Dura puseram fogo na cabeça dele.

—Que malvado!- Anna exclamou brava.

—E ele não revida? Não conta para os pais?- Elsa perguntou preocupada, visto que a situação a deixou nesse estado.

—Eu não sei, não converso com o Soluço. Mas eu acho que nunca contou.

—E para a direção?

—Então, como o pai dele é advogado, consegue convencer que a culpa não é do Hans, e sim de alguém que o influenciou, mas isso é mentira!

—Ele já fez algum mal para você?- Anna perguntou.

—Não, mas se fizesse, ele iria apanhar tanto!

Elsa e Anna pareciam perplexas. Nunca imaginariam um sujeito tão horrendo como o Hans.

Em meio a isso, Rapunzel apareceu com a sua bandeja do almoço, e com expressão facial de tristeza.

—E o Soluço, Rapunzel?- Anna perguntou preocupada.

—Foi para a enfermaria pra arrumar um atestado e ir para casa. Ele vai precisa dar um jeito antes que as coisas ficam piores.

—E por que não tentamos ajudar?- Elsa perguntou.

—Isso não é nosso assunto…- Respondeu Rapunzel. -...Devemos cuidar do nosso trabalho, que antes eram seis pessoas e agora são quatro. As nossas notas em primeiro lugar.

—Ei! É assim que vão tratar um amigo de vocês?- Anna perguntou indignada, elevando a voz.

—Eu não sou amiga dele…- Rapunzel disse rispidamente. -... Ninguém é. Ele não tem amigos.

—Mesmo assim, é uma pessoa que está isolada e precisa de ajuda…- Elsa retrucou, levantando da mesa. -...Eu não vou deixar que isso aconteça.

—E eu também não vou.- Anna disse, também levantando da mesa.

Saíram correndo para fora do refeitório, com o intuito de encontrar o Soluço na enfermaria, deixando a ruiva e a loira sozinhas na mesa.

Merida e Rapunzel encararam-se sem saberem o que falar, até que a ruiva fala:

—Bem, acho que não vai ter encontro de discussão, então vou treinar um pouco de Skate e…

—Não!...- Rapunzel a calou. -... Nós vamos atrás dessas duas e do Soluço porque esse trabalho não será feito sozinho.

Merida pensou em querer escapar, mas como ela realmente precisava da nota, decidiu fazer no modo da representante discente, e as duas partiram em busca de seus colegas.

No final do corredor, lá estava Jack nos braços de mais uma das meninas que ficam encantadas com o seus olhos gélidos e o seu sorriso de dentes brancos, trocando beijos como era de costume. Seduzia as meninas, diz palavras de consolo e acolhimento e depois as trocava. Esse era Jack, um garoto bem despreocupado, e odiava apegar. Só quer beijar sem nenhum compromisso, mas as meninas creem que ele quer a companhia delas até o fim de suas vidas, sendo iludidas na semana seguinte. E havia mais uma menina que acabou entrando na lista de iludidas por Jack recentemente.

Elsa Arendelle.