Falso amor

Capítulo 75 - Último


Olá, agora estarei postando o último capítulo e também pretendo postar um epílogo no decorrer da semana. É isso.

Maria abriu os olhos de repente, sentou e acendeu o lado de seu abajur quando se viu no breu do escuro do quarto.

Assim então ela tocou a testa e cabelo, ofegante e angustiada. Olhou ao seu lado na cama, e o viu vazio. Então ela chamou por Estevão. Baixo primeiro, depois aumentou a voz quando não teve resposta e em seguida saltou da cama.

Estava certa que acabava de ter um pesadelo mas vivia uma angústia tão real junto ao medo, que seu coração acelerado se recusava a se acalmar. Lembrava que antes de dormir Estevão havia a pedido em casamento novamente, com isso poderia explicar o motivo de seu sonho tão perturbador.

Ela assim saiu do quarto como ainda estava vestida. Apenas com um fino robe branco e nada mais. Assim então ela começou andar pela casa, desceu as escadas com pressa, e foi então que encontrou Estevão indo em direção a elas.

Ela então, parou e falou em tom sério.

—Maria: Onde esteve? Estive te procurando Estevão. Estava nervosa, não te senti sair da cama!

Estevão vestido em um pijama, a olhou estranho, e a viu em seguida caminhar até a porta da casa. Assim então ele disse.

—Estevão: Tive fome. Não quis te acordar, assim sai devagar da cama. Mas o que houve, querida? O que faz aí?

Maria verificava o tranca da porta. Assim então quando viu que tudo estava bem fechado, ela disse.

—Maria: Não vou me casar com você agora como quer. Vamos esperar. E me diga se sabe se às crianças já estão em casa.

Estevão assentiu enquanto ia até ela, e disse em seguida.



—Estevão: Estão, e são 4:30h da manhã. E por que não vai mais se casar como o combinado? Maria, você não me aparenta estar bem. O que houve minha vida, para estar nervosa assim?

Maria tocou a testa, depois levou as mãos entre os cabelos, enquanto falava.


—Maria: Eu tive um sonho. Na verdade, um pesadelo, Estevão. Por tanto quero esperar.

Ela em seguida, olhou o chão próximo escada de um jeito obsessivo. Estevão olhou para onde ela olhava, e depois a questionou.



—Estevão: Um pesadelo? E por isso mudou de ideia? Como era esse pesadelo, hum?


Ele suspirou, e a tocou nos braços de uma maneira que ele a teve olhando-o nos olhos.


E assim então, ela disse baixo.


—Maria: Eu não quero falar de voz alta. Tenho medo que aconteça, Estevão. Foi tão horrível e tão real ao mesmo tempo.

Estevão começando a entender melhor o que acontecia, lhe alisou os braços, dizendo.



—Estevão: Mas não foi real, Maria. O real é agora. Diga-me o que te aflige, hum. E faremos como quer, hum. Só me dê um motivo real para que eu possa te compreender.

Maria o mirou os olhos, respirou fundo e o respondeu.



—Maria: Sonhei que no dia de nosso casamento, Luciano aparecia. Ele estava armado e atirava em nós dois, Estevão. Bem aí onde está!

Outra vez ela olhou o chão fixamente, Estevão levou então a mão dele abaixo do queixo dela, fez ela mirá-lo outra vez, e disse.



—Estevão: Esse homem está fora de nossas vidas e já faz um tempo, meu amor.

Ela suspirou e o contestou insegura.

—Maria: Eu não sei. Já disse que existe pendências que ainda me ligam a ele, e é em Londres. Também tem nossa filha. No meu sonho, ela ainda seguia em contato com ele.


Maria virou o rosto, perdendo assim o contato de Estevão, que lhe virando as costas, ela o ouviu dizer por trás dela.


—Estevão: Você vai viajar, e se quiser irei com você, e se desligará totalmente de tudo que te liga a esse homem. Quanto a nossa filha, o lugar que esse homem preenchia, eu estou tomando de direito. Ela nem lembra mais dele, querida

Não convencida, Maria fez um gesto negativo com a cabeça, e voltou a mirá-lo.

—Maria: Eu não sei. Adolescentes são sempre uma caixinha de surpresas, Estevão. Talvez eu tenha que conversar melhor com ela e ser mais especifica.

Estevão assentiu com a cabeça, e então disse.

—Estevão: Se isso te dará paz, faça. Agora vem aqui, hum. Vamos se acalmar e voltar ao quarto. Dormia tão bem e tão serena.

Com ela nos braços, ele a abraçou. Maria se rendeu a eles, e o abraçou também. Assim, entre o peito dele, ela disse.


—Maria: Eu estava melhor quando estávamos fazendo amor. Quando adormeci, aconteceu isso. Tive esse maldito pesadelo.

Ela levantou a cabeça lhe mirando os olhos, Estevão buscou eles, e com um sorriso leviano, ele disse.


—Estevão: Podemos fazer amor novamente.

Dessa vez, Maria se desvencilhou dele, dizendo.

—Maria: Estou angustiada demais para sentir desejo, Estevão.

Ela cruzou os braços dando-lhe as costas. Estevão caminhou e por trás dela, ele disse.

—Estevão: Posso tirar essa angústia com alguns beijinhos.

Ele depositou um beijo no pescoço dela, ao mesmo tempo que a abraçou por trás.

Maria fechou os olhos, e ainda que se sentiu estremecer, ela disse.

—Maria: Não acredito que pode.

Estevão sorriu de um jeito malicioso, e sussurrou enquanto sua mão tomava uma direção certa.

—Estevão: E se os beijinhos for aqui, hum?

Assim, ele apalpou o meio das pernas dela.

Maria abriu a boca em um gemido mudo, e o ouviu falar novamente.



—Estevão: Ainda não usa nada por baixo, gostei.

Ele tocando-a, lhe cheirou os cabelos. E Maria temendo serem visto, lhe no braço que estava entre as pernas dela, dizendo.



—Maria: Estevão é melhor que pare de fazer isso aqui.

Estevão olhou rápido ao redor, e em seguida a virou para ele e sugeriu.


—Estevão: Tem razão. Vamos à cozinha.

Maria arregalou os olhos ao mesmo tempo que olhava por trás das costas dela, o caminho que ele sugeria que tomassem.


—Maria: Cozinha?
Estevão sorriu visualizando aquela aventura em sua mente, e disse.



—Estevão: Está bem tarde. Ninguém vai descer agora. Vamos, hum?

Ele a puxou pela cintura e começou a beijá-la. Maria então querendo ser solta, levou as mãos nos ombros dele, dizendo.

—Maria: Você desceu, e consequentemente eu também.

Ela olhou a escada depois de falar. Estevão então argumentou.



—Estevão: Vamos, Maria, não seja medrosa. A casa é nossa. Quando éramos um par de jovens, fazíamos muito isso aqui e pela casa toda.

Maria agora sorriu ao se lembrar, mas mesmo assim, disse.


—Maria: Era outro tempo.

Com o riso ainda no rosto, Estevão deu um rápido beijo nela e a tomou nos braços.

—Estevão: Então vamos fazer aqui mesmo, hum. Bem rapidinho.

Ele andou com ela, viu uma mesa no corredor e ao lado da escada, afastou umas revistas que tinha ali jogando ao chão, e Maria disse num de divertimento.

—Maria: Está louco.

Ao mesmo tempo falou, posta no seu lugar, ela abria as pernas chamando por Estevão, e levantou os braços acima da cabeça, levando as mãos assim nas bases do corrimão da escada.

Estevão então apressadamente e energizado pela arte, disse.


—Estevão: Se ouvirmos alguém descer, paramos.

Ele assim, abriu o robe dela, olhou seus seios nus apontados para ele e sua pele exposta sob a pouca luz, e sentiu que explodiria de tanto desejo.

Logo então ele baixou a parte de baixo do pijama que usava, se aproximou mais, segurou uma perna dela a erguendo até sua própria cintura, depois deslizou para dentro dela sua ereção.

Maria gemeu no mesmo momento, e sentiu ele tomar a boca dela.

Estevão a beijou com furor, enquanto do mesmo modo a penetrava e Maria seguia com os braços para cima segurando firme onde levou as mãos.

Estevão deixou de beija-la nos lábios, e levou a boca no pescoço dela e com uma mão lhe agarrou um seio nu apertando-o com desejo.

Maria virou o rosto e depois de deixar escapar um gemido escandaloso, ela mordeu firme os próprios lábios.

Estevão viu o que ela fazia, a desceu dali e a virou. Ela apoiou as mãos na madeira da mesa, e o sentiu lhe agarrar na cintura e entrar nela outra vez.

Ela gritou mais vez quando começou tê-lo movimentando-se contra ela. Estevão então levou a mão na boca dela a calando, e ela assim sentiu o corpo mais quente, fazendo-a encontra-lo nas penetrações.

Estevão entendeu seu desejo. Olhou ao redor, e a deixou. Maria voltou a razão no momento seguinte, e foi puxada pela mão para cadeira ao lado do telefone da casa.

—Estevão: Vem aqui, querida.

Depois de chama-la, Estevão sentou na cadeira, se livrou-se da calça que ficou nos pés. Maria então foi até os braços dele se despindo, deixando o robe ao chão. Assim fez do colo dele sua cadeira e o montou.

Ela então quando o teve dentro de si, o beijou com desejo e começou a cavalga-lo.

Estevão apertou seu corpo nu, segurou depois em suas coxas para ela se manter onde estava, e foi dominado por ela ate vê-la gozar desesperada e devorando-o com os lábios, o que o fez gozar segundos depois dela.

—Maria: Você disse que seria rápido.

Com largos momentos depois, Maria disse baixo enquanto Estevão beijava os seios dela, com ela na mesma posição que terminaram de fazer amor.

—Estevão: Eu não daria esse orgasmo que acabou de ter, se eu obedecesse essa regra.

Ela o beijou no ombro suavemente e sussurrou.


—Maria: Isso foi loucura.

Ainda que se recriminava, ela sorriu levemente e depois fez que ia sair dos braços dele. Estevão então a segurou e disse.

—Estevão: Ainda está angustiada?

Ela arqueou uma sobrancelha, e o respondeu.



—Maria: Creio que sabe a resposta.

Estevão agora com seriedade, disse,



—Estevão: Vamos então manter nosso acordo, hum?



Maria ao ouvi-lo, suspirou pensativa.



—Maria: Eu quero, mas e se...

Estevão a calou, levando um dedo indicador aos lábios dela.



—Estevão: Não podemos mais viver de SE Maria. Foram muito tempo de sofrimentos e separação. Merecemos sermos felizes, meu amor.

Ela então fechou os olhos, voltou a relaxar nos braços dele, e depois de um tempo, buscando olha-lo nos olhos, ela o respondeu.



—Maria: Você tem razão, querido. Eu estou sendo paranoica.

O dia do casamento havia chegado.



Maria decidiu convidar como sua testemunha, Vivian e Geraldo. Estevão teve Heitor como testemunha e Fabíola. Fabíola era uma antiga amiga que Maria contatou em Londres quando esteve há um dia, para resolver suas pendências no escritório qual era sócia com Luciano. Assim descobrindo que ele estava em viagem desde de seu regresso ao país.

Na sala da mansão San Román, o juiz ao lado de uma mesa, esperava o casamento dar início.

Estrela estava presente, bem bonita e feliz testemunharia o segundo casamento dos pais. Alba tinha sido convidada também, diante de dúvidas, até que Heitor insistiu no convite da tia que demonstrava com sua decisão em ajudar no julgamento do pai, arrependimento. Só que ela ainda não havia aparecido.

Estevão assim, ansioso e como um bom noivo pontual, olhou o relógio que trazia no pulso. A hora marcada para o início da cerimônia naquela tarde bonita, já estava perto.

Assim então alguns minutos depois, ele viu Maria aparecer na escada. Ela estava linda. Vestia branco como qualquer noiva, mas vestia um conjunto de terninho e saia, tinha os cabelos presos elegantemente e uma maquiagem lhe destacando o verde dos olhos.

Na mão tinha um simples buquê de rosas amarelas e brancas. Assim estava pronta para unir-se legalmente e mais uma vez à Estevão San Román.

Geraldo que propositadamente era sua testemunha, naquele convite aceito, firmava uma amizade e a sociedade que apenas teriam por todo o tempo que a vida lhes permitiriam ter. Assim tudo estava perfeitamente no seu devido lugar.

Com alguns passos, Maria chegou até Estevão que deu o braço todo orgulhoso para ela e beijou com adoração uma de suas mãos, depois sorriram ao juiz e um silêncio se fez ao começar de fato a cerimônia que iria uni-los em vida mais uma vez.

Momentos depois assinaram seus nomes, ás testemunhas fizeram o mesmo. E por fim eram marido e mulher.

Enquanto se beijavam, o celular de Heitor tocou. Imediatamente ele pediu desculpas ao perceber que seu aparelho tocava alto.

Maria se separou de Estevão com um leve empurrão assim que ouviu o celular do filho. Ela olhou então aflita para ele que parecia falando ao celular e depois buscou olhar Estevão, e já de olhos chorosos ela disse.

—Maria: Meu sonho, Estevão.

Estevão pegou na mão dela que estava gelada, e disse firme.

—Estevão: Nada vai passar, hum.


Depois então, Heitor veio até eles, e Maria aflita o questionou.


—Maria: O que foi? Era Alba, não era?

Heitor assentiu dizendo.



—Heitor: Sim era. Como sabe?

—Maria: Só diga logo o que ela disse. Ela está bem?

Heitor suspirou pensando em sua tia.



—Heitor: Ela apenas disse que não vem. Desejou felicidades, mas não vem.

Estevão deu um riso irônico ao ouvir o filho, e depois disse.



—Estevão: Eu não queria ela aqui mesmo.

Maria levou as mãos a frente dos lábios, e disse baixo ainda incerta do que passava ali.


—Maria: Só isso?

Heitor sem entender tanta insistência, a respondeu.

—Heitor: Sim. O que está acontecendo que não sei?


Estevão tocou em um ombro de Heitor, e para tranquiliza-lo disse.

—Estevão: Nada, meu filho. Está tudo bem. Nada aconteceu.

Em seguida ele puxou Maria para seus braços. Ela suspirou ainda nervosa e com o sentimento estranho de já ter vivido aquele momento. Sentia Estevão lhe acariciando as costas e beijando-lhe os cabelos, com isso ela não teve outra ação a não ser relaxar nos braços de seu amor e pai de seus queridos filhos.

Assim a semana seguinte passou.



Maria entrava no escritório de Estevão, com ele estava Geraldo e era o dia do julgamento. Todos passariam uma tarde larga em um fórum, diante de um juiz, e outras autoridades representantes de ministérios públicos. Afinal, as empresas San Román passou largos anos roubando dinheiro do Estado e cofres públicos.

Maria então testemunhou os dois falando baixo, um na frente do outro e disse.

—Maria: Já podemos ir?

Estevão foi o primeiro a assentir.

Depois Maria caminhou até ele, e lhe tocou na gravata vermelha, arrumando-a.

Assim ainda que fizesse aquilo sentindo que algo passava, ela perguntou.

—Maria: O que aconteceu?

Ela então se afastou. Geraldo esfregou os dedos abaixo em seu queixo, enquanto Estevão respirava fundo. Até que um deles falou.

—Geraldo: Parece que Alba sumiu. Quando Vivian foi busca-la no hotel, ela já não estava.

Maria torceu o lábio quando ouviu, e então andou até a mesa, dizendo.

—Maria: Ela nos entregou muita coisa. Coisas que inocentam Estevão. Se ela não aparecer, nem tudo estará perdido.

Ela se virou para Geraldo, Estevão no seu lugar não esboçava sentimentos. Na verdade, esteve prevendo algo parecido quando ela se recusou a estar no casamento deles. Assim então ele disse.

—Estevão: Isso não me surpreende em nada. Alba demonstrou ser uma covarde desde sempre. Agora só espero não ser prejudicado por sua falta de testemunho.

Geraldo então, intervindo disse.



—Geraldo: Não vamos no desesperar. Se Alba não aparecer no julgamento ela também poderá ser prejudicada. Ela tem que aparecer.

Maria então uniu as mãos em uma forma de prece e suspirou em seguida.

Assim em seguida todos partiram para o local que seria o julgamento. E quando chegaram, como quando tudo veio à tona, a grande mídia estava presente.

Assim então Estevão acompanhado de seu advogado, filhos e mulher, subiu uma grande escada até entrarem e tomarem cada um seu posto, deixando ao lado de fora mais um momento de sua vida e sua já falida empresa que viraria notícias nos jornais.

Assim 1h passou, depois mais foram passando. E o julgamento que consistiam não só em Estevão como um único alvo, mas toda ação feita em sua empresa e provas adquiridas com prisões.

Assim Estevão pôde rever Demétrio que testemunhou entregando Bruno que seguia vegetando em uma cama de hospital, o Senador que havia falecido na operação e histórias que Estevão desconhecia, como o início de todo o plano.

Enquanto seguia ouvindo as últimas declarações dos envolvidos e vítimas, a porta foi aberta.

Estevão por trás de uma mesa e com Geraldo ao seu lado, se virou, assim como o lado esquerdo e direito de uma plateia que assistiam o julgamento, fizeram. Maria então ocupando seu lugar nela ao ter tido a mesma reação, percebeu que quem acaba de entrar era Luciano.



O juiz em seu posto bateu o martelo mais de uma vez pedindo ordem quando se ouviu um murmúrio de todos presentes.

Assim então a voz de Luciano em seguida se ouviu, alto de com um som claro.

—Luciano: Meritíssimo Juiz, devo dizer que esse homem sentado ali, sempre soube do esquema de lavagem de dinheiro e tenho provas disso!

Estevão olhou com ódio Luciano que fazendo um movimento de sair do seu lugar, ele foi impedido por Geraldo que disse alto.

—Geraldo: Todas as provas aqui já foram apresentadas, nenhuma mais deve ser apresentada com o julgamento em andamento, meritíssimo.

O juiz então disse, e um tom de repreensão a fala de Geraldo.

—Juiz: Isso decido, Sr. Salgado! Se aproxime.

Ele fez sinal para os guardas presentes irem até Luciano, quando então chegaram perto, Luciano abriu os braços sabendo que primeiro seria revistado e foi então que os guardas se assustaram quando descobriram ligado ao corpo dele algo suspeito.

Um deles então sinalizou ao pegar seu rádio comunicador e anunciou um código.

Segundos então o juiz foi tirado de sua cadeira, Maria olhou para onde estava Estevão. Ele ali separado dela por muitas cadeiras, se falaram assim por olhares e então quando voltaram a olhar na mão de Luciano viram algo.

O homem então sorriu alucinado, e disse.

—Luciano: Não vou deixar que sejam felizes juntos.



O alarde então estava feito com gritos e correria. Luciano apertou uma vez o botão que acionava a bomba que estava nela. E ela não disparou.

Maria paralisada sentiu que alguém a puxava dali. Então antes de dois minutos depois, ela sentiu o ar da rua lhe tomar o rosto, o vendo lhe assaltar o cabelos e depois ouviu tiros que viam de dentro do fórum.

Todos presentes estavam fora, mas ela sabia que quem estava sendo baleado era Luciano. Estrela que apareceu em sua visão turva a abraçou escondendo ali seu rosto, também pareceu entender o que acontecia.

Luciano em sua tentativa falha de matar todos e assim mesmo naquela aparição, acabou morrendo sozinho. Quanto Alba, descobriram depois, que ela havia sido envenenada, e assim sido assassinada misteriosamente por alguém.

2 anos depois.

Maria acordava zonza, dolorida e sem ser capaz de ter consciência onde estava.

Ao abrir os olhos a primeira coisa que viu foi um teto branco, depois foi aguçando seus sentidos. A audição trazendo sons de fora de onde ela estava, o olfato trazendo o cheiro familiar de um centro médico. E com isso, ela respirou fundo, tendo lapsos de memória o que a fez no momento seguinte, levar as mãos ao ventre.

Ela assim tocou seu ventre plano e dolorido, e rapidamente disse em tom aflito.

—Maria: Meus filhos, Estevão!

Ela então alarmada virou o rosto e encontrou Estevão, dormindo sentado no sofá do quarto do hospital qual ela estava.

Ele tinha o corpo relaxado. A cabeça jogada para trás e com um aspecto que demonstrava que ele não tinha se movido dali ao menos por umas 5 horas. Isso ficava evidente por sua blusa amarrotada, cabelos revoltos e a falta da gravata. E Maria não se conteve e sorriu emocionada.

2 anos havia se passado, e segundo a ausência que ela tinha no ventre, eles tinham se tornado pais de gêmeos.


—Maria: Estevão, meu amor. Nossos bebês...

Ela falou mais alto. O que fez Estevão se mover, mas não acordar. Assim então a porta do quarto foi aberta. Estrela já de 17 anos e meio, entrava no quarto.

Ela estava uma moça, alta, mais bonita e madura, ainda que se tornara mais mimada que um dia havia sido, isso por Estevão passar consentir tudo a ela.

—Estrela: Finalmente acordou. E eles são lindos.

Ela então sussurrou dando um sorriso enorme depois de falar. Maria sentiu lágrimas vindo aos olhos. Estava emocionada e ansiando ver seus filhos depois de uma cesariana que tinha passado e um tanto arriscada por sua bolsa ter sido rompida antes da data prevista do parto.

O que fez ela querer mais uma vez, a certeza de que tudo estava bem.

—Maria: Eles estão bem? Seus irmãos estão bem?

Estrela então caminhou até ela, lhe pegou em uma mão, e disse sorrindo mais.

—Estrela: Eu não estaria sorrindo assim se eles não estivessem bem, mamãe. Agora se acalme. Vou chamar o médico.

Ela apertou em um botão para chamar o médico, depois se abaixou e beijou o meio da testa da mãe.

15 minutos depois, o obstetra de Maria estava no quarto e Estevão já estava acordado e ao lado dela. Estrela seguia também presente, agora junto de Heitor que havia deixado o berçário onde seus irmãos recém-nascidos estavam, quando soube que a mãe deles havia acordado.

Os bebês como os gêmeos em sua maioria, estavam na incubadora por segurança, mas eram saudáveis e bem desenvolvidos. Assim boas notícias tinham sido dadas.

Às horas então passaram. Maria se via em uma ansiedade para ter seus filhos próximos a ela. O que aconteceu quando ao cair da noite, foi levada por Estevão e uma enfermeira até onde eles estavam.

Em uma cadeira de rodas, Estevão a foi conduzindo pelo corredor do hospital.
Maria então de coração acelerado entrou no berçário.

E assim em duas incubadoras lado a lado, Ângelo e Ana Letícia dormiam, apenas de fraldas.

Maria chorou cheia de amor, e sentiu Estevão lhe tocar um ombro. Ela levou a mão na dele, levantou a cabeça e disse cheia de emoção.

—Maria: Eles são tão lindos meu amor.

Estevão assentiu com a cabeça também na mesma emoção, ainda de que já tinha passado mais que uma hora ali com os filhos, apenas o mirando e tocando nas suas pequenas mãos.

—Estevão: Sim, eles são. E são também nosso maior triunfo depois de tudo, minha vida.

Maria sorriu enquanto assentia e chorava ao mesmo tempo.

Ela então buscou tocar Ângelo, que estava ao lado esquerdo de sua irmã gêmea.

O menino apertou o indicador dela e com força.

—Maria: Ele é tão forte.

Ela então disse, agora limpando um lado do rosto com sua mão livre.

Estevão saiu de onde estava, e foi até Ana Letícia e falou com ela. A menina abriu os olhos ao sentir seu toque. E ele então disse.

—Estevão: Os dois são.

Ele sorriu e Maria levou a outra mão até abertura que tinha, onde sua mais nova menina estava.

—Maria: Eu sou a mãe mais feliz do mundo com agora nossos quatros filhos entre nós, Estevão.

Ana Letícia ao ouvir a voz da mãe, virou a cabeça. Ela piscou com os pequenos olhinhos ainda não podendo ser identificado sua cor assim como os do irmão, a procurou.

Maria então ficou se dividindo entre os filhos, até que pôde ter cada um em seus braços e amamenta-los ali mesmo.

Estevão em todo momento ficou por perto assim como a enfermeira responsável.

Ele suspirava olhando a cena, enquanto lhe vinha lembranças de dias que jamais poderia se ver naquele posto: sendo pai novamente, de gêmeos e sendo eles filhos de Maria com ele.

Maria que tinha Ângelo pegado ao seu seio, levantou a cabeça e o mirou a alguns passos dela, ali em pé. Ela afastou um pouco os cabelos que lhe viam ao rosto e o ficou olhando.

Refletia tudo que haviam passado e jurava que Estevão fazia o mesmo. Assim então ela lhe estendeu o braço lhe oferecendo a mão, e disse.

—Maria: Se aproxime de nós Estevão.

Ele foi até ela, a pegou na mão a beijou e depois se abaixou ao lado da poltrona que ela estava com Ângelo e disse.

—Estevão: Eu nunca pensei que poderia ser tão feliz como sinto que estou sendo agora, Maria, meu amor. Minha Maria.

Meses depois.

Estevão chegava em casa depois de um jantar de negócios. Os anos passavam, e ele se reconstruía como um homem em uma sociedade que têm seus deveres e objetivos, não só pessoais como profissionais também.

Dois anos e meio haviam passado com ele não sendo mais um presidente de uma empresa famosa, como um dia fora, assim com os anos passando, as empresas San Roman haviam ficado no passado e agora o prédio em domínio do governo.

Assim então ele voltou a estudar como um dia havia anunciado. Havia dedicado seus dias a voltar a aprender. Declarado inocente, tinha seu nome limpo e inúmeras possibilidades de recomeço.

Ele então se viu naquela noite em um novo caminho, talvez um novo e tentador recomeço. Um caminho desafiador sim, mas um que sabia que poderia ser muito bem capaz de seguir. Mas não sabia ainda se seria capaz de sacrificar a paz que tinha e a felicidade entre sua família e mulher amada.

Ele encostou a porta devagar e olhou para a escada. Ela estava toda em silêncio. Heitor não convivia mais com eles, havia casado com Vivian, estudava direito e trabalhava no escritório de Geraldo e agora também de Maria depois de terem se tornado sócios. Assim, na casa só viviam com ele e Maria, os gêmeos e Estrela. Quanto a jovem por pouco tempo, pois se preparava para estudar no exterior.

Estevão suspirou em sua reflexão e temores. Tinha tudo. Dinheiro, paz, amor e todos que ele amava trilhando seus caminhos refazendo suas vidas, até ele.

Ele então ouviu que alguém descia a escada, e então parou próximo a ela esperando avistar um rosto familiar.

E então Maria apareceu. Ela tinha uma mamadeira na mão. Tinha o rosto cansado, mas sorriu assim que o viu.

Estevão assim muito rápido abriu os abraços para recebe-la enquanto falava.

—Estevão: Parece tão cansada querida, propus em ficar com você para ajudar com as crianças.

Ele a acariciou. Sabia que aquela noite não teriam a babá presente, e sendo um dia da semana, sabia também que Maria esteve sozinha em seu turno de mãe depois de ter passado o dia todo em seu outro turno de uma mulher independente que trabalha horas longe do lar.

E ela mesmo assim, não dando importância ao seu cansaço, disse entrando em seu terceiro turno do dia: O da esposa.

—Maria: Você tinha um jantar de negócios, não podia faltar, querido. E como foi? Eu sabia que logo começaria a receber propostas de trabalho, e que fosse a altura do que você merece, meu amor.

Estevão suspirou, agora tendo ela o mirando com a atenção e se afastando. Sabia de seu valor, dos anos de trabalho e que Maria não aceitaria que ele voltasse ao trabalho em um posto de subordinado. Seu ego também não suportaria tal coisa. Não no passado. O novo homem que estava se tornando não era capaz de exigir muito e era muito capaz de rejeitar coisas grandes, como já pensava em fazer.

Assim então ele a respondeu.

—Estevão: Você sempre me apoiando desde desse meu recomeço, Maria. Eu só consigo te amar cada dia mais.

Ele deu um leve sorriso. Maria levou uma mão no rosto dele. Acariciou observando os olhos dele. Ela sabia que tinha uma luz apagada bem no fundo deles. E ela queria mais que tudo voltar a vê-la brilhar. Assim, então ela disse com cuidado.

—Maria: Sei que é difícil recomeçar, mas sei mais ainda que encontrará mais uma vez seu lugar no mundo dos negócios ou em outro, mas fará algo que goste, Estevão.

Estevão pensou na proposta que tinha. Mas logo a borrou da mente, beijou uma mão de Maria e disse, esquivando-se daquela conversa.

—Estevão: Eu não queria falar de trabalho mais nessa noite. Eu quero ver nossos filhos e depois dormir com você em meus braços, o que acha, hum?

Maria o olhou desconfiada, entendendo que ele não queria conversar sobre a noite que teve nem do tema que falavam, e então disse.

—Maria: Acho que está fugindo da conversa que o tirou do nosso jantar em família, mas aceito a proposta de dormimos. Estou exaustam querido.

Estevão suspirou aliviado, tomou a mamadeira que ela tinha na mão e disse.

—Estevão: Me dê isso que eu levo à cozinha, hum. Suba e descanse, minha vida.

Maria sorriu, deu-lhe um beijinho nos lábios e então disse.

—Maria: Obrigada, meu amor.

Ela então subiu. Estevão ficou a olhando enquanto ela subia e suspirou. Política. A proposta que havia recebido o colocaria nesse mundo, e ele sabia que não seria só ele, como toda sua família.

Ele então pela milésima vez, suspirou dividido entre seu desejo de voltar a ser um homem que um dia fora, como um profissional importante e respeitado, e o pai de família que voltou a ser, no meio de um amor e paz que dinheiro nenhum poderia ser capaz de comprar.

Já no quarto depois de ter se livrado das roupas que tinha vindo da rua e colocado um pijama confortável, Estevão abria a porta do quarto dos gêmeos. Abriu devagar visando dois berços lado a lado iluminado por um abajur ao meio deles. O quarto tinha o cheiro gostoso de bebês e tinha a paz da inocência contida ali. E ele sorriu necessitando ter o coração em paz outra vez, e sabia que encontraria essa paz ali.

Lembrava que havia perdido a família que construía com Maria por estar cercado de pessoas ambiciosas e invejosas. Pessoas que faziam de tudo por dinheiro, e agora poderia estar se metendo em um mesmo lugar e talvez bem pior. Com isso ele estava certo que o preço que pagaria depois, poderia ser mil vezes mais que havia sido há quase 18 anos.

Estevão olhou em um dos berços Ângelo de 7 meses dormir. O menino era grande e forte de cabelos bem negros e pele clara. Igualmente a ele também era Ana Letícia. Estevão buscou olhar a menina que sugava a chupeta enquanto também dormia.

E ele então decidiu que nada era mais valioso que eles, que aquele momento que vivia de paz e amor.

Ele então saiu do quarto pela mesma porta que havia entrado e viu agora na cama, Maria dormir. E teve mais certeza que poderia se tornar um subordinado em alguma empresa, prestaria ao papel de sê-lo contanto que tal trabalho não colocasse em risco a felicidade que enfim haviam conquistado.

O poder de um status, não era sinônimo de felicidade.

Pela manhã Maria acordou com o despertador. Era mais um dia da semana e diferente da noite que passou sem a babá que desde que ela voltou a trabalhar a auxiliava, aquele mais novo dia ela estaria presente todo o dia e dormiria na casa. Assim ela sabia que poderia trabalhar sem muitas preocupações.

Ela assim, descia ainda de pijama. Estrela passou por ela com uma escova de dentes na boca e apressada. O bom dia foi dado quase sem se entender, mas Maria sorriu e retribuiu feliz.

Ela assim desceu a escada, e logo estava na sala de jantar. Encontrou assim Estevão com um jornal na mão e uma xícara de café ao lado dele. Ela antes de sentar à mesa, leu a manchete que trazia o jornal e que Estevão não abria mão dele apesar da tecnologia trazê-lo todo na palma da mão e em alguns cliques em algum aparelho digital.

“Escândalo nos bastidores de um governo debilitado. Mais um ministro cai e o enfraquece diante da oposição. ”

—Maria: Eu não aguento mais ver o nosso presidente cometendo tantas decisões erradas.

Depois de falar, Estevão deixou de ler o jornal e o baixou. E quando fez, Maria viu o rosto dele sem cor e mesmo assim, o beijou em um beijo rápido e voltou a falar.

—Maria: Bom dia, meu amor. Disse algo mal? Só estava lendo o que traz o jornal.

Estevão negou com a cabeça, e largou o jornal de lado, dizendo.

—Estevão: Não, minha vida. Chega de política por hoje, hum.

Maria deu de ombros sorrindo, e depois ela disse se servindo com alimentos que estavam posto á mesa.

—Maria: Acordei e nossos filhos ainda estavam dormindo, limpos e aparentemente cheios. Obrigada por isso, porque sei que quase não dormiu, esteve inquieto toda a noite Estevão.

Estevão bebericou do seu café, e disse.

—Estevão: Não me agradeça, querida, não fiz mais que minha obrigação.

Maria sorriu amando-o mais e disse.

—Maria: Essa fase que estamos vivendo com Ângelo e Ana Letícia, me faz recordar como era um pai dedicado quando Heitor nasceu. Sempre dividia os deveres comigo Estevão.

Estevão suspirou com um sentimento de gratidão o arrebatando, e depois a respondeu.

—Estevão: Ás vezes penso que isso que estamos vivendo é um sonho, Maria. Meu maior medo é voltar a perde-la e consequentemente, agora nossos filhos.

Estevão ficou pensativo depois de falar, Maria o analisou e quando ia falar algo, Estrela apareceu de celular na mão, dizendo.

—Estrela: Papai, quero saber porque seu nome está na internet como o suposto novo ministro do presidente. Olha!

Estrela mostrou o celular ao pai. Estevão tentou fazer sinais em vão para a filha. Maria também se levantou rápido de onde estava e caminhou até a filha deles

—Maria: Deixa eu ver isso, querida.

Antes de pegar o celular, ela buscou olhar para Estevão que sabia que já não poderia evitar aquela conversa.

Momento depois, os dois estavam trancados no escritório. A babá eletrônica estava entre eles, bem ao meio da mesa de Estevão, algo que ele sabia que qualquer som o salvaria das interrogações de Maria. Mas nada. Seus gêmeos estavam em completo silêncio desde que Maria decidiu que teriam aquela conversa.

Assim então ela de braços cruzados disse.

—Maria: Então Estevão? O que tem a me dizer sobre você estar sendo citado como o novo ministro do governo de nosso presidente? Não ia me contar?

Estevão passou a mão na cabeça, e ainda que fosse cedo demais, sua garganta seca, gritou por um bom drink naquele momento.

Assim então ele apenas frouxou sua gravata, andou para longe das bebidas, e disse.

—Estevão: Eu estar sendo citado, não significa que serei o novo ministro dele Maria. Por isso ainda não contei, mas ia.

Maria fixou o olhar nele, e disse desconfiada.

—Maria: Ia mesmo? E como foi? Por que já pensa em recusar?

Estevão sentou no sofá, a olhou quando já esteve cômodo, e disse.

—Estevão: A pergunta, é. Por que eu não recusaria, Maria? Estamos falando de política. Não quero me meter nesse meio, nem meter nossa família.

Ele agora mexeu na gravata mais agoniado com seus pensamentos e medos. Maria então entendeu sem precisar de nada mais, que o que o impedia em pensar melhor na proposta que havia recebido, era ela e os filhos que tinham. Algo que para ela, teria que ser motivador e não um tropeço nos êxitos futuros dele assim como não era para ela em sua carreira muito bem-sucedida.

—Maria: Estevão...

Ela então tentou falar, mas o viu se levantar ainda agoniado e dizer.

—Estevão: Se tive problemas em só ter minha empresa, imagina fazendo parte desse mundo? Eu não posso aceitar essa proposta Maria. Deus, é política, nelas existe homens como aquele maldito senador!

Estevão não se conteve mais e foi até as bebidas.

Maria suspirou observando a luta dele, e claramente indo se refugiar na bebida. E assim ela argumentou indo até ele.

—Maria: A política é essencial para todos. Ela não deve ser desprezada nem ignorada, Estevão. Sei de que mundo fala e tive uma amostra com esse homem, mas nem todos são como eles!

Ela tirou o copo da mão dele. Estevão bufou e andou para o meio do escritório, e depois a respondeu quando parou de frente a sua mesa.

—Estevão: Sim, eu sei, mas não estou disposto a pagar mais uma vez o preço de conhecer de perto o lado obscuro agora da política, Maria! Portanto, não temos muito o que conversar sobre isso. Eu não vou aceitar ser ministro de nada, nem de ninguém!

Maria ergueu a cabeça, empinou o nariz e disse.

—Maria: Você está com medo, Estevão!

Estevão deu um riso nada contente, e a respondeu sincero.

—Estevão: Para você não vou negar. Porque sim, estou Maria. Estou!

Maria suspirou, tentou buscar calma e foi até ele. Assim de frente ao seu marido, o tocou no peito e disse, olhando nos olhos.

—Maria: Eu quero que aceite essa proposta, quero que tente e que deixe seu medo de lado.

Ela alisou o peito dele. Ele então suspirou indeciso, inseguro e lhe tomou as mãos, antes de dizer.

—Estevão: Você sabe o que está falando? Você está pedindo que eu entre nesse mundo, e te coloque nele junto de nossos filhos, nossos pequenos principalmente, Maria.

Maria assentiu sabendo do que falavam e então o respondeu baixo, mas em tom sério.

—Maria: Sim, eu sei. Mas você merece isso, e saberemos lidar. E não precisaremos ficar tão expostos. Sei que apareceremos caso for preciso, e sempre ao seu lado, Estevão. Eu não tenho medo.

Estevão fez um sinal negativo com a cabeça e se afastou dela, quando disse.

—Estevão: Eu já disse que tenho!

Maria então o gritou pelas costas dele.

—Maria: Eu não me casei com um homem que para por medo! Sei que você o enfrenta Estevão!

Estevão se virou para ela, e então com eles se olhando, ele a respondeu certo.

—Estevão: Eu tenho muito mais o que perder dessa vez, Maria!

Maria cruzou os braços, olhou de lado e então depois de uns segundos, voltou a dizer.

—Maria: O mundo não é um mar de flores, mas temos que enfrentá-lo, querido. Você tem que voltar a enfrenta-lo. Nós vamos todos ficar bem.

Dessa vez ela foi mansa e esperou a resposta dele, que veio antes dela uma puxada de ar intensa.

—Estevão: Eu não sei Maria.

Estevão levou a mão na cabeça depois falar e em seguida sentiu as mãos de Maria nele. E a tendo diante dele, ela disse.

—Maria: Vi que a nomeação seria para ministro da economia. Você tem que aceitar. Sei que fará um bom trabalho, e precisamos disso, de um ministro competente. Aceite esse trabalho Estevão.

Anoiteceu.

Dessa vez Maria adentrou na sala de estar. Estevão bebia em uma taça, um doce vinho e a esperava para mais uma conversa.

Ela então encostou a porta. Ouvia ao fundo em um som baixo, uma boa música que Estevão ouvia. Assim ela suspirou ansiosa.

E então ela disse.

—Maria: Já estou aqui, Estevão.

Estevão tinha o olhar baixo. Diante da lareira, ele mirava a madeira dentro dela enquanto tinha o pensamento longe.

Assim quando ouviu Maria, ele levantou a cabeça e a mirou. Depois bebeu um gole mais de sua bebida, deixando em seguida a taça sobre a lareira.

E então ele disse.

—Estevão: Amanhã me reunirei com o presidente. Mas quero impor algumas condições caso eu aceite o posto de ministro. Quero estar seguro e que vocês estejam, Maria.

Maria deu um leve sorriso e caminhou até ele. Quando chegou perto dele, ela depositou as mãos no peito dele e disse.

—Maria: Ficaremos seguros sempre e quando você estiver conosco, mas já é hora que também volte a voar Estevão. Eu estou aqui te apoiando e seguirei estando.

Estevão então em uma mão dela, beijou com amor e disse.

—Estevão: Sinto muita falta de ser útil Maria, mas descartarei qualquer ameaça que se oponha diante do que hoje temos.

Ele suspirou depois de falar. Maria agora beijou a mão que ele mantinha na dela, e disse.

—Maria: Eu não duvido disso. Mas não pode temer o mundo. Não podemos teme-lo, meu amor.

Ela se aninhou ao peito dele. Estevão a abraçou e ficaram em silêncio. Assim, a música que ouviam ficou no fundo fazendo a trilha dos sentimentos e pensamentos deles.

E Estevão de repente pegou uma mão dela, um de seus braços passou em volta da cintura dela. Maria o olhou e entendeu que ele a chamava para uma dança.

Ele sorriu.

—Estevão: Nossos filhos?

Ele perguntou buscando saber se teriam tempo para seus propostos. Maria entendeu e disse.

—Maria: Dormindo como anjos e aos cuidados da babá.

Ele então suspirou e devagar começaram se mover na sala.

Roberto Carlos – Propuesta.

Yo te propongo

Que nos amemos

Nos entreguemos

Maria descansou a cabeça no peito dele, e então confessou.

—Maria: Confesso que só a possibilidade de que eu seja a mulher de um ministro, me excita Estevão.

Ela sorriu e buscou olhá-lo.

Estevão se imaginou naquele posto e com ela ao seu lado em eventos importantes, exibindo assim toda sua beleza, mas não só ela, pois ele sabia que era casado com uma mulher inteligente que faria de qualquer oportunidade uma ponte para causas sociais, e então ele disse.

—Estevão: Eu morreria de ciúme toda vez que tivesse que expor sua beleza há outras pessoas, mas também morreria de orgulho, Maria. Teria a mulher mais linda e inteligente ao meu lado.

Ela sorriu, e o beijou no peito.

En el momento

Que el tiempo afuera

No corre más

—Maria: Não importa o que aconteça se aceitar esse emprego, no final de cada dia, estaremos assim. Um nos braços do outro.

Yo te propongo darte mi cuerpo
Después de amar y mucho abrigo
Y más que todo
Después de todo
Brindarte a ti mi paz

Estevão parou, a mirou com amor, levou os dedos abaixo do queixo dela e disse.

—Estevão: É só isso que quero e que desejarei em todos meus dias, Maria, que no final deles, eu a tenha. Que eu tenha nossos filhos e essa paz que conquistamos.

Maria o tocou no rosto, testemunhando mais uma vez ele revelar seu maior medo.

—Maria: E nos terá Estevão. Não iremos a lugar a algum.

Yo te propongo
De madrugada
Si estás cansada

Eles se beijaram. Um beijo longo e doce e quando terminou, Estevão propôs.

—Estevão: Vamos a um lugar, hum?

Maria o olhou com um sorriso sapeca, e perguntou.

—Maria: Onde?

Estevão deu um sorriso de lábios fechados, e disse.

—Estevão: Vamos escapar. Estrela está em casa, os gêmeos com a babá. Vamos sair, hum?

Ele tocou na mão dela pegando-a, e ela então só fez segui-lo.

Darte mis brazos
Y en un abrazo
Hacerte a ti dormir

Meia-hora depois, Estevão estacionava o carro à frente de um hotel. Maria olhou com um sorriso para fora da janela, e apenas recordou que não era a primeira vez que esteve com ele ali, muito menos seria a última e lembrava mais ainda a mais marcantes dela e que havia sido depois de seu regresso.

Yo te propongo no hablar de nada
Seguir muy juntos la misma senda
Y continuar después de amar
Al amanecer
Al amanecer

Estevão saiu do carro, deu a volta e abriu a porta para Maria descer.

Ela então quando desceu, disse.

—Maria: Eu sabia que viríamos aqui.

Ela deu um sorriso. Estevão beijou a mão dela, e disse brincando, por recordar a última vez que estiveram naquele hotel.

—Estevão: Tenho uma leve impressão que fizemos nossos gêmeos aqui.

Ele riu, Maria fez o mesmo e então disse.

—Maria: Acredito que esse lugar é fértil demais, mas dessa vez se é esse seu plano, ele não dará certo querido.

Ela riu mais uma vez, e teve seu corpo puxado pelas mãos dele. Estevão acariciou a cintura dela e as costas em toques de sua mão, e disse.

—Estevão: Nada de bebês. Só quero te amar sem pressa e sem testemunhas de seus gritos.

Maria o empurrou com mão e então disse, rindo.

—Maria: Eu não grito assim, Estevão.

Estevão riu alto ao mesmo tempo que dava o braço para ela pegar e irem até a entrada do hotel.

—Estevão: Você sabe que grita e que amo, que o faça.

Maria não respondeu, guardou silêncio enquanto via Estevão entregando as chaves do carro ao manobrista. Depois subiram juntos a escada e entraram no hotel.

Yo te propongo no hablar de nada
Seguir muy juntos la misma senda
Y continuar después de amar
Al amanecer.

Assim então passaram o resto da noite em um dos melhores quartos do hotel. Se amaram, dormiram, acordaram, se amaram novamente e na volta para casa. Tiveram a casa completa, com os 4 filhos presentes e de brinde a nora.

FIM

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.