Falso amor

Capítulo 64


Olá, por essa vocês não esperavam, não é? Eu postando um capítulo sem muita demora. Acontece que eu estava pensando em fazer uma maratona, mas como percebi que não tenho hora certa para escrever, essa minha maratona ia flopar com a demora das postagens kkkkkk enfim, agora espero que gostem e que saibam que o próximo capítulo já está em andamento e fortes emoções vem por aí!!!

Estevão já descia seus beijos em Maria. Ele beijava o pescoço dela enquanto os braços dele, um a abraçava e o outro descia lentamente em uma carícia nas pernas dela.

Ele assim apalpou uma coxa dela, agora voltando beija-la na boca. Maria suspirou entre o beijo e ele também com os dois já se ardendo em desejo.

Minutos depois, quando Estevão deixou os lábios de Maria, estavam ambos respirando aceleradamente e com os olhos turvos de desejo. Que então assim, ele disse.

—Estevão: Parece um sonho que está aqui outra vez, Maria. Um sonho.

Ele acariciou o rosto dela, e depois a beijou outra vez. Dessa vez, Maria o apertou nos braços, o querendo mais perto. E ficaram daquela maneira aos beijos outra vez, até ouvirem.

—Estrela: Mamãe, está aí?

Os dois ao ouviram, se afastaram e viram a porta se abrir.

Estrela então viu a mãe e o pai a olhando. E Estevão foi o primeiro a dizer.

—Estevão: Boa noite, filha.

Ele deu um sorriso de lábios fechados lutando para espantar qualquer pensamento para se recompor e o mesmo acontecia com Maria, que passava as mãos nos cabelos. Que, assim, Estrela mexendo nas mãos nervosa respondeu Estevão.

—Estrela: Boa noite. Mãe?

Parada no lugar, Estrela olhou tudo curiosa e se deparou com a lareira no canto na parede, grande e mostrando a ela que ela não vivia mais em um apartamento.

—Maria: Vem filha. Senta aqui.

Maria então a chamou a fazemos piscar e voltar olhá-la.

Ela viu Maria se afastar deixando ali no meio do sofá um espaço para ela.

Ela então olhou para Estevão e depois novamente para mãe e disse.

—Estrela: Eu só queria dormir. Vamos?

Estevão se levantou indo em direção ao seu copo e disse.

—Estevão: Vai dormir agora, filha? Ainda é cedo.

Estrela então se sentou relaxadamente no sofá, dizendo.

—Estrela: Essa casa não tem nada para fazer.

Estevão deu um curto sorriso quando virou para olhá-la, e disse.

—Estevão: Talvez não tenha procurado direito.

Maria então criando ilusões com aquela pequena interação entre pai e filha, propôs.

—Maria: Por que não façamos algo? Jogar xadrez por exemplo.

Estrela sorriu e com seu olhar curioso, disse.

—Estrela: E desde quando a senhora joga xadrez, mamãe?

Estevão tinha servido mais um pouco de bebida e assim voltava para perto delas e disse, sorrindo.

—Estevão: Sua mãe joga até melhor que eu, que foi que a ensinou, filha.

Ele sorriu mais enquanto encarava Maria nos olhos e Estrela ainda mais interessada, disse a olhando também.

—Estrela: E por que eu não sabia disso?

Maria deu de ombros. Na verdade, tinha perdido o gosto de jogar tal jogo depois que também tinha perdido seu melhor oponente nele. Que então assim, ela respondeu a filha.

—Maria: É que já faz muitos anos que não jogo uma partida, filha.

Estevão então depois de suspirar, largou o copo na mesinha da sala e disse.

—Estevão: Bom. Então está decidido, vamos jogar e vou chamar Heitor para que esteja com a gente.

Pronto para deixar a sala, Estevão deu dois passos até que Maria querendo aproveitar a animação que Estrela mostrava em cima de seu interesse de poder aprender algo novo é ao lado do pai, ela disse.

—Maria: Vão na frente. Deixa que eu chamo Heitor.

Estevão e Estrela então se olharam e sem esperar consentimento deles, Maria saiu da sala.

E minutos depois, Estrela estralou os dedos e então disse.

—Estrela: E onde vamos jogar?

Estevão então a respondeu rápido.

—Estevão: O tabuleiro fica no meu escritório.

Ele andou então até a porta que Maria saiu e vendo que Estrela seguiu, onde estava ele parou de mão na porta para olhá-la e ouviu.

—Estrela: Tem um escritório em casa?

Ele então assentiu abrindo mais a porta e fazendo um gesto com a mão, ele disse.

—Estevão: Tenho. Vamos?

Ele então voltou andar e Estrela agora o seguindo, disse.

—Estrela: O que tem mais nessa casa?

Estevão riu dizendo.

—Estevão: Vai ter que fazer um tour por ela quando amanhecer para descobrir .

Estrela então enquanto seguia andando ao lado dele, o questionou mais.

—Estrela: Tem uma biblioteca aqui? Sala de tevê? Uma piscina?

Estevão então abriu a porta do escritório, sorrindo e deixando ela aberta para ela passar primeiro, disse.

—Estevão: Duas coisas do que disse aqui têm.

Estrela entrou observando tudo com seus olhos curiosos e a primeira coisa que viu, foi uma estante larga e alta com muitos livros nela.

Ela sorriu então indo até eles.

—Estrela: Não é uma biblioteca, mas têm mais livros aqui que em uma livraria comum.

Ela andou olhando até que tombou no tabuleiro de Xadrez e o olhou em expectativa.

Estevão naquele momento foi até sua mesa. Tinha deixado em cima dela quando havia chegado em casa, tudo que tinha sobre a identidade do infeliz homem que desgraçou tudo que ele mais amava.

Assim, ele deu a volta na mesa com os documentos na mão, dizendo.

—Estevão: Não tenho uma biblioteca, mas podemos dar um jeito se quiser.

Ele abriu uma gaveta que tinha chave, jogou os documentos dentro e a fechou com a chave novamente.

E Estrela ali, cruzou os braços e disse.

—Estrela: Minha mãe está demorando.

Ela olhou a porta e Estevão suspirou naquele momento, que saindo de onde estava, disse.

—Estevão: Filha. Eu quero que saiba...

Estrela olhou rápido para ele e o interrompendo, ela disse rápido.

—Estrela: Que saiba o quê? Que não só estou aqui por minha mãe estar grávida, mas também, porque é o senhor agora que tem minha guarda?

Estrela então entregou que ela sabia mais do que Maria falava com ela. Que então assim, Estevão disse rápido.

—Estevão: Eu vou concertar esse erro assim que eu tiver tempo. Fiz isso fora de mim e já era tarde para mudar, filha.

Ele respirou fundo, sendo sincero e próximo a ela para olhá-la nos olhos. Enquanto Estrela de coração acelerado, disse.

— Estrela: E por que fez?

Estevão passou a mão na cabeça, deu agora passos para sentar no sofá vazio, enquanto ela seguia em pé apenas o olhando. E trazendo átona tudo que sentiu e quis quando soube que era pai de mais um filho de Maria, ele a respondeu a mirando com seriedade.

—Estevão: Parte minha, levado pelos ressentimentos, outra porque realmente te queria perto, filha. Já conheceu meu desejo de ser pai de uma menina como você e a ideia que fui, mas não a tive e não tinha, me consumia de raiva e rancor.

Estrela passou o ombro em um canto dos olhos. Não deixou que Estevão enxergasse suas lágrimas, mas seu rosto mudando de cor mostrava como ela estava. Mas que assim, ela disse baixinho o que era sua sina e a separava tanto do pai.

—Estrela: Por minha mãe. Tinha rancor e raiva dela.

Estevão respirou fundo. Estava sendo sincero e assim seguiria sendo, que por isso ele a respondeu.

—Estevão: Sim, por ela, pela vida e por tudo.

—Maria: Chegamos. Quem vai primeiro?

Maria entrou, puxando a mão de Heitor que trazia na mão uma bandeja de vidro de pipoca. E quando percebeu que tinha interrompido algo, ela buscou no rosto da filha e de Estevão o que era.

—Heitor: Tia Alba está trazendo mais pipoca.

Heitor também olhou com atenção os dois. Até que Estevão se levantando, disse tornando sua animação de antes para aquele momento.

—Estevão: Bom, então vamos jogar.

Assim quem sentou primeiro na mesa, foram Estevão e Maria.

Começaram uma partida mas narrando, para que Estrela que não sabia entendesse.

Assim, momentos depois Alba entrou com a pipoca. Maria fez pouco caso da presença dela, mas os demais conforme os minutos iam passando, eram gentis trazendo ela para conversa até Estrela que tinha transformado seu humor e estava sorrindo e falando demais.

E foi quando os lugares foram trocado, Maria foi para ao sofá ao lado de Heitor e ela sentou em seu lugar na frente de Estevão, o que ela em seguida se mostrou nervosa.

—Estevão: Entendeu como faz, filha?

Estrela assentiu arrumando as peças dela.

Maria olhou para Estevão e soprou um "deixe ela ganhar" e Heitor largou a bandeja de pipoca no colo de Maria e foi do lado da irmã, dizendo.

—Heitor: Vou te ajudar em sua primeira partida, Estrela. Nosso pai tem mania de querer ser o sabidão.

Ele piscou para o pai e Estrela suspirou mais aliviada.

Que movendo a primeira peça primeiro. Ela ouviu Heitor cochichar no ouvido dela como ela poderia mover outra peça.

Ela riu e Estevão depois de mover sua peça, disse rindo também.

—Estevão: Não vale entregar meus truques, Heitor, filho.

Heitor o olhou rindo e disse.

—Heitor: Tarde demais papai.

Os dois riram.

Alba ainda ali, olhava fixamente a cena, calada e sentada na outra ponta do mesmo sofá que Maria estava com ela e disse.

— Alba: Depois será eu com Maria.

Maria deu um sorriso irônico e depois disse.

—Maria: Não vai ter chance alguma comigo, Alba.

Alba deu o mesmo sorriso que ela, e a respondeu.

—Alba: É o que veremos.

Estevão começou perder peças e claramente porque não se empenhava a ganhar aquela partida, e todos entenderam aquilo menos Estrela que disse animada.

—Estrela: Pode voltar ao seu lugar Heitor, que já entendi como joga.

Ela esfregou uma mão na outra e Heitor fez sinal de redenção com as mãos e disse rindo.

—Heitor: Ok, agora o jogo está por igual.

Ele então voltou para o lado de Maria que encostou a cabeça no ombro dele.

E já faltando assim duas peças para Estrela ganhar de Estevão e com ele dando falso lamentos, ela disse.

—Estrela: Se eu ganhar quero algo Estevão.

Estevão riu e então disse, movendo ele uma peça.

—Estevão: Não sabia que íamos apostar algo, que se soubesse teria me empenhado mais. Mas me diga o que quer.

Estrela sorriu de lado, pegando a penúltima peça dele e disse, o olhando.

—Estrela: Quero trazer alguns amigos algum dia aqui, já que tem piscina . Tem não é?

Heitor que enchia a mão de pipoca, disse.

—Heitor: Tem uma enorme lá fora.

Que com os olhos brilhantes para ver a tal piscina, Estrela disse mirando Estevão.

—Estrela: Então posso?

Que ele fingindo que sua resposta poderia ser um não, ele disse.

—Estevão: E quanto amigos vão ser?

Maria então riu e disse o nome dele em um tom de advertência por saber que se ele dissesse sim, teriam em breve se dependesse da filha deles a escola toda na casa.

—Maria: Estevão...

—Estrela: só 3.

Alba deu um riso de lado, duvidando da resposta, e se intrometeu dizendo.

—Alba: Aposto que vão ser uns 15.

Estevão então deu de ombros e disse, mirando a filha.

—Estevão: Pode ser quantos quiser, contanto que tenha um adulto com vocês.

Estrela comemorou sua vitória batendo palminhas quando o ouviu e por fim, ela também ganhou a partida e logo depois, Estevão saiu e Heitor sentou no lugar dele.

Assim, outra nova partida agora entre irmãos iniciou, enquanto Estevão e Maria ficaram olhando e dividindo entre eles a pipoca.

Assim com o tempo passando, Maria que sorria, colocou pipoca na boca de Estevão e ele em seguida roubou um beijo dela e repetiram mais de uma vez tal cena que, Alba que cansada de assisti-la, os deixou . Caminhou para fora do escritório e então foi até o telefone da casa enquanto eles seguiram com os filhos no escritório.

Já ao final da noite, Maria bocejou olhou Estrela ao seu lado no sofá e disse, para Estevão e Heitor que tinham a partida dele de xadrez.

—Maria: Eu acho que já vou dormir .

Estrela então pegou no braço dela encostando a cabeça também nele, e disse.

—Estrela: Vamos mamãe.

Estevão e Heitor pararam para olhá-la. E Estevão disse primeiro.

—Estevão: Bom, acho que chegou a hora de todos ir dormir.

E Heitor recusando ir para cama aquele momento, disse.

—Heitor: Eu ainda estou cheio de energia, acho que vou sair.

—Maria: E onde vai a essa hora, filho?

Heitor riu achando graça da novidade que vivia ao ter Maria agindo com uma mãe agiria que era esse mesmo seu posto. Que olhando em um relógio na parede e vendo ainda eram 22:30 da noite. Ele disse.

—Heitor: Ainda é cedo, mãe.

Estevão ainda sentado de frente do tabuleiro, cruzou os braços e disse enquanto brincava com um riso no rosto.

—Estevão: Heitor quase não dorme em casa mais, Maria e tudo depois daquela sua amiga aparecer, já disse isso uma vez.

Maria sorriu pensando em Vivian e então disse.

—Maria: Hum. Um dia podemos convidar Vivian para um jantar agora que estou aqui.

Maria então se levantou com Estrela ainda pegada no seu braço. Que Estevão as olhando sem ilusão nenhuma que dormiria aquela noite com Maria, disse ao ver que deixariam o escritório.

—Estevão: Boa noite, querida. Boa noite, filha.

Estrela o respondeu baixo. Maria então foi até Heitor, beijou a cabeça dele com carinho e depois quando olhou para o lado de Estevão os olhos dele a chamaram e ela então foi até ele e tentou mirar um beijo em seu rosto, mas a boca de Estevão conhecendo muito bem que caminho seguir, a beijou nos lábios.

Assim dois castros beijos então foram trocados. Até que Maria saiu com Estrela e ficaram apenas Heitor e Estevão.

—Heitor: Vai dormir no seu quarto hoje?

Heitor perguntou ficando de pé. Estevão negou mexendo em umas das peças de Xadrez e então disse.

—Estevão: Não. Ainda não está pronto.

Heitor sorriu admirando a sagacidade do pai. Que assim, ele disse.

—Heitor: No fundo sabia que elas viriam, não é?

Estevão então o respondeu.

—Estevão: A esperança é a última que morre, filho.

Eles riram e depois Estevão ficou sozinho, e com a peça que ele tinha na mão, derrubou uma que estava em pé sobre tabuleiro e sussurrou.

—Estevão: A esperança é a última que morre...

As horas passaram e com elas a noite corria.

Maria deitada em sua nova cama, se movia para um lado e outro enquanto Estrela já dormia ao seu lado.

Ela então suspirou certa que não conseguiria fácil pegar no sono já que depois que se deitou, sua cabeça não deixou de pensar em tudo que tinha acontecido aquele dia. Que entre todos os acontecimentos contando com sua mudança para aquela casa, era a conversa pela manhã que teve com Luciano que estava bem viva e quase que presente ali com ela em sua mente.

Só pensava que não havia tido tempo para contar a Estevão daquela conversa. Engraçado era que pensava que agora que estava sobre o mesmo teto que ele, pareciam longe um do outro.

Ela virou o corpo do outro lado e ouviu Estrela que estava adormecida resmungar. E dessa vez, ela resolveu se levantar.

Com o quarto todo escuro e apenas um pouco de uma iluminação vindo da janela, ela caminhou até uma poltrona e foi pegar seu robe. Enquanto vestia ele, ela olhou para cama.

Conhecia o sono de sua menina e sabia que ela só acordaria pela manhã. Ela então sorriu, lembrou como ela pareceu mais alegre no jogo de xadrez e diante do pai. E julgou que Estevão tinha que ter mais momentos como aqueles com a filha deles. Que no final, algo simples deu mais intimidade a eles do que qualquer conversa ou presentes que ela viu que ele a encheu deles.

E ela sabia que necessitava urgente que Estevão tomasse seu posto de pai no coração de Estrela que só assim Luciano deixaria o dele.

Ela então passou as mãos nos cabelos os arrumando. E abriu a porta e quando fez, se deparou com o corredor iluminado e com Estevão que deixava o quarto a frente do dela.

Ele vestia pijama. Um pijama xadrez e azul escuro e pantufas da mesma cor. O que a fez entender que ele estava pronto para dormir, mas saia do quarto errado e não do ao lado do dela.

Que então assim depois de um tempo com os dois se encarando, ela disse.

—Maria: O que faz saindo desse quarto, Estevão?

Ela disse baixo e fechou devagar a porta atrás de si. Que a vendo depois cruzar os braços a espera de uma resposta, Estevão disse.

—Estevão: Essa é a terceira noite que durmo nesse quarto, Maria.

Ela então olhou de lado a porta ao lado, que curiosa ela disse quando voltou olhá-lo.

—Maria: O que houve com seu quarto?

Estevão então suspirou e a respondeu.

—Estevão: Estou o reformando. Reformando para que ele volte a ser nosso e digno de recebe-la outra vez.

Maria então piscou mais de uma vez quando o ouviu, ficou calada por algum segundos enquanto sentia seu coração ilusionado bater mais rápido. Até que depois de olhar para suas pantufas brancas nos pés enquanto buscava clarear sua mente e acalmar seu coração, ela disse o olhando.

—Maria: Tinha tanta certeza que eu viria com nossa filha que estava preparando tudo.

Ela deu um breve sorriso e agora sentindo um frio na barriga. E que rebatendo as palavras dela, Estevão disse firme e de olhos brilhantes.

—Estevão: Mantive minhas esperanças e elas não servem de nada se não vier com ações, não acha?

Maria puxou com força todo o ar do seu peito. E então disse baixo.

—Maria: Claro. E onde ia? Estou sem sono. Na verdade, está difícil dormir tão perto de você e ao mesmo tempo longe Estevão ainda mais nessa casa.

Ela olhou ao redor depois de falar e Estevão então a respondeu.

—Estevão: Eu ia buscar um chá para dormir, mas ele pode esperar se quiser conversar sobre isso a não ser que também queira um chá e então me acompanhe.

Maria então negou com a cabeça.

—Maria: Eu prefiro conversar.

Assim então, Estevão disse.

—Estevão: Como quiser. Entre.

Ele então abriu a porta do quarto que usava, Maria suspirou antes de sair do seu lugar e então passou por ele e entrou no quarto.

Estevão entrou logo depois, parou atrás dela enquanto ela olhava o quarto para hóspede que ele ocupava e não tão grande como o principal que era o dele.

Ela então girou de volta para ele, dizendo.

— Maria: Acho que agora podemos conversar em paz.

Estevão então concordando com ela, disse pronto para ter o momento que tanto buscaram.

—Estevão: Sim, já que também gostaria de falar contigo mas não sei ainda se será um bom momento.

Ele olhou para o ventre dela, enquanto ela o encarou confusa e disse.

—Maria: Penso igual. Talvez, quando eu dizer o que me aflige, não teremos logo uma boa noite de sono.

Quando a ouviu, Estevão a olhou sério, que assim logo disse.

—Estevão: E o que te aflige? Por que não senta?

Ele estendeu a mão para a ponta da cama e ela olhou a cama grande parecendo quente e confortável demais, para ela pensar em se concentrar em contar a ele o que guardava e o que não a deixava dormir.

Ela então o mediu agora de cima a baixo. Gostaria de passar a noite com eles necessariamente fazendo amor. Mas era algo que nem poderia ser pensado. Não com ela na condição que estava. Mas dormir nos braços dele sobre a cama que pareceu tão convidativa, parecia sim ser uma boa opção.

Mas seria uma opção que ela tinha que escolher bem depois da conversa deles. Que então optando em ficar longe da cama, ela disse.

—Maria: Não sei se é boa ideia, vou sentar ali.

Ela apontou uma poltrona preta de couro e que tinha um livro nele. Estevão então deu um curto sorriso dizendo.

—Estevão: Quer conversar Maria, eu também quero. Então não se preocupe querida, não tenho segundas intenções contigo. Não essa noite.

Quando ela o ouviu, o olhou baixando o olhar e não muito contente pelo que ouviu. Mesmo que era o mesmo o pensamento que tinha. No fundo se envaidecia em saber que apesar dos anos passados seguia sendo o objeto de desejo daquele homem que via e que conhecia mais que nunca depois de sua volta.

Mas que mesmo assim, ela caminhou e sentou na poltrona pegando o livro antes na mão. Estevão fechou a porta de chave e ela então disse com o livro no colo.

— Maria: Disse que não tem segundas intenções comigo, mas fecha a porta de chave.

Estevão então suspirou. Se não tinha segundas intenções com ela não era por opção. Assim então ele disse, sorrindo.

—Estevão: É melhor para nossa privacidade e sobre todos os aspectos.

Ele então caminhou e depois de suspirar enquanto passava a mão no rosto, voltou a dizer.

—Estevão: Pronto. Pode começar falando o que tiver que falar, Maria.

Ele sentou na ponta da cama e Maria então, disse sem rodeios.

—Maria: Estou suspeitando que Luciano me enganou, Estevão. Que mentiu para mim todos esses anos. Estou suspeitando que ele sabe muito mais do que já me contou.

Estevão respirou tão fundo que suas narinas dilataram quando ele soltou o ar por elas. Que então sério depois de ouvi-la, ele disse.

—Estevão: E o que te leva a crer nisso? Ele te disse algo, te fez algo Maria?

Maria pensou em como Luciano agiu pela manhã no apartamento dela e o respondeu firme.

—Maria: Eu e ele discutimos e simplesmente suas atitudes me levaram a crer nisso, Estevão.

Estevão então se levantou agora pensando e pensando.

Flashback há 15 anos atrás.

Uma reunião acontecia na mansão San Roman. Era uma festa de aniversário de casamento.

A sala estava cheia. Tinha amigos de negócios de Estevão para todo lado. Amigos que apareciam mais por interesse do que por afeto. Mas ainda assim a presença deles eram bem-vinda.

Estevão fazia questão em tê-los ali, primeiro para tê-los como aliado, segundo para poderem ver como ele sempre tinha o que queria. Porque um pouco de exibicionismo, não fazia mal a ninguém.

Ele então bebeu um pouco de sua bebida. Um uísque caro e do bom. E ouviu por trás dele.

—X: A festa está linda.

Ele olhou e sorriu. Era Luciano, que estava bem trajado e com um copo de bebida na mão.

Que assim, feliz ele disse.

—Estevão: Sabe, Luciano. De todos aqui eu sei quem realmente está feliz com minha felicidade com Maria e que é fiel sem pedir nada em troca. E dos poucos com tais características, você é um deles.

Depois de falar, Estevão bateu duas vezes em um ombro de Luciano que respondeu a ele.

—Luciano: Pode ter certeza que é exatamente isso, Estevão.

Evandro que se achegava, andando devagar já sentindo o peso de sua idade, disse.

—Evandro: Qual o motivo do sorriso? Espero que seja um bom negócio à vista.

Estevão deu um riso torto de lado, e o respondeu.

—Estevão: É da minha felicidade de estar fazendo 5 anos de casamento com a mulher mais linda e nobre que já conheci. Esse é motivo do meu sorriso, Evandro.

Ele depois de falar mirou para o lado que via Maria conversando com Patrícia enquanto ambas tinham um taça na mão.

E como que sentisse o olhar de Estevão sobre suas costas, Maria olhou para trás. E então viu o par de olhos verdes a olhando com intensidade. Mas ele não estava só, por isso ela olhou ali com ele Evandro e Luciano e os olhos dela desviaram rápidos do homem de meia idade que a olhou com lascívia, a fazendo voltar a dar atenção a Patrícia.

Que rindo, assim Evandro disse.

—Evandro: Parece que aqui quem está mais feliz, é você Estevão.

Evandro riu mais e tossiu depois. Luciano só olhava calado enquanto mirava Estevão agora beber a bebida toda em seu copo e com os olhos presos em Maria.

O que fez segundos depois ele sair de onde estava para ir até ela. Mas então Bruno apareceu no caminho dele, dizendo.

—Bruno: Precisa trocar de advogado, Estevão. Não sinto confiança em Luciano.

Bruno então olhou para onde Luciano estava há alguns passos distantes deles e seguindo na companhia de Evandro.

Enquanto Estevão sem paciência, disse.

—Estevão: Bruno, agora não é o momento, hum.

Bruno então pegou seu charuto do bolso e disse.

—Bruno: Posso?

Estevão deu de ombros agora trocando seu copo vazio por mais um cheio, assim que um garçom do buffet da festa passou com uma bandeja de taças de champanhes.

—Bruno: Para homens como nós, toda hora é hora de falar de negócios, meu querido Estevão.

Estevão então bufou dizendo depois.

—Estevão: Mas eu digo que hoje não, porque hoje só tenho olhos para minha mulher, Bruno.

Bruno nada contente tragou seu charuto e depois de sopra-lo, disse.

—Bruno: Às vezes vejo Maria como um problema entre nós.

Estevão distraído, piscou não olhando mais para Maria que agora estava na companhia repentina de Luciano. Que então assim, ele disse.

—Estevão: Desculpe, Bruno. O que disse?

Bruno olhou para onde Estevão mirava atento e disse.

—Bruno: Que precisa de outro advogado de confiança e eu tenho um perfeito.

Cansado da mesma conversa, Estevão então o respondeu.

—Estevão: Não obrigado. E não me incomode mais com essa história Bruno. Luciano é de minha inteira confiança e isso basta.

Ele então saiu deixando Bruno onde estava e logo depois, se aproximou de Maria. Se aproximou por trás dela. Primeiro ele cheirou os cabelos dela, notando que a conversa que tinha com Luciano era sobre Heitor e o fato dela ter posto ele para dormir.

—Estevão: Vamos um minuto no meu escritório, querida .

Maria rapidamente ficou vermelha com Estevão dando beijos agora no pescoço dela enquanto uma mão tinha tomado a cintura dela.

Assim ela se virou para estar de frente dele e disse.

—Maria: Estevão, estamos em público o que Luciano e os outros vão pensar.

Estevão suspirou feliz tendo ela levando as mãos ao redor do pescoço dele, e a respondeu.

—Estevão: Que somos completamente apaixonados um pelo outro.

Ele cheirou o pescoço dela dando beijinhos e de repente a presença de Luciano perto deles e da sala cheia, desapareceu para Maria que em seguida ela se viu saindo com ele em direção ao escritório.

Que quando se viu trancada com ele, depois de deixar sua bebida na mesa, ela teve seu corpo encostado contra a parede e seus lábios arrebatados com beijos de verdades e de puro desejo.

—Estevão: Estou sentindo que é hoje que faremos nossa menina, meu amor.

Depois deixar a boca dela, Estevão disse todo ofegante, descendo seu corpo na frente do dela.

Maria usava terninho branco e todo elegante para a ocasião. Usava o cabelo todo preso, no pescoço um colar de pérola que tinha sido seu presente e em sua mão tinha sua aliança no mesmo dedo que compartilhava o extravagante anel que Estevão tinha pedido ela em casamento. Estava uma dama linda e bem-comportada.

E assim que ela teve as mãos de Estevão abrindo sua calça, ela disse.

—Maria: Toda noite fala a mesma coisa desde que te contei que deixei de tomar as pílulas, Estevão.

Ela riu vendo o pano da calça dela escorregar até o chão com um puxão que Estevão deu.

Depois ele levantou a cabeça, para dizer.

—Estevão: Agora é diferente. Eu sei.

Fim de flashback.

Estevão passou a mão na cabeça . Mais uma vez e que já não podia nem contar.

Tinha escutado Maria. Suas suspeitas e até o fato que a filha deles havia insinuado que gostaria de viver com ele. E não. Definitivamente não permitiria aquilo e estava mais que certo que Maria tinha tomado a decisão certa em estar ali com ele. Assim cuidaria das duas. Ele, apenas ele.

Que então assim ele disse, de rosto vermelho e com os olhos bem vivos.

—Estevão: Não só nossa filha tem que se manter longe desse infeliz, Maria, mas também você! Você!

Maria tocou os cabelos. Ela tinha posto os joelhos sobre a poltrona e se encolhido nela, assim ela abraçou os joelhos, dizendo enquanto olhava cama mas tinha o olhar vazio.

—Maria: Me dói desconfiar assim de Luciano, Estevão. Ele foi por muito tempo a única pessoa que tive ao meu favor.

Estevão ficou por alguns segundos calados, sentindo a parte dele lhe pesar em cima daquela frase que ouviu de Maria. Mas também, tinha certeza que se Luciano por todos aqueles anos mentiu, até ser ele o salvador dela, ele tinha tramado. Que então assim, ele disse com o peito cheio de raiva.

—Estevão: Ele sabia que seria essa pessoa Maria! Está claro que sabia!

Maria concordou, passando agora uma parte de seu cabelo para o lado. E o respondeu.

—Maria: Ele sabia também do que você seria capaz de fazer para que ele soubesse que eu precisaria dele.

Estevão andou então pelo quarto e disse enquanto se explodia por dentro em pensar que ele ajudou Luciano tirá-la dele.

—Estevão: Ao que parece ele poderia ter impedido que eu fizesse qualquer coisa! Porque de algo ele sabe Maria! Ele sabe!

Ele então parou a olhando com dureza, mas em um olhar que não era ela se alvo do que sentia.

Que assim, Maria notando que ele se alterava demais, disse.

—Maria: Se acalme, Estevão. Vai alertar a todos sobre nossa conversa.

Que não contente, Estevão depois de ouvi-la, exigiu.

—Estevão: Minha filha tem que saber o que o homem que ela tanto adora foi capaz de fazer. Deve contar para Estrela sobre suas suspeitas, Maria!

Maria deu um riso irônico e saindo agora da poltrona que estava, ela disse.

—Maria: Disse bem, Estevão. Suspeitas. Eu preciso mais do que isso para convencer nossa filha adolescente e na fase que está que o homem que ela quer como pai, não é um homem bom.

Estevão então bufou cheio de raiva e a respondeu.

—Estevão: Maldito Luciano! Eu sempre estive certo em dizer que ele me traiu! Que me tirou você e a ela de propósito, Maria!

Maria então o respondeu agora ela se alterando.

—Maria: E você jurava que fomos amantes!

Agora ela virou de costa cruzando os braços e Estevão a tocou no braço fazendo ela olhá-lo.

—Estevão: Eu estava cego Maria nesse contexto que me referia que os ligava, mas veja bem eu não estava totalmente enganado em relação a ele. Porque não duvido que ele não desejou mais que sua gratidão!

Maria virou o rosto enquanto era arrebatada por lembranças de Luciano declarando seu amor a ela. Que assim, ao olhar Estevão outra vez, ela disse baixo.

—Maria: É melhor eu ir para meu quarto.

Mas que Estevão não contente, insistiu.

—Estevão: Em algum momento ele deve ter mostrado o que queria Maria. Você deve ter notado. Se relacionaram não foi?

Ela então ergueu a cabeça empinando o nariz e disse.

—Maria: Sabe que sim, mas nunca consegui levar adiante, não como você levou trazendo mulheres para sua cama.

Os olhos dela agora se tornaram em um verde de cor intenso ao mesmo tempo que ela torcia os lábios de lado depois de falar e seu rosto tomava mais cor.

Enquanto Estevão agora levando as mãos no rosto dela, disse tomado do mesmo sentimento que ela. Ciúme.

—Estevão: Ele te queria como mulher. Como a esposa que só eu tive.

Maria então pegou nos braços dele e retirou as mãos dele nela, que se afastando dele, ela o respondeu.

—Maria: Isso não pode te sido apenas o único motivo para ele se calar ou participar do que me fizeram.

Estevão então fora de si, disse todo vermelho.

—Estevão: Nos, fizeram Maria! Me fizeram também! Eu te perdi. Perdi o nascimento da minha filha desejada. Eu também perdi muito e o desejo que tenho é de fazer justiça com minhas próprias mãos!

Maria abriu a boca depois que o ouviu cuspir cheio de ódio e ressentimentos tais palavras, que agora ela indo para cima dele, disse histérica.

—Maria: Não fale isso alto demais nem fora de 4 paredes como essa e que não seja eu sua testemunha, Estevão! Não seja um imbecil assim!

Ela bateu contra o peito dele, e ele então segurou nas mãos dela mantendo ela ali quase colada nele e disse, agora baixo. mas com uma intensidade que mostrava seu estado.

—Estevão: Você sempre foi boa demais para mim Maria. Eu deveria ter me afastado quando percebi o que sua presença me despertava. Mas fui além e olha o que fiz. Te destruí. Nos destruí.

Ele tocou então um lado do rosto dela e Maria disse, de olhos fechados.

—Maria: Minha intenção não era abrir nossas feridas.

Estevão então beijou as duas mãos dela, e depois buscando os olhos dela, ele disse baixo.

—Estevão: Mas elas sempre estarão entre nós. Sempre aqui latente, me trazendo dor, vergonha, arrependimento. E a você? Hum? Estou vendo como se sente estando nessa casa e não é a mesma felicidade que a minha.

Maria suspirou e o respondeu baixo, mas sem intenção de seguir na conversa que entravam.

—Maria: Estevão você está alterado.

E ela se afastou devagar dele e então a olhando, Estevão disse.

—Estevão: Eu descobri quem foi o homem que esteve com você naquele maldito dia que tiraram aquelas infelizes fotos, Maria.

Maria que tinha dado as costas para ele. Parou e se virou devagar, enquanto seu coração saltava dentro do seu peito. Que depois de piscar mais de uma vez e ter voz de dizer algo, ela disse.

—Maria: O que está dizendo, Estevão?

E Estevão sabendo que ela tinha escutado muito bem o que ele tinha dito e que sua pergunta era apenas para ela ter certeza no que ouviu, firmou.

—Estevão: O que ouviu Maria. Já tenho a identidade do homem que estava com você naquelas fotos.