Falso amor

Capítulo 62


Olá lindas, aqui está uma nova atualização. E como eu estou em uma fase da fic que está sendo relevado o passado, haverá bastante flahsback para esclarecer os momentos que precisará ser contato para que as peças se encontrem. Enfim, espero que gostem do capítulo e obrigada por lerem!!

Demétrio depois de falar com Daniela, ficou pensativo. Sua mente o levou quando recebeu a proposta de Bruno e o que os levaram ali, em uma vida sem mais nenhum momento de escassez que tanto ele odiou vive-la.

Flashback de 15 anos atrás

Demérito tomava café em uma cafeteria. 3 pequenos pães doces estavam em um pequeno pratinho na mesa, uma xícara de café também e ele bebericou mais um pouco dele enquanto ouvia Bruno falar.

Bruno sentou ali de frente para ele com sede de aliados. Lógico, ele era bem astuto, que sabendo que para se dar bem em seu novo negócio cada peça deveria estar posta em seu devido lugar, nenhum passo em falso poderia ser dado. Fazendo ele assim ir em busca de gente tão ambiciosas quanto ele.

Peças estavam sendo encaixadas e outras apenas tiradas e não importava para ele o que tinha que fazer, sua ambição era grande o suficiente para ele dar todas as cartas que tinha e usar todas as peças sem medo. Como Demétrio, que se tornaria naquela manhã também uma carta importante para ele.

Que assim, ele arrumou seu terno sobre medida encarando Demétrio desfrutando daquele pobre café da manhã e longe de casa porque o homem procurava um bom emprego, assim ele sabia e usaria ao seu favor. Por isso estava ali em uma boa hora. O natal havia chegado cedo para Demétrio e Bruno seria como seu Papai Noel que o presentaria com o que ele mais necessitava e era tão óbvio. Dinheiro.

— Bruno: Então, o que me diz?

Demétrio limpou a boca com um pouco do guardanapo de papel que tinha na mesa. Havia custado engolir o que comia, porque tinha se engasgado quando ouviu Bruno. Estava desconfiado que Bruno não lhe contava tudo, o que parecia que isso se devia ao fato de estarem em um lugar público. Apesar que a parte que já tinha escutado parecia bom demais para ser verdade.

Aquele negócio que era apresentado para ele, era como que se ele tivesse ganhado na loteria. Claro, se desse certo. Porque julgava que o que ele só ouviu vindo de Bruno, foram promessas. Promessas que diziam que ele faria parte de umas das empresas mais famosa do país. As empresas San Roman. Só não tinha entendido exatamente como, por isso sua desconfiança.

Que então assim, ele disse.

—Demétrio: Tudo isso que me disse, parece ser bom demais para ser real Bruno. Por isso quero garantias que não vai me sacanear.

Bruno deu um sorriso de lado. Demétrio estava sendo como Tomé e ele não se encaixava muito bem no papel de Cristo.

Que por isso ele disse, direto.

—Bruno: Só faça seu trabalho quando chegar a hora e verá que em pouco tempo fará parte da empresa San Roman como prometido. A não ser que não queira e então perderá um grande negócio assim que eu me virar e ir embora, caro Demétrio.

Demétrio ficou calado por um bom tempo. Entendeu que sua missão inicial era prestar serviços como advogado ao presidente da empresa San Roman. Serviços nos quais Bruno jurava que ele ia precisar e não poderia ser qualquer advogado, apenas ele e então a promessa seguinte era ele fazendo parte como um sócio da empresa.

Que assim que viu que Bruno ia se levantando sabendo de suas necessidades financeiras, ele decidiu que naquele momento não se importaria se naquele acordo alguém teria que morrer, se não fosse ele, claro. Que certo que o acordo seria selado ali mesmo, ele deu a mão para Bruno em um sim silencioso.

Fim de flashback.

No meio da tarde, Maria já deixava seu apartamento. Com 2 malas grandes, ela só colocou nelas pertences pessoais que ela e Estrela precisariam usar estando na mansão San Roman. Do resto tudo ficou no apartamento com ela julgando que se faltasse algo, ela poderia muito bem buscar, só não podia de fato se manter ali com sua filha.

Não tão desconfiada como agora estava de Luciano, não também tendo uma representante do juizado de menores em seu pé. Estava literalmente de mãos atadas.

De fato, Estevão tinha o que queria. O que a fez lamentar pensar assim ao lembrar das palavras e Luciano. Que suspirando, ela entrou no elevador com Arnaldo ao lado dela levando as malas.

Luciano desgraçadamente parecia ter razão. Estava retornando para mansão assim como Estevão desejava. E o pior era que o amava também e lhe tinha até dito sim para um casamento que nem poderia pensar em uma data próxima, não com aquilo tudo que acontecia e ainda estava dando mais um filho a ele.

Estevão vencia e ela confusa, sentia que apenas vivia um retrocesso.

Ela então desceu a mão ao ventre e deixou ela ali repousando, até que o elevador abriu e ela já estava no estacionamento coberto do condomínio. E seus olhos então encontraram de longe com os de Estevão e ela suspirou nervosa.

Ele estava parado, de braços cruzados e encostado em seu grande carro preto. Ela suspirou mais uma vez o olhando. Ele estava tão bonito e a olhando tão firme.

As vezes pensava que se odiava tanto por ainda amá-lo com aquela intensidade toda, que o que só servia de consolo a ela, era que aquele amor que sentia ainda com tamanha força era o mesmo que ainda vinha dele por ela.

Ela parou no caminho quando viu ele sair de onde estava para encontrá-la no caminho, que impaciente e ansioso, ele não suportou espera-la.

Na verdade, apesar de feliz com a decisão de Maria em mudar, Estevão se pôs desconfiado quando começou a pensar ao que se devia sua repentina mudança de ideia e tão apressada.

Que então assim depois que Arnaldo seguiu para outro carro que era o qual ele tinha chegado ali, deixando Estevão diante de Maria, ele disse direto, depois que puxou o ar do peito e a olhou nos olhos pela primeira vez.

—Estevão: O que aconteceu para que mudasse de ideia tão repentinamente, Maria? Aconteceu algo, querida?

Ela quando o ouviu, cruzou os braços trazendo no meio deles sua bolsa de mão e virou o rosto.

Que assim ela respondeu depois de suspirar e voltar a olhá-lo.

—Maria: Achei que era o que queria, Estevão, mas se mudou de ideia, eu posso...

De imediato, Estevão tocou nos braços dela e disse.

— Estevão: Não. Não meu amor, eu não mudei de ideia. Ainda penso que ficará mais segura em minha casa junto com nossa filha e como vamos nos casar, não há nenhum problema em já vivermos juntos, hum.

Ele subiu as mãos, agora elas grandes e quentes tomando o rosto dela e deixando ela a mercê dele com tão pouco, ainda mais quando os lábios dele tocaram os dela e ela se viu entregue a ele e seus pensamentos que antes tinha, todos morrendo ali.

Um beijo lento foi trocado até que ele cessou e as testas se colaram. E ela se ouviu dizer.

—Maria: Tem coisas que devemos conversar sobre minha decisão, mas não quero que seja aqui Estevão.

Estevão então suspirou se afastando apenas um pouco para mira-la nos olhos. Teve então certeza que tinha algo a mais no meio da decisão dela. Que assim, ele disse.

—Estevão: Como quiser Maria. Podemos conversar no caminho também, hum.

Maria então deu um sorriso curto e assentiu, dizendo.

—Maria: Sim. Só não devemos demorar porque devo pegar Estrela em sua segunda escola, e eu sozinha quero contar de nossa mudança.

E Estevão começando a andar ao lado dela para irem até o carro dele, a respondeu.

—Estevão: E como sempre ela não vai gostar nada.

Ele respirou fundo já esperando uma reação negativa da filha deles, enquanto Maria, disse baixo.

—Maria: Não vai. Mas não há outra escolha.

Quando a ouviu, Estevão parou e a olhou tentando entender as palavras dela. Até que disse, entre confuso com o que pensava e ao mesmo tempo triste por pensar que ela estava indo obrigada morar com ele e Heitor.

—Estevão: Porque sinto no ar a sua aflição e angústia com a mudança de vocês? Isso me confunde, Maria. Eu te amo e sempre vou me arrepender e pedir perdão por meus erros que sou consciente deles e de minha culpa, mas também não desejo que se mude obrigada quando diz que não há escolha.

Maria piscou mais de uma vez, levantou seu olhar empinando também seu nariz e ficou calada enquanto pensava. Olhou por todos os cantos buscando palavras para responde-lo, já que também trazia nela a revolta que saiu com ela de seu apartamento até vê-lo ali.

Que então depois do silêncio se fazer suficiente entre eles, ela o olhou e respondeu.

—Maria: E não há escolha Estevão. Graças ao que fez, tive uma visita essa manhã vinda do juizado de menores sobre nossa filha ainda não estar vivendo com você. Mas também não é só isso o que me fez tomar essa decisão.

Depois de assimilar as palavras dela sabendo que não tinha por onde se defender, Estevão apenas focou na segunda opção mais possível da causa da mudança dela, que baixando o olhar para mirar o ventre dela, ele disse.

—Estevão: Sangrou de novo? É isso? Sangrou e teme ficar só?

Maria então negou rápido com a cabeça e disse.

—Maria: Não Estevão. Eu estou bem e o filho que esperamos também. Quando tivermos tempo para conversar, eu direi.

Estevão respirou fundo que voltando a caminhar com ela, já diante do carro do lado que ela entraria, ele abriu a porta para ela e quando ela entrou em seguida ele a fechou e deu a volta para entrar no lado do motorista.

Ele então quando entrou viu que ela olhava estacionado em frente deles, o carro dela, que colocando o cinto ele disse calmo.

—Estevão: Ainda essa noite peço que busquem seu carro, hum.

Ele tocou o joelho dela e ligou o carro a vendo colocar o cinto de segurança também. Pensava cheio de ansiedade que em alguns minutos estariam outra vez e todos os dias, dividindo o mesmo teto e se Deus quisesse a cama também.

Na mansão San Roman.

Alba sabia da chegada de Maria.

Desde que havia dito a Estevão que estava disposta a dizer a verdade a ele, o evitava ainda mais depois que Patrícia havia sido assassinada.

Como ela havia sido tola, Alba desejava não ser que por isso buscava saber o porquê ela havia sido silenciada, mas até então só teve a histeria de Daniela para tirar suas dúvidas já que Bruno parecia aéreo desde de sua morte.

Claro, Alba sabia que foram amantes mesmo com Patrícia tendo suas ilusões com Estevão em todos aqueles anos, até Maria regressar e ela morrer.

Maria. Ela e sua volta foram a sentença de morte de Patrícia, algo que Alba não estava disposta em permitir que fosse a sua também. Não. De jeito nenhum.

Ela então andou aflita de frente para escada.

Tinha que bolar um plano e o melhor para ela sair ilesa e pensava que tinha apenas duas opções.

Ela então ouviu vozes e a grande porta da casa, se abriu em seguida.

Estevão então apareceu e em seguida logo atrás dele, Maria entrava. Ele passou a mão na costa dela, como que se quisesse ela mais adentro da casa ao ver que ela tinha travado depois de alguns passos.

Maria respirava nervosa. Já tinha pisado mais de uma vez ali depois de seu regresso, mas daquela vez era diferente. Estava para ficar, não sabia até quando mas estava de mudança. Que Arnaldo entrando em seguida com as malas dela mostrou a ela sua nova realidade.

Que assim, ela ouviu Alba dizer.

—Alba: Bem-vinda novamente a essa casa, Maria.

Maria que não confiava em Alba ficou de corpo tenso. Havia esquecido que naquela casa não tinha apenas Estevão e seu filho. Assim, ela então olhou a escada, que sem responder Alba ela se virou para o lado de Estevão e disse.

—Maria: E então Estevão, em qual quarto vou ficar? Quero um que eu possa ficar com nossa filha.

Estevão suspirou tentando esconder seu desanimo com aquela conversa de quartos, que enfiando as mãos no bolso da calça, ele a respondeu.

—Estevão: Estrela tem seu próprio quarto nessa casa, Maria. Há meses com a ajuda de minha tia, que já reservei o espaço de nossa filha nesta casa.

Maria deu um riso de lado. Não foi de felicidade pois estava certa que quando Estevão tinha feito aquilo ainda estava com sede de tirar a filha deles dela. E de fato, ele havia tido êxito naquilo.

Que então assim, ela disse irônica, trocando seu olhar entre ele e Alba.

—Maria: Claro, vocês dois sempre foram unidos e para tirar minha filha de mim, não seria diferente.

Estevão respirou fundo contendo-se, enquanto Alba disse sagaz.

—Alba: Deveria agradecer, Maria. Estevão e eu demos o espaço que a convém nessa família como uma San Roman que ela é.

Maria então torceu os lábios de lado, que tendo em Alba um alvo certo para descontar suas frustrações, disse.

—Maria: Cala-se Alba. Se fez isso foi para ficar bem com Estevão. E quero que saiba que ficarei na mesma casa com você, mas me recuso que fique mais que 2 segundos onde eu estiver.

Estevão então vermelho, disse agora fazendo de Alba também seu alvo.

—Estevão: Maria, não sabe, mas minha tia há uns dias me procurou interessada em me contar verdades que desconhecemos. Não é tia?

Maria então, ao ouvi-lo olhou a mulher diante deles e disse, incrédula.

—Maria: O que Estevão diz, é verdade Alba? E a troco de quê? Patrícia tentou comprar sua verdade antes de morrer. Pretende fazer o que ela fez?

Alba engoliu em seco. Se viu em um beco sem saída. Olhou nos olhos de Estevão, vendo cobranças nele e também viu, nos de Maria. Estaria encurralada pelos dois se não fizesse nada. Julgou que a cruz e espada estava diante dela.

A cruz seria como sua redenção e a espada sua morte, ainda que a cruz também poderia dar a ela o mesmo triste fim.

Assim ela então se desequilibrou e segurou, depois que deu alguns passos no corrimão da escada.

Maria a olhou desconfiada enquanto Estevão estava imóvel ao lado dela. E Alba entendeu que perto de Maria ele não era manipulável. Entendeu também com mais clareza o porquê ela teve que ter sido uma carta fora do baralho. Nunca teriam êxito no que conseguiram com ela presente.

A porta da casa se abriu de novo e uma voz conhecida saltou dela junto com passos que iam até eles.

—Heitor: Eu tinha que ver isso com meus próprios olhos.

Maria então se virou para ver Heitor. Ele sorria tão largamente que a iluminou. Seus olhos também molharam quando outra realidade lhe bateu na porta, mas essa a deixava feliz e cheia de ansiedade. Estaria de volta em seu papel de mãe ao lado de seu filho mais velho. Outra vez depois de anos de separação teria a consciência que dormiria e acordaria perto de seu primogênito, podendo cuidá-lo e observá-lo quando quisesse, que ainda que ele já fosse um homem, cuidados de mãe nunca eram demais e sempre precisos.

Que então assim, ela disse emocionada.

—Maria: Aqui estou querido e para ficar.

Ela estendeu a mão em direção dele, e o que Heitor fez foi caminhar mais rápido e pegar na mão dela, que quando pegou, no segundo depois se abraçaram e ele disse compartilhando da mesma emoção que ela.

—Heitor: Essa casa é um lugar que nunca deveria ter saído, mamãe.

Com Maria nos braços dele, os olhos dele buscaram os de Alba, enquanto pelas costas dele Estevão os fitavam.

Estevão também estava emocionado e não era para menos. Não podia crer que o que via era real nem ao menos que merecia. Mas era real. Maria estava ali com eles. Estava de volta no lar que quando se casaram resolveram formar uma família. A família deles.

Horas mais tarde.

Maria esperava dentro de um carro Estrela sair de sua segunda escola.

Ela olhou em sua frente Arnaldo que estava atrás do volante e suspirou ansiosa.

Estava no carro de Estevão com o motorista dele. Ela então observou a saída dos jovens e resolveu descer do carro.

Estrela já caminhava para van escolar que a levaria para casa. Estava ansiosa e se ilusionou que ao sair encontraria Luciano com a mãe, mas em troca parada no lugar quando a viu, ela estava sozinha.

Percebeu que sua mãe tinha o olhar sério enquanto estava parada ao lado de um carro que a lembrava alguém. Estevão.

Que então assim de mochilas nas costas, um coque no alto da cabeça e rosto evidenciando desânimo, ela disse já diante de Maria.

—Estrela: Onde está Luciano?

Ainda que sem esperança de vê-lo, ela olhou dos lados. Enquanto Maria suspirou com pesar por ter a menina perguntando de cara por Luciano. E viu que era certo, ela sabia da visita de Luciano e tramou tudo pelas costas dela além de ter entregado de bandeja tudo que aconteceu a elas na ausência dele.

Por isso tinha mais certeza que deveria deixar sua filha longe de Luciano. Ao menos até ter certeza quem era realmente o homem que tanto confiou. Na verdade, o homem que ambas confiaram.

Assim então, estendendo a mão para tocar no rosto rosado de Estrela, ela disse.

—Maria: Vamos entrar no carro e no caminho conversamos, meu amor.

Ela tocou no rosto da menina com carinho. Estrela ainda que deixou o toque olhou desconfiada para ela e depois para o carro e então disse.

—Estrela: Esse carro é do Estevão. O que vamos fazer dentro dele?

Maria baixou a mão e ela tentou olhar pelo vidro fumê para ver se via o pai.

Assim Maria abrindo a porta, disse.

—Maria: Também vamos falar disso no caminho, querida.

A menina então depois de olhar que no lado de trás do carro onde iam sentar não tinha ninguém, entrou e Maria esperou para vê-la confortável do outro lado da janela para também entrar.

E então assim ela disse fechando a porta.

—Maria: Já podemos ir Arnaldo.

O motorista assentiu com a cabeça, ligando o carro. Enquanto Estrela, mexeu em sua bolsa e buscou seu celular quando descobriu que tinha uma mensagem de Luciano.

“Sinto muito Estrela. Mas assim que cheguei tive que regressar. Assuntos de trabalho. Só não esqueça que você e sua mãe, são muito importantes para mim"

Estrela desligou a tela do celular e olhou Maria que olhava atenta o celular na mão dela, e disse.

—Maria: De quem era mensagem que lia?

Mesmo que estava certa que a mensagem vinha de Luciano, nervosa Maria queria ouvir da menina para saber do que se tratava o que estava escrito ali, que então, ainda com seu ar desanimado, Estrela disse.

—Estrela: Era para o Luciano estar agora com a gente. Esse foi o combinado, mas ele me mandou mensagem dizendo que voltou.

Maria abriu a boca. Estrela levada por algo que ela ainda não sabia, além de ter entregado seus segredos, fez com que Luciano as visitasse sem ela saber. Um combinado que não tinha o consentimento dela e que a desagradava. Mas que pensando que teria que lidar com aquele assunto com toda cautela que deveria ter como uma mãe preocupada e que em seguida diria também a filha que teriam um novo endereço, disse ocultando seus medos.

—Maria: Sabe que Luciano sempre foi um homem ocupado, filha. Normal ele ter regressado.

Estrela então suspirou frustrada e disse.

—Estrela: Droga. Eu queria uma noite normal com nós 3 juntos, mamãe.

Maria viu ela abraçar a mochila sobre o colo e depois olhar a janela.

Ela então tocou em uma perna dela, se aproximou mais e a trouxe para seus braços. Que para sua tranquilidade, Estrela foi e assim, a afagando com carícias na cabeça, ela disse.

—Maria: Luciano não estará com nós essa noite, mas teremos companhia. Não ficaremos sozinhas.

Estrela suspirou olhando do modo que estava o motorista que dirigia, e disse.

—Estrela: O que quer dizer com isso? Tem a ver com fato de estarmos no carro de Estevão?

Maria assentiu ainda que Estrela não pudesse ver. O que responderia poderia trazer mais rebeldia vindo de sua menina que estava em seus braços, a não ser que mais uma vez ela manipulasse e ocultasse a verdade como o que fazia sobre Luciano. Não diria a ela que não a queria em contato com ele que por essa razão ela não o veria e agora tampouco diria que além de estar mudando para casa de Estevão para protegê-la, a lei exigia aquilo que ela estivesse com o pai. O que só restava a ela um lado que sabia que a faria ceder.

Que então assim, depois de fechar os olhos, suspirar em lamento pelo que diria, disse ao abri-los.

—Maria: Não estou bem. Então decidi que é melhor passarmos uns dias na casa de seu pai pela segurança do bebê que esperamos, filha.

Estrela se levantou rápido do lugar e mirou a mãe.

Maria mordeu o canto dos lábios nervosa. Diria as verdadeiras razões daquela decisão, se elas a ajudassem mas sabia que não e também não era toda mentira o que dizia. De fato, quando esteve no hospital, Estevão tinha dado aquela opção a ela e não só pelo bebê, mas também por ela já que depois do assassinato de Patrícia tudo poderia acontecer.

Que por ver Estrela em silêncio, ela quis saber.

—Maria: E então? Não vai dizer nada, querida?

Estrela havia cruzado os braços. Quando ouviu a mãe lembrou de suas rezas e promessas que fez quando ela esteve no hospital que por isso temeu ir contra elas. Ainda que não estivesse feliz, não tinha nada para argumentar. Afinal o que queria mais que tudo naquele momento era poder estar só ela e a mãe longe de todos. E sabia que dizer aquilo não seria bom. Era algo que não poderia mais desejar não com o bebê que teria como irmão no meio de seus desejos que ela entendeu que foram egoístas.

Por isso não iria mais contra seu mais novo irmão. Mesmo que ainda nutrisse ressentimentos pelo pai e ciúmes do irmão mais velho. Que então assim, ela disse, virando para olhar Maria nos olhos.

—Estrela: Tudo bem. Temos que cuidá-la para que o bebê fique bem.

Quando a ouviu. Maria soltou o ar pela boca. Aliviada pelas palavras dela, ela apenas a beijou e a abraçou com vontade.

Assim as horas passaram.

Estevão mentiu. Quando deixou a mansão San Roman, havia mentido ao dizer que voltaria ao trabalho. Em troca estava em uma discreta cafeteria que era junto com uma silenciosa livraria.

Estava em um lugar que se sentia seguro para aquele encontro, não mais na empresa San Roman. Depois descobrir que existia funcionários em sua empresa capazes de roubar imagens de segurança, esperava tudo.

Que então assim, acomodado com uma xícara de café sobre um pires, ele viu seu detetive particular chegar. O mesmo detetive que tinha apresentado a Maria que ele se encarregaria de encontrar o homem que havia servido para que toda a farsa daquela falsa traição fosse efetuada com êxito.

Que sério e de corpo rígido, ele disse.

—Estevão: Eu não sabia o tanto que ansiei por isso até chegar esse dia.

O homem mais velho que ele, sentou e entregou a ele uma pasta. Estevão pegou e abriu rapidamente. Que quando passou alguns silenciosos minutos, ele ouviu o detetive falar enquanto começava já ler tudo o que tinha nas mãos.

—Detetive: Como vê, ele só está há alguns quilômetros longe de vocês. Tem duas filhas, é casado e um arquiteto, não tem ficha na polícia, mas aí aparece que já esteve duas vezes em uma clínica de reabilitação. Drogas foram um grande problema por anos. Atualmente, agora ele é um bom homem diante da sociedade. E como vê também, ele já não é mais o jovem da foto que me deu.

Estevão estava mudo. Com a audição aguçada, mas incapaz de pronunciar uma palavra.

Via fotos, folhas também com dados digitados com vários dados pessoais, até conta de bancos tinha ali daquele homem e seus próximos.

Ele parou e olhou bem a foto do homem que aparentava ter aproximadamente sua idade, mas que no passado parecia mais um modelo saído das revistas e mais jovem que ele. Notava também que ele tinha ainda as tatuagens que lembrava. Algo que o incomodou muito quando se ilusionou que Maria sentia atração por um homem tão diferente que ele para ter o traído com um homem que estava mais para um garoto de programa. Que vendia sexo em troca de dinheiro do que para um homem que poderia fazê-la feliz.

Ele riu mais sem um humor algum. Tudo havia sido tão obvio tão manipulado e mesmo assim ele não pôde enxergar.

Ele trocou as fotos pegando outra. Viu crianças que eram filha dele. Duas meninas ruivas que pelo tamanho de uma ele julgava ter a mesma idade de Estrela ou quase, enquanto a outra era pequena de aproximadamente 5 anos. Ele passou então para outra foto. Pela anotação que via como em todas tinha, agora a mulher que via era a esposa. A mulher era uma mulher ruiva como as filhas e ele mirou a idade anotada dela a mesma de Maria.

Ele então largou as fotos e voltou para a que lhe interessava. Pegou a foto do homem. Focou no nome dele verdadeiro. Martin Pérez.

Suas filhas e mulher também eram Péres. O desgraçado tinha uma família. Uma família bonita e feliz, enquanto ele havia perdido a dele por tantos anos.

Com o olhar de ódio e desprezo, Estevão juntou tudo que tinha nas mãos. Tinha o desejo de fazer o mesmo que aquele homem fez com ele. Ajudando arruinar sua vida. Parecia ser a única coisa certa para fazer.

Seria dente por dente, olho por olho. O certo era cobrar aquela conta pendente e faria isso se aquela vingança, aquele acerto, pertencesse apenas a ele.

Mas não pertencia. Maria estava na outra ponta daquele fio e tinha o direito de chegar com ele até aquele homem.