Falso amor

Capítulo 60


Olá meninas, espero que vocês tenham passado um bom natal!!! Agora essa fic, aparentemente estou chegando na reta final dela, mas isso na minha cabeça pq eu sou assim, desenvolvo os capítulos na cabeça que dão poucos aí quando o coloco no word dá tipo uns 300 capítulos kkk enfim, em todo caso já posso dizer que agora sim estou encaminhando para o encerramento dela!!

Hospital

Estevão suspirou enquanto estava sentado na sala de espera do hospital que havia levado Maria e sendo o mesmo que havia realizado sua cirurgia há 2 meses. O que o fez tocar levemente o peito lembrando do que passou, e depois e ele procurou ao seu lado, Estrela que o acompanhava naquela espera. A menina que ocupava todo aquele tempo, mas um pouco afastada dele, o mesmo sofá, não estava mais ali e ele nem havia percebido.

Quando havia chegado no apartamento de Maria havia encontrado a menina deles com os olhos tão arregalados que pareciam que queriam deixar sua face rosada e marcada pelo choro que envolvia os olhos claros dela. Ver Maria sangrando a tinha assustado e por isso a levado, ligar para o pai mesmo em cima de tantas advertências dela para ela não fazer.

Estevão passou a mão nos cabelos e encostou a cabeça da parede fria atrás dele. Lembrava que ao chegar, Maria ainda não queria vê-lo e nem seu socorro, mas seu não em cima do apoio da filha deles tinha sido ignorado quando os dois trabalharam juntos para tirá-la do apartamento. Com Estrela pegando a bolsa dela, chaves do carro e casa, ele a tirando da cama sobre protesto que não durou até que estivessem dentro do elevador do apartamento se dirigindo para o estacionamento. O que os fizeram chegar rápido no hospital já fazendo assim, 2 horas de espera.

Estevão mais uma vez então implorava a Deus para que nada acontecesse á Maria nem ao filho que esperavam. Queria tanto ele, queria tanto aquele bebê que não importava se não fosse menina. O queria porque ele era mais do que mais um fruto do amor dele com Maria, ele era a prova que ele seguia vivo como no primeiro dia e por isso já era mais que desejado por ele.

Que então assim ele sussurrou.

—Estevão: Não me castigue assim, Deus.

Ele olhou seu relógio depois e sussurrar. Quase 5:30 da manhã. O dia logo amanheceria e traria nele Heitor depois de suas tentativas em querer avisá-lo. Com ele não sendo atendido, ele sabia que quando Heitor lesse ao menos as mensagens ao acordar, que ele havia deixado o traria ali. Não queria assusta-lo como Estrela estava mas sabia que Heitor desejaria saber como estava a mãe dele em primeira mão, por isso tentou se comunicar com ele todo aquele tempo.

Ele suspirou pensando ainda em seu filho mais velho. Desde do início Heitor havia se rendido a mãe. A mãe que tanto desejou e se ele tivesse feito o mesmo não estariam ali. Já que se sentia culpado. Claro que tinha culpa, em um só dia Maria tinha passado por coisas que ele em uma delas ao menos, tinha toda a culpa.

Ele então olhou de novo a hora, Estrela não voltava de onde fosse que ela tivesse ido. Então ele se levantou para procura-la.

Na pequena capela do hospital, Estrela estava na primeira fileira dos bancos de madeira. Com as mãos juntas uma na outra em frente de sua boca e com os olhos novamente derramando lágrimas, ela rezava sentida e com seu coração também carregado de culpa.

Só lembrava do momento que a mãe dizia que estava sangrando. Que dormindo com ela quando soube que aquela noite Estevão não estaria para dormir, tomou o lugar dele rapidamente, e foi assim que havia sido acordada com movimentos dela na cama e depois, um rosto tranquilo que a informava que estava tudo bem. O que Estrela podia lembrar na mancha de sangue que viu na calça do pijama branco que Maria usava que dizia que nada estava bem.

Ela limpou assim um lado do seu rosto. Sua consciência só apontava suas palavras quando soube que teria mais um irmão e ela desejou que ele não nascesse.

Ela ficou quietinha mais uma vez querendo desfazer seu desejo, enquanto pedia para que a mãe e seu irmãozinho ficassem bem.

Ela não soube quanto tempo estava ali mais até que sentiu uma presença sentando ao lado dela. Pelo cheiro do perfume ela reconheceu antes mesmo de olhar de lado, como agora ela fazia, que era Estevão. Que então ela ouviu ele falando baixo.

—Estevão: Estive te procurando pelo hospital todo, filha. Se me dissesse que queria vir aqui, eu viria com você.

Estrela suspirou e olhou a imagem de cristo, dizendo.

—Estrela: Eu queria falar com ele. Com Deus.

Estevão olhou a imagem também. Lembrou que antes de estar ali esteve fazendo o mesmo em pensamento. Que então ele disse calmo encarando o rosto rosado e molhado de lágrima da filha dele.

—Estevão: Sua mãe vai ficar bem, seu irmão também.

Ele quis tocá-la nos cabelos, mas quando ia fazer Estrela olhou rápido pegando ele com a mão pronta para tocá-la. Que então ela disse baixo, confessando a culpa que sentia.

—Estrela: Eu quando soube que teria mais um irmão, desejei que ele não nascesse e gritei isso a ela e tudo porque eu não queria ter mais uma pessoa para dividi-la. Eu sou má, Estevão.

Ela chorou cobrindo os olhos deixando que seus cabelos loiros soltos caíssem sobre o rosto dela quando também ela baixou a cabeça. Estevão então não resistiu e puxou ela para os braços dele. A abraçou fazendo com que a cabeça dela encostasse em seu largo peito, beijou depois entre os cabelos dela e acariciou um dos seus braços onde sua mão a tocava. Não tinha palavras ainda para aquele momento, porque se identificou com aquele sentimento que via que a filha dele tinha.

Ambos tinham feito coisas diferentes, mas que faziam eles naquela mesma noite se sentirem como estavam. O que ele reconhecia que a culpa que ele sentia era apenas mais uma devido aos seus erros de um homem já velho e já pai que sabia muito bem o que fazia e dizia, em troca sua menina era apenas uma jovem de 15 anos que tinha ainda muito que aprender. Como não dizer qualquer coisa na hora da raiva, como ele ainda encontrava dificuldade já velho em fazer aquilo, imagina ela sendo uma menina. Que então ele disse ainda a acariciando.

—Estevão: Você não é má, filha. Apenas disse uma bobagem na hora da raiva e que não foi ela que trouxe sua mãe aqui. Não sofra assim, querida nada é culpa sua. Nada.

Estrela se aninhou nos braços dele e ele a apertou mais entre eles, a ouvindo.

—Estrela: Sou sim. Ela estava muito feliz ontem quando saiu de casa e eu egoísta ainda assim desejava que a felicidade dela fosse outra. E agora ela está aqui nesse hospital e pode perder um dos motivos que fazia ela sorrir ontem.

Agora quem sentiu foi Estevão. De verdade lembrava como ela sorria quando ele deixou o apartamento dela, e depois o dia só foi surpreendendo a todos e terminando naquilo, com eles ali. Primeiro a morte de Patrícia depois ele ganhando a custodia de Estrela. Ele então olhou a menina quieta em seus braços, aceitando eles.

Ele então suspirou. Estava certo que se ela soubesse que ele tinha o poder sobre ela não mais Maria, ela não estaria ali. Então era claro que Maria não havia falado a ela, nem muito menos ele se atreveria. Antes de dormir falou com Demétrio por telefone, encontrando poucos argumentos para reverter aquela situação e ainda quase discutindo com ele. Se Demétrio tivesse faltado na audiência também, ela teria sido adiada, mas não ele tinha ido e brigado pela causa como advogado que era.

E por quê?

Algo que fazia ele pensar. Por que Demétrio não tinha lembrado há tempo e não em um momento que ele não podia atender o celular por ter passado o resto da manhã em uma delegacia? Sua consciência dizia que no final das contas todos eram contra seu amor por Maria e sua felicidade ao lado dela. Só podia ser aquilo.

No quarto que Maria estava.

Ela se moveu devagar no leito por ter um fio que ia soro em uma de suas veias, preso nela. Ela olhou aquela bolsa de liquido transparente pingando soro e segundo sua obstetra um remédio que contornaria ainda aquele leve sangramento que ela seguia sofrendo. Leve, porém, como qualquer gestante como ela, aquela condição gerava cuidados e por isso seguia ali, depois de realizar exames e uma nova ultrassonografia para ver como estava o bebê e só depois de ouvir que ele ainda tinha um batimento cardíaco por um simples aparelho encostado em seu ventre.

Escutar o coração do seu bebê foi como mais uma vez receber a realidade do choque que ela tinha mais uma pessoa por quem lutar e a mais dependente de todas estava em seu ventre. Ela bem, significava ele bem também.

Ela então suspirou tocando seu ventre com a mão que não tinha o braço limitado. Tinha completado mais um mês. Os dias estavam voando, os meses também e logo se faria um ano sem ela também perceber, que estava de volta. E o que tinha conseguido até ali? Ela pensou em Heitor que foi seu maior motivo em regressar, e ao menos tinha seu triunfo nele. O único que a fazia respirar tranquila e feliz quando pensava nele. Em troca do outro lado, apesar de ter seus palpites de todos que cercavam Estevão estavam envolvidos na sujeira das empresas San Roman, ela não tinha provas para acusa-los. Tinha já sim, os materiais que dividia com Luciano que poderiam já ser entregues as autoridades e dar início assim a uma investigação, mas não era só aquilo que ela desejava. Queria nomes e os porquês. Desejava tanto aquilo.

Ela se moveu de novo sentindo cólicas parecidas com as menstruais e gemeu baixo, preocupada. Temia as dores também que tinha ainda que a médica dizia que poderiam ser normais, já que seu bebê crescia dentro do seu ventre, o que não era normal era ela vir com sangramento. Ela tocou então a testa pensativa.

E se estava obcecada demais? Estava esquecendo a sua condição sem fazer o mínimo de repouso e não só físico como também emocional por ter seus nervos sempre abalados como no dia anterior teve.

Ela pensou em Estevão e lembrou dos olhos apreensivos dele quando a viu. Apesar dela lembrar que já tinha trocado de pijama e decidido ir ao médico pela manhã, ele junto com Estrela, haviam montado um alarme para tirá-la do apartamento naquela noite mesmo. O que fizeram com ela saindo exageradamente nos braços de Estevão e Estrela os seguindo, com os dois trabalhando em equipe para ajudá-la. Algo que fez Maria sorrir lembrando de cada cena dos dois juntos.

O que também pensou que poderiam ainda estar preocupados por ela, o que aquela preocupação logo acabaria por ela saber que eles iam ser chamados a qualquer momento para poder estarem no quarto dela depois daquele tempo de espera.

E foi assim que ela viu a porta se abrir e então os dois aparecerem nela. Ela olhou eles calada e cada um se dividiu para ficar ao lado da cama. E assim ela ouviu.

—Estevão: Como está, querida? Sua médica disse que só foi um susto e que está sendo controlado.

Depois dela ouvir Estevão falar, ele beijou a testa dela e ela sentindo que do outro lado uma de sua mão era tocada, ouviu Estrela falar também.

—Estrela: A médica também disse se tudo ficar bem pode sair ainda hoje do hospital, mas que tem que ficar de repouso, mamãe.

Estevão suspirou. A médica quando o achou junto com Estrela, havia recomendado repouso absoluto a Maria quando ela deixasse o hospital e era algo que ele faria de tudo para garantir que ela tivesse.

Assim então ele disse com seriedade.

—Estevão: E vamos fazer de tudo para que cumpra esse repouso, Maria. Tudo.

Maria deu um sorrisinho calmo e também disse concordando que ela tinha que se cuidar mais.

—Maria: Eu sei, eu vou fazer de tudo para ficar bem enquanto essa fase de risco não passe.

Ela baixou os olhos para barriga e Estrela seguiu o olhar e disse de voz chorosa.

—Estrela: Me perdoe, mamãe. Me perdoe por ter desejado isso que poderia ter acontecido...

Ela não seguiu falando, Maria levantou o olhar e a olhou e disse a puxando para ela, quando entendeu o que acontecia com sua menina.

—Maria: Não minha, filha. Não faça isso, não se culpe por algo que pode acontecer com qualquer mulher na minha condição.

Estrela se encontrou nos braços de Maria chorando ainda sem parar. Maria afagava ela, até que ela e Estevão trocaram olhares e ele então se retirou do quarto para deixar elas sozinhas.

Assim, Maria fez Estrela deitar com ela no leito. Ficando assim as duas agarradas em conchinha. Que todo tempo afagando os cabelos de sua menina e conversando calma com ela, Maria viu que depois de um tempo com elas daquela maneira, a menina dormiu e ela não pôde mais também se manter acordada e a acompanhou.

Assim o dia clareou. Acompanhado de Vivian, Heitor chegou no hospital surpreendendo Estevão tomando café que umas das enfermeiras serviu para ele, que também exausto ele se mantinha a base da cafeína para só deixar o hospital quando Maria também pudesse fazer aquilo.

Assim do lado de Heitor, Vivian com os braços cruzados estava calada enquanto ouvia pai e filho conversar. Que não sendo segredo que ela não simpatizava com Estevão, não se esforçava para ser gentil com ele muito menos ele não se importava. Mas Vivian sabia o que tinha acontecido, não só sobre a morte de Patrícia, mas também sobre Maria já não ter a custódia da filha, que por isso em um momento, ela disse não muito contente.

—Vivian: Em um só dia Maria teve de novo alguém que poderia dar a ela alguma pista do que a fizeram, morto e também perdeu a custódia da sua irmã para seu pai, Heitor. A culpa também é dele por ela estar nesse hospital.

Ela olhou feio para Estevão e apontou para ele depois de falar e Estevão pronto para responder, ouviu atrás dele.

—Estrela: Minha mãe perdeu minha custódia? O senhor me tirou dela?

Estevão olhou devagar para trás. Viu Estrela que tinha sido tirada do quarto da mãe para ela ser examinada. A menina parecia histérica que ele sem voz, ouviu ela falar de novo.

—Estrela: Responde, Estevão! Me tirou da minha mãe?

Ela ficou vermelha já derramando lágrimas. Heitor olhou para Vivian que tinha levado a mão na boca com sua indiscrição. E Estevão por fim disse.

—Estevão: Sim. Mas eu posso explicar e garantir que mesmo com essa decisão do juiz eu não vou fazer ela valer filha, eu juro.

Estrela fechou os olhos e quando os abriu ela o gritou.

—Estrela: Eu te odeio! Eu nunca vou te aceitar como pai! Nunca!

Depois que ela falou, ela saiu correndo entre os médicos e enfermeiras que passaram. Que então, Heitor disse quando viu que Estevão ia atrás dela.

—Heitor: Deixa que eu vou atrás dela, papai. E você Vivian depois conversamos.

Vivian não baixou a cabeça e depois que ela se viu só com Estevão, ela o ouviu dizer de voz dura.

—Estevão: Você viu o que fez?

Ainda que tinha Estevão a fulminando com olhar, ainda firme, Vivian o respondeu.

—Vivian: Eu não fiz nada, não sabia que ela estava ouvindo. Quem fez algo aqui foi o senhor, senhor San Roman. E adeus já não tenho mais nada que fazer aqui.

Vivian então saiu, desejando ligar para Maria depois e saber como ela estava, porque já previa uma nova discussão com Heitor e talvez até um término. Estava apaixonado por ele, mas não conseguia simpatizar pelo sogro que ela ganhava naquela relação e sabia que Heitor era muito família.

Estrela tirou o celular dela que trazia dentro do bolso de sua calça jeans. Ofegante dentro de um quarto vazio que ela tinha entrado, ela esperava alguém atender sua ligação. Até que depois de alguns toques ela disse.

—Estrela: Luciano.

Ela falou chorosa e Luciano que acordava ainda com dia escuro em Londres, disse se ajeitando na cama e assustado por reconhecer e perceber pela voz de Estrela, que ela chorava.

—Luciano: O que houve, Estrela? Você está bem? E sua mãe, ela está bem?

Estrela então limpando seu rosto disse.

—Estrela: Aconteceu muitas coisas Luciano e eu vou te contar tudo.

Fora dali no quarto de Maria.

Ela descia as pernas de onde ela tinha a apoiado para passar por um exame ginecológico. A médica em sua frente retirou as luvas descartáveis da mão depois de realizar seu exame nela que então assim, ela ouviu.

—Médica: Já não sangra mais Maria então já vou liberá-la, ao menos que queira realizar uma última ultrassonografia antes de ir, só para garantir.

Maria então não hesitou em responder.

—Maria: Eu quero. Mas dessa vez quero que o pai do meu bebê esteja presente.

A médica deu um sorriso gentil a respondendo em seguida.

—Médica: Claro, vou pedir que o chamem, enquanto também busco os resultados de seus exames colhido.

—Maria: Obrigada doutora.

Mais tranquila Maria levou sua mão no rosto e viu a médica deixa-la. Meio minuto depois Estevão entrou a fazendo imaginar que ele estava por perto.

Ele então a olhou, com eles finalmente ficando sozinhos depois de tudo até do momento que ele ainda estava na delegacia, e disse ainda abalado pelo que tinha acontecido ainda pouco com Estrela.

—Estevão: Eu não vou tirar nossa filha de você, eu juro Maria. Eu juro.

Maria suspirou. Claro que ele não faria aquilo e ela nem permitiria que ele tirasse Estrela de sua guarda e de onde ela morava com ela, para estar com ele. Voltaria a declarar guerra a ele se fosse preciso, mas sabia que já não seria, no olhar dele além de sinceridade ela também via arrependimento pelo que ele tinha feito que então assim, ela disse.

—Maria: Ontem eu tive o resto do dia para pensar no que houve Estevão e claro que não irá tirar minha filha de mim, estamos juntos outra vez. Mas ainda assim eu quero que muito breve ainda que nos casemos, que me devolva ela em outra audiência.

Estevão entendeu que deveria fazer aquilo mesmo que ela não pedisse, que então assim se aproximando mais dela, ele disse calmo.

—Estevão: Eu vou fazer isso, meu amor. Eu juro que farei qualquer coisa que me pedir.

Ele então beijou a mão dela e depois os lábios e voltou a dizer, agora revelando suas outras aflições.

—Estevão: Tive medo que voltasse atrás em sua decisão de se casar comigo e depois de que perdesse nosso bebê por minha culpa.

Ele respirou fundo agora mirando bem de perto o rosto dela. Maria suspirou. Sabia o que a tinha levado ali naquele hospital foi os recentes acontecimentos que viveu. Que então assim, ela o respondeu.

—Maria: Eu não serei capaz de aliviar a culpa que tem também de que eu esteja aqui como fiz com nossa filha, Estevão. A médica disse que a principal causa que pode ter me feito sangrar foi meus nervos. O choque de saber que perdi nossa filha para você me abalou, além de tudo que houve ontem.

Estevão puxou o ar do peito. Sabia que sua consciência não o aliviaria tão cedo, tampouco exigiria que Maria fizesse aquilo. Que então tomando a mão dela entre as suas, ele disse.

—Estevão: Eu sei. Desgraçadamente eu sei que também tive culpa, Maria. Primeiro houve a morte de Patrícia e depois o que fiz. Em sua condição não se pode passar por tantas coisas assim. Eu errei e não sabe o quanto estou me condenando.

Maria suspirou olhando nos olhos de Estevão e pensou em tudo que houve no dia anterior e o que ele citou como possíveis motivos dela estar em um hospital, que então tendo certeza que havia mais um, ela disse.

—Maria: Também houve outra coisa Estevão que acho que também me afetou.

Estevão soltou a mão dela devagar e perguntou.

—Estevão: Outra? Qual?

Maria então sem rodeios contou o que ele ainda não sabia.

—Maria: Encontrei o senador Canedo na saída da delegacia Estevão, e penso que ele ameaçou-me usando nossos filhos.

Estevão sentiu seu corpo todo rígido, seu olhar brilhou em um brilho diferente, quando ouviu Maria. Na mente dele, ele só lembrava do dia que descobriu que Maria representava a mulher dele em uma causa que ele sabia que teria consequências. Que então assim, ele disse nervoso e já de rosto vermelho.

—Estevão: Eu avisei, Maria. Quando descobri que estava apoiando a esposa dele em um caso contra ele que esse homem era perigoso! Eu avisei!

Ele andou pelo quarto com as mãos na cabeça enquanto Maria o olhava. E ele só tinha uma certeza que antes já tinha, não deixaria mais Maria no apartamento sozinha que então assim ele disse, quando parou e a olhou firme.

—Estevão: Quando sair do hospital, te levarei direto para minha casa! No seu apartamento, você e nossa filha não ficam mais Maria!

Maria acabou rindo com o que ouviu com tamanha autoridade vindo de Estevão. Que então assim de braços cruzados, ela disse.

—Maria: Não vejo você em vantagem alguma para me pôr essa ordem Estevão.

Estevão ergueu uma sobrancelha a desafiando e disse mais firme.

—Estevão: Acaba de me falar que você foi ameaçada, Maria! Além do mais, Patrícia acaba de morrer. Essa ameaça desse infeliz só é mais um motivo para que deixe seu apartamento e junto à nossa filha venha morar comigo e Heitor!

Maria ergueu a cabeça sustentando seu olhar firme em Estevão assim como ele mantinha o dele nela, e disse convicta e já se alterando.

—Maria: O tempo que eu fugia com medo dos meus problemas, passaram Estevão e foi quando temia você, agora não farei mais isso! Aumentaremos a segurança em nossos filhos, eles nem saberão disso, mas sobre eu ir morar com você agora está sobre fora de questão!

Estevão bufou quando a ouviu, riu e disse.

—Estevão. Te recordo que aceitou se casar comigo, Maria! Uma hora teremos que dividir o teto outra vez!

Maria então ainda não convencida, rebateu o argumento dele.

—Maria: Mas não agora! Além do mais, só me casarei com você quando isso tudo terminar Estevão.

Estevão andou novamente pelo quarto. Em sua mente já vinha mil ideias de como fazer com que Maria aceitasse de uma vez morar com ele e Heitor, mas nenhum era ela indo de boa vontade, o que o desesperava. Que então ele puxou o ar do peito, a olhou e disse sentindo que poderiam estar vivendo dias impetuosos.

—Estevão: E por que eu tenho uma sensação que isso tudo está apenas começando, hum? Olhe em nossa volta, Maria vai esperar o que para nos casarmos?!

E firme, Maria o respondeu.

—Maria: A verdade aparecer!

Estevão se alterando a respondeu também tão teimoso quanto ela.

—Estevão: Eu e Heitor, acreditamos em você!

—Maria: E eu disse que não é o suficiente!

Quando Maria respondeu no mesmo tom que ouviu Estevão falar, ela virou o rosto e olhou suas unhas nos dedos de uma mão e em seguida ouviu uma terceira pessoa falar, entrando no quarto.

—Médica: Hum, já estou vendo minha paciente quebrando o que recomendei.

A médica entrou junto com uma enfermeira que entrava com um carrinho que tinha o que ela precisava para realizar a ultrassom em Maria.

Assim então passo alguns minutos que Estevão conseguiu relaxar quando seus olhos começaram a ver o filho que ele e Maria esperavam e que não era mais só um ponto no meio de um local escuro. Ele se formava, tinha agora uma cabeça sendo desenvolvida junto com um corpo.

2 dias depois...

Maria como escolheu, seguiu no apartamento dela. Estava de repouso trabalhando em casa quando o trabalho vinha do escritório de advogados de Geraldo, enquanto das empresas San Roman ela tentava naqueles dias que seguiam, ficar o mais longe possível para o bem de seu bebê. E já sabia também que Estrela tinha conhecimento que quem tinha agora o total poder sobre ela dos pais, era o pai e que estranhamente, ela agia calma depois dela saber também que ela tinha corrido pelo hospital quando soube. Maria só pensava de coração feliz que sua menina não cobrava a ela sua falha como ela sentia que tinha falhado, porque ela estava querendo cuidá-la como todos em sua volta faziam.

Ela olhou sobre a mesinha de sua sala uma cesta de café da manhã vindo de Estevão e flores de tons alegres desejando dias de bons repouso vindo de Geraldo Salgado. Ela cruzou os braços contra o peito e então suspirou. Um ela amava como mulher, de um jeito tão intenso com um desejo desenfreado que só fazia ela ver o outro homem com os olhos de bom amigo. O que fez ela pensar em Luciano que estava desligando as chamadas dela para ele e nem respondendo ela nos e-mails.

Coisa que ela achava estranho. Tinha mantido Luciano afastado de suas questões que envolvia Estevão. Sabia que não tinha que dar explicações a ele do que ela sentia, mas ainda manteve contato com ele quando o assunto era o que ele sempre deu apoio a ela, afinal, ele era o único no mundo depois dela, que tinha os dossiês de tudo que ela juntava vindo das empresas San Roman. Por isso tinham que manter contato. E não só quando o tema era os crimes que acontecia nas empresas San Roman, mas também porque ela o queria bem e Estrela também, e conversar com Luciano para ela, nunca havia sido ruim até ela reconhecer que amava ainda Estevão e ter dito a ele que tinha se entregado aquele amor.

Tinha suas lembranças ainda bem vivas de quando contou para Luciano que tinha voltado a estar com Estevão como mulher e que o amava. Havia sido quando viu Estevão praticamente morrendo em sua frente, mas só tinha ido até aquilo em sua confissão, nunca confessando assim sua suspeita de estar grávida nem mesmo com a certeza que teve com ele antes de voltar a Londres.

Saindo de seus devaneios, pensativa, Maria ouviu o interfone tocar, ela então o atendeu e apenas liberou a entrada. Demorou apenas 7 minutos que ela contou olhando no seu relógio de pulso para sua visita tocar a campainha, que quando ela abriu a porta ela ouviu.

X- Imagina a minha surpresa quando fui mandada visitar o novo lar da menor Estrela Fernandez San Roman, e vi que ela ainda não vive lá, senhora Fernandez.

Maria ergueu a cabeça calada encarando a mesma senhora representante do juizado de menores que um dia esteve ali em seu apartamento, retornar.

Ela passou apenas 20 minutos com a senhora, que fez ela se sentir a pior mãe do mundo com Estevão que era pai. Pareciam que estavam brincando com o bem-estar da própria filha, assim a mulher que a visitou deixou claro. O que Maria começou a temer que nem ela quanto Estevão seriam mais bem vistos como bons para seguir criando a menina no meio da briga que pareciam seguir estando, aos olhos de um juiz. Que se o juiz julgasse que nem ela como Estevão eram capazes de criar a menina, ela seria dada a um guardião mais próximo, ou seja Heitor que parecia o mais sensato entre eles aquele momento.

Que então por ter recebido a senhora em um robe branco, ela correu para o quarto para se vestir. Deixaria seu repouso porque teria que ver Estevão naquele momento. Não poderia brincar com uma lei que dava a eles como pais, deveres sobre Estrela enquanto a menina ainda menor, apenas direitos que deveriam ser cumpridos.

Enquanto ela procurava uma peça de roupas ela ouviu a porta bater. Saindo do closet com um terninho preto, na mão ela aguçou sua audição dizendo.

—Maria: Quem está aí?

Ela caminhou devagar nervosa e já tendo tremores, deixou o que tinha na mão sobre a cama e então ouviu passos sabendo que alguém entrava em seu apartamento e andava nele.