Falso amor

Capítulo 49


Era fim de tarde quando Maria chegava exausta em seu apartamento.

Tinha tido um dia longo e quase sem descanso. Ela então largou a bolsa no sofá e chamou por Estrela. A menina tinha ficado 30 minutos sozinha em casa por Marta não poder ter ficado mais que àquilo com ela.

Maria retirou os saltos de seus pés doloridos e sentou no sofá. Estrela apareceu toda mocinha e mostrando umbigo, por ter feito um nó na frente da blusa dela.

—Estrela: Finalmente chegou mamãe. Marta deixou janta pronta, eu só estava te esperando.

Maria suspirou sentindo um beijo em sua bochecha que sua filha tinha dado e a respondeu.

—Maria: Que bom, minha filha. Estou com tanta fome.

Estrela sentou ao lado dela lhe pegando na mão com carinho e disse.

—Estrela: Parece bem mais cansada agora que está em dois empregos.

Maria tinha jogado as costas para trás no sofá e assentiu, dizendo

—Maria: Sim querida. Mas é por enquanto. Logo estaremos de volta em Londres e nossa vida voltará ser como era antes.

Estrela quando a ouviu abriu um sorrisão e disse.

—Estrela: É a primeira vez desde que estamos aqui que ouço a senhora falar dessa forma, tão certa de nosso regresso mãe.

Ela a abraçou feliz e deitando sua cabeça no peito dela. E Maria lhe acariciando os cabelos, disse.

—Maria: Em Londres já temos uma vida, filha. Voltaremos para ela assim que eu arrumar tudo que deixei no meu passado. E sinto que esse dia está cada vez mais próximo.

Estrela suspirou quando a ouviu e depois de lembrar de um sonho que teve, disse.

—Estrela: Sabe, eu tive um sonho essa noite. Sonhei que não íamos voltar e que se casaria com Estevão novamente.

Estrela se afastou encarando sua mãe e Maria ficou muda, pensativa até que disse o que também havia decidido. Que era também concertar aquela situação que se mantinha.

—Maria: Eu só ficaria aqui por, Heitor. Enquanto o casamento que diz, não irá acontecer. Mas devemos falar sobre seu pai. Só iremos regressar para Londres com tudo aclarado e entra nisso sua relação com ele.

Estrela ficou de pé incomodada com o assunto que começavam e disse.

—Estrela: O que quer dizer com isso mamãe?

Maria ficou de pé também e a respondeu séria.

—Maria: Que só vamos voltar quando tudo que deixei para trás esteja em seu devido lugar e isso inclui seu pai e você filha. Não regressaremos nessa circunstância que estão. Eu quero viver em paz e isso vale ver minha filha e o pai dela bem!

Estrela quando a ouviu ficou vermelha já quase chorando e disse.

—Estrela: Por que está falando assim? Em outro momento não ligaria. Ele nos fez mal!

Era aquele ponto que Maria sentiu que era onde estava errado. Seguir vendo Estrela tomar suas dores, seus problemas de adultos que ela tinha com Estevão, que era o erro e que ela estava decidida dar um basta. Não por Estevão, mas sim por sua menina que só se machucava cultivando aqueles ressentimentos. Que então assim, ela respondeu.

—Maria: Ele me fez mal, filha! Me fez mal! Esse é o problema. Segue tomando minhas dores e cobriu seu coração tão jovem ainda de ressentimentos e eu não posso mais vê-la assim. Não posso, meu amor.

Maria sentiu lágrimas vindo aos seus olhos e pegou no rosto de sua menina que já chorava. Tinha tocado em uma ferida nela em uma que ela não queria seguir vendo sua menina carregar. E assim ela voltou dizer.

—Maria: Por favor, querida. Faça isso por nós. Tente se aproximar de Estevão como seu pai para quando chegar o momento de irmos não deixarmos nenhum ressentimento para trás.

Maria a acariciou no rosto. Se recomeçar mais uma vez sua vida em Londres, mas agora sem mais a sombra de um passado sobre elas, teriam que fazer aquilo direito, o deixando todo para trás.

Estrela baixou a cabeça e depois a abraçou pela cintura, dizendo;

—Estrela: Ele é um grosso, mamãe como vou fazer isso?

Ela buscou olhar Maria depois que falou. Maria a tocou nos cabelos, deu um curto sorriso e a respondeu.

—Maria: Eu vou estar do seu lado toda vez que tentar fazer. Quero seu coração limpo, filha. Faça isso por mim para que eu não me sinta mais culpada do que já estou me sentindo por não ter me dado conta antes que o sente não está bem.

Estrela suspirou se afastando dela e limpou os olhos que desceram poucas lágrimas e disse, por lembrar da conversa que antes daquele pedido, elas tiveram.

—Estrela: Já disse para que não sinta assim.

Maria respirou fundo. Era inevitável não se sentir como estava, vendo que Estrela sofria pelos erros que não eram dela. Que então assim ela a respondeu.

—Maria: Mas eu sinto, meu amor. Eu sinto. Então por favor, amanhã é o dia que ele te buscaria, mas ele me prometeu que não te levaria se você não quisesse, então tente conversar com ele, não sei fazer algo, qualquer coisa.

Ela a olhou em suplica para que Estrela atendesse. Por sua vez a menina cruzou os braços de frente ao seu peito e a respondeu.

—Estrela: Eu não sei se conseguirei fazer o que me pede.

Maria suspirou e mais uma vez tentou.

—Maria: E eu estarei aqui para te ajudar, se precisar.

Estrela analisou desconfiada e perguntou.

—Estrela: Vai estar o tempo todo?

Maria assentiu com a cabeça buscando a mão dela para pegar, que quando fez ela a respondeu cheia de amor.

—Maria: O tempo todo, a não ser que queira ir com ele a algum lugar. Afinal é o dia dele com você.

Depois de falar, Maria abraçou sua menina. Começava ver cada vez mais próximo a luz no final do túnel, a verdade se aproximando com dias melhores. Por isso aquele passado não podia permanecer em nenhuma das duas.

Pela noite, depois que jantaram e conversaram mais sobre a visita de Estevão, Maria sentou na cama de celular na mão. Já pronta para descansar ela olhou as notificações que tinha no celular e estranhou não ter nenhuma de Estevão. Sempre tinha ligações perdidas ou mensagens dele e estranhamente aquela noite não tinha.

Mas mesmo que não tinha, ela sabia que deveria falar com ele e dizer que ela sim cumpria o que falava e por isso esperava que ele cumprisse também o que havia dito para ela no restaurante, que sua visita não passaria de uma visita se assim a filha deles quisesse.

Que então, ela buscou o contato dele e ligou.

Na mansão San Román . Estevão tomava no quarto tomando suas medicações. Lembrou que pelo dia tinha ingerido álcool que por isso tinha ficado a tarde sem toma-los. Agora pensava que deveria mais que nunca se cuidar. Pois ia ser pai, mais uma vez ia ser pai de um filho da mulher que mais tinha amado na vida e ainda amava.

O médico da família que ele havia contatado, havia ligado para ele e detalhado tudo o que tinha na ultrassonografia. Maria já estava grávida de seu 1º mês o que ele contou com os dias que estiveram no hotel. Pelo que percebia, aquela sua jogada tinha surgido efeito. E como ele agradecia por aquele milagre. Assim era o que ele chamava aquela gravidez. Pensava que mais um filho era um motivo a mais para uni-los. Estava certo que um bebê o ajudaria conquistar o amor e o perdão de Maria, para assim voltarem a ser a família que um dia foram.

Ele ouviu seu celular tocar sobre o móvel ao lado de sua grande cama e viu logo pela tela, que era Maria ligando. Estava feliz que ia ser pai mas queria digerir com cuidado aquela notícia que ele era ciente que ela o escondia. Escondia dele algo que ele julgava ser o principal interessado depois dela, em saber. Por isso não queria errar de novo quando fosse cobra-la, temendo que com seu temperamento causassem uma briga entre eles. Briga na qual, Estevão sabia que não seria nada vantajoso para ele na situação que estava.

Que por isso, havia decidido que daria tempo para ela contar a ele ou ele encontrar um momento oportuno para dizer a ela que já sabia que seriam pais mais uma vez. Fingindo assim que não sabia o que ela escondia dele.

Ele então suspirou e atendeu calmo e Maria logo disse.

—Maria: Já fiz o que eu disse que faria Estevão. Nossa filha te esperará amanhã aqui. Estarei presente, então acredito que com um esforço da sua parte poderão passar um momento agradável, a não ser que erre descumprindo o que me disse essa tarde.

Ela falou tudo rápido torcendo de fato que Estevão não obrigasse Estrela ir com ele, enquanto ele abriu um sorriso pensando que o dia não poderia ter ficado melhor. Que então assim ele disse, em um tom de voz eufórico.

—Estevão: Eu não sei como te agradecer, Maria. Ansiava tanto por um momento como esse com nossa filha. E não se preocupe, não vou errar. Disse a você que não faria ela vir comigo se ela não quisesse e cumprirei.

Maria suspirou do outro lado da linha. Tinha notado a euforia de Estevão no início de suas palavras e havia gostado. E que bom que estava sozinha para não revelar em seu rosto que tinha posto expectativas também com aquele momento.

Que diferente do que sentia, ela o respondeu.

—Maria: Ótimo, Estevão. Então nos vemos amanhã pela manhã.

Estevão ainda sorrindo a respondeu.

—Estevão: Eu estarei, aí querida.

Ela estava pronta para desligar quando o ouviu, ele dizer.

—Estevão: Como está? Está bem?

Estevão se sentou na beira de sua cama mais que interessado no bem-estar dela agora que sabia que ela estava grávida. Enquanto ela, o respondeu sem imaginar o verdadeiro interesse dele de saber como ela estava.

—Maria: Estou exatamente como me viu essa tarde, Estevão. Estou bem.

Estevão tocou a cabeça. Pensava agora só na condição que ela estava de grávida e como poderia ter sido cansativo o dia dela. Que por isso ele disse.

—Estevão: Deve ter trabalhado muito quando te deixei no escritório essa tarde.

O simples mencionar de seu trabalho fez Maria lembrar de Geraldo e seu convite. Ela suspirou sabendo que não havia dado a resposta a Geraldo que ele pedia naquele convite e respondeu Estevão.

—Maria: Sim, Estevão. Trabalhei muito.

Estevão não se segurou e acabou dizendo.

—Estevão: Não devia trabalhar tanto assim, querida.

Maria suspirou. De fato, ela sabia que trabalhava mais naquele 1º mês de sócia nas empresas San Roman e também de gravidez. Mas sabia que era provisório aqueles dias que chegava em casa exausta como tinha chegado no final daquela tarde. Que então assim, ela o respondeu.

—Maria: É por enquanto Estevão. Logo estarei fora das empresas San Román e também do escritório de Geraldo Salgado. Porque já estou mais que decidida que quando tudo isso passar vou regressar para Londres. Onde é o meu lugar e de minha filha.

Estevão sentiu seu coração acelerar. Havia pensado exatamente naquela hipótese aquela tarde, que já o desesperava, mas agora sabendo que ela estava grávida, o desesperava mais ainda. Que por isso ele disse nervoso.

—Estevão: Não, não pode decidir assim dessa maneira que vai nos deixar Maria. E Heitor? E eu? Não, não, não pode regressar para Londres. Seu lugar e de Estrela é aqui e ao nosso lado!

Maria respirou fundo. Não se deixaria abalar, não voltaria atrás, tinha que ser firme. Aquele era o futuro que ela via para eles, diferente de Estevão que acreditava em um novo recomeço, não só para os dois para a família que havia formado juntos.

Que então assim ela o respondeu.

—Maria: Claro que posso, Estevão e vou. Enquanto a Heitor, depois que nenhuma sombra de meu passado existir entre nós, ele poderá me visitar e eu farei o mesmo. Eu tinha uma vida antes de regressar e desejo seguir com ela!

Ela puxou o ar do peito depois que falou e ouviu do outro lado da linha, Estevão respirar forte depois que a ouviu. E então em nervoso ela o ouviu falar.

—Estevão: Mas e eu? E eu Maria?

Maria abriu a boca e fechou. Agora Estevão havia sido mais direto. Ela sentiu seu coração acelerar. Era claro que pensava nele quando fizesse o que decidia. Queria com sua decisão que fossem apenas pais. Era o que ela queria acreditar que seriam. Seriam pais bons depois de tudo, os pais que não puderam ser. Que então assim, ela o respondeu.

—Maria: Você Estevão, se seguirmos como estamos, apenas seremos bons pais para nossos filhos, sem mais brigas nem mais guerras entre nós.

Estevão passou a mão no rosto. Não podia deixar que Maria seguisse com aquela ideia. Não permitiria que ela o deixasse mais uma vez. Não permitiria, ainda mais com aquele filho que esperavam. Que então assim, duro o suficiente para tornar aquela ligação em mais uma discussão deles.

—Estevão: Eu não vou permitir que volte me deixar Maria! Não vou permitir que tome essa equivocada decisão!

Ele ficou ofegante depois que falou Maria se irritou, dizendo.

—Maria: Eu vou desligar, Estevão!

Estevão então quando que ia fazer o que dizia, rápido ele tratou de muda seu jeito de falar e disse.

—Estevão: Eu te amo, Maria. Já disse uma vez exatamente assim, mas estava bêbada. Estávamos em uma ligação e eu disse que te amava. Não lembrou querida e eu agradeci por isso. Mas agora quero que lembre, que pense que sei que errei, que estou aqui desejando seu perdão, uma chance. Eu te amo mais que tudo e não suportaria perde-la outra vez. Por favor, reconsidere essas ideias.

Maria o ouviu calada. Ficou calada tempo suficiente para Estevão também ficar e de verdade se acalmar. Ele sabia que ela pensava em suas palavras tão carregadas de suas verdades e também de arrependimento.

Até que Maria quebrou aquele silêncio, dizendo baixo.

—Maria: Eu já disse tantas vezes que é tarde para revivermos o amor que um dia vivemos, Estevão.

Maria tocou nos cabelos, olhando um canto do seu quarto, segurando suas lágrimas nos olhos enquanto Estevão respirou fundo, aflito.

—Estevão: Não é Maria. Eu não nego que tenho culpa da decisão que pensa tomar e em não acreditar mais que podemos sim voltar sermos quem um dia fomos. Mas precisamos dessa chance, querida. Nos separaram, essa é a verdade e por isso merecemos essa nova chance que está nos negando. Não siga nos negando ela.

Maria ficou pensativa. Era certo o que Estevão dizia, tinham separado eles, em cima de um plano maldoso, ambicioso destruíram o que um dia viveram. Mas também, ela sabia que acima dos culpados existia também Estevão que poderia ter mudado o percurso de tudo que viveram até ali se tivesse dado a ela uma chance, uma como a que ele implorava. Que então assim, ela disse.

—Maria: É tão injusto o que faz Estevão. Fala como que agora e eu fosse o único motivo por ainda estarmos separados. Eu daria tudo para ouvir de você essas palavras quando eu mais precisei. Eu daria tudo para ter tido de você essa mesma chance que me pede, quando tramaram contra nosso amor. Então agora que não preciso mais, é tarde para qualquer chance que me peça.

Estevão respirou com pesar. Não poderia nunca mudar aquele passado e suas ações, mas podia refazer o desfecho que deram para o amor que tiveram. Mas para isso, ele sabia que precisaria quebrar toda resistência de Maria, e só conseguiria com amor. O amor que queria fazer voltar despertar nela assim como era vivo nele.

Então, sem querer se entregar ele disse.

—Estevão: Ainda que siga relutante, eu seguirei lutando por nosso amor, Maria por nossa família.

Maria depois que o ouviu, limpou uma lágrima que descia em um lado de seu rosto e respondeu.

—Maria: Eu te desejo boa sorte para isso Estevão, porque estou ferida demais e desejando permitir que outra pessoa me ame. Boa noite.

Ela desligou o celular deixando Estevão sem ação diante das palavras dela.

O tempo estava feio, chuvoso quando Estevão chegou de frente a uma igreja. Tinha tantos carros no estacionamento dela que não se podia contar e era porque um casamento acontecia nela.

Estevão olhou para o céu nublado, escuro. Ele estava todo molhado de chuva, e estava ali vivendo o que acreditava ser o pior dia de sua vida. Presenciando um de seus mais horrendos pesadelos, se tornando real.

A porta da igreja, grande e bonita se abriu e ele olhou uma pequena aglomeração de pessoas saindo dela e parando em uma fila de dois lados, onde a igreja era coberta e os protegia da chuva que ele levava.

Depois ele ouviu gritos eufóricos de "viva os noivos" e em seguida eles aparecerem.

Maria era a noiva, linda e sorridente, que era agarrada e puxada pela cintura por seu futuro marido que lhe beijava na boca.

E Estevão chorou. Chorou desejando que um raio caísse em sua cabeça e lhe matasse de uma vez só vez. A mulher que amava havia se casado com outro. Ele a tinha perdido para sempre.

Suado Estevão acordou daquele pesadelo que pareceu tão real.

Ele sentou na cama levando a mão no rosto. Estava todo ofegante e com os olhos estralados.

—Estevão: Maldição de pesadelo.

Amanheceu.

Maria tinha levantando bem cedo e tomava café sozinha na mesa, enquanto tinha seu computador aberto. Ela bebeu do seu café, enquanto mandava arquivos anexados em seu e-mail para Luciano. Estava mandado para ele as respostas da análise que tinha pedido. Estava cada vez ciente que quando aquela verdade viesse átona, do que acontecia na empresa de Estevão, ela jamais seria a mesma.

Ela então fechou a pasta com seu dossiê. Tinha senha nela e em um outro que quando ambos tivessem pronto ela enviaria a cópia em quem ela mais confiava para fazer aquilo, que era Luciano. Tinha que garantir a segurança daqueles arquivos para no momento certo usá-los.

Ela então se levantou e foi para cozinha de xícaras na mão. Botou ela dentro da pia quando ouviu seu telefone tocar. Imaginou que seria Estevão ligando para ela, afinal o combinado era ele estar de manhã em sua porta, só que não tão cedo como ainda era.

Que então assim, ela pegou o telefone não reconhecendo o número e disse.

—Maria: Alô, quem fala.

Do outro lado da linha estava Patrícia nervosa que a respondeu.

—Patrícia: Eu darei o que quer Maria. Mas quero algo em troca.

Maria sentiu seu corpo todo em alerta e rápido ela disparou.

—Maria: Eu disse que daria.

Patrícia então deixou evidente o que de fato queria.

—Patrícia: Não quero dinheiro. Apenas quero identidades falsas e um passaporte também. Te direi tudo o que sei e o que precisa saber, mas quero estar longe daqui quando Bruno souber que o traí.

Maria respirou fundo enquanto tinha seu coração acelerado e a respondeu, sabendo que preferia que Patrícia pedisse toda a maldita fortuna que Evandro havia deixado para ela, do aquilo.

—Maria: O que me pede resulta que é um crime Patrícia!

Patrícia levou as mãos seus cabelos loiros, nervosa, tensa e a respondeu.

—Patrícia: Eu quero isso, sem isso não terá o que quer, Maria.

Patrícia então desligou o telefone e sentou no sofá dela sua sala levando as mãos nos cabelos outra vez. Fugiria para longe para recomeçar uma vida sem mais os fantasmas da culpa que a perseguia nem o medo.

Maria olhou o telefone. Ela sabia que quanto mais rápido soubesse da verdade, mais rápido se veria em paz. Mas onde conseguiria o que Patrícia pedia?

Algumas horas passaram.

E era 9: 50 da manhã quando permitiu ao porteiro do condomínio que morava, que Estevão subisse.

Estrela respirou ansiosa quando soube que o pai em alguns minutos estaria ali com elas.

Que então assim, ela disse chorosa de frente para Maria.

—Estrela: Vai ficar aqui o tempo todo, não é? E também não vai deixar que ele me leve?

De coração aos pulos, Estrela olhou para sua mãe depois de falar. Maria suspirou e a abraçou de lado com as duas em pé no meio da sala, depois ele a beijou na cabeça para olhá-la em seguida e responde-la.

—Maria: Já disse que estarei o tempo todo aqui querida e que ele não irá te levar. Só vai ser uma visita, que se não estiver confortável eu mesma o dispensarei, ok?

Estrela assentiu nervosa e depois disse.

—Estrela: Eu vou ao meu quarto até que ele chegue.

Ela então virou as costas deixando Maria sozinha na sala até que minutos depois, ela ouviu a campainha tocar. Ela andou até a porta e ali estava Estevão. Todo de preto, cabelos úmidos, de relógio em um dos pulsos e visivelmente bem.

Os dois ficaram se olhando por um tempo, piscaram ao mesmo tempo e Estevão disse com um sorriso brincando no rosto.

—Estevão: Estou ansioso. Será que já posso entrar?

Ele olhou para brecha da porta querendo passar, Maria assentiu abrindo mais ela e ficando de lado para ele passar. Estevão suspirou estando novamente naquele apartamento. A última vez que esteve ali fez amor com Maria no sofá que ele agora encarava. Ele ficou olhando, até que Maria disse trazendo sua atenção para ela.

—Maria: Sente-se Estevão. Estrela está no quarto dela. Irei avisar que já está aqui.

Estevão assentiu com a cabeça e quando viu que Maria ia deixa-lo para fazer o que ela havia dito, ele a pegou pela mão, beijou e disse.

—Estevão: Muito obrigado. Muito obrigado por isso, Maria sei que não merecia, que não mereço. Então muito obrigado.

Maria deu um sorriso contido e respondeu.

—Maria: De fato não merece Estevão. Mas já disse minhas razões para estar fazendo isso. Já venho.

Ele suspirou calando-se e se sentou no sofá, a mirando andar se afastando dele. Agora a olhava diferente que sabia que ela estava esperava mais um filho dele, o que fez ele sorrir e depois puxar com força o ar do peito por lembrar da conversa que havia tido por telefone.

Ele esfregou as mãos no rosto e encarou a frente uma parede e veio então na mente dele outra lembrança. Lembrou que estava em uma situação aquele momento que antes ele mesmo já tinha planejado para Maria estar, mas que diferente daquela vez com ele no lugar dela, não havia dado certo. Antes quis que a primeira vez que Maria estivesse presente diante de Heitor fosse na presença dele, de baixo de seu teto e agora com ele passava o mesmo. Como era a vida tão perspicaz as vezes, tão sagaz.

Maria bateu na porta duas vezes do quarto de Estrela e mexeu no trinco. A menina tinha fechado ela com a chave e Maria estranhou vê-la fechada e disse.

—Maria: Estrela, meu amor. Estevão já chegou. Por que fechou a porta? Abra por favor.

Estrela estava dentro do quarto, inquieta, insegura que então assim ela disse arrependida por ter aceitado que Estevão a visitasse.

—Estrela: Eu não sei se consigo mamãe. Eu não sei.

Maria conseguiu ouvir a voz dela quebrar no final em um choro e se preocupou dizendo.

—Maria: Meu amor. Conversamos antes dele estar aqui. Mas se, se não quer vê-lo eu não irei obriga-la.

Estrela olhou para porta e disse se encostando nela para ser ouvida.

—Estrela: Eu quero que só seja nós duas de novo. Aceito Heitor, mas ele não. Não quero Estevão em nossas vidas.

Maria respirou nervosa, uniu as mãos uma na outra como que se fizesse uma prece, e depois disse mirando a porta.

—Maria: É isso mesmo que quer? Poderia ter um pai de verdade. O pai que eu de certa forma te neguei todos esses anos, filha.

Estrela, limpou de um lado o rosto dela. Depois de ouvi-la só pensou nas expectativas que teve ante de saber quem era seu pai, que para ela foram todas destruídas.

—Estrela: Eu queria um pai. Mas não como ele. Ele é mal.

Maria se afastou da porta. Diante do que Estrela sentia parecia que já era tarde para ela ir contra e lamentava saber que aquilo fazia sua menina sofrer. Lhe doía a alma junto ao seu coração de mãe. Que então, com pesar na voz ela disse.

—Maria: Eu vou pedir que ele vá, meu amor. Não se preocupe que não te obrigarei a nada.

Ela voltou para sala e Estevão já estava de pé pressentindo pela demora dela que algo acontecia, que então ele analisando a expressão dela disse, certo da resposta que teria.

—Estevão: Ela mudou de ideia, não foi? Não quer me receber.

Maria assentiu e ele passou a mão na cabeça dando um riso amargo. Heitor também tinha agido parecido no momento que antes lhe vinha a memória.

—Estevão: Eu só queria uma conversa com ela. Uma muito diferente da primeira que tivemos.

Maria respirou fundo, acreditava que Estevão poderia cumprir o que dizia, mas diante da decisão de Estrela não cabia ela lutar mais do que já tinha feito até ali. Não por ele.

Que então assim, ela disse.

—Maria: Ela se trancou no quarto e de lá não sairá. Conheço minha filha e sei que assim será Estevão. Então é melhor que vá ee...

Estevão decidido não se dar por vencido, interrompeu ela dizendo.

—Estevão: Deixe que eu vá então até a porta do quarto dela. Já perdi tanto tempo no meio de rancores agindo como um covarde, um verdadeiro crápula com vocês duas, Maria por isso não quero perder mais nenhum segundo. Então peço que me deixe ir ao menos até a porta e ela me escute pedir perdão. Eu, eu preciso disso.

Maria fechou os olhos, ouvindo Estevão pedir por favor depois de suas palavras que ela ouviu e sentiu elas tão sentidas. Ela passou a mão na cabeça indecisa no que faria e o olhou. Os olhos dele estavam brilhando como que se implorasse com eles mais aquela ajuda dela. O que fez ela se render mais uma vez, dizendo.

—Maria: Está bem. Mas estarei no corredor os olhando. Não quero que ela se sinta obrigada a recebe-lo. Só faça com que ela te escute e depois vá embora. Assim é será melhor para os dois.

Estevão assentiu de cabeça baixa e a respondeu.

—Estevão: Vai ser como queira.

Eles dois foram, Maria ficou na ponta do corredor e Estevão seguiu até a porta fechada que ela indicou que era o quarto de Estrela.

Que então ele encarou a porta branca, respirou fundo e disse.

—Estevão: Estrela, sou eu filha. Seu pai.

Estrela saltou da cadeira de sua escrivaninha que tinha sentado. Sua voz grossa fez acelerar seu coração e derrubar alguns livros no chão com o seu movimento, que Estevão pôde escutar e entender que ela tinha escutado ele também. Que por isso apenas tendo o silêncio dela, ele disse sabendo que seria escutado.

—Estevão: Sei que não quer me ver. Sei também que tem todos os motivos para isso filha. Eu venho errado antes mesmo de saber que sua mãe te esperava. Errei muito, mas agora quero começar acertar e por isso estou aqui, em um dia que eu poderia fácil, obriga-la ir comigo, mas não é isso que quero. Não mais, filha. Desejo fazer as coisas direito dessa vez.

Estrela suspirou atenta as palavras dele enquanto Estevão buscou ao final do corredor o olhar de Maria. Ela tinha se encostado na parede e cruzado os braços apenas o olhando, atenta também nas palavras dele.

Estevão voltou a olhar a porta. Estava sozinho para fazer aquilo e seguiria com o que desejava. Que então depois de respirar fundo outra vez, ele voltou a dizer.

—Estevão: Filha, eu quero que recomecemos. Quero ser teu pai enquanto ainda é tempo. Você é a menininha que sempre quis ter, em troca ainda que já tenha 15 anos eu ainda não a tive...

Ele apertou os olhos fechando-os e Maria do outro lado, virou o rosto, sentindo o impacto do final das palavras dele. Enquanto Estrela resolveu dizer.

—Estrela: E vai voltar a colocar a culpa na minha mãe sobre isso? Ela foi embora porque o senhor quis assim!

Ela chorou nervosa. Porque a verdade, era que se ele sempre quis ter uma filha, ela também sempre quis ter um pai e nisso os dois perdiam.

Maria havia conseguido ouvi-la, Estevão sentiu seu coração saltar. A voz firme de sua menina o lembrava da última conversa que tiveram e ela o tinha enfrentado como parecia que estava capaz de fazer de novo. Que por isso ele disse rápido, não fazendo como fez nas empresas San Roman, culpando Maria por aquela separação.

—Estevão: Não. Não. A culpa foi toda minha e da maldade que me separou da sua mãe, filha. Eu estive cego todos esses anos, mas não estou mais e por isso, humildemente peço que me dê uma chance para isso, não só uma chance de recomeçarmos, mas também para que me perdoe. Eu não sou esse pai que conheceu. Eu posso ser melhor, filha.

Maria suspirou e limpou uma lágrima que tinha caído em um lado do rosto dela. Estava emotiva e queria culpar os hormônios de sua gravidez, mas ela sabia que não eram culpa deles. Estava vendo o começo de uma parte de seu passado também ser refeita.

Estrela dentro do quarto sentou no chão e agarrou as pernas juntando elas em um abraço e disse parecendo mais calma.

—Estrela: Continue...

Estevão desapertou a gravata. Não teria a porta aberta mas parecia que aquele momento Estrela queria ouvi-lo, que então assim ele desceu o corpo e sentou no chão encostando as costas na porta. Maria o observou entendendo que aquela conversa poderia demorar e resolveu deixá-los. Saindo antes que se desmanchasse mais em lágrimas do que já estava.

Estevão então onde sentou voltou a falar.

—Estevão: Disse que não estou aqui para obrigar que passe o final de semana comigo, mas sim para conversarmos, filha. Mesmo que eu não esteja podendo te ver por essa porta entre nós, isso que estamos tendo agora me contenta já ao menos mostrou algum interesse em ouvir seu pai.

Ele suspirou paciente, pensativo e Estrela depois de ouvi-lo atenta disse.

—Estrela: Da última vez que nos vimos foi um grosso. Disse que minha mãe e eu éramos sua de um jeito que tive medo. Claramente queria nos obrigar a ceder as suas vontades, Estevão!

Ela sentiu seu corpo esquentar com o calor de sua revolta e Estevão passou a mão no rosto. Tinha feito aquilo mesmo. Tinha causado medo em sua menina como ela mesmo falava. Havia errado falar como havia falado com ela que se não fosse o choque da realidade toma-lo seguiria com aquele plano de obrigar Maria estar com ele na mansão junto com sua menina. Estava tão cego de ressentimentos, mas também tão desesperado pelo amor que ainda sentia por Maria que não pararia até tê-la e também a filha deles. Mas agora era tudo diferente. A verdade estava a ponto de aparecer, ainda que sem provas concretas a verdade era tão palpável, tão nítida como aquela mentira que ele guardou com ela, nunca tinha sido verdade.

Que assim todo vermelho e de voz embargada ele disse.

—Estevão: Me perdoe filha. Conheceu o pior de mim. Chegou na minha vida quando eu ainda estava cheio de rancores. Eu amo sua mãe, amo você também. Eu só tinha o desejo de tê-las onde deveriam ter estado todo esse tempo e errei querer fazer isso da maneira mais equivocada que havia.

Estrela arregalou os olhos quando o ouviu e então foi até a porta. Estevão ouviu o barulho dela abrindo e se levantou rápido, quando a viu de pé toda vermelha com o rosto entre lágrima e a ouviu.

—Estrela: Ama ela? Ama minha mãe?

Estevão a olhou sério. Queria decifrar o que via no rosto de sua menina e pareceu que tudo que ele havia falado para ela só era valido aquilo, aquela pergunta. Mas estava certo que confirmaria. Assim como tinha feito com Heitor faria com Estrela também, confessando-os que ainda amava a mãe deles.

Que por isso ele disse.

—Estevão: Sim. Amo a sua mãe. A amo e sempre amarei. Essa é a verdade, filha. A mais pura verdade.

Estrela abriu a boca e fechou. Estevão tinha falado baixo ainda que sério. Não era nada aquele homem que ela visitou na empresa San Roman nem das vezes que ela o tinha visto, sempre furioso, sempre com ele brigando com sua querida mãe como foi a primeira vez que se viram.

Que então assim ela disse, alto o suficiente para alertar Maria.

— Estrela: Como pode dizer que ama ela se sempre esteve gritando e brigando com ela? E digo isso das vezes que vi imagina as que não vi, Estevão! Não aceito que a ame! Eu não aceito!

Estrela chorou toda vermelha e ia deixar o quarto para procurar Maria, mas Estevão a segurou impedindo que ela desse algum passo.

Estrela então gritou e Maria apontou do corredor nervosa.

—Maria: O que está acontecendo aqui?

Estevão buscou os olhos de Maria soltando a filha deles. Estrela correu se afastando dele como que se ele fosse um leproso e agarrou Maria.

Estevão viu a cena e sua menina dizer.

—Estrela: Mãe, manda esse homem ir embora. Eu não quero mais vê-lo nem falar com ele.

Maria apertou Estrela entre seus braços encarando Estevão. Ele tinha os olhos cheios de lágrimas, estava vermelho, abalado. Não era de se deixar desistir fácil, encarava os desafios até superá-los, mas aquele que tinha com aquelas duas mulheres de sua vida, parecia o mais impossível de todos conquista-lo.

Que então assim ele levou a mão nos olhos os tocando com os dedos, tentando tirar as lágrimas deles que tinham descido impendido que elas trilhassem suas bochechas. Doeu. Estava doendo aquela repulsa vindo de Estrela e mais ainda entender que a confissão que tinha feito a ela, tinha causado aquele efeito nela.

Que depois que se recompôs, ele respondeu Maria sério.

—Estevão: Eu não fiz nada Maria. Estávamos conversando. Eu me abri para nossa filha eu, eu...

Ele não conseguiu falar e Estrela acrescentou buscando olhar Maria nos olhos, mas sem larga-la.

—Estrela: Ele disse que te amava! Ele é um mentiroso, não pode acreditar nisso mãe! Não pode!

Estevão quando a ouviu ficou vermelho e acabou falando mais grosso e alto do que gostaria, ao dizer.

—Estevão: Posso ser qualquer coisa, mas não um mentiroso Estrela! Quero que se lembre que acima de tudo que houve, sou seu pai, filha sou seu pai e peço que não volte a falar dessa maneira!

Ele levou a mão agora na cabeça. Pediu mentalmente controle para não agir como agiu nas empresas San Roman com Estrela. Mas não havia conseguido deixar passar aquele momento que ela o havia tirado do sério. Enquanto Maria tinha ficado em silencio, parada no tempo quando ouviu ainda Estrela falar que ele tinha confessado que a amava. Só pensava que agora só faltaria ele dizer ali que eles faziam sexo e ela revelar a gravidez dela para tudo ficar pior e acabar de transtornar a menina deles.

Tinham abalado o mundo calmo da adolescente deles. Os erros deles como pais que haviam colocado Estrela naquele ponto que a abraçava tremendo e chorando. Que se sentindo culpada, Maria respirou fundo e disse séria a Estevão.

—Maria: Sua visita terminou Estevão. É melhor que vá agora.

Estevão permaneceu em seu lugar até que disse sério, agora mirando Maria depois de ouvi-la.

—Estevão: Acredito que agora você e eu que devíamos ter uma conversa séria, Maria.

De coração acelerado, ele estava disposto a não sair dali sem relevar que sabia que ela estava grávida. Parecia para ele o momento perfeito para resolverem aquela questão pendente.

Mas Maria negou rápido com a cabeça e disse.

—Maria: Deixe de ser egoísta apenas uma vez e faça o que pedi Estevão. Olhe como está nossa filha! Não há mais conversas por hoje!

Ela afastou Estrela dela e a tocando no rosto dela, ela disse.

—Maria: Filha, vou leva-lo até a porta, você se acalme que logo voltarei.

Ela beijou a testa de sua menina, e Estrela cruzou os braços. Relutante Estevão saiu de onde estava e passou em frente de Estrela, que quando fez, vendo que ela o olhava feio, ele disse.

—Estevão: Não tenho medo de sua cara feia, filha. Porque vou voltar e vou insistir até que me aceite, até que aceite meu amor e proteção de pai como deveria ter sido desde que nasceu!

Estrela bufou ainda que tremula, mas nada disse, apenas o observou seguir Maria e saindo da vista dela.

Maria parou abrindo a porta para ele passar por ela.

Ele então a mirou sério e alterado por aquele momento, disse baixo o que pensou que seria capaz de guardar até uma ocasião melhor da que estavam.

—Estevão: Eu sei que está grávida. Sei que espera mais um filho meu. E eu não vou permitir que façamos com esse filho também, o que fizemos com Heitor e Estrela, Maria.

Maria naquele exato momento pensou que cairia no chão. Procurou palavras e não teve nenhuma. E Estevão só passou pela porta e ela fechou o mais rápido que pôde.

Ofegante ela se encostou na porta e levou em seguida as mãos nos cabelos.

O final de semana passou com ela sabendo que tinha uma conversa pendente com Estevão. Na segunda-feira que já estava, ainda que de manhã, ela já tinha feito muita coisa que via como prioridade e recebido também a data oficial da nova audiência que ela e Estevão teriam referente a guarda de Estrela. A nova carta sobre o sofá, estava aberta, enquanto ela estava no telefone. Falava com Luciano. Pedia lhe ajuda para lidar com Patrícia. Agora mais que nunca pensava que tinha que ir embora. Tinha que voltar a dar a vida que antes sua filha tinha, tinha que voltar a ter paz, sem mais magoas, rancores e brigas. Estava cheia, cansada e quase entregando os pontos.

Luciano quando soube o que Patrícia queria, só imaginou ela saindo ilesa do que tinha feito, que por isso, ele disse.

—Luciano: Se darmos o que Patrícia quer, ela vai fugir e não vai pagar pelo que também fez Maria.

Maria empinou o nariz e disse certa.

—Maria: Eu tenho um plano, ela não iria sair ilesa pelo que me fez, Luciano. Só por favor, não tenho contatos para conseguir o que ela quer, mas tenho dinheiro para pagar que façam.

Luciano suspirou. Que sempre rendido as vontades dela, ele a respondeu.

—Luciano: Vou confiar nesse seu plano, Maria. Enquanto o que me mandou. Falta pouco para que possamos entregar as autoridades e tudo isso acabar.

Maria suspirou e o respondeu.

—Maria: E eu não chego a hora que isso aconteça.

A campainha tocou com ela sabendo quem era, que depois de se despedir de Luciano, ela viu Estevão assim que abriu a porta. Tinha combinado uma conversa séria com ele naquela manhã, por isso já tinha deixado a entrada dele livre sem que ela precisasse ser avisada de sua chegada.

Estevão suspirou assim que a viu. Sabia que naquele momento teriam uma conversa séria. A conversa séria, seria sobre o futuro daquele bebê que esperavam. Maria apenas deu espaço para ele passar e cruzou os braços enquanto a presença dele invadia a sala.

E então ele disse.

—Estevão: Aqui estou para falarmos do filho que esperamos.