Lúcifer chegou a galeria com os pensamentos a mil! Durante todo seu trajeto, não conseguia parar de pensar em Chloe e como aquele mix de emoções estavam perturbando-o. Ao passar pelos corredores, encontrou Maze, sua secretária, melhor amiga e braço direito na galeria, catalogando as novas peças para exposição. A única (humana) que sabia toda verdade sobre ele.

— Lúcifer, até que enfim! Você atrasado? Estava quase achando que teria que colocar toda polícia de Los Angeles atrás de você! - disse Maze brincando.

Ainda totalmente aéreo ao que Maze dizia, ele saiu do transe de pensamentos e a olhou.

—Tive um imprevisto no caminho. Uma garota simplesmente apareceu na frente do meu carro e quase a atropelei.

—Uau! Manhã agitada! Mas pelo menos pegou o telefone dela, garanhão?

Se uma coisa que não existia em Maze era receio do que dizer, seja lá o que fosse, ela apenas colocava pra fora. E Lúcifer gostava disso nela.

—Não, sabe que isso é contra as regras. E além do mais, ela...é minha missão.

No mesmo instante a prancheta que Maze segurava nas mãos caiu. Ela olhou para ele boquiaberta.

—É sério? Mas e aí? E agora? O quê vamos fazer?

—Maze, calma. Primeiro NÓS não vamos fazer nada, quem precisa fazer sou eu. E nada mudou de fato, só preciso mantê-la por perto e não deixar que nada aconteça. Simples.

Maze fez cara de desdém e ele não estava entendendo sua reação.

—O quê foi? - ele perguntou.

—Como assim o quê! Só isso? Achei que era agora que você ia surgir de tanguinha branca, auréola e harpa!

—E por quê eu iria fazer isso?

—Bom, os anjos não são assim?

—Não...

Maze recolheu sua prancheta do chão e voltou a seus afazeres.

—Parece que ser anjo não é tão legal assim. Quase sinto pena de você.

Lúcifer revirou os olhos e foi até seu escritório. Colocou um pouco de whiskey no copo e foi até sua janela contemplar a vista. Entre um gole e outro, seus pensamentos vagavam em Chloe. O quê aquela garota tinha de tão especial para deixá-lo daquela forma?

Não podia se deixar levar por aqueles sentimentos daquela maneira, então sentou em sua cadeira e pôs-se a trabalhar. O coquetel seria naquela semana, e tudo precisaria estar perfeito para impressionar seus clientes. O fato de ser apenas uma fachada não significava que Lúcifer não se importava, na verdade, ele tinha criado um certo prazer pelo que fazia e até gostava.

Já no final do dia, se despediu de Maze e foi embora pra casa, pensando em como faria para iniciar uma aproximação com Chloe. E então lembrou exatamente como.