Fala Sério Pai!

Capítulo 3: o trauma da frauda


Capítulo 3: o trauma da frauda

Jully Anne estava gorda e grande com seus cinco meses de vida. Durante todo esse tempo eu passava muito tempo com minha ratinha – que continuava branquela e com cabelos ruivos como os meus – mais passava longe quando era hora de trocar a bebê. Eu não conseguia ver a tal beleza no “momento de intimidade entre os pais e o bebê” que Bella tanto falava. Não existia isso, mas ela nunca me ouvia.

Por cinco meses eu consegui fugir com desculpas tipo “tô com dor nas costas” ou “tenho que sair amor pra botar gasolina no carro” ou ainda “preciso ir Emmett e Jasper precisam de mim pra aparar a grama”. Até então eu tinha escapado, mas dessa vez ela parecia decidida a me fazer ter um contato maior com a frauda.

-Edward vem trocar a Jully!

-Er... amor eu tenho que comprar... biscoito! – me embolei, mas vai que cola.

-Dessa vez você não vai escapar. Não sei do que tanto você tem medo.

-Amor, é um momento tão intimo, quer dizer... Jully é uma menina, e eu sou muito grande, eu posso machuca-la. A... florzinha dela.

Bom, isso de fato era um dos meus medos. Minha filha era um bebê fofo e delicado, e suas intimidades também, e se na hora de limpá-la, eu a machucasse? Bella também era uma menina então tinha jeito com essas coisas. Dez vezes mais jeito do que eu.

-Você não irá machuca-la.

E assim fui arrastado até o quarto todo decorado de rosa. Jully tava dentro do berço, fazendo levantamento com os pés. Pelo menos era o que parecia. Bella a pegou e colocou no trocador. Desabotoou a parte de baixo do macacão, botou uma frauda limpa, um pote de lenço umedecido e um tubo de pomada do meu lado e se mandou. Traíra!

-Vamos lá bonequinha do papai. Me ajude.

Ela abriu um sorriso banguela e levantou as perninhas quase na cabeça. Encarei isso como uma coisa positiva. Tirei as fitinhas laterais, até aí tudo bem. Na hora que abri a frauda... OH MEU DEUS! Como uma coisinha linda e pequena como aquela podia expelir uma coisa enorme como aquela?

-BELLA! JESUS CRISTO, BELLA VENHA AQUI MULHER! – berrei desesperado. Minha princesa educada e delicada não podia ter feito um cocô daquele. Não um gigante como aquele!

Bella apareceu esbaforida, e com a barriga toda molhada.

-O que aconteceu? – ela correu pra ver se Jully tava bem.

-O que é isso na frauda da minha filha?

-Hum... cocô?

-Não, isso é um alienígena que saiu do corpinho lindo da minha princesa!

Sem um motivo claro – pra mim claro – a idiota da minha esposa começou a rir da minha cara! Como isso? É simples, ela é uma debochada.

-Edward – risos – isso é nor-.... – risos – normal, amor! Se você trocasse a frauda da nossa filha com mais frequência, saberia.

-Eu não vou limpar isso, não. Me recuso! – bati o pé e tudo.

-Ah, você vai!

Ela saiu do quarto e me largou lá. Olhei novamente pra aquela coisa e então me sensibilizei porque Jully me olhava com a cara de quem dizia “E aí panaca, vai me largar suja?”.

Com muita dificuldade e nojo, consegui tirar aquela coisa nojenta da minha bebê linda e ela ficou toda limpinha e cheirosinha. Foi uma luta pra pôr a frauda limpa e devo confessar que apanhei de 5x0 pra frauda. Mas no final, eu e minha princesa fizemos uma boa equipe.

Dias depois...

-Amor, vai trocar a frauda de Jully! – Bella berrou dos fundos da casa.

-Ih, amor tô ocupado agora. No próximo eu troco.

Será que ela entendeu que eu não me referia à próxima frauda?