Sul de Alakitasia, no Reino Nakatarpuz.

Um homem velho de cabelos e barbas longas caminhava apressadamente apoiado em seu cajado em direção ao reino que ao se deparar com cena grotesca ficou chocado. O que deveria ser um castelo grandioso, com casas luxuosas ao seu redor, grandes mercados e cercado por uma floresta belíssima, agora era cena de chacina e mar de sangue. Mas uma coisa o intrigava muito; onde estava o Reino Nakatarpuz? Era apenas um vazio rubro em meio ao verde natural.

O que está acontecendo? Que magia intensa foi essa que senti pouco antes de chegar aqui?, pensou o velho ainda chocado com a cena. Decidido a investigar ele começou caminhar pela solo alagado de sangue. Durante essa caminhada ele pisou em uma pedra, entretanto ao olhar com mais cautela percebeu que não era apena uma pedrinha.

Com seu cajado ele levitou a pedra e percebeu o que era. Isso é o Reino...mas quem fez isso? Quanto poder. Pensou o velho começando a entender mais toda a situação.

— Então se o reino não foi destroçado – disse o velho calmamente - , a pessoa que fez isso ainda está por aqui esperando quem ela veio encontrar voltar. – falou em alto e bom som – Então subtende-se que eu sou esse alguém. então saia de onde está escondido.

Saiu de dentro dos arbustos uma garotinha alva de cabelos e olhos verdes, por volta de treze anos. Sua expressão era de raiva. Seus olhos estavam vidrados, veias saltavam de sua testa. Suas roupas surradas somadas a seu temperamento fazia dela semelhante a um animal selvagem com o único instinto de matar.

— Então só falta você! – gritou dela olhando fixadamente para o velho – Morra seu assassino!

Ela bateu o pé no chão e parte da floresta e pedras no chão começaram a encolher e explodir em direção ao velho. A devastação causada por aquela magia era absurdamente grande.

Nada aconteceu com o velho.

− M-mas como você ainda está vivo? – disse ela abalada com seu fracasso. – Não pode ser. Eu vi. Eu acertei. Mas... – suas pernas tremeram e ela caiu no chão de joelhos com seus olhos cheio de lágrimas.

− Você tem uma magia muito interessante e poderosa para uma garota de sua idade. – disse o velho caminhando até a garotinha – Aumentou a área interna e encolheu a externa fazendo com que os corpos explodissem por não poder ocupar o mesmo espaço ao mesmo tempo.

− P-por que você não m-morreu? – falou a garotinha incrédula olhando para o chão enquanto lágrimas pingavam de seu olhos abertos – Por que não morre logo?

− Magia não é problema para mim. – disse o velho se agachando-se em frente a garota. – Não sei de quem você está falando. Não tenho interesse em sua vida pessoal. Mas veja o que fez o Reino. Matou milhares de pessoas inocentes; criancinhas como você, mães gestantes, doentes, idosos e filantropos. Sua sede por vingança a fez cometer uma atrocidade não apenas a estes cidadãos, mas veja, você devastou a floresta com seus animais. Sente-se orgulhosa disso por puro egoísmo de vingança?

− Mas eu não... – ela começara a chorar muito depois de refletir as palavras do velho.

− Eu me chamo August. Qual seu nome, garotinha?

− B..an..sh – mal conseguia dizer seu nome arrependida com o que tinha feito – m-me chamo B-Brandish.

− Não sei qual é sua história, mas não me perdoaria por deixar uma menininha solitária, perdida, tão talentosa e fofa como você sozinha.- disse August sorrindo e acariciando os cabelos dela – Venha comigo e irei te mostrar que o mundo também pode ser belo.

− Mas eu tentei te matar. – disse Brandish encucada.

− Isso já é passado. Vamos pensar em seu futuro. Irei te tornar uma pessoa mais forte e doce. Mas antes vamos fazer as lápides desses moradores. Precisamos ter respeito pelos inocentes.

− Certo. – disse garota cabisbaixa. – Mas eu não sei quantos eram.

− Eram três mil cento e trinta e seis pessoas. – disse o velho se levantando em direção ao solo rubro de sangue.

− Mas como você sabe disso, senhor? – disse Brandish confusa.

O aspecto de August mudou em uma expressão. Ficou mais séria.

− A Rainha daqui mandou uma mensagem para mim expondo um motim feito pelo general e mestre da Guilda Guts Wolf na tomada do reino para que eles pudessem expandir seu território, destruindo os reinos das proximidades.

− Então você veio conversar com eles?

—- Não. Eu vim matá-los – disse August olhando firmemente para Brandish - para manter o reino e sua adjacência em estado que equilíbrio político e econômico para nosso continente.

− ...

− Essa é uma das minhas funções como o General do remoto Império Alvarez.

− Eu sei qual é. – Brandish começou a suar frio - É o Império que está crescendo bastante nesses tempos. Mas ouvi dizer que não existe um imperador. E mesmo assim já é o mais forte de todo o continente possuindo apenas quatro pessoas.

− Então essa é a história que se espalhou por ai? – disse August sorrindo vergonhosamente.

− Aham

− Chega de conversa fiada, vamos começar.

August, com seu braço direito, ergueu seu cajado, girou-o e logo o bateu no solo. Uma luz surgiu e o chão brilhou. Todo sangue ali presente estava afundando no solo sem deixar vestígio nenhum. Com um movimento da direita da esquerda de seu braco esquerdo ele abriu uma tela de luz. Nessa tela estava os nomes de todos os moradores do reino. Ele virou para a garota e disse:

− Aqui estão os nomes. Agora faça sua parte.

− Certo senhor August.

Brandish fechou os olhos, inspirou fundo e bateu seu pé no chão. Repentinamente todas as covas se ergueram. Em seguida os nomes foram aparecendo aos poucos. Em questão de minutos elas fez todas as covas.

Interessante. Ela aumentou o tamanho dos grãos de areia e os modelou para parecerem com lápides. E ainda diminuiu sua matéria em pontos específicos formando letras. Essa garota é extremamente. Pensou August impressionado do trabalho da garota.

− Vamos, Brandish. Venha fazer parte do Império de Alvarez.

CONTINUA...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.