Fairies Never Die.

Isso não está acontecendo


Olho para trás. Cabelo vermelho um pouco rebelde, olhos castanhos, a mesma armadura prateada, e é claro, a expressão séria de sempre. Esse era Reed.


– Nashi, eu te disse noite passada para dormir cedo. E que você não deveria se atrasar! Mas você deu sorte, o Conselho ainda não chegou.

Fiquei surpresa. O quê o Conselho iria querer com a Fairy Tail? Tudo bem, mantivemos nosso título de guilda número um em Fiore por tempos, em quesito força e bagunça, mas depois daquele fatídico dia... Tudo mudou. As pessoas de Fiore não nutrem o mesmo carinho pelos filhos dos magos que salvaram a vida deles nos Grandes Jogos Mágicos. Logo,voltamos a ser apenas uma guilda famosa. Fazer trabalhos ficou ainda mais fácil, já que o número de magos diminuiu. Inclusive, surgiram outros tipos de magia, além da das mais conhecidas. Ter um mago ou maga com uma dessas magias diferentes prejudicava a fama da guilda, já que as pessoas tendem a temer o que é novo. Acho que é por isso que não gostam da nova Fairy Tail.


– Por que o Conselho está vindo aqui, Reed?


– Eu não sei, eu– Reed parou de repente. E pude ver o motivo. Charllote Scarlet.

Charllote, filha de Erza Scarlet e Jellal. Três anos mais nova do que Reed. Deve ter sido difícil para Erza-san abandonar sua filha de dois anos para trás junto com um filho de cinco. Inacreditavelmente, Charllote tinha sido uma das trezentas crianças que nasceram com essa magia diferente.


– Nashi-san! Quem bom que chegou! Achei que não iria vir e que eu e Mizore teríamos que ir te buscar!–Charllote disse, ainda sorrindo para mim – Reed-kun, não culpe Nashi, você sabe que ela é desligada!

Charllote. Tão fofa e tão gentil. Totalmente diferente de Reed e de sua mãe. Ela é idêntica ao pai. Cabelos longos azuis, a marca vermelha no olho direito... Poderia ser facilmente confundida como versão feminina de seu pai.

– Charllote, eu já disse que você não deve me interromper quando eu estiver falando com alguém. É importante todos saberem que o Conselho vai estar aqui e todos devem se preparar para não passar má impressão da guilda, coisa que já temos do povo de Fiore graças à essa criatura de cabelo rosa. – Ele me chamou do quê? – Então ficaria grato se não atrapalhasse.


– Não me chame de criatura! Eu não tenho culpa se as casas das pessoas atrapalham quando eu estou lutando!


E essa foi minha inútil tentativa de me defender. Tenho que admitir que eu sou mesmo atrapalhada. Enquanto pensava em coisas aleatórias (comida é uma delas) Escutei Mizore chegar acompanhada de Alice. Espero que Mizore não tenha mais um daqueles ataques de perseguição ao Reed como sua mãe fazia com seu pai. Pior seria se estivesse com ciúme, pensei. Mizore é minha melhor amiga, diferente do que meu pai era com o pai dela. Talvez nem tudo na minha genética fosse igual à do meu pai. Minha mãe até que era amiga da tal Juvia...


– Nashi, não durma agora, parece que estão chegando, a rua de Magnolia já está ficando movimentada.


Me virei por uns instantes para encarar a maga de cabelos azuis escuros. Mizore Fullbuster. A cara da mãe, cabelo do pai... Parece eu,. Por sorte ela não tem a mania de tirar as roupas, isso seria estranho. Seria constrangedor para Magnolia ter uma guilda onde uma garota tira as roupas freneticamente.


– Não estou dormindo, estou pensando,o que é bem diferente.


– Vindo de você, pensar é estranho... – Darin disse, atrás de mim, com os braços cruzados e me encarando. ,


– Você é um pouco bobo, Darin... – Alice finalmente resolveu dizer algo.


Alice, mais conhecida como filha da Dragon Slayer Wendy. Mais nova da nossa guilda, assim como a mãe, talvez mais nova do que Charllote. Dragon Slayer da quarta geração assim como eu. Cabelos roxos presos em um rabo de cavalo, vestido azul claro em detalhes brancos e um laço também branco no alto da cabeça, prendendo o cabelo. Doce e gentil.


– Alice, por quê você acha que o Conselho iria pedir nossa ajuda? Você sabe onde está Mavis?


– Realmente não sei, ela saiu ontem à noite. Apesar dela ser um fantasma, ficou preocupada.


Alice estava agora com uma expressão triste. Apesar de parecer ser um motivo idiota se preocupar com um fantasma da qual apenas pessoas da guilda podem ver. sim, Mavis novamente virou mestre da Fairy Tail. Antes de nossos pais sumirem, lembro do antigo mestre e estar discutindo com o Conselho para deixar Mavis no controle d guilda enquanto eles estivessem fora. Isso pareceu como um trabalho qualquer na época para mim, mas agora sei porque estavam discutindo sobre isso. Ia dizer algo para acalmá-la quando escutei o barulho na porta. Ela finalmente estava se abrindo. Acho que Reed vai ficar com raiva pois aqui dentro só tem eu, Mizore, Alice, Charllote e ele próprio. Estão todos fora fazendo trabalhos.


– Fairy Tail, creio que já estavam nos esperando, não é?


Eu reconheci essa voz. Era familiar, eu sabia. Me virei para saber quem era. Haviam cinco ou seis guardas, juntamente com Mavis e... Sim, Lahar, o chefe no comando do da guarda do conselho. Ele não mudou muito, continua com a mesma cara de chato. Entretanto, algumas mudanças eram visíveis, o que se esperar, desde os Grandes Jogos Mágicos, foram dezessete anos, o que se esperar?


– Podem falar – Reed disse, ainda atrás de mim. Nossa Reed, se esconder atrás de mim já é exagero. Eu não sou m monstro. Só tenho a força de um dragão, só isso. Um dragão desastrado, bagunceiro e agitado, pensei. Que droga de pensamento, ele acaba com a imagem que eu tenho de mim mesma.


– Descobrimos onde seus pais talvez possam estar.


Todos pareceram surpresos. Eu também estava. Reencontrar nossos pais? É isso? É só isso que eles têm à dizer? Essa talvez seja a melhor notícia na minha vida.


– Entretanto... – Droga, perdi minhas esperanças. – Não sabemos o quê exatamente os mantêm presos lá. Há alguns anos, uma maga conhecida como uma das "Sacerdotisa de Zeref" Começou à reativar um vulcão, tentando o atrair até lá, mas sem sucesso. No final, algo que não sabemos ainda o que foi, obrigou à todos os magos das guildas de Fiore irem até lá. Isso é o suficiente para vocês?


– Mas, onde exatamente fica esse vulcão, como chegamos até lá, e se é só isso o que têm a nos dizer? – Dessa vez foi a vez de Mizore dizer algo. Já estou começando `me estranhar por não ter dito nada até agora.


– O Vulcão ficava em uma ilha à alguns quilômetros da cidade de Adalesia, que fica fora de Fiore. Depois desse incidente, a ilha nunca mais foi vista, talvez por algum tipo de magia que não descobrimos ainda. São aproximadamente trinta dias de viagem até lá e no caminho existem guildas e cidades ainda não catalogadas ou conhecidas em Fiore. Não esperem muito disso.


– Então, querem que a Fairy Tail vá até lá, dê um jeito de trazer todos de volta, e pronto? Parece fácil. – Darin, complicando as coisas, mas tentando parecer responsável.

– E quem disse que seria só a Fairy Tail? – Mavis disse, respondendo Darin. Juro que pude ver um olhar meio maléfico vindo dela junto à um sorriso malicioso.


– O quê isso quer dizer? – Reed perguntou um pouco confuso. Reed confuso é tão raro que vou pegar uma câmera e tentar registrar tudo isso.


–Vocês vão trabalhar com a Sabertooth.


Ouvi gente cochichando atrás de mim. Darin parecia confuso, já que nunca sequer tinha ouvido falar sobre a Sabertooth. Reed discutia com Mavis e Lahar para saber se isso era realmente necessário. Mizore e Alice pareciam petrificadas, e eu? Desesperada. Ainda bem que eles não são como antes...