Faerieland

A noite do Eclipse


Podia ser uma tarde como outra qualquer... Mas era noite de Eclipse Lunar. Acontecia só de vez em quando... E era só nessa noite que desabrochava a Flor de Rapôncio Dourado! Dizia a lenda que essa rara e bela flor era uma estrela que um dia caiu na terra só para iluminar a noite do Eclipse... Tinha propriedades milagrosas que apenas os mais sábios magos poderiam compreender... Era mágica! Mas tinha um problema... Ela ficava bem no meio da floresta negra!

Eu tinha doze, a Gretel nove. Minha promessa era a de capturar o Rapôncio Dourado para que ela tivesse a mais preciosa flor em seu jardim! Essa promessa já existia desde uns três anos atrás... Mas só agora eu tinha certeza de que conseguiria a flor para minha irmãzinha! Assim que o sol se pôs, peguei meu saquinho de pedras brilhantes dadas por Ludwiga, e comecei a enfileirar uma por uma no caminho, para não me perder.

– Eu vou com você! - Gretel insistia.

– Não, Gretel! É muito perigoso para você! - E depois de pedidos relutantes, consegui convencê-la a ficar me esperando em casa... Ou pensei que tinha conseguido!

Aquelas pedras podiam valer a fortuna que fossem, mas a maior fortuna para mim naquele momento era a felicidade da minha irmã! E na escuridão da noite de Eclipse segui o caminho da floresta... Até finalmente encontrá-lo: O Rapôncio Dourado, com seu esplendoroso brilho que deixava qualquer estrela com inveja!

Acontece que a noite de Eclipse não era apenas quando o Rapôncio desabrochava, mas também era a noite em que as bruxas realizavam "o ritual". E isto eu fui descobrir da pior forma...

Quando apanhei a flor em minhas mãos, senti garras pontudas me agarrando. Eram garras da espécie mais feia de feiticeira que se poderia imaginar... Meredith, a a bruxa cegueta! Apesar de enxergar mal-e-mal, a velhaca sabia farejar como um cão de caça! O Rapôncio era precioso e muitos morreram tentando encontrá-lo... Mas a escuridão da floresta negra na noite de Eclipse não era só o que o impedia de ser encontrado... Pois ele desabrochava na fronteira do Arraial das Bruxas! É que as bruxas não necessariamente se importavam com a riqueza... Muitos delas até sabiam fabricar ouro! O que elas cobiçavam era o poder... E as almas! Era isso o que as mantinha vivas...

– Ora, ora! A alma deste ratinho parece suculenta para o ritual desta noite! - Disse com sua voz rouca que soava como facas de metal se encostando. Ela iria me levar para as outras bruxa! Mas este não foi meu maior desespero daquela noite! - (Fungando) Mas espere um pouco! (Fungando) Ahá! Os ratos nunca andam sozinhos! Hi, hi, hi! - Era Gretel, que se escondia atrás de um arbusto! Bem que eu insisti que ela não me seguisse...

– Não! Por favor, pode me comer, me devorar... Mas poupe a alma da minha irmã! - Supliquei.

– Há, há, há, há! Não se preocupe... Sua irmã estará a salvo ao lado de mim e das minhas irmãs! Há, há, há!

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.