My best at your heart

– Acalmem-se vocês dois. - Taylor era sempre o conselheiro. - Agora somos nós, só nós. Pra sempre.

Fui tomada pela verdade nas palavras de Taylor. Agora éramos só nós, e pra sempre seria assim. Nós nunca desistimos da Paramore, e nunca desistiríamos. Aquela banda era o motivo para nós sermos quem nós éramos, e nós fazíamos o que fazíamos por amor á música.

– É verdade - repitimos eu e Jeremy em conjunto. Levantei-me do sofá, enxugando as lágrimas.

– Como iremos selar esse acordo? - eu perguntei animada, de repente esquecendo os Farro por completo. As palavras de Taylor realmente conseguiam me animar. Tudo nele me fazia feliz.

– Já sei! - berrou Taylor. - Vamos fazer uma tatuagem!

Todos concordamos, e resolvemos ir á um estúdio de tatuagem próximo ao meu apartamento. Decidimos partir da ideia de um retângulo com três barras dentro, representando eu, Jeremy e Taylor. Aquilo seria um símbolo de que permaneceríamos sempre unidos, nós três, independente do que acontecesse.

– Cara, eu adorei, ficou show! - disse Jeremy entusiasmado, e para nós parecia que os Farro nunca haviam pertencido á banda. Eles haviam morrido pra gente.

– O que vocês acham de irmos a uma lanchonete comer um cheeseburguer triplo e comemorar? - disse animada.

– Comemorar o quê, exatamente? - disse Taylor com uma expressão irônica. - A saída de Josh e Zac?

– Pode ser. Também.

Fomos a uma lanchonete que costumávamos frequentar, e ao nos sentarmos e fazer o pedido, Jeremy foi surpreendido.

– Gente, tenho que ir. A Kat tá me chamando, e vocês sabem como é... - ele corou ao dizer isso, e todos nós já havíamos entendido.

– Kat, hein? Tá bom, vai lá. - disse, com um sorrisinho sarcástico e uma piscadinha.

– Já que ele a Kat é mais divertida que nós... - disse Taylor, soltando uma gargalhada irônica.

– Aproveita agora, hein, Taylor? - Jeremy olhou pra mim e deu uma piscadela pro Taylor, e eu pude senti-lo corando. Ele passou pela porta, dobrou a esquina e sumiu, caminhando com aquele sorrisinho bobo. Com certeza pensando na diversão que teria com Kat.

– Parece que somos só nós dois - disse-me Taylor, dando o sorrisinho mais lindo daquele mundo.

Sempre me sentia diferente quando estava perto de Taylor. Me sentia bem quando ele me abraçava e quando afagava meu cabelo. Adorava quando ele era carinhoso comigo, ou seja, sempre. Eu adorava tudo em Taylor: seu sorriso, seus lindos cabelos encaracolados, seus olhos pequenos e expressivos, seu corpo escultural e seu tamanho em relação á mim. Ele era bem mais alto, e fazia eu me sentir protegida em seus braços. Não tinha coisa melhor no mundo do que ficar com Taylor. Peraí, o que eu estava pensando? Pisquei para afastar-me de meus pensamentos. Taylor era meu melhor amigo, e nada mais.

– Então, Hayles... - disse Taylor quebrando o silêncio. - Sobre o Josh... Sabe, você ainda... Você ainda o ama? Sente alguma coisa por ele?

Pensei bastante para responder, e acho que fui bem sincera, com ele e comigo mesmo.

– Na verdade, sim. Sinto indiferença. - Taylor parecia aliviado ao ouvir-me declarando isso, seus olhos expressivos denunciando-o sempre. Decidi ignorar. - Eu sentia, você sabe. Quando descobrimos aquele papo com a Jenna (a traição) e eu compus BNE quase inteiro falando sobre ele. A partir dali, eu apenas convivia com Josh. Mas não gostava de ter que fazer isso.

Taylor ficou em silêncio, fitando a mesa enquanto me ouvia falar.

– Agora você não terá mais que conviver com isso. - ele sempre sabia a coisa certa a dizer.

Ele me envolveu em um abraço e eu pus a cabeça em seu peito, desejando nunca mais sair dali. Ele beijou o topo de minha cabeça e segurou minha mão. Poderia jurar que ficamos uns 20 minutos naquela mesma posição, e por mim eu não sairia nunca dali.

Fomos interrompidos pela garçonete com nosso pedido. Comemos, pagamos a conta e saímos do local. Taylor passou a mão pela minha cintura enquanto andávamos, e eu por minha vez passei a mão por seus quadris. Taylor era meu vizinho, então subimos as escadas do nosso prédio, ainda envolvidos um pelo outro.

– Obrigada Tay. Obrigada por tudo. - eu disse numa voz mole, passando os braços por seu pescoço e ficando na ponta dos pés para lhe dar um abraço decente. Ele retribuiu o abraço, com as mãos em meus quadris, apertando-me contra ele.

Meu rosto estava apoiado em seu ombro, na altura de seu pescoço, e eu pude sentí-lo como nunca havia sentido. Eu afastei apenas o rosto para fitá-lo, e ele fez o mesmo. Então, me deu um beijo na bochecha, chegando mais perto de minha boca com pequenos beijinhos. Beijou o canto de minha boca, e então hesitou.

– Caham - pigarreou nosso vizinho, um senhor de idade que parecia ser bastante rabugento. Ele estava parado em sua porta, fitando-nos. Nos separamos, ambos olhando pra ele, e ele entrou em seu apartamento.

Taylor me olhou sem graça, e eu o olhei da mesma forma.

– Acho que devíamos entrar - disse, tropeçando nas palavras.

– É - disse ele, olhando para o chão. Sempre a pessoa mais carinhosa do mundo, me deu um beijo na testa e seguiu para seu apartamento.

Entrei em meu apartamento, e pensei no que havia acontecido. Ambos estávamos sem graça, é claro, mas eu tinha adorado aquilo. Ele fazia eu me sentir viva, do jeito que Josh havia feito há muito tempo atrás.

De repente, fui interrompida por batidas na minha porta. Corri para abrir, nem me dando ao trabalho de olhar pelo olho mágico. Mas então, ao ver quem estava parado ali, me arrependi completamente desse ato.

– O que você quer? – perguntei friamente.

– Você. – Joshua Neil Farro olhou bem no fundo dos meus olhos. – Como eu nunca quis antes. Senti tanto sua fal..

– Deixa ela em paz. – eu já estava com a mão quente pra dar um tapa em Josh, quando Taylor surgiu bem atrás dele, puxando-o pela gola da camisa.