As apertadas paredes e a falta de luz davam-lhe a sensação de ser como um Galeirão — ou qualquer que fosse o animal — preso numa caixa; pior ainda do que em uma gaiola. E esse sufoco não era nem um terço do sofrimento que estava vivenciando.

De hora em hora, um homem encapuzado adentrava o recinto escuro e abafado disferindo contra Filipe fortes golpes.

Ainda havia tortura psicológica, quando sacava a arma e fazia ameaças, inclusive à família dele. Ocasionalmente colocava a peça no peito do rapaz.

“Agora tu vai se resolver com o chefe!”, disse o encapuzado, com agressividade.