Dois meses se passaram.

Luísa seguia no mesmo bairro, trabalhando ainda no estúdio de Renato. A clientela dela continuava aumentando.

Tinha planos. Guardava sempre o tantinho do dinheiro que restava após pagar as contas.

Não tinha mais contato com Filipe. Sentia saudade. Preocupava-se com ele, que foi embora do bairro e nem podia ir lá. Residia agora em alguma vila distante, em São Paulo.

Ela ainda tinha a sensação de que iria sair de casa qualquer dia e encontrá-lo frente ao portão para conversar.

No ônibus, pensando nisso, concluiu que o destino sabia zingrar das pessoas. Quando Filipe buscou vida melhor, foi quando quase perdeu a vida.