— Castle, é uma emboscada – Kate avisou ao marido assim que percebeu que havia mais pessoas e mais carros do que o previsto no local previamente estabelecido pela mensagem secreta dos criminosos.

Inseguros sobre o que iriam encontrar, o casal não ficou no ponto marcado. Cautelosos, eles não ficaram tão expostos. Fixaram-se em uma parte mais distante, ocultos atrás de um muro alto com plantas em abundância, com muitas flores e folhagem alta em volta, que ajudavam na camuflagem. Castle e Kate trocaram olhares e com o coração acelerado ela passou os braços em torno do pescoço dele, sendo envolvida e apertada por ele, como se fosse o último abraço. – Querido, acho que é o fim.

Por mais que a Beckett estivesse acostumada com o perigo e com o inesperado, aquilo a assustava - Eu te amo, Rick. Você é tudo o que eu sonhei para companheiro e pai dos meus filhos, pena que não vou ter tempo pra segurar nosso bebê nos meus braços. - percebendo que ele ia interrompê-la, ela prosseguiu com o coração apertado e a garganta travando - Não, Castle, não sei se sairemos vivos daqui e tenho que te dizer que você é um homem maravilhoso em todos os aspectos e que fui abençoada por tê-lo ao meu lado como amigo, namorado, noivo e marido - ela sempre fora uma mulher de garra, mas a situação de emboscada a deixou em choque. Lágrimas molhavam seu rosto.

— Hey, moça! - ele deu um suave beijo na face de Kate e passou os dedos para secar as lagrimas dela - Eu também te amo e nada de desânimo. – ele a advertiu com carinho, pois viu que ela estava em pânico. – Você é forte, corajosa e muito inteligente, portanto vamos ficar atentos a todos os movimentos do inimigo. Vamos sair daqui como sempre saímos de todos os outros casos nestes quase oito anos que estamos juntos. Você se lembra do que eu falei nos meus votos do nosso casamento? Eu falei “... na vida e no crime...”. Aliás, nós dois dissemos isto.

Kate não tirava os olhos do marido.

Por mais que ele estivesse encorajando a esposa, Castle estava preocupado, então, decidiu confessar o que tinha feito mais cedo, pois, assim, talvez ela ficasse menos aflita - Beckett, eu fiz uma coisa... Eu nem ia te falar para que você não ficasse chateada comigo, mas diante da surpresa que tivemos agora, com esse monte de pessoas enviadas pelo LokSat, eu vou te dizer...

Kate estava atenta a cada palavra que ele falava - Diga logo, Castle. O que foi que você aprontou. - ela falou rápido, mas não usou um tom rude.

Sem tempo a perder, Castle confessou - Eu avisei aos meninos sobre o aparelho celular que o Caleb Brown te deu e também sobre o telefonema que recebemos hoje cedo e por fim, contei da nossa vinda para cá e pedi ajuda Eu narrei sobre tudo que nós sabemos sobre a quadrilha, também o que nós imaginamos que poderia acontecer e ainda os nossos planos. Assim que eu terminei de contar tudo para o Javier, ele disse que tomaria as providências necessárias. Ele disse que, em seu nome, convocaria uma força especial. Beckett, você é a Capitã da 12ª DP, então, querida, vamos confiar.

Kate o olhou com expressão mega chateada - Richard Castle, não acredito que você fez essa loucura. Castle, o Javi te disse que ia usar "meu nome" para convocar pessoal? Sério, Castle!? – ela ralhou com cara enfezada, mas logo suavizou e sorriu. Um sorriso carregado de amor. – Obrigada, Rick. Não é à toa que eu te amo.

— Always! – Castle sorriu e respirou fundo de alívio por ela não ter realmente se chateado com a atitude dele. Em seguida ele a tranquilizou. – Isto vai terminar bem, amor. Vamos sair dessa e continuar a ser felizes. – trocaram um breve beijo e ele a olhou preocupado – Você está bem? – ele acariciou a face da esposa.

Feliz por estar com ele, ela respondeu – Sim, babe, com você eu sempre estou bem, mas não temos mais tempo para conversar. Vamos ficar atentos. – deu um rápido selinho nele e assim que se afastaram, ficaram em posição de ataque. Ambos portavam revólveres.

O inesperado aconteceu e eles foram localizados e logo o primeiro tiro foi disparado na direção deles.

O tiroteio começou.

O barulho era infernal.

Zoada de tiros e de veículos em movimento. De repente Castle vê Kate caindo. Ele ainda a ampara e a vê de olhos abertos. Aflito, ele procura vestígios de sangue no corpo dela e infelizmente encontra. Por brincadeira de mau gosto do destino, o tiro a atingira no mesmo local onde fora alvejada no dia do sepultamento do Capitão Montegomory. Castle estava atormentado.

Ela fora atingida e não tinha condições de ficar em pé. Caíra aos seus braços. Ele se ajoelhou ao lado dela e a segurava como se ela fosse um bebê e passou a acariciar seu rosto.

Aos gritos e fora de si, Castle implorava como se 'continuar viva' dependesse dela. - Kate, não me deixe. Não! Por favor, fica comigo. Eu te amo.

Kate o olhava sem conseguir se mexer e dos seus olhos escorriam lágrimas.

Com muito esforço, ela ainda murmurou bem fraquinho – Eu... Eu também te amo... – Seus olhos se fecharam e sua cabeça pendeu para o lado, inerte, mas antes ainda conseguira sussurrar - Always!

Naquele momento ouviu-se um grito de Castle – NÃÃÃÃÃOOOO!!!

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Duas horas antes...

Kate e Rick estavam em casa deitados abraçadinhos sob os edredons após mais um momento mágico de amor e paixão. Embora estivessem de olhos fechados, não estavam dormindo.

O silêncio que se fazia neste momento era comum entre eles, pois, com a sincronia de pensamentos que lhes era peculiar, refletiam o quanto eram felizes juntos em todos os sentidos, seja no pessoal ou no profissional. Eram excelentes para resolver casos de homicídios e eram excelentes como casal, na cama ou fora dela.

Com as costas sobre o colchão Rick repousava a cabeça nos travesseiros e mantinha a esposa colada a ele, grudadinha mesmo, enquanto, de forma carinhosa, acariciava ora os ombros e os braços de sua musa, ora alguns cachos dourados que se espalhavam como cascata.

Kate quebrou o silêncio e, soltando-se dele, ela se ergue um pouco, o suficiente para olhar nos olhos do marido – Amor, há algumas semanas você me propôs irmos morar em Paris. Você se lembra?

Com a testa franzida ele a olhou com ar de curiosidade – Sim. Sim, eu me lembro, Kate. E... – Rick levantou as sobrancelhas e fez sinal de que ela deveria continuar seu raciocínio.

— Pois é, babe. – ela agora, já sentada de frente para o marido e ainda coladinha a ele, com o dedo indicador fazia círculos sobre o peito dele. Com a fisionomia visivelmente apaixonada, ela explicou - Eu estava agora meditando e percebi o óbvio: Nosso amor é sólido e verdadeiro e foi construído aos poucos. Passamos por muitos obstáculos, então, o que temos não pode ser perdido, muito menos interrompido só porque queremos desvendar este mistério sobre esta assombração que nos persegue: Esse tal de LokSat.

Sem esconder a alegria, Castle expressa sua admiração pela esposa - Eu já te disse que sua inteligência foi uma das coisas que mais me chamou a atenção, não foi? – ao ouvir o elogio, Kate, torce a boca prendendo o riso e dá um leve selinho no marido. Feliz, ele prossegue – Estou falando sério, linda. Você não era somente um rostinho bonito que portava um distintivo. Eu via em você, aliás, ainda vejo, uma mulher completa: beleza, força, coragem, inteligência e muitas outras características que eu só encontrava nas personagens que eu escrevia, ou seja, somente existia na minha imaginação... E aí eu encontrei você, de carne e osso, com todas estas qualidades.

— Mas você é um lindo, né? Te amo.

— Lindo, não, amor. Bonitão!

Ambos riram diante do humor leve dele.

— Então me deixe terminar. – ela deu uma rápida piscadinha divertida e continuou - Bem, como eu estava dizendo, eu te amo tanto e sei que você também me ama, por isto não quero te perder, muito menos morrer e te deixar assim, de presente para a mulherada que vai cair em cima de você como abelha no mel, loucas pelo MEU Bonitão.

— É, essa mulherada não me deixa em paz – ele fez uma gaiatice.

Com os olhos semicerrados em tom de ameaça ela avisou – Você não precisa me lembrar destas coisas. Aliás, é bom que nem você fique tão por dentro destes assuntos, porque você sabe, eu tenho uma arma.

Rick engoliu em seco e com jeito divertido de quem se sentia ameaçado e com medo de levar um tiro de Kate, ele falou – Eu nem sei de nada. Eu juro! Eu estava apenas deduzindo... – falou com jeito de menino traquinas.

— Pois não deduza, Richard Castle. - fazendo bico, ela provocou – Você quer ou não quer ouvir o que eu tenho em mente?

— Sim. Claro que eu quero, babe. – ele a puxou para um beijo. Um beijo suave, mas cheio de amor.

— Pois bem – Kate continuou -, eu aceito sua proposta em morarmos em Paris. Você disse que pode escrever em qualquer lugar...

Ele a interrompeu e acrescentou - Desde que eu esteja ao seu lado.

— Tá. – ela gostou de ouvir aquilo – Pois é, amanhã eu vou ao Departamento de Polícia de Nova York formalizar minha saída. Eles não vão entender nada, mas não estou preocupada com isso, porque o que me interessa é você, eu, nossa família e a nossa felicidade.

— Será que eu estou sonhando? – Castle quis saber.

— Não, Rick. Você não está sonhando. Estou falando sério mesmo. Hey, você não fica frustrado ao ver sua musa acovardar diante de um problema? – Kate perguntou meio sem graça.

Ao ouvir aquilo, Castle se sentou e, aflito, rapidamente explicou – Nunca! Nunca, Kate! Kate, você não vai deixar de ser minha musa porque desistiu de lutar contra LokSat. Muito pelo contrário. Você mostrou que é muito mais inteligente e corajosa do que eu supunha, pois, uma coisa é lutar contra um inimigo de carne e osso e outra é estar em uma batalha onde você sequer imagina ‘quem é’ ou ‘onde está’ o seu oponente. Ou seja, a 'coragem' e a 'inteligência' também está em 'saber' o momento de recuar.

Beckett ficou emocionada ao ouvir aquilo – Oh, Rick. Eu te amo. Te amo tanto...

— Eu sei. Só se você fosse louca para não amar este poço de beleza e inteligência... – Castle brincou para por leveza ao momento.

Ambos riram.

— Eu também te amo, Kate. – Castle, agora, falou sério - Então, meu dia amanhã vai ser movimentado. Enquanto você vai ao Departamento de Polícia de Nova York, eu vou providenciar nossa viagem. Vamos ficar em um excelente hotel até encontrarmos um apartamento tão bom quanto este... Aliás, maior e melhor. A Alexis e a mamãe têm atividades aqui em Nova York e não sei se elas vão morar conosco. Se a minha ruivinha não quiser ir eu vou sofrer muito, mas já estava me prevenindo que qualquer dia ela sairia para buscar seus próprios sonhos, então, vou sobreviver. – ele brincou e continuou – Contudo, o apartamento tem que ter acomodação para elas.

— Sim. Eu até entendo que a Alexis queira ficar aqui em Nova York para concluir a faculdade, mas não posso deixar de dizer que se ela não for morar conosco eu também vou sentir falta dela. Vou sentir também falta da sua mãe, do seu jeito exótico e dos seus conselhos maravilhosos.

— Nem me fale... – ele falou pensativo – Sinto um aperto no coração só de pensar que as duas vão morar em outro continente... Mas tudo bem, vamos deixar dois quartos extras para elas e um para o seu pai também.

— Huuummm! Se eu conheço o meu pai, eu tenho certeza que ele iria preferir ficar hospedado em hotel. Você sabe, Castle, ele é muito reservado. É uma coisa dele...

— É, eu sei. Mas tudo bem... Depois vemos isto. Vamos viajar o mais rápido possível, tipo hoje à noite ou amanhã. Levaremos somente nossas coisas pessoais, tipo roupas e sapatos e depois eu contrato uma empresa de minha inteira confiança para transportar os livros e outras coisa, tipo quadros e objetos que você não queira abrir mão. Você faz questão de algum móvel, amor? – ela fez que não com a cabeça - Não vou vender o apartamento, por enquanto. Depois vemos isto.

Kate se levantou da cama e o marido perguntou – Hey, onde você vai?

— Meu Deus! - ela recuou apenas para dar um selinho e brincou - Que marido possessivo! – Eu só vou ao sanitário, babe... Volto antes de você começar a sentir saudade.

— Eu já estou com saudade... – ele sorriu divertido - E agora?

Sorrindo, ela se afastou e em sete minutos ela retornou e voltou a ficar ao lado dele na cama.

— Rick – sentados na cama, ela se aconchegou nos braços dela – Você estava falando sobre decorar e arrumar quartos no nosso apartamento de Paris... – ela ergueu o rosto para olhá-lo nos olhos – eu queria te dizer que além do nosso quarto e dos quartos da Martha e da Alexis, vamos ter que arrumar mais um quarto...

— Foi o que eu te disse, Kate – ele falou sorridente – O quarto do seu pai, caso ele queira ficar conosco ao invés de se hospedar em hotel.

— Não. Não é isso. Eu não estava me referindo a meu pai. – ela o olhou com ar de quem estava brincando de adivinhação.

Mais uma vez ele franziu a testa e o nariz, tentando entender, até que ele arregala os olhos como se tivesse descoberto algo muito importante. Ele arqueia as sobrancelhas e afasta um pouquinho a mulher, olhando alternadamente para o rosto e para a barriga dela – Kate, não brinque... – ele gaguejou – você está querendo dizer que... – ele já estava com os olhos cheios d’água.

— Sim, Bonitão. Eu estou grávida. Você vai ser pai novamente. Alexis vai ganhar uma irmãzinha ou irmãozinho. – ela mostrou três pequenos bastões brancos de teste de farmácia de diferentes marcas, mas todos com resultado positivo.

— Você será a melhor mãe do mundo.

Enquanto estavam chorando de emoção, se abraçando e comemorando a notícia da gravidez, eles escutam o toque do celular que o Caleb Brown havia dado a eles.

Olham-se, aflitos, ambos com a pergunta no olhar “Atendemos ou não atendemos?”.

O toque continuava até que em comum acordo, decidem atender por curiosidade a fim de saber o que iria acontecer. Decidem que Kate falaria o “Alô”. Kate pôs o aparelho no “viva-voz” – Beckett.

Uma voz metalizada anunciou um local onde deveriam se encontrar e avisou que em hipótese alguma a polícia deveria ser avisada. A voz anunciou que repetiria a mensagem para não haver dúvidas e assim foi feito, o aviso foi repetido e todos os detalhes foram memorizados pelo casal.

Após desligar o aparelho, ambos se olharam, torceram a boca preocupados e decidiram que iriam.

— Iremos apenas para ver quem é esse tal de LokSat. Ele disse que vai sozinho. Quem sabe ele quer conversar. E aí falamos que não queremos mais nada e que desistimos de lutar e que não queremos briga. – Castle falou.

— Castle, eu sei que você é otimista, mas você sabe que Papai Noel e Coelhinho da Páscoa não existem, né? Claro que esse tal de LokSat não quer paz e não vai fazer acordo assim tão fácil. Acho que ele vai querer algo em troca... Vamos ver o que vai acontecer.

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De volta ao tiroteio...

Em meio ao infernal barulho do tiroteio, o grito de Castle ecoou desesperado – NÃÃÃÃÃOOOO!!!

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Três horas mais tarde...

No corredor do Hospital, próximo à porta do Centro Cirúrgico onde Kate estava sendo submetida a uma operação de emergência, Castle estava arrasado e não conseguia parar de chorar tendo em vista que os médicos não deram esperança, pois a bala atingira o peito, especificamente um local de difícil acesso e a hemorragia estava sendo difícil de controlar. – Deus! Porque esta bala não foi em mim? Porque?

Martha e Alexis estavam ao lado dele, dando-lhe conforto e apoio.

— Richard, nem tudo acontece como queremos. Temos que confiar em Deus. A Katherine é forte. Ela vai sair desta.

— É, papai, vamos acreditar e confiar em Deus.

Instantes depois Javier, Ryan e Lanie chegam ao hospital e também dão apoio ao Castle.

— E aí, cara, alguma notícia? – Perguntou Javier preocupado.

— Lanie abraçou Castle e ambos choravam – Amigo, temos que confiar. Minha amiga vai sair desta também.

— Ainda não temos nenhuma novidade. Nenhum médico ou enfermeiro sai do centro cirúrgico para nos dizer nada. Estou no escuro.

— Hey, cara, eu sei que não é hora para falar isto, mas queria que você soubesse que por sua causa tudo foi resolvido. Eu e o Ryan fomos fortemente armados e muito bem acompanhados até o local e pegamos todos. Como eles reagiram, todos morreram. Não sobrou um para contar história. Nem mesmo o Caleb Brown sobreviveu.

— E você vai tomar um susto. Você não imagina quem é que trabalhava para o LokSat... – Ryan comentou.

— Quem? - Castle estava curioso.

— Pasme! O Vikram. Antes de morrer ele confessou que foi enviado pelo LokSat para se infiltrar na 12ª DP e ganhar a simpatia e a confiança da Kate e aí ele ficava sabendo tudo. E ele fez de tudo para a Kate não voltar para você. Além da Rita, o Vikran ficava metendo medo na Kate dizendo que se ela voltasse para você, você morreria. Ainda bem que o amor dela por você foi maior do que o medo.

— Eu sabia que o Vikran não valia nada...

— Morreu! Morreu ele e morreu a Rita também. Os dois eram da gangue do LokSat. – Esposito anunciou – cara, aquele telefonema que você me deu narrando tudo sobre o LokSat, inclusive sobre o local onde o encontro foi marcado foi muito importante. Sem o telefonema acho que vocês dois iriam morrer com mil tiros cada um.

— Nós chegamos assim que a Kate levou o tiro e aí, pronto, matamos todos. - Ryan informou.

— Obrigada, amigos. Obrigada, que bom que eu consegui telefonar para você, Espo e que bom que vocês chegaram a tempo. – Castle passava as mãos pelos cabelos já desarrumados - mas agora eu só consigo pensar na minha mulher. – ele olhou para a amiga, para a mãe, para a filha e para os meninos – gente, a Kate está grávida. Nós soubemos hoje de manhã. - Ao dar a notícia, lágrimas escorriam dos olhos de Castle e a emoção tomou conta de todos.

Castle abraçou a mãe e voltou a chorar. – Mamãe, eu não posso perder a Kate. Não agora. Nunca! Eu jamais vou me perdoar por ter concordado em ir para este encontro fatal com o LokSat.

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Oito anos depois...

Oito anos haviam se passado e muita coisa mudara na vida do Richard Castle. Ele agora morava em Washington-DC.

Ele tinha saído do banho e estava terminando de se arrumar para o lançamento de mais um livro histórico, que era seu novo estilo literário. Paralelo aos livros históricos que versavam sobre assuntos interessantes e curiosos dos séculos passados, ele continuava a escrever sobre sua musa e, atualmente, já estava no 16º livro da série. Apesar dos seus livros da série Nikki Heat ainda figurarem nos primeiros lugares da lista dos mais vendidos, inclusive no exterior, e ele já ter recebido outros prêmios como melhor autor de mistério, algumas pessoas ainda não entendiam o porquê dele ainda escrever sobre ela, mas ele não se importava com estes poucos comentários, porque Nitki Heat era um personagem rico e ainda tinha material para escrever mil livros sobre ela.

Ele estava distraído nos seus pensamentos quando sentiu mãos macias nas suas costas. Ela veio por trás e o abraçou pela cintura – O meu escritor favorito já está pronto ou vai fazer as fãs esperarem?

Ele girou o corpo e ficou de frente para a esposa – Você sabe que a única fã que eu não posso fazer esperar é você.

— Bom saber. – Ela brincou. – E acho bom, Sr. Richard Castle, o senhor não alimentar os sonhos destas suas fãs loucas, principalmente aquelas que insistem em pedir para você autografar os seios dela.

— Ah, meu Deus! Que mulher ciumenta! – ele brincou.

— Vá brincando... Eu não sou mais a detetive nem a Capitã Kate Beckett. Sou a Senadora Kate Castle, mas, para sua informação, ainda ando armada.

— Você pensa que eu iria esquecer deste “detalhe” importante, minha senadora?

— Acho bom mesmo. – ao fazer este comentário, ele a pegou de jeito, a abraçou forte, beijando-a. Um beijo apaixonado, carregado de sentimentos maravilhosos.

Foram interrompidos por um coro infantil – Eca!

Ainda abraçados, Kate e Rick interromperam o beijo e olharam para três crianças, dois mini Castle e uma mini Kate que pareciam ansiosos.

— Papai, papai, mamãe, a Lexi telefonou dizendo que já está na livraria. – relatou a pequena Annie, uma linda menina de sete anos, cópia exata de Kate, exceto pelos expressivos olhos azuis.

— Obrigada pelo aviso, minha princesa linda. - Rick piscou para a filha em sinal de agradecimento.

— Ela mandou avisar que a livraria já está cheia, mamãe. – Bernardo, seis anos, um garotinho lindo e divertido igual ao pai. - Vamos logo, mãe, porque eu já estou pronto. Eu estou bonitão, igual ao papai.

Neste momento, um garotinho de três anos, lindo e muito fofo, se solta da mão da irmã e entra correndo no quarto dos pais – Mamãe, mamãe, mamãe, eu quero passear – e ainda correndo chega até os pés da mãe. O pequeno olha pra cima e estende os bracinhos pedindo colo. – Mamãe, mamãe, me carrega porque eu quero ir.

Todos riem diante da aparição do Bryan – Meu amor – Kate o carrega e fala carinhosa – Claro que você vai. A mamãe e o papai vão levar vocês três. – Ela o coloca novamente no chão e avisa, vão lá para a sala que a mamãe e o papai também vão. Annie, meu amor, pega a mãozinha do Bryan porque ele é muito pequeno ainda.

— Eu já sou grande, mamãe. Muito grande. – Bryan contestou.

— Tá bom, tá bom. Você é grande. Então, Bryan, dê a mão para sua irmã para ela não cair na escada. – Rick sugeriu e piscou para a filha indicando que esse era o truque para o pequeno dar a mão a ela.

— Venha Annie, me dê a mão. Eu sou grande e forte e vou te ajudar a andar. – Bryan anunciou todo compenetrado, fazendo os pais sorrirem.

As três crianças saíram do quarto sob o olhar feliz dos pais. De frente à esposa, Castle a abraçou pela cintura, olhando-a nos olhos e disse – Kate, se você me perguntar, não vou saber te responder qual o dia em que eu fui mais feliz após o nascimento da Alexis. Não sei se foi o dia em que eu te conheci, não sei se foi quando eu soube que você sobreviveu ao tiro do funeral do Montegomery, ou se foi no dia em que você chegou no loft, toda molhada, dizendo que me queria, ou se foi no dia em que você disse pela primeira vez que me amava, ou se foi no dia em que fizemos amor pela primeira vez, ou se foi no dia em que você disse “sim” ao meu pedido de casamento, ou se foi no dia em que finalmente nos casamos, ou se foi no dia em que você sobreviveu ao tiroteio do LokSat, ou se foi no dia em que você descobriu que estava grávida da Annie, ou do Bernardo ou do Bryan ou se foi no nascimento de cada um deles, ou tantos outros que nem tenho condições de listar agora.

Kate tinha lágrimas nos olhos e torcia a boca, prendendo o choro.

Castle continuou — Você percebeu que eu sou o homem mais feliz do mundo, né? Tudo o que vivemos e o que ainda temos para viver só me dá alegria.

— Eu que sou a mulher mais feliz do mundo por ter acreditado no seu amor e me jogado de corpo e alma naquele relacionamento que eu não sabia onde ia dar, no nosso noivado e depois, no nosso casamento que parece mais um conto de fadas, onde o príncipe é de verdade, é de carne e osso e o melhor: é meu.

— Eu te amo, Kate Beckett Castle. Alawys.

— Eu te amo Richard Castle. Alawys, mas vamos logo porque a imprensa em peso já deve estar lá te esperando.

Satisfeito e orgulhoso da mulher que tinha, Castle concluiu - E esperando também a minha linda e maravilhosa esposa, a Senadora Kate Beckett Castle.

FIM

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.