Ele bateu as costas nos botões e o elevador voltou a andar. Chegando ao destino, as portas se abriram e pouco depois, Poncho e eu nos soltamos, com um sorriso enorme. Mai e Any estavam paradas de olhos arregalados e boca aberta em nossa frente.

—Boa tarde, meninaaaas!- Poncho disse, me abraçando pela cintura. E eu sorri sem graça mas cheia de felicidade.
Elas continuavam imóveis. Até parece que nunca haviam me visto beijar um cara bonitão.
—Estou indo pra casa me arrumar, venham!- Poncho me soltou e eu dei meus braços a elas.
Nós quatro fomos ao meu apartamento, Mai conversava com Poncho na sala, enquanto Any me interrogava no banho.
—Dulce, por que você demorou tanto? Você se alimentou? Nossa o elevador demorou tanto! Vocês ficarm presos lá dentro? E que história é essa de você estar com o “mascarado”? Como vocês ficaram? Dul...
—Stoooooop, Any, prometo que te conto tudo amanhã!-ela estava começando a me irritar.
Coloquei um vestido de alcinha estampado com decote, um short preto por baixo pra evitar acidentes e sandálias pretas de amarrar no tornozelo. Deixei meus cabelos molhados e soltos, usei uma maquiagem leve e um perfume doce. Enquanto me arrumava, eu cantava de proposito para Any:

"Então fique em silêncio, cinco minutos
Eu preciso desse tempo não cole em mim
Eu prometo que amanhã
Te conto tudo
Só espere um momento
Pelo meu final feliz...
Feliiiz, ohh!"

Any estava impaciente comigo.
—Dulce, a gente tem que conversar!-ela me olhava séria.
—Amor, eu sei que te trouxe aqui pra passar mais tempo juntas e talz.. Mas hoje eu vou sair com Alfonso!!!!-apertei suas bochechas, saí do quarto e fui para a cozinha. Ela me seguiu. Peguei uma maçã na geladeira, lavei e dei uma mordida.
—Quem é Alfooonso?- com certeza Mai e Poncho ouviram na sala.
—O mascarado...shiiu!-apontei para sala, discretamente.
—Aaaaaaah, sim... Ok! Então, eu te dou um desconto, =p!
Quando cheguei na sala, Poncho não tirou os olhos de cima de mim.
—Vamos?!

Ele se levantou do sofá, foi até mim e beijou minha mão.
—Claroo,=D! Meninas depois nos falamos, ok?! Ah, Any! A chave reserva está aqui atrás da porta... Eu tô com a minha aqui, ok?!
—Pode deixar, anjinho!
—Vocês vão no bloco daqui hoje?-Mai perguntou.
—Uhum...-respondi meio sem vontade, por medo de não poder ficar muito tempo a sós com Poncho.
—Então, nos vemos na frente do bar do seu Kin!-ela sorriu.
—Ok, então, :)!
Quando eu já estava na porta, Any veio até mim.
—Tchau, Duuuul, *___*!-minha amiga é um bebê grandinho.
—Bye, Any!!!-lhe dei um beijo na testa e a abracei.
—Cuide bem do meu bebê, Alf!!!!!!!-o sorriso que ele esboçava desde que apareci, desapareceu na hora!
Eu a olhei com aquela cara de “você mandou mal agora” e ela logo me entendeu.
—Qualquer coisa, é só me ligar, Alfonso, =D.
—Acho que não precisarei, você é conectada 24 horas em 220V!
—Verdade...hauhauhau!-Any corou.- Bom passeio pra vocês!
Finalmente, conseguimos sair do prédio. Naquela hora só Colunga estava na portaria, ele ficou triste, quando viu Poncho me abraçando. Isso me deixou sem graça.
—Tchau, Coluuunga!
—Já vai, Dulce?! Tá ceeedo!
—Que nada, tenho que aproveitar cada instante! Bye!!!
Fui na direção do carro de Poncho, mas ele me puxou e continuou a caminhar.
—Ué? Vai deixar o seu carro aqui?
—Você já vai saber o porquê!-ele sabia me deixar confusa. Cri que me levaria na sorveteria da esquina mas ele parou antes. Passado uns 4 prédios, Poncho olha para a casa que tinha em nossa frente e sorri:
—Bem vinda ao meu lar, Dulce!
Como assim ao meu lar? Eu moro nessa rua!!!! Você, não!!! Né?!
—Oo?! Moramos na mesma rua? Como assim?
—É, eu só reparei isso quando segui o Chris ontem á noite, =p!
—Não acredito que estudo aqui há 2 anos, moramos na mesma rua e nunca te vi?!
—Eu também acho um absurdo isso!- ele apertou minhas bochechas e gargalhou.
—Qual é a graça? Tem pedaço de maçã agarrado em meus dentes, ¬¬º?
—Não... Sabe o que você parece desse jeito?

—Um moranguinho espremido?!
—Não, com uma esquilinha!
—Uaaaaau... Essa foi profunda!-Apertei as bochechas dele. –Você também parece um esquilinho!-rocei nossos narizes. -O esquilinho da Dul!
—Minha ardilla!
—*______*!- ele beijou o meu nariz.
Passar cada instante com ele estava perfeito, maravilhoso, estupendo. O carnaval mais estranho da minha vida e suas surpresas, fizeram, boa parte das minhas “nóias” sumirem.
—Hey, Papá!-pegou minha mão. - Entre, Dulce e fique á vontade!
—Poncho, demorou, meu filho!-deu lhe um abraço. –Preciso da sua ajuda pra escolha da roupa que vou usar! Quem é essa jovem?
—Cadê a mamãe? Quero falar com os dois!- o sorriso mais lindo e os olhos brilhantes ganharam vida, me passando tranquilidade.
—Peraí... Ô, Kriiiis!- ele tem um sotaque engraçado, é um mexicano que foi criado no Brasil, ;D. Kris veio correndo. –Acho que nosso filho quer fazer um pronunciamento!
—Pronunciamento, Tony?-ela me olhou assustada. –Será que é o que estou pensando?- esticou um sorriso que eu já conhecia e se juntou ao marido em um abraço.
Alfonso se ajoelhou de frente pra mim, beijou minhas mãos e me olhou sério.
— Abro meu coração como uma janela e caberá somente a você fechá-la!-me assustei. -Nada é para sempre e ninguém sabe como será o amanhã mas quero estar contigo hoje abrindo as portas da minha alma. E se o que sinto por ti for amor é tão grande que não existem palavras pra descrevê-lo... E diante das pessoas que mais amo nessa vida, agora minhas testemunhas, eu prometo te tratar como o oásis do meu deserto... Que depois de muito tempo só, sem esperanças é encontrado por alguém que lhe dá todo o valor merecido!
Ele é tão fofoooo!
—Dulce María, quer ser minha namorada?
—Namorada? Eu?
—Sim, pelo menos, até quarta-feira á noite, =D!-ele se levantou e olhou dentro dos meus olhos. –Dulce María, eu quero levar a sério o que estou sentindo, quero me entregar a essa batedeira do meu coração!
Você é perfeito demais pra mim!!!!

—Sim, eu quero, Alfonso Eduardo, *____*!
—Ainda bem que você quer! Se não eu iria ter tido o namoro mais rápido do mundo!
—Como assim ter tido?! Nós começamos a namorar agora!
—Não, não, Dul! Eu lhe perguntei apenas por educação, huahauhuha... Na verdade, você é minha namorada desde o momento em que disse “Poncho...” toda derretida antes de eu te beijar!
—Ouch! Seu sonsooo!- dei um tapa de leve em seu braço. E ele me deu um selinho demorado. Até um selinho era maravilhoso, perfeitooo, estupendo!
—Hum..hum...
—Cof..cof...
—Ah, desculpa!-abaixei minha cabeça envergonhada. Ele me puxou pela cintura.
—Esses são seus sogros: Kristen e Antônio!
—Bem vinda a família,querida! Pode me chamar de Kris.- apertou minhas bochechas e me deu um abraço fraternal, apertado.
—Vai ser meio difícil você ficar com ele até quarta... huahuahauah, mas tudo bem!
—Como assim, papá?
—Você herdou o lado atraente dos “Herrera”! Nenhuma mulher resiste... Veja a sua mãe!
—Tony, seu sem graça! Não, liga, não, Dulce! Ele não mede as palavras mesmo...
—E falando em medida...- Tony foi até ao cômodo ao lado e voltou com duas peças de roupa. -Poncho, qual vestido combina comigo?-ele apontava para um decotado vestido verde abacate e um franzido caquí.
—Ah, papá!!! Acho que o verde abacate!!!!
—Viu, querida?! Ele também acha que o verde é melhor... Nós temos bom gosto!
—Mas então, coloque a bolsa rosa Pink! – disse Kris beijando a bochecha do marido.

—Finalmente acertou no gosto, querida! Rosa Pink e verde abacate! Demorou, hein!hahahahaha- desmunhecou Tony.
—Sai um Herrera e entra uma “Mangueira”.-disse Poncho rindo da cara do pai.
—Ouch! Pena que eu torço pro Salgueiro!
—Kris, sua do contra!-Tony beijou os lábios da esposa.
Poncho riu da minha cara confusa e fez questão de me explicar o que acontecia.
—Dul, a gente aqui é totalmente doido! Papá tem o hábito de sair no bloco das piranhas!
—Ah, menos mal!huahauhuauhau
—Por que? Achou que ele é gay?
—Nem isso passou pela minha cabeça! Fiquei confusa mesmo!
—O papo aqui tá muito bom mas temos que nos arrumar, né, Tony? Vamos lá dentro que eu vou te ajudar a se vestir, licença, meninos!-e deu a mão para o marido.
—Vamos, sim!-segurou a mão da esposa. - Poncho não demora muito, não!
—Eu fiquei de esperar a Dani, papá!
—E ela já está lá dentro te esperando, não enrola! Aposta é aposta, huahauhau!
Kris e Tony foram para o quarto deles. Poncho ficou ali na sala, sentou-se no sofá,ao lado do vestido que seu pai não ia usar, colocou as mãos no rosto e sorriu.
—O que foi, Poncho?-sentei-me ao seu lado, deitei sua cabeça no meu colo e alisei seus cabelos.
—Sei lá... Eu achei que seria fácil entrar nesse vestido mas minha coragem ficou na praia.
—Bom, como seu pai disse “aposta é aposta”! É só por uma noite e você não corre risco de ficar “feia”! Você é muito “lindaaa”!-apertei seu nariz.
—Acho que você tem que ir a um oftamologista, urgentemente..¬¬!

—Tá me chamando de cega, é?- ele confirmou.- Ok!-tirei a cabeça dele do meu colo, me levantei e fui até a porta. –Até amanhã, talvez eu VEJA um gatinho carente lá na rua que queira meus carinhos...-coloquei a mão na maçaneta e quase abri a porta mas ele foi mais rápido e bateu a pouca abertura.
—Eu não funciono a base de chantagens...-me virou e fiquei de frente para ele. –Também sei que você não é cega!-aproximou seu rosto do meu. –É que não me acostumei com a sua sinceridade ainda...-beijou meu nariz.
—Trate de se acostumar... Até quarta-feira á noite, posso ter muitas coisas a dizer! Críticas e elogios!-apertei seu braço, que envolvia minha cintura.
—Então, só ouvirei críticas...=/!
—Não tenha tanta certeza!-lhe roubei um beijo, que começou lento e se intensificou a cada segundo. Minha língua passeava por seus lábios até ele resolver abri-los. E ali foi ele quem ganhou território, brincando com minha língua. Sua mão da cintura subiu para as minhas costas e as minhas de seus braços para o seu rosto. Só paramos quando perdi o fôlego.
—Eu te adoro! –eu lhe disse, beijando mais uma vez seus lábios macios. –Seus beijos me deixam mal acostumada!
—Uau, dois elogios seguidos! Acho que vou desmaiar, benhê!-disse afinando a voz e desmunhecando.
—hauhauhuauhau, gameeeei! Nem tentando se afeminar, você perde esse jeito macho!
—Caray!- acho que não perdi mesmo. -Seus lábios estão me chamando de novo!
—Estão? Como, se não falei seu nome?
—Ah, Dul! Não seja tão ingênua... Você não pára de mordê-los! Isso é um sinal!- me calou com um beijo molhado antes mesmo de eu me defender. Afinal, pra que me defender? O ataque dele é simplesmente fundamental pra que o relacionamento dure!

Ele me puxou para o sofá e nos sentamos. Curtimos cada detalhe daquele beijo, desde os lábios até o céu da boca.
—Uaaaau! Não sabia que vocês iam ser tão rápidos assim, =D! Quer dizer, rápidos só no sofá, porque já estou há horas esperando o Dr. Poncho no quarto dele...
—Daaaani!!!- nós dois falamos descontentes.
—É, sou eu!!!! Agora tratem de se desgrudar!- Dani foi até o sofá, tirou Poncho das minhas mãos e o empurrou para o quarto.
—Dul, fique á vontade! A casa é sua, hauhauhuhaua....
—Ok, brigada!-ri sem graça.
—Eu não demoro, meu bêm!!! =* -me mandou um beijo pelo ar, que peguei e "guardei" no coração.
E eles já não estavam mais ali.
Continuei sentada no sofá até que algo me chamou atenção.
Como na maioria das casas, os Herreras possuem uma estante na sala de estar.E nela haviam alguns retratos, muito lindos, por sinal!
Uma foto meio desfocada de Tony e Kris na lua-de-mel! Mas dava pra notar que foi em uma praia, e o lugar pareceu bem legal.
Uma foto da família que devia ser do ano anterior... Meio que um coquetel! Eles não deviam ter tempo de se unir, por isso usaram esse método.

Não demorou muito e os pais de Poncho entraram na sala. Kris vestia uma bermuda e uma camisa do bloco, e Tony, seu vestido verde abacate com a bolsa Pink e uma peruca loura.
—Te deixaram sozinha aqui, querida?
—Dani foi arrumar Poncho, =D!
—Gostou do meu “visu”?
—Ah, senhor Herrera! Tá fantásticooo!- e estava mesmo.
—Pode me chamar de Tony, Dulce! Sem formalidades, por favor!
—Ok!
Já se podia ouvir o som do trio elétrico na rua. Tony e Kris começaram a dançar de forma desengonçada, ainda mais Tony tropeçando nos saltos.
—Dul, tenho uma camisa do bloco sobrando! Quer usá-la?
—Ah, eu estou bem com esse vestido, obrigada!
Nesse instante, chegou Danielle na sala desesperada.
—Ahh.... Meu vestido não serviu no Poncho!
—Ainda bem que ele escolheu o verde pra mim, huahuahuahuah!
Ela olhou pra mim e sorriu.
—Dul, você emprestaria seu vestido pra ele? Como esse é mais soltinho com certeza servirá em Poncho!!! –todos olhavam pra mim, esperando uma resposta. Eu pensei rapidamente, apesar de ser um dos meus vestidos favoritos, era para uma “causa nobre”!
—Claro! Me empresta a camisa, Kris?
—Emprestar, não! Ela é sua!- Kris pegou a camisa e entregou-a para mim.
—Ah, obrigada! –eu disse sem graça.
—Vem, cá!- Dani me puxou e me levou para seu quarto. –Você pode se trocar aqui!!!
Quando cheguei lá, vi uma cena linda! Poncho estava apenas de sunga, em pé de frente para o espelho. Totalmente diferente de como estava na praia, onde usara uma bermuda havaiana e uma camiseta regata, acobertando toda belezura que naquele instante, eu tinha ao meu alcance. Era notável também, que ele tinha acabado de tomar banho. Em suas costas algumas gotas de água escorriam vindas de seus cachos, e a toalha molhada, em cima da cama, confirmavam minha suspeita.
—Pon, a Dul vai se trocar aqui e te emprestar o vestido dela. Enquanto isso eu vou tomar um banho lá no seu quarto e buscar a maquiagem no quarto da mamãe!
—Ok, Dani! Mas anda logo! Daqui a pouco o papá vai brigar comigo!

—Fica tranqüilo, maninho! Eu alivio a sua barra com ele! –deu um beijo na bochecha dele e saiu.
Poncho e eu trocamos olhares e sorrisos, então nos viramos de costas um para o outro.
Eu comecei a me despir, e ele ficava me espionando. Tirei meu vestido ficando apenas de sutiã e bermuda. Peguei a camisa pra colocar mas ele me impediu e tirou a camisa das minhas mãos.
—Suas costas são lindas! –ele alisou-as com os dedos de baixo pra cima.- E macias!- me abraçou por trás.
—Sái daí! Alguém pode nos ver!-não me soltei dele. Eu não conseguia, eu não queria! E ele não pareceu ouvir o que eu disse.
—E tão cheirosa!-ele pegou meus cabelos e jogou pra frente, deixando minhas costas livres.
Ali ele, roçou seu queixo, seu rosto, quando não era seu peitoral definido me apertando mais e mais. Me deixando louca com tantas sensações diferentes passando por meu corpo. Eu não sentia medo, e minha razão não dava sinais de vida. Poncho me virou de frente para ele. Suas mãos ficaram em minha cintura, e ele deslizava seus lábios por meu colo, subindo pelo meu pescoço, e o beijando até chegar na minha orelha. Eu alisava seu peitoral, seu tanquinho, suas costas e cedia ás suas carícias. Até ele encontrar a minha boca. Encostando levemente seus lábios sobre os meus. Buscando os com uma tranquilidade que ele mesmo havia roubado de mim. Seus beijos me traziam paz, calor, bonança e fogo. Aquilo me levava a estágios que jamais imaginei ir. Paramos de nos beijar e o abracei.
—Por que você faz isso comigo?
—Poncho, eu não fiz nada... É você que fica brincado com os meus...
—Com os seus?
—Desejos?- o encarei.
—Pode ser!- beijou minha testa e sorriu. –Se você sente isso por mim, então me completa!-me roubou um beijo rápido.
—É melhor nos vestirmos! Se conheço bem, Dani, ela já está a caminho!
Peguei o vestido e passei para ele. Em seguida, nos vestimos, ajudei com alguns detalhes do vestido e Dani chegou. Poncho acabara de colocar o salto e ela o maquiou.

—Tá poderosééééérrima!!!
—Pára, Dani!- Poncho odiou o comentário.
—Apostas são apostas, maninho!
—Desculpe, interromper vocês mas... Que aposta foi essa?
—Eu falo! –disse Dani. –Poncho nunca foi de acreditar em seu potencial e assim que ele terminou a faculdade saiu um concurso onde sua área era necessitada. Aí, o fizemos fazer essa prova, só que ele falou que se passasse ele ia sair no “Bloco das Piranhas”!
—Aí, ele passou e agora está cumprindo a aposta! –me virei para ele. –Isso que dá não acreditar no próprio potencial!- alisei a peruca ruiva que ele possuía em sua cabeça.
Já tinha anoitecido quando saímos de casa. Poncho e Tony se uniram ao resto do bloco. Kris se juntou a umas amigas; Dani e eu fomos até o Bar do seu Kin, encontrar o resto do pessoal.
O Bloco saiu e nós fomos atrás. Eu não fui pulando como o resto da galera, porque isso nunca fez o meu tipo. Eu já estava quebrando o protocolo estando ali, mas era por um bom motivo. Um motivo que estava a algumas filas a frente de mim! Fizemos um circuito estipulado pelo bloco e assim que terminamos, nos unimos em um baile de carnaval formado ali mesmo. O trio elétrico ainda agitava a galera. Dani havia sumido no meio da multidão, Eddy e Juliana não se desgrudavam, Mai e Ucker conversavam, meio sérios, em um canto afastado da rua.
Poncho ainda não havia aparecido, talvez tivesse ido em casa. Então, fui para o Bar do seu Kin, que estava bem cheio. Mas lá dentro avistei Any e Chris, que também me avistaram e me chamaram pra sentar com eles.
—OLHA O MEU BEBÊÊ, AÍ GENTEEE!
—Aaaany!!! Amorzão meu! – a abracei com toda a minha força.
—O bebê da Any, vai quebrar a Any e não vai sobrar nenhum pedacinho de Any, ;D!
—Oh, sorry! Como você está?
—EU TÔ MAAAARA, hauhuahuhau! E você, senhora mascarada?
—Eu tô bem, pelo menos em comparação a hoje cedo!
—Que susto você me deeeu!- ela já estava séria. –Dulce...-ela segurou minhas mãos.- Eu não queria te magoar!
—Any, eu não vou negar que fiquei chateada com você, mas magoar, você não me magoou!

—Me desculpa por não ter sido totalmente honesta com você?
—Com o quê?
—Dulce, eu e Anahí estamos juntos!- ele segurou a mão da Any.
—Ah, eu já sabia!- sorri e eles ficaram confusos.
—Já? Mas a gente nem se falou direito depois que você se afogou... Iríamos conversar contigo mas os fatos não deixaram!- Any estava desorientada.
—Enquanto, vocês achavam que eu havia morrido, eu pude escutar tudo o que se passava ao meu redor! Todos os choros, gritos e as palavras do Chris.-lembrar da cena sempre me deixa emocionada, minhas lágrimas desceram sem querer. -Eu não sou ninguém pra julgar vocês, apenas me baseei no que ele já havia me feito!
—E você tem toda a razão, Dulce! Eu te humilhei, te deixei toda constrangida naquela chapada.. Isso porque coloquei droga no seu refrigerante! Que burro eu fui... Mas me arrependi, pode acreditar!-segurei a mão dos dois, e olhei para eles.
—Eu acredito, Chris! Você está mostrando ser um bom amigo, e um ótimo companheiro pra Any!
—=D!
—Só não vou te perdoar se você aprontar com ela também... Any pode ter esse tamanho todo, mas é uma criança!!!-apertei as bochechas dela. -A minha criança!!!!
—Pára, Dul!!!!! Assim você me deixa sem graça...
—Amanhã, eu, você e Maite temos que conversar. Essas últimas horas foram muito tumultuadas pra mim, e eu nem conversei direito com vocês. Vamos nos reunir na casa da Mai, ok?!