Passei uma tarde agradável ao lado deles.

Filme de comédia com quatro “figuras”. Maurinho faz curso de desenho industrial, mas isso não o faz falar de faculdade e estudos o tempo todo. O cara tem um papo bom e temos alguns gostos em comum. E os outros não estavam longe disso. Apesar de não gostar muito de carnaval, pude me convencer de que ele me trouxe ótimos amigos. Dani, Ju e... Eu pensava na possibilidade de ser amiga de Poncho. Namorada não mas ser amiga.... Minha cabeça estava muito confusa e meu coração também. Um discutia com o outro, parecendo uma “TV Senado” dentro de mim. Eu não suportava pensar em Poncho porque doía e queria estar ao lado dele porque eu me sentiria bem...
Que confusão, caray!!! Dulce entre no eixo... Isso já está virando manicômio!
Eddy, Ju e Maurinho ainda ficaram no cinema. Dani e eu, fomos para a nossa rua.
—Quer ir lá em casa, Dul???-ela tinha um sorriso largo e fofo no rosto. O que me faria ter dito um “sim” sem pensar, se fosse outro momento. Pensei em Poncho e em respeito aos seus pais, fui até lá.
—Dulce, querida! –Kris me recebeu com um forte abraço. –Como você está?-nos soltamos mas seu braço ainda estava em meu ombro.
—Eu acho que estou bem!-ela reparou que os meus olhos insistiam na direção do corredor.
—Poncho foi viajar! Não deve voltar tão cedo...
—Ele não me falou nada, =/!-Dani disse.
—Quando ele voltou para casa, estava chorando e foi direto para o quarto dele!
—Só saiu de lá com uma mala e falou que ia viajar.-Tony completou pela esposa.
—Ah, deve ter sido por causa do Maurinho! Ele ficou enciumado quando viu vocês juntos!
—Bom saber o tipo de julgamento que ele tem de mim! Com certeza pensou que eu já estava com outro cara, aff!
—Não fale desse jeito! Poncho está cego, dê um tempo a ele!
—Estou começando a ficar farta disso, sabe?! Todo mundo olha para o Poncho e vê nele o anjinho, a vítima de toda essa história! E eu? Ninguém olha o meu lado! Ninguém pensa no que eu passei e no como eu me sinto!
—Verdade... Mas, Dul, você é mais forte que ele!-Dani reparou.

—Se eu fosse, não me abalaria com toda essa situação! Melhor ele demorar na viagem! Assim fica mais fácil de eu esquecê-lo!-meus olhos já estavam cheios de lágrimas. - Não dá mais pra eu ficar aqui, Dani! Desculpa, gente!
—Eu vou com você!
No caminho para a minha casa, encontramos Ucker.
—Aonde as meninas lindas vão?-Ucker tinha os olhos colados nos de Dani, que o olhava com carinho.
—Vou acompanhar Dulce até em casa.
—Então, vou com vocês!
—Ah, gente! Obrigada, mas eu posso seguir em frente!-me apressei em dizer.
—Tem certeza?
—Tenho, sim! Acho que vocês tem muito o que conversar! Beijinhos, meninos!
Cheguei em casa, me sentei no sofá da sala e me surpreendi com a presença de Any.

—Bebêêêêê!-Any se jogou em meu colo.
—Fala, amor meu. –acariciei os seus fios “louros médio”.
—Eu tava pensando..
—Xii...
—Dulcita, é sério!
—Diga, dama da noite do meu jardim.
—Eu odeio essa flor, Dul!
—Mas você é uma dama que só aparece aqui em casa á noite, =P!
—Sabia que tinha uma ironia por trás disso, ouch! Mas vou ignorar sua arrogância!-arquei as sobrancelhas. –Já que amanhã, é o último dia do meu passeio... Que tal nós irmos ao sambódromo?
—Ah, não! Eu não vou lá!
—Dul, o que você tem para fazer amanhã?
—Nada demais!
—Então, vamos lá!
—Pensando bem eu tenho muito que fazer, =D!
—O quê?-ela se sentou confusa.
—Seguir a minha rotina de carnaval que foi interrompida por mamãe! Assistir filmes preferidos e alguns novos, ler livros preferidos e alguns novos, ouvir cd’s preferidos e alguns novos. Que lindoo,=]!
—Você pode fazer isso de dia, ¬¬!
—Á noite é a melhor hora para se cumprir minha querida rotina! De dia, eu durmo e a noite eu curto tudo isso!
—Poxa, Dulce! Eu nem sei direito quando vou passar um tempinho com você depois dessa semana. Você deveria aproveitar mais os momentos com sua BFF, viu?! Nem parece que gosta de mim... -ela começou a simular um choro desnecessário. A chantagem já tinha funcionado.
—Ok, ok... Pode ir parando de chorôrô aí, mocinha!
—Você não liga pra mim, não gosta de mim!
—Chega, Anahí! Eu vou com você! Mas é por você, está me ouvindo?!-ela sorriu. -Então, nem invente de dar perdidos no sambódromo com Chris!
— Não será sacrifício! Te quero do meu ladinho, bebê!-se jogou no meu colo de novo.
—Any, o que seria de mim sem você, hein?!
—Se eu não existisse, você me inventaria! –arquei minha sobrancelha. –Eu sou a garota que estava em seus sonhos, lembra?! Independente de como, eu estava lá!
—Você sempre está comigo! Em mente e coração, maninha!
—Minha bebezinha perfeita, eu te amo muito e por isso, sou eu quem não saberia o que fazer sem você! Obrigada por esses dias aqui! Ter passado todos eles com você foi demais!

No sábado, o sol voltara a entrar pela janela e eu me senti bem. Conversei com as meninas naquela manhã e fizemos um piquenique no Jardim Botânico. Eu me sentia tão alegre como no fim de tarde de domingo.
—Poxa, vocês já vão embora amanhã! Que peninha, =/!
—Ah, Mai! Daqui a pouco eu volto, =p!
—E eu também... Afinal, eu tenho um namorado aqui, né?!
—Que indelicada é você, Any! A Maite aqui tristinha e você falando no bozo?!
—Mai, eu vou sentir sua faltaaaa!!!-Any abraçou ela. - Não liga para o que a Dul diz não... Eu adorei te conhecer e com certeza você ganhou uma nova amiga! E vê se visita a gente na nossa cidade também! Eu vou deixar o endereço com Chris.
—Eu já dei o meu endereço de lá, Any! E você acredita que ela não arrumou nem uma folguinha na agenda pra ir lá?!
—QUÊÊÊÊÊ????
—Pior que é verdade, hehehe... Mas eu vou lá ainda esse ano, =D!
—Não sabe o que está perdendo, =p! Depois que for pela primeira vez, não vai mais querer sair de lá...
—Ah, meninas! Esse foi o melhor carnaval da minha vida! Só por causa de vocês!-abracei elas. Any e Mai trocaram um olhar depois que nos soltamos. Eu sabia que o meu carnaval agradável teve uma colaboração delas, mas não tão grande como a de Poncho. Pelo menos, até ele perder o juízo... E foi essa lembrança que eu resolvi guardar! De um Poncho alegre, doce e transparente. Meu amor fácil, meu primeiro amor...
Da hora do almoço até o início da noite, o tempo passou voando. Eu e as meninas conversamos muito e nos arrumamos na casa de Mai. Minha mãe, para variar, já estava com as malas prontas e saiu para visitar uma velha amiga em Copacabana.
Chris passou na casa de Mai, depois encontramos Ucker e Dani na casa dela e de lá saímos para o sambódromo.

Apesar do trânsito estar horrível, conseguimos chegar a tempo. Era uma correria pra todo que se olhava na Marquês de Sapucaí. Por pouco, Any e Mai não sem perderam do grupo mas Chris e Ucker sumiram. Dani falou pra gente continuar andando, e que os meninos saberiam aonde estávamos. Quando nos acomodamos na arquibancada pude ter uma ótima visão do lugar, inclusive vi Chris, Ucker e...
—PONCHO?!- Dani me olhou assustada. -Aquele cara parece o Poncho!-meu coração começou a bater muito forte e se apertou.
—Deixa de ser boba, Poncho está muito longe daqui!-Dani desconversou.
—Eu vou ao banheiro! Bebi muita água hoje.... =)!-eu tinha que ter certeza de que não era ele mas meu coração apenas confirmava a minha suspeita.
—Só você mesma, hehehe! Sabe aonde é? Eu vou com você..
—Não precisa, Dani! Eu encontro sozinha!-me levantei e fui na direção deles.
Apressei os passos, o mais rápido que pude. Esperei Chris e Ucker se afastarem e fui procurar o cara misterioso. Com dificuldade o alcancei.
Ele estava correndo, ia entrar no camarim de uma das escolas, quando foi abordado por dois homens estranhos.
—Ei, você... É Alfonso?-consegui me aproximar sem ser notada e ouvi a abordagem.
—Sim, sou eu! O que vocês querem comigo?
—É, ele gente! Vamos dar uma liçãozinha no palhaço!-cercaram-no.
—Do que vocês estão falando?
—Não se finja de tolo! Você mexeu com a minha garota... E vai pagar por isso!
—Que garota?
—Você não andou saindo com uma ruiva nesses últimos dias?
—Hum... Andei!
—Idiota! Vamos pegá-lo rápido, antes que alguém nos veja!
Os caras seguraram Poncho e o mais forte os guiou até um lugar escuro, fui os seguindo sem medo.
—Agora, você vai aprender a não invadir o território alheio.
Jogaram-no o no chão e começaram a chutá-lo.
—Seu sem vergonha, achou que ia ficar com a minha garota sem pagar?
—Mas ela não disse que tinha namorado!
—A Lindsay é minha, só minha, seu panaca!
—Quem é Lindsay?
—Esqueceu o nome da garota, é? Vou te ajudar a lembrar!-lhe chutou as pernas e na região do abdômen.
Apesar de estar muito nervosa com aquela cena, achei um pedaço de tronco e sem pensar bati na cabeça de um deles, que desmaiou com a pancada. O outro me olhou assustado e fugiu correndo.
—Poncho? Poncho? Como você esta?
—Estou vendo um anjo na minha frente...-ele abriu os olhos um pouco mais, com dificuldade. -Dulce, é você mesma?
—Meu amor, sou eu... -eu chorava nervosa na frente dele.
—Dulce, como me achou?
—Depois, eu te falo! Agora você precisa de um médico!
O desfile já havia começado. Deixei o Poncho, com receio, aonde ele estava e fui procurar ajuda. Depois de cinco minutos correndo, encontrei uma ambulância e a levei até o ferido. Liguei para Danielle e após muita insistência até ela atendeu.
Poncho foi para o hospital, aonde ficou em observação durante algumas horas. Tony e Kris foram para lá assim que souberam do ocorrido.