Extinção

Renesmee- A libertação do Alpha


— Nãoo!

Os gritos de Jacob interromperam a nossa conversa. Respirei profundamente, sentindo a tensão no ar, o peso das correntes que prendiam Jacob, envenenando sua pele. O desespero em seus olhos, ao me ouvir aceitar o desafio de Aro, me rasgava por dentro. Ele estava algemado, impossibilitado de me alcançar, e a dor em seu rosto era quase insuportável de se ver. Cada fibra do meu ser gritava para correr até ele, para arrancar aquelas correntes e tirá-lo dali. Mas não podia. Havia mais em jogo.

O silêncio era esmagador enquanto eu olhava para ele, meus pensamentos correndo, tentando encontrar uma forma de acalmá-lo. Jacob, meu Jacob, tão forte e protetor, agora estava vulnerável e machucado. Eu precisava ser forte por nós dois.

Por um breve momento ignorei Aro Volturi e olhei para Jacob, naquele momento éramos apenas nós dois. Uma onda de emoções nos envolveu: seu medo, seu amor, sua fúria contra Aro. Eu senti tudo isso, e tentei transmitir minha calma, minha segurança. Jacob precisava entender que essa era a única maneira de resolver aquela situação sem que houvessem perdas.

“Confie em mim, meu amor”, pensei, minhas palavras ecoando em sua mente. "Há algo além de nós dois que precisamos proteger."

Seus olhos se arregalaram, e por um momento, vi um lampejo de compreensão. A dor em sua expressão suavizou-se, substituída por uma expressão de surpresa. Ele sabia do que eu estava falando, mesmo que não disséssemos em voz alta. Havia algo, alguém, que dependia de nossa força, de nossa união.

As correntes envenenadas mordiam sua pele, e eu sentia o veneno pulsar através de seu corpo, mas Jacob não recuou. Ele precisava estar lá, precisava lutar, tanto quanto eu. Meu coração doía ao vê-lo assim, mas eu sabia que ele faria o mesmo por mim.

Respirei fundo novamente, apertando sua mão, mesmo que apenas em nossa mente. Nós éramos um só, nossas almas entrelaçadas em uma dança eterna de amor e sacrifício. Aro não podia nos quebrar, não podia nos separar, porque o que nos unia era mais forte do que qualquer corrente, mais poderoso do que qualquer veneno.

Jacob olhou para mim, e eu vi a promessa em seus olhos. Ele não desistiria, e eu também não. Juntos, lutaríamos por aquilo que mais importava, por aquele pequeno fio de esperança que nos mantinha firmes. Não importava o que Aro planejasse, nós venceríamos, porque nosso amor era invencível.

A tensão no ar se intensificava à medida que Jane e eu nos posicionávamos para o início da luta. A guarda Volturi, o clã Cullen e seus aliados, e os lobos formavam um círculo ao nosso redor, afastando-se para nos dar espaço. Meus olhos varreram rapidamente o rosto de cada um dos presentes, finalmente repousando em meu pai.

Edward estava parado, a mandíbula cerrada, seus olhos escuros refletindo preocupação. Ele leu meus pensamentos antes que eu pudesse verbalizá-los. Sentia seu temor por mim, a ansiedade que lhe corroía o interior. Nosso vínculo era forte, e ele sabia o que estava em jogo.

"Seja cautelosa, Nessie," ele me implorou em silêncio, sua voz um sussurro na minha mente. "Se usar toda a sua fúria, pode desencadear algo maior, algo que não podemos controlar."

Eu sabia o que ele queria dizer. A força dentro de mim era imensa, um poder que eu ainda estava aprendendo a dominar. Havia um risco em deixá-lo se manifestar plenamente. Eu não podia perder o controle, não podia deixar que isso nos destruísse.

"Não deixe que ninguém interfira," pensei de volta, com segurança em minhas palavras. "Eu preciso fazer isso sozinha."

Ele hesitou, o conflito visível em seus olhos, mas finalmente assentiu levemente. Ele respeitava minha decisão, mesmo que isso o aterrorizasse.

Voltei meu olhar para Jane, que me observava com um sorriso frio e calculista. Sua confiança era irritante, mas eu sabia que ela subestimava minha força. Isso poderia ser a minha vantagem.

— Sem habilidades especiais- Disse Jane de repente, sua voz clara e incisiva. - Apenas uma luta corporal.

Eu assenti, aceitando as condições. Podia ver em seus olhos que ela acreditava ser superior. No entanto, o que ela não sabia era que minha força física superava a dela. Estávamos prestes a descobrir isso.

Respirei fundo, sentindo o peso de todas as expectativas sobre meus ombros. Podia ouvir o murmúrio baixo dos lobos, a respiração contida de minha família e aliados. Aro, com seu sorriso enigmático, observava de perto, como um mestre de marionetes aguardando o desenrolar de sua peça.

Concentrei-me em Jane, deixando que todo o resto se desvanecesse. Era apenas ela e eu agora. As palavras de meu pai ecoavam na minha mente, um lembrete constante de manter o controle.

Jane deu o primeiro passo, avançando com rapidez e agilidade. Seus golpes eram precisos, mas eu estava pronta. Bloqueei seus ataques com facilidade, minha força evidente em cada movimento. Ela tentou me desestabilizar, mas eu era uma parede inquebrável.

— Já lutou alguma vez ?Uma criança bate mais forte do que você— A provoquei, minha voz firme em sua mente.

A surpresa passou brevemente pelo rosto de Jane antes de ser substituída por uma raiva ainda mais intensa. Ela atacou novamente, mas desta vez, eu estava pronta para contra-atacar. Usei minha superioridade física para dominá-la, cada golpe meu era poderoso e calculado.

Jane vacilou, surpresa pela minha força. Aproveitei o momento de fraqueza dela para avançar, concentrando minha energia em um único golpe poderoso. Meu corpo se movia com uma graça letal, cada movimento calculado e preciso.

A luta estava apenas começando, mas eu sentia a confiança crescendo dentro de mim. Jane não era invencível. E eu tinha algo pelo qual lutar, algo que dava força a cada golpe, a cada defesa.

Em meio ao caos, meu olhar se cruzou com o de Jacob. Seus olhos estavam fixos em mim, cheios de confiança e surpresa. Ele acreditava em mim, e isso me dava uma força que Jane nunca poderia entender.

A luta prosseguia, e a confiança de Jane começava a vacilar. Cada ataque dela era bloqueado, cada golpe meu a deixava mais frustrada. Eu podia ver a determinação nos olhos dela se transformar em desespero. Ela sabia que não era capaz de me vencer em uma luta corporal. Então, num ato de desespero e traição, Jane quebrou as regras.

De repente, uma dor aguda atravessou meu corpo. Gritei de dor, caindo de joelhos no chão. Era como se mil facas estivessem perfurando minha pele, uma agonia insuportável. Jane estava usando sua habilidade especial contra mim, violando o acordo.

"Pare! Jane, pare!" Jacob gritou, desesperado, tentando se libertar das correntes que o prendiam. O desespero em sua voz era palpável, seu amor e preocupação por mim brilhando em seus olhos.

Mas, no fundo, eu estava preparada para isso. Deixei a dor me consumir, apenas por um momento, para dar a Jane a falsa sensação de vitória. Depois, lentamente, um sorriso começou a se formar em meus lábios. Levantei-me, como se nada tivesse acontecido, deixando a surpresa se espalhar pelo rosto de Jane.

— Isso é todo o seu poder, Jane?"Isso é tudo o que você tem?" provoquei, minha voz firme e desafiadora. A expressão de Jane mudou de triunfo para horror. Eu podia sentir o poder dela dentro de mim, recém-adquirido e já sob meu controle. – Que patética.

Jane deu um passo para trás, assustada. Aro, observando tudo com olhos atentos e brilhantes, começou a bater palmas, maravilhado. . - Bravo, Renesmee!- Exclamou ele - Sempre soube que você era extraordinária.- Seu sorriso enigmático se alargou, claramente impressionado com o que estava testemunhando. Ele então virou-se para os Cullen, seus olhos brilhando com curiosidade. - Como foram capazes de escondê-la por tanto tempo? Questionou, genuinamente intrigado. Aro disse com um tom de fascinação. - Mostre-nos do que você realmente é capaz.

Para ser honesta eu me sentia frustrada, eu esperava muito mais de Jane, mas ela não passava de uma garota cuja força se resumia a um único dom- Acho que é hora de encerrar esse jogo, não é? A provoquei. - Estou ficando com fome.

Jane hesitou, seu rosto uma máscara de medo e raiva. O equilíbrio da luta havia mudado drasticamente a meu favor. Com um movimento rápido, avancei novamente. Agora, não apenas com minha força física, mas com a nova habilidade que eu havia adquirido. Concentrei-me em Jane, canalizando a mesma dor que ela havia usado contra mim. Jane gritou, caindo de joelhos, a expressão de pânico crescendo em seu rosto.

— Você não tem palavra Jane eu disse suavemente, minha voz firme. – Já se perguntou qual a dor que seus poderes causam? Ergui a mão em direção a Jane. - Vou fazer você conhecer essa dor.

O silêncio caiu sobre a arena. Todos os olhos estavam fixos em nós. Jacob, ainda algemado, me observava com uma mistura de orgulho e alívio. Ele sabia que eu estava no controle, que não seria derrotada.

Jane caiu de joelhos no chão, gritando em agonia enquanto a dor se espalhava por seu corpo. Alec tentou intervir, mas a matilha se moveu rapidamente, cercando-o para impedi-lo de ajudar Jane. O som dos gritos de dor de Jane ecoava pela clareira.

Demetri interveio, sua voz firme cortando o ar tenso. - Aro, pare com esse jogo- disse ele, sua expressão demonstrando preocupação genuína. -Jane é valiosa para nós, não podemos arriscar perdê-la.

A tensão no ar parecia eletrificar-se ainda mais. Aro, por um momento, deixou de bater palmas e avaliou a situação. Seus olhos passavam de Jane, caída e sofrendo, para mim, ainda em posição de ataque. Eu podia ver a luta interna dele, o desejo de manter sua autoridade e seu controle sobre a situação.

Eu aproveitei esse momento para me conectar com a mente de Aro. Vi suas tentativas desesperadas de encontrar uma forma de contornar a situação a seu favor, mas cada plano parecia desmoronar diante da necessidade de proteger Jane. Ele sabia que a perda dela seria um golpe significativo para os Volturi.

Finalmente, com uma expressão de resignação, Aro concordou, a contragosto. "Muito bem, Demetri," disse ele, sua voz ainda carregando um toque de desagrado. "Você tem razão. Jane é valiosa para nós. Não podemos arriscar sua vida inutilmente."

Aro olhou diretamente para mim, seu olhar carregado de uma fria determinação, mas também de uma aceitação relutante. – Você venceu o jogo, os Volturi têm palavra.

Com um gesto de sua mão, ele sinalizou para que os guardas liberassem Jacob. Vi os guardas hesitarem por um momento antes de obedecerem. As correntes envenenadas foram retiradas, e Jacob caiu no chão, ofegante, mas livre.

Corri até ele, minha preocupação agora completamente focada em seu bem-estar. "Jake!" Exclamei, ajoelhando-me ao seu lado. Toquei seu rosto, sentindo a febre causada pelo veneno das correntes. Mas Jacob sorriu para mim, fraco, mas cheio de alívio e amor.

Aro inclinou a cabeça ligeiramente, um sorriso frio brincando em seus lábios. - Por hora, existe uma trégua- Declarou ele, sua voz carregada de autoridade. - Mas saibam que nunca perdoaremos Jacob pelo que fez a Marcus. Este é um assunto que ainda será resolvido.

Mas eu podia ver em sua mente. Ele já estava planejando seus próximos movimentos, buscando novas maneiras de virar a situação a seu favor. Não havia confiança verdadeira ali, apenas uma trégua temporária.