Exile 3: O Renascer

Capítulo 24: Queda...


Herobrine desapareceu após o anjo (SCP-001) falecer por causa de seus graves ferimentos produzidos pelo demônio Doppelgänger quando estava sendo usado como moeda de troca por Absolen. O ser de olhos brancos surtou ao ver mais um morrer e, além disso, alguém por quem desenvolveu uma forte amizade.

"A dor fere o coração e a morte a destrói".

Estava andando, mas não sentia minhas pernas. Meu corpo estava na Terra, mas meu espírito estava vagando calmamente pelos planos celestiais e minha mente solta pelo mundo imaginativo em que criei.

"A raiva surge e desmorona a última parede da consciência".

Todos nós estávamos seguindo o Purple Man pela rua destruída. As moradias, os comércios e tudo existente na pequena cidade fora devastada pela batalha contra Zalgo e o que se recusou firmemente cair e se declarar derrotado eram apenas ruínas, paredes quebradas que continham ainda o pequeno traço de tinta amarela em suas tábuas, árvores caídas pelo chão destroçadas pelo vento, os postes tortos e os fios faiscando no asfalto rachado, além de traços sobrenaturais como a gosma preta e fedorenta que expelia de Zalgo e marcas de espadas em várias superfícies, a espada celestial.

"Os mais fortes não são aqueles que conseguem aprisionar suas fraquezas no fundo de seus sentidos, mas sim aqueles que conseguem conviver com elas sem as esconderem".

Cabeça baixa e face tristonha eram a nossa personalidade forte naquela hora infortuna e depressiva. Pelo menos algo nos animou, o jovem soldado de granito já conseguia ficar de pé e caminhar conosco poupando os ombros cansados do Guardião que o carregara desde a árvore do detetive até aqui.

"A dor e a ira lutando em seu coração para ver quem assume o controle do corpo e destruir a razão do homem. Mas deve-se lembrar que ambas são parentes mesmo que distantes e isso facilita uma trabalhar ao lado da outra se desejarem se unificar para derrubar seu hospedeiro".

Não sei se é alguém me consolando ou se é minha consciência me apedrejando por não ter feito nada. Talvez se eu tivesse me controlado o anjo poderia estar vivo e tudo estaria bem para nós...

"A consciência tentou lutar, porém, o motim da ira e da dor o expulsaram do controle e acarretou no desespero incessante de mudar o passado para glorificar um futuro que o deixaria satisfeito...".

Se eu tivesse utilizado o poder um pouco antes eu não estaria carregando o corpo do anjo em meus ombros e o levando para pelo menos um enterro digno de um herói.

"Aí emerge a errônea ideia que pode piorar as coisas...".

"Causadora da perda de uns e ganho dos outros...".

"A verdade é que os homens não conseguem conviver com a culpa mesmo sendo ela acidental. Eles não aceitam a perda e tentam de tudo para modificar o acontecido, mesmo que essa escolha tenha consequências horríveis...".

— Ah, o que... aconteceu?... — Todos gelam ao ouvir novamente a voz dele.

Em meu ombro ele abre os olhos e solta essas palavras que fazem Fritz parar de andar, o Guardião se espantar e o resto olhar para trás me encarando e a ele também. Seus olhos abrem e sua visão observa novamente o mundo; sua boca começa a expelir e sugar o ar de uma maneira rápida que afigurava-se a sua face estranhamente confusa ao rever a terra por onde ele partiu para sempre.

Como isso é possível? — Pergunta o soldado de granito com os olhos arregalados e sua boca aberta, ele estava completamente espantado igual a todos nós. O anjo estava respirando e olhado para todos completamente confuso com o que acontecera anteriormente... Ele ficou de pé e olhando para suas mãos sujas de seu próprio sangue começa a lembrar do acontecido, a batalha entre Zalgo e sua captura pelo Ancestral que resultou em sua morte dolorosa. — Eu deveria estar morto... — Ele olha para o céu e tenta falar com seus irmãos celestiais, mas nada ocorre.

— O que aconteceu com você? — Pergunto ainda em estado de choque me aproximando dele para constatar se realmente era o que estava vendo. Ele olha para mim e assustado fala: — Eu não sinto minhas asas e meu poder, o que aconteceu comigo? — Ele segue até o Guardião que era o mais sábio no grupo e pergunta a mesma coisa. — Sinto que não fui revivido pelo Criador, pois não sinto sua presença e minhas forças sobre-humanas se foram de mim, o que pode ter acontecido comigo Guardião? Quem poderia me reviver senão ele? — O protetor do Exile estava paralisado e sem fala, era como ele estivesse em transe.

Eu sabia que ele iria fazer isso... — Jeff interrompe todos. Aproximo-me dele vagarosamente, olho em seus olhos preocupados – que outrora já me deu muito medo – e pergunto a ele a origem dessa fala, quem fez o quê? Ele abaixa a cabeça e responde trêmulo: — Eu... eu... Eu não achei que ele iria fazer isso conosco. Pensei que ele fosse o único nessa equipe que tinha a consciência e plena razão para não mexer com essa entidade lendária... — O encaro com uma face zangada e senti que ao ver-me daquela maneira o assustou porque eu nunca fui assim, nervoso, como estava agora em sua frente.

— Como assim entidade lendária? E por que diabos você não nos avisou que Herobrine poderia realizar esse feito cruel? — Ele estava realmente como previ, não vou dizer assustado, vou dizer que ele estava surpreso com minha mudança de humor repentino, mas eu tinha motivos e motivos bem grandes para estar furioso com o que ele escondeu.

Slender me contou e falou para não contar a ninguém que o líder estava com esse poder em suas mãos, melhor, nos bolsos... — Nos bolsos? — Sim, nos bolsos — Guardião volta de seu transe misterioso com um ar de preocupação de uma maneira que posso dizer, absurdamente e incrivelmente preocupante. Daqueles que Lost Silver é apenas uma pedra no caminho comparado na montanha que iríamos escalar, e para piorar, sem cordas.

Se não me engano Jeff está falando de uma das creepypastas mais raras que já conheci em minha vida de protetor do Exile, ela é tão rara que nem fui eu que a capturei, foi um de meus subordinados que está morto agora como os outros... — Ele dá uma pausa lembrando-se do massacre na sede dos guardiões, mas continua erguendo sua cabeça e jogando o passado para trás... — Se Herobrine fez essa escolha de reviver o anjo com o poder desse monstro, ele está correndo perigo porque se você pede você paga e o preço dele não é baixo...

— Então se eu não fui revivido pelo Criador sou uma afronta á sua criação e um impuro na lei celestial. Deve ser por isso que me sinto tão estranho, tão mudado, acredito que meu poder sagrado se foi quando ascendi aos céus, minha sagrada força se foi, porém, minha existência desceu sendo puxada pela força desse ser maligno que tanto falam agora — Ele abaixa sua cabeça olhando ainda para si sentindo que talvez tudo agora iria ser pior para ele, o que seria de um ser celestial sem sua luz divina? — Eles não irão me aceitar novamente em minha casa e se for até lá eles irão me expulsar me chamando de impuro, criatura mortal e outras coisas piores.

Sinto muito, amigo, mas você ainda tem duas coisas importantes que equilibram seu ser e mesmo que pouco, o ilumina, sua devoção a Deus e a bondade e nós. Se eles não o aceitarem saiba que eles não têm nem uma faísca da luz que você tinha, não, ainda tem porque ela nunca se apaga não importa o acontecido — Mesmo cabisbaixo o Primogênito SCP sorri sabendo que ainda tem a nós como família e se qualquer coisa acontecer a ele, sendo sua expulsão dos céus ou outra coisa, nós iremos o proteger e o acolher como os seres bons sempre fazem.

— Se Herobrine realmente fez isso ele está em perigo... — Ele avisa-nos. — A base da resistência está logo ali... — Aponta Purple, mas não iriamos até a base sem ele ao nosso lado, ele poderia ter sido um tremendo de um imbecil por ter tomado a decisão mais estúpida do mundo, entretanto, fez para salvar a vida do anjo e isso é uma atitude pura. Fazer a escolha errada para salvar a vida de alguém mesmo sendo arriscada ainda é algo bondoso.

Entendo, eu também não quero passar pela aquela porta sem o ser de olhos brancos ao nosso lado. Temos que ir ajudá-lo porque a escolha dele foi mal pensada, mas ele fez isso para salvar alguém e ele ainda é nosso amigo — Fritz aceita ainda olhando para a igreja de longe e querendo tanto voltar para todos e acabar logo com esse mal que assola a Terra.

Preciso que alguém siga até a resistência e avise a eles que estou indo atrás de Herobrine e que quero que procurem mais sobre essa creepypasta que está atrás dele... — Avisa o Purple Man. — Jeff, acredito que você vai gostar de reencontrar com Jane lá, então poderia fazer isso para mim? Além do mais, você sabe bastante sobre esse ser lendário no qual falou e ajudaria bastante se contasse para os meus pesquisadores o que sabe sobre ele, que tal? — Ao ouvir o nome dela ele já aceitou de cara, ele sentia muita saudade de Jane e culpa por ter a abandonado em um momento difícil por medo e queria muito pedir perdão. — Leve Smile contigo, o cão já teve aventuras demais e acredito também que ele merece um descanso — Continua Fritz feliz por ver que Jeff aceitara.

O Guardião se aproxima do assassino e fala:— Jeff, espero que... — Jeff o interrompe: — Eu juro que se um de vocês se despedirem fazendo aquele discurso dramático eu arranco a cabeça desse miserável fora, um tchau já basta, iremos nos reencontrar novamente seus pessimistas — Concordo com ele — Falo.

Ele e Smile seguiram pela rua até a igreja sendo observados por nós. Ao chegar à fachada da igreja simples; a construção aparentava ser bem grande e pelo prédio atrás era também um convento de freiras. A igreja era uma construção que podia ser notada uma arquitetura vitoriana, mas sem os ricos detalhes que marcavam a época; a porta de madeira se abre e dela sai Jane The Killer, com seu longo vestido preto e sua máscara que eram os únicos detalhes que eram vistos de longe. Ela abraça Jeff fervorosamente, demonstrando sua saudade e entram sendo recebidos pelo que parecia ser o Eyeless Jack e uma garota completamente pálida trajando um vestido braço que mesmo depois de todos entrarem continuava olhando nós irmos embora pela estada destruída...