Exile 3: O Renascer

Capítulo 14: Decisões podem ser fatais...


A noite só estava começando...

Quando Herobrine chegou ao seu acampamento todos festejaram. Ele estava ferido e preocupado com aquele ser que o espreitava nas sombras, mas seu coração encheu de alegria ao voltar para sua base e reencontrar seus amigos.

Sentiram saudade? — Falou ele abrindo os braços e sorrindo, brincando com eles. Enquanto os outros riam, Slender sempre sério e solitário começa a caminhar para longe dali em busca de algo para fazer, ele não aturava felicidade e alegria, ele sempre preferiu a solidão e tristeza. Herobrine viu que Slender estava se afastando lentamente de todos, ele iria conversar com o esguio, mas sabia que não ia adiantar falar com alguém que não quer falar, então o deixou ir em busca de sua vontade.

Sentado no chão, Jeff estava sentindo um pouco de felicidade, mas a saudade de uma pessoa o incomodava por dentro. Ele se perguntava todo o dia onde ela foi parar, será que estava viva ou ele poderia acabar com suas esperanças...

Foi em um dia nublado... As nuvens carregadas de chuva estavam se amontoando nos céus e o grande monte já estava com seu cume completamente coberto e escondido dentre as nuvens. Na época em que o Exile estava florescendo graças ao detetive, uma época que para muitos não irá voltar... Havia uma reunião de líderes de Creepypastas na fundação SCP e entre eles estava o próprio Herobrine que liderava o conselho. Estavam lá Slender que representava a floresta sombria e seus moradores, Jack Risonho que representava as colinas. Essas colinas ficavam atrás do Vater Unser e era mais conhecida por ter lá a cabana do Senhor Urso, um ser bem famoso por lá e outro que desapareceu durante o ataque repentino. Entre outras creepypastas do mundo, o que mais estranhava eles era a presença de um ilustre ser de outra dimensão... Ele era de um mundo oposto do Exile onde existiam o contrário das creepypastas, as happypastas. Ele era Splendorman, irmão de Slender.

Ao contrário das creepypastas que causavam o caos, eles causavam a alegria a aqueles que estavam tristes e depressivos. Sua dimensão não era conectada com o Exile, mas naquele dia foi para eles discutirem acordos diplomáticos entre os mundos... Só que não foi isso que aconteceu...

Enquanto eles conversavam o inimigo, Absolen e seu exército seguia até a fundação para acabar com os líderes de uma só vez e sem muito esforço. O submundano cruel comandou sua tropa e atacou impiedosamente o local matando muitos seres que residiam lá dentro. Uma das piores partes fora quando Jack Risonho estava no chão completamente machucado e Absolen – que estava flutuando - desceu até o ser e encarou apreciando sua dor. Ele o pegou pelo pescoço erguendo-o até o teto quebrado e arruinado e quando ele o subiu até lá, o monstro olhou para Herobrine que estava pasmo e arrancou com suas próprias mãos a cabeça da creepypasta a jogando na frente do ser de olhos brancos. Ele começou a evaporar e com o vento as suas cinzas foram levadas.

Enquanto os seres malignos lutavam com os seres presentes naquela instituição, Slender também lutava, mas sabia que seria em vão porque eles eram muitos comparado as poucas creepypastas naquele lugar. Ele sabia que se Herobrine morresse todos iriam desistir, então, ele tem uma atitude... Ele corre até Herobrine e com seu poder de teletransporte o leva para longe dali, só que antes de desaparecer o minecrafitiano viu algo espreitando de longe... Ele viu uma figura sombria e bastante conhecida por todos, ele os observava com sua postura elegante, porém, fraca e bastante acabada, mas o som de correntes arrastando que ecoava perto dele era inconfundível... Ele sabia aquém era aquele ser...

Durante o ataque estavam perto de lá Jeff The Killer e Jane The Killer. Eles estavam indo para lá também, mas por causa de uma pequena desventura eles não conseguiram chegar a tempo e se salvaram do extermínio deliberado. Jeff vê de longe a fumaça e os seres malignos atacando o prédio. Pedra sobre pedra eles iam destruindo até encontrar as creepypastas escondidas pelas salas. O cheiro de morte e de sofrimento jazia dentro da fundação e a grandeza de cinzas e restos mortais era impossível de contar, os poucos que sobreviviam morriam depois pela gravura de seus ferimentos.

Jeff dá um passo para trás e acovardado tenta voltar para a floresta com Jane. Ela queria salvar eles, ao contrário dele, ela era corajosa em seu coração e sentia que deveria ajudar todos mesmo que uma tragédia ocorresse com ela naquele momento macabro.

Temos que ajudá-los! — Grita ela que já preparava para correr até a fundação, mas Jeff não aceita ir lá, ele admite que seria suicídio ir lá, só que a garota não aceitava ficar só olhando. Ela começa a correr e ele atrás dela para a impedir.

Se irmos lá iremos ser mais um na pilha de corpos, o que podemos fazer é esperar até que aqueles demônios vão embora para podermos ver se alguém sobreviveu e ajudá-lo! — Grita ele, mas ela já estava muito longe. Agora ele tinha que decidir... Ah, a decisão... A parte que mais destrói a vida de muitas pessoas em certo modo, ela tem o poder de mudar uma história inteira em pequenas palavras ou gestos. Ele tinha que decidir em fugir e possivelmente sobreviver ou ir atrás dela, lutar ao seu lado e provavelmente morrer... Todos sabem o que ele escolheu...

Eu sei o que está pensando, ou melhor, em quem está pensando... — Herobrine se aproxima de Jeff e senta ao seu lado. Ambos se encaram um pouco antes de finalmente conversarem e ele soltar para fora essa dor e amargura que o persegue.

Eu poderia ter a salvado, poderia ter salvado Alan de Absolen, mas eu não consegui. Quando caminhava pela Terra eu tinha uma coragem absurda, fazia coisas horríveis com pessoas e agora estou aqui covarde e me arrependendo, pensei que nunca iria me arrepender. — Herobrine dá uma risada leve e olhando para o céu nublado, responde: — Eu finalmente descobri o que é esse lugar... Esse lugar não é o inferno, não é o purgatório, nem mesmo uma terra de dor e sofrimento para nós que causamos tantas dores em muitas pessoas, é um lugar de redenção, de arrependimento. O ser de luz nos mandou para esse mundo para pensarmos em nossas ações na Terra, nossos erros cruéis na vida de muitas pessoas, ele quer que no final de nossa vida nos mostrar que tudo pode mudar, tudo pode acontecer e a pior das pessoas pode entregar seu coração a outra em misericórdia e bondade. O Purple por exemplo, ele viveu uma vida de maldade e quando veio para cá teve tempo o suficiente para repensar em seus atos e ele fez... Salvou Alan, ajudou o detetive e quando morreu ele foi perdoado por aqueles que ele machucou... O que eu quero dizer é que nossa vida é escrita, mas existem decisões que podem mudá-la, escolhas que podem mudar nosso futuro e quem sabe, a sua escolha não foi a certa? De repente se você tivesse ido com ela, ambos estariam mortos e Alan não teria a ajuda que ele teve contigo... — Jeff agora entende que sua decisão não foi a pior, é verdade que o ser de olhos brancos falou, todos têm sua vida escrita no livro da vida, mas quem sabe algumas escolhas não possam mudar seu futuro?

Estou quase abraçando vocês dois... — Diz o SCP-011 brincando com eles sobre a conversa reflexiva e sentimental. — Quer uma também? — Responde Herobrine. Todos riram.

Eu espero que vocês... — Herobrine para antes de terminar a frase, ele olha em volta e todos estavam paralisados, parecia que o tempo parou menos ele. As folhas das árvores ainda estavam flutuando e até mesmo a poeira do chão estava no ar, definitivamente o tempo parou para ele.

Mas o que? — Ele levanta lentamente e olha em volta, tudo estava quieto. Não havia um barulho ou ruído, nada, completo silêncio que o apavorava, mas ele sentia que aquilo não foi feito por alguém das sombras.

— Olá Senhor H... — Herobrine vira bruscamente para trás e se depara com a voz humana que o chamou. — Não acredito... — Ele vestia seu sobretudo cinza, por baixo uma blusa social branca, calças com suspensório e uma gravata preta, além do chapéu da mesma cor do sobretudo. O seu velho amigo voltou para conversar.

Detetive James, é bom saber que ainda está na ativa — Brinca Herobrine. Ele ri, mas dava para se perceber preocupação em sua face.

— Queria muito que fosse uma visita apenas para conversar, amigo, porém, é muito grave o assunto que irei tratar aqui contigo. O Guardião desapareceu, você sabe... — Ele começa a andar de um lado para o outro como se estivesse com pressa e Herobrine começa a se preocupar com o que era esse assunto, ele continua: — Ele foi sequestrado, você sabe também, mas o que o preocupava era o seu cajado, existe uma pessoa que o deseja muito e foi este ser que o sequestrou. Ele tentou enganá-lo com um cajado falso, mas ele era mais inteligente, então, com o resto do poder que tinha ele mandou o cobiçado cetro para Croatoan porque lá ele não imaginaria procurar já que Zalgo estava pelos arredores. Ele era o ser que você viu na floresta te observando, ele já sabe que você tem o cetro e não demorará muito para ele tentar pegá-lo, mas isto não é o que queria falar contigo... — Ele para em frente a Herobrine e olhando em seus olhos pede com todas as forças: — Eu preciso que salve o Guardião das garras deste poderoso ser — Mas e Alan? — Interrompe o ser de olhos brancos. — Nós iremos salvá-lo, a missão mudou quando mais um ser poderoso entrou na disputa e se você fosse para lá iria morrer, então, eu e mais uns guerreiros celestiais iremos terminar essa missão.

Certo, mas quem é esse sequestrador e onde ele está?

— Vai ser uma tarefa difícil, você vai encarar uma criatura dentre quatro delas, pelo menos é uma só e é a mais consciente, podemos dizer assim, é a que você poderá conversar, pois atacar não seria uma boa ideia. Você não irá atrás dele, ele irá atrás de você e pelos meus cálculos ele já está perto, se ele te pedir para conversar aceite e ele o levará para sua morada, converse com ele, o engane e liberte o Guardião... Se precisar leve apenas o SCP-011 contigo, Jeff e Slender não seriam uma companhia paciente em sua conversa... Oh, ele está vindo... Boa sorte e lembre-se, não demonstre medo!

Herobrine desperta ainda sentado no chão ao lado de Jeff e com eles ainda conversando. Um ar gélido surgiu do nada e com ele uma ventania bem forte balançando os troncos e galhos das árvores, fazendo as folhas voarem junto com poeira e terra seca. As nuvens se aglomeraram a cima de onde eles estavam e com essas nuvens carregadas veio raios e trovoadas de arrepiar até a raiz dos cabelos. Na frente deles surge sem nenhuma entrada épica ou frase de efeito o ser que tanto apareceu recentemente. Ele continha a mesma aparência, o que mudou era que com a escuridão das nuvens tampando a lua e a fogueira apagada, sendo iluminada apenas pelos raios, sua face ficou muito mais macabra que antes. Ele segurava firmemente sua bengala como se dependesse realmente dela para andar e não apenas pose.

— Herobrine... — Uma voz grossa e rouca saiu de sua boca ecoando por toda a floresta temperada – vegetação tipicamente norte-americana-. Smile despertou de seu cochilo assustado com essa barulheira toda e a primeira coisa que fez foi latir, coisa de cão, mas para o obscuro ser foi uma afronta. Ele ergueu a bengala e o pobre animal voou longe, sorte que Slender – que estava chegando lá por causa da mudança climática- conseguiu pegá-lo ainda no ar.

— Dê-me meu amuleto! — Mais uma vez ele pede e ergue sua mão em direção à Herobrine pedindo o que era seu como ele dizia. Jeff queria atacar muito esse arrogante, contudo vira o que acontecera com seu cão ao afrontar ele, o SCP-011 mantinha a calma, mas sempre na espera de puxar o gatilho.

Eu dou o cetro á você, mas primeiro vamos conversar e em outro lugar. Aqui não é um bom lugar para uma conversa... — Ele assentiu e quando estava prestes a desaparecer com Herobrine, o mesmo grita: — Espera... Quero levar alguém comigo, não irei a lugar nenhum sozinho — O ser franze a testa e arca as sobrancelhas, porém, aceita.

— Escolha... — Jeff queria que seu líder o escolhesse para ele ter alguém para descarregar sua raiva extrema, sua única diversão era espancar alguém até sua raiva sumir, meio rude e com um instinto assassino essa seção de relaxamento dele, mas pelo menos ele parou de fazer isso. Slender não queria ser escolhido, mesmo que fosse o mais forte deles depois de Herobrine e sempre ao lado de seu líder, ele não queria desta vez. O jovem soldado nem desconfiava em ser escolhido.

SCP-011 você virá comigo! — O espanto foi geral, mas já estava feito. O ser olhou para Herobrine esperando a aprovação para ele finalmente teletransportá-los dali, o ser de olhos brancos manteve sua seriedade e não demonstrando medo como o detetive avisou, pergunta:

Antes de irmos eu tenho uma pergunta... Quem é você? — Ele olha para eles e dá uma estrondosa gargalhada e na mesma hora um raio cruzou os céus causando um grave ruído. O ser olha par eles com aqueles olhos de brasa e responde a preciosa pergunta já erguendo sua mão para estalar os dedos e sumir com eles dali...

— Eu sou o fim, a escuridão e a reencarnação... — Todos continuam vidrados olhando para ele sem mexer um músculo.

— Eu sou o tempo, sou o perecer, a noite mais escura... — Depois de imaginar quem ele era, Herobrine se espanta, mas não demonstra.

— Eu sou o cavaleiro da dor e da monstruosidade... Eu sou o Anjo da Morte!