Capitulo 2

O sinal tocou e eu me despedi da Ticia. Eu estava a caminho da minha sala da aula do Mr. Kneight quando senti uma mão cutucar meu ombro. Era o Adam. Ele tinha alguma coisa de diferente, não sei ele parecia meio... Sombrio. Ele era diferente dos outros “namorados do mês” da Nat. Ele tinha um olhar malicioso, perto dele eu me sentia uma presa fácil para um malvado caçador. Mais não podia deixa-lo perceber.

- Juliet, desculpa atrapalhar, você sabe onde fica a sala de aula do Mr. Knughte?

- Voce quis dizer Mr. Kneight? – Eu não pude conter uma risadinha – Eu estou indo pra lá agora mesmo. – Se a Nat gostava dele então eu faria um esforço pra gostar também.

Fomos caminhando e ele foi me contando como conheceu a Natalie. Ele e sua mãe, Marissa alguma coisa, se mudaram para Billthing para morar com seu tio.

- Meu pai morreu em um acidente de carro á dois meses.

- Nossa, me desculpa. – Pela primeira vez desde que nos conhecemos, ele parecia à presa fácil.

Nos chegamos na sala de aula atrasados e tivemos que receber o profundo olhar de reprovação do Mr. Kneight. Eu já estava acostumada. Me sentei na primeira cadeira que eu vi livre, era a segunda da quarta fileira, e o Adam na penúltima. Mr. Kneight disse que nos teríamos que fazer um trabalho sobre a evolução da economia do século XX á o século XXI e que seria dupla.

- Lizie Marshall com Tinner R. Mcqueen. Isobe Ladighamn com Fabio Mercer. Juliet Rhoeds – Ah, eu detesto meu sobrenome mais do que tudo. Na verdade eu detesto a historia por trás da família Rhoeds... – E Adam Tyler. – Não acredito que minha dupla é o “namorado sinistro do mês” da Natalie. Quando eu olhei para trás o caçador sinistro havia voltado. Adam não parava de me encarar com um olhar estranho... Não, não era um olhar malicioso, era um olhar mal!

O resto da aula foi normal. Mr. Kneight explicou o que faríamos no trabalho e o prazo de entrega. No final da aula eu já estava levantando para ir almoçar quando o Adam apareceu.

- Que bom que vou fazer o trabalho com a única garota legal que eu conheci. Quer dizer, tirando a Natalie. Espero que a família Rhoeds não se importe. Te encontro as 20:00. – Depois disso a Natalie apareceu se pendurando no pescoço dele e foi embora sem se despedir. Eu perdi a parte que o chamei pra ir à minha casa? Eu não lembrava nem de ter dado o endereço. Eu precisava contar isso pra alguém se não ia acabar enlouquecendo.

Na hora do almoço fui para o nosso ponto de encontro. É uma mesa normal que fica em baixo de uma arvore. Poucas pessoas vão ali, é um lugar mais reservado, perto dos muros do colégio. A Ticia estava la me esperando como sempre mais eu não vi o Peter. Agente almoça junto ali desde a primeira serie e agora ele simplesmente, sumiu.

Ticia me contou sobre o acampamento de verão, de um menino que ela conheceu lá e uma historia engraçada sobre fantasmas.

- Voce tinha que ter conhecido o Leo. Aposto que o idolatraria. Ele é engraçado, gentil, fofo e já falei de como ele é lindo?

- Sim você falou isso no mínimo 45 vezes! – Eu tinha esquecido como era bom conversar com ela. Senti saudades. – Tici... O que você achou do Adam?

- Não tive chance de conhecê-lo direito. Eu o vi passando com a Natalie e ela parecia feliz. Feliz de verdade sabe, acho que ela esta gostando dele.

- Desde quando a Natalie gosta de alguém? – Mais risadas. – Tici eu to falando serio, ele tem um olhar estranho e pra melhorar o Mr. Kneight nos colocou juntos em um trabalho. Ele falou que ia pra minha casa as 20h00min. – Um breve silencio tomo conta do lugar. – Como ele sabe onde eu moro?

Ticia não respondeu. Só ficou olhando alguém se aproximar. Acompanhei o olhar dela e abri um sorriso ao vê-lo. Era o Peter. Agente se levantou e demos um abraço apertado nele.

- Meninas... Eu não consigo respirar! – Nos rimos, mais não o soltamos.

Quando ele finalmente se viu livre do nosso abraço eu dei outro soco no ombro dele, mais parece que ele já esperava e por isso segurou minha mão quando eu ia ataca-lo e me puxou pra perto.

- Voce não acha que já me bateu o suficiente por um dia? – Ele não soltou minha mão então eu a soltei.

- E você merecia muito mais! – Eu senti a raiva possuindo meu corpo. – Voce sumiu durante as férias, não me ligou nenhuma vez e nem me atendeu. O que esta acontecendo Peter?

- Nada. Eu juro. Eu só ando muito ocupado... Que tal agente sair pra jantar hoje à noite e eu te contar cada detalhe do meu verão. Os lugares que eu estive, o que eu fiz e com quem- Ele fez uma breve pausa. - A Lucy de Bahamas, Nina de Toronto e a Hazel de Portland.

- Estou vendo que você não mudou nada. Continua o mesmo destruidor de corações e lares. – Nos dois estouramos nas risadas. Eu amava a covinha que ele tinha no canto direito da boca. Eu faria qualquer coisa pra ver aquela covinha sempre ali.

- Então eu te pego as 20h00min?

- Hoje não vai dar. O Adam vai a minha casa pra fazer um trabalho comigo. – De repente sua expressão passou de alegre para seria. Seria isso... Ciúmes?

- Ah, quem é Adam? – Sua voz também havia mudado. Ela parecia, preocupada.

- O namorado da Natalie. Quer dizer você conhece ela, daqui a um mês ela aparece com um gato do time de basquete.

Ele levantou um tímido sorriso e só então eu me toquei. Chade a Ticia? Antes que eu pudesse procura-la com o canto dos olhos a Nat e o Adam apareceram. Eles estavam sorrindo como se nada a sua volta pudessem atingi-los. Eu ainda estava perto do Peter, na verdade perto até demais. Quando eles chegaram até nos o Peter passou a mão por volta dos meus ombros e me puxou pra mais perto.

- Peter você voltou! – Como sempre a Natalie estava animada. Ela era impressionante, loira dos olhos verdes, se dava bem com todo mundo, participava de não sei quantos grupos voluntários e tinha ótimas notas. Ela tinha um irmão mais velho que já estava em uma faculdade bem longe de Billthing. Aliais esse era o sonho dela, sair dessa cidadezinha do interior.

- Juliet me passa o seu numero caso eu me perca no caminho. – Ele falou já pegando o seu celular do bolso. Entao aquela pergunta voltou a minha mente. Como ele sabia o caminho?

- Claro. Adam como você sabe meu endereço?

- Eu perguntei a diretora Queller. Espero que não se importe. – Entao eu mandei uma mensagem pra ele com meu numero e ele a salvou.

- Tudo bem.

- Então Adam da onde você veio? – O Peter estava muito serio. Meio irritado, não sei. Só sei que ele não piscava, não tirou os olhos de cima do Adam nem por um segundo. Parecia que ele estava avaliando-o, procurando um defeito, um segredo. Estava na cara que ele não havia gostado dele.

- Eu vim de uma pequena cidade em um canto mais afastado de Miami. – Ele parecia meio envergonhado, na verdade encurralado seria a palavra certa.

- Por que você veio?

- PETER! – Natalie se intrometeu dando um pequeno gritinho. Eu não sabia por que o Peter estava daquele jeito, atacando os outros com tom de ironia. Eu me soltei dos braços dele e fiquei encarando-o por um tempo. Até que o Adam respondeu.

- Eu e minha mãe nos mudamos para a casa do meu tio depois que... – Ele fez uma longa pausa. Eu sabia “depois de que” eles haviam se mudado. – Meu pai morreu.

- E você pretende ficar por muito tempo?

- Já chega! – Eu decidi falar alguma coisa. Não podia mais ver o Peter ataca-lo sem motivo! O Adam estava parecendo uma vitima em um interrogatório onde ele era inocente. – Adam as 20h00min esta perfeito. Até mais.

Eu virei às costas e fui andando em direção a saída, esperando que o Peter viesse atrás de mim. Quando eu já estava bem longe dali me virei pra ver se ele realmente estava vindo falar comigo. Mais ele não veio.