Everything Can Change

O Salão, a Volta Pra Casa e a Manhã Seguinte


Deixei quieto, afinal, não é sempre que se compra um look completo de uma loja chique por apenas ciquenta reais...

Chagamos ao escritório da organizadora de festas. Entramos pela porta e chagamos a recepção. O local estava cheio de porta-retratos com fotos de aniversários (parede).

– Em que posso ajudar? – Perguntou uma simpática mulher atrás de uma mesa.

– Nós marcamos horário.

– Nomes? – A mulher perguntou, colocando seus óculos.

– Stewart Gray e Annabeth Souza.

A mulher deu uma olhada em um caderno e apontou para um corredor.

– Podem entrar. Segundo porta à direita.

– Obrigada. – Agradecemos e fomos em direção ao corredor.

Abrimos a porta e entramos em uma sala ampla, com as paredes brancas e uma grande mesa cheia de álbuns de foto e um computador.

– Olá garotas! Como vão? – Perguntou uma senhora simpática, que saia de trás do computador e vinha em nossa direção. – Sou Denize, mas podem me chamar de Denny. – Ela estendeu sua mão direita e nos cumprimentou. – Vocês devem ser Stewart e Annabeth.

– Stew. – Disse apontando pra mim mesma. – E Anne. – Apontei pra a linda loira ao meu lado. – Muito prazer.

– O prazer é todo meu! Sentem-se. – Disse a senhora, apontando para duas cadeiras a sua frente. – E então, festa de aniversário?

– Sim. Pra ser mais exata, dezesseis.

– Suponho que seja você a aniversariante.

– Sim, mas como soube?

– Intuição... – Ela fez uma pausa e logo depois, me perguntou: - Qual será o tema?

– Vai ser uma festa a fantasia com cantores.

– Que original! É a primeira do tipo que aparece aqui. – Ela pegou um álbum de fotos da pilha. – Acho que esse aqui... – Ela folheou-o e parou. – Será perfeito!

A senhora nos deu o álbum, apontando para uma página específica, com fotos da: Recepção, pista de dança, salão para mesas e sala de jogos.

– Só falta a decoração. – Completou a senhora, com um sorriso no rosto.

– É tudo perfeito, do jeito que eu sonhei!

– Ótimo! Quando vai ser a festa? – Perguntou ela, mexendo no computador.

– Sábado à noite. – Respondi animada.

Ela me olhou com uma cara de deboche, mas percebeu que eu estava falando sério.

– Por que você deixou tudo pra última hora? – A senhora perguntou espantada.

– Por que ela sempre foi assim! – Anne respondeu por mim. – Nos desculpe pela pressa, mas vai ser possível alugar o salão?

– Vocês estão com sorte! É o único que eu tenho livre no sábado.

– Graças a Deus! Onde é?

– Fica na Rua Projetada, próximo ao Shpping D.

– Perfeito, eu sei onde é. – Disse Anne.

– Nós podemos arrumar a decoração amanhã? – Perguntei.

– É claro! Aqui está a chave.

– Quais as formas de pagamento?

– Dinheiro, cheque ou cartão. Qual vocês preferem?

– Cartão. – Disse e entreguei o cartão da minha mãe. Ela havia me dito que quanto ao salão, eu não precisaria me preocupar, podia gastar o quanto fosse necessário.

Pegamos a chave, pagamos e saímos. Pegamos o ônibus, só que dessa vez pra casa da mãe de Anne, que era separada de seu pai (meu vizinho). Descemos e caminhamos alguns quarteirões até chegarmos à sua casa. Anne nunca se gabou por ser rica. A pesar de sua casa ser uma mansão, ela se comportava como uma pessoa comum e nunca fazia questão que mostrar que tinha dinheiro, menos quando o assunto era compras. Ela sempre gastava fortunas nas compras de roupa do mês e sempre me dava alguma coisa cara.

Ela abriu a porta e entramos. Cumprimentamos Harriet e Josh (mãe e padrasto da Anne), que estavam na cozinha preparando um lanche, e subimos para o quarto dela. Me sentei na poltrona e ela se jogou na cama.

– E aí, anda tendo pesadelos de novo?

– Sim. Hoje foi mais estranho, eu só ouvi, não vi nada.

– O que você ouviu?

– Aquela voz rouca chamando meu nome. Ele (parecia voz de homem) parecia muito desesperado, mas não vi nada.

– Nem aquele borrão escuro que normalmente aparece com ele?

– Nem o borrão!

– Bom... – Disse Anne levantando e ligando o rádio. – São só pesadelos. Esquece isso e relaxa ouvindo nossa banda favorita.

– É melhor mesmo...

Começou a tocar aquela música nova que eu A-M-O. Eu e Anne começamos a pular, cantar e dançar loucamente, até que a mãe dela chegou com uma bandeja cheia de biscoitos, lanches e sucos, deixou a bandeja de lado e foi dançar, pular e cantar loucamente conosco. Harriet era a mãe que toda a garota gostaria de ter. Ela era animada, extrovertida, engraçada e linda, mas eu não abriria mão de minha mãe nunca. Pra mim, ela era a melhor mãe do mundo. Sempre cuidou de mim e me deu tudo o que eu quis, na medida do possível.

Quando a música parou, Harriet disse:

– Garotas, trouxe alguns lanchinhos para vocês. Eu e Josh vamos sair daqui a duas horas. – Ela olhou pra mim. – A Anne pode dormir na sua casa, Stew?

– Claro! Nós temos que sair cedo amanhã mesmo.

– Ótimo. Nós levamos vocês então.

Ela saiu do quarto e nós nos sentamos novamente, agora, ouvindo I Wish um pouco mais baixo que a música anterior. Mandamos mais e-mail para os convidados, informando o local e a hora e conversamos até o horário de voltarmos para minha casa. Fomos conversando o caminho todo e, quando descemos, Anne foi pegar algumas roupas na casa de seu pai e eu fui falar com a minha mãe.

– Cheguei! – Gritei entrando.

– Oi filha! Estou aqui. – Minha mãe gritou da cozinha e fui até lá lhe dar um abraço. – Como foi sua tarde?

– Foi incrível! Compramos várias coisas e resolvemos fazer uma festa a fantasia com o tema música. Já até compramos nossas roupas e alugamos o salão.

– Que ótimo! Espero que dê tudo certo e seja melhor do que você sempre sonhou.

– Eu também espero mãe. – Fiz uma pausa. – A Anne pode dormir aqui?

– Claro! Vocês têm que acordar cedo amanhã?

– Sim! Recebi uma notícia MA-RA-VI-LHO-SA! O Rick vai chegar amanhã de manhã e vamos pegá-lo no aeroporto.

– Que bom, filha! Ele pode ficar aqui em casa!

– Seria ótimo.

Anne chegou e subimos para o meu quarto. Falamos sobre algumas coisas da festa, jantamos e fomos dormir. No outro dia acordamos e minha mãe nos levou ao aeroporto, para pegar Rick.

– Bom, vou fazer algumas compras para casa. – Disse ela, enquanto saíamos do carro. – Me liguem quando ele chegar que venho buscar vocês.

– OK, mãe. Tchau.

Ela se foi e entramos no aeroporto. Esperamos um pouco, mas logo o vôo de Rick chegou. Fomos até a sala de embarque e desembarque. Várias pessoas saíam, mas nada de Rick. Até que o vi...