Every Part Of me
A separação.
Lily...
Não sai do aeroporto até ver aquele avião decolar. Havia uma grande janela, no piso superior. Sai correndo e fiquei parada, sem piscar apenas olhando o avião. E assim... ele decolou.
Senti uma forte dor no peito, e minha respiração ficou pesada. Senti meu queixo tremer, e as lágrimas foram inevitaveis. Niall com uma mão me puxou para perto de si, e me abraçou beijando o topo de minha cabeça.
– Ela me deixou. - falei quase sem forças.
– Ela não te deixou Lily, e nunca vai deixa-lá. - falou baixo.
O abracei mais forte, e chorei ali mesmo aos braços de Niall Horan.
– Está na hora de sairmos daqui. - falou baixo.
Assenti enchugando as lágrimas, e descemos a escada rolante. Steve, os meninos e as meninas ficaram na parte de baixo e nos observava a descer. A multidão de fãs aumentara, e havia algumas chorando mas não gritavam.
Me despedi dos meninos, e entrei no carro esperando Steve que conversava com Liam, Niall Harry e Louis se aproximaram do carro e pediram para que eu abaixasse o vidro. Assent e o fiz.
– Você vai ficar bem? - perguntou Louis preocupado.
– Vou Lou. - falei sorrindo fraco.
– Certeza? Não quer que passemos a tarde com você?
– Não é preciso. Vou ficar bem.
Os meninos assentiram, e foram a encontro de Zayn e Perrie. Eu os encarava, sentindo ódio de Zayn por ter dito aquelas coisas horríveis para Jo. Não era ele o garoto que sabia valorizar uma garota como ela realmente merecia? Onde foi parar esse garoto?
Ao perceber meus olhares, Zayn sorriu fraco mas ao ver que eu não retribuiria abaixou a cabeça e adentrou o carro. Steve se despediu de Liam com um abraço amigável, e Liam soprou um beijo e entrou em seu carro.
Durante todo o percursso de volta para casa, Steve tentava me confortar, dizendo coisas carinhosas, mas eu apenas o respondiam com sorrisos e breves "uhun". Eu não gostava de chorar na frente dos outros, e se chorasse era porque não aguentei mais segurar.
Exemplo, no aeroporto. Chorar na frente de milhões de pessoas, não é para mim. Mas eu não aguentei mais segurar aquele maldito choro.
Ao chegarmos em casa, caminhei vagarosamente olhando para o telhado onde eu e Jo ficavámos quando o céu estava estrelado.
Respirei fundo e rodei a massaneta da porta, mamãe e André se levantaram do sofá e sorriram fraco. André se aproximou e me abraçou, apoiando seu queixo sobre minha cabeça.
– Pestinha, como você está?
– Eu tô bem. - sorri fraco.
– Quer jogar video-game agora?
– Mais tarde. Agora quero minha cama.
Subi as escadas, e coloquei a mão sobre a massaneta do meu quarto. E antes de roda-lá, dei uma breve olhada ao quarto de Jo que estava com a porta fechada. Respirei fundo, e adentrei meu quarto.
Me joguei na cama, e chorei abraçada com meu boobear até pegar no sono.
Acordei com mamãe colocando mais uma coberta sobre mim, havia esfriado e aparentava chover. Mamãe se sentou nos pés da cama, e me observava em quanto eu me sentava.
– Como está?
– Como acha que eu estou?
– Você precisa ser forte e ter paciência.
– Para de me mandar ficar forte, eu não aguento mais ouvir isso. Será que ninguém entende, que isso dói? E que eu não vou ser forte? - falei irritada.
Ao perceber a patada que eu havia dado em mamãe, respirei fundo e continuei...
– Desculpe mãe, eu estou nervosa. - falei baixo. - Eu vou ser forte, eu sempre fui não é?
– Eu entendo. - sorriu. - Você é uma garota forte, e vai superar essa distância. Só lembre-se querida, que Jo te amava mais do que fosse possível amar alguém. E ela deve estar sentindo sua falta, como nunca agora.
Sorri fraco e a abracei. Ela saiu do quarto deixando a porta aberta, mas logo voltou com uma bandeija cheia de comida. Colocou sobre minha cama, e caminhou até a porta.
– Coma, entendeu? - sorriu e saiu dessa vez fechando a porta.
Eu não estava com fome, mas é óbvio que eu comeria. Não importa meu estado de espírito se eu estiver feliz ou triste eu sempre irei comer. Liguei a televisão, e fiquei vendo filmes na FOX.
Senti meu celular vibrar sobre a mesinha, o peguei e atendi.
– Oi pequena.
– Hey.
– Está bem?
– Estou. E você?
– Estou. – falou baixo. E assim ficamos em silêncio, só podia ouvir o giado do vento do outro lado da linha. – Lily?
– Sim?
– Quer fazer o favor de abrir a janela?
– Pra quê Niall? Tá frio lá fora.. - falei colocando uma uva na boca.
– Por isso mesmo, está frio aqui fora e eu posso pegar um resfreado.
– V-v-você está... aqui?
– Por favor Lily, abre logo.
Ai. Meu. Deus. Era a unica coisa que eu conseguia pensar, Niall Horan está em minha casa. Ele já havia ido algumas vezes, mas nunca havia entrado. E meu quarto estava uma bagunça... mas eu não poderia deixa-lo morrendo de frio.
Corri até a janela e abri, ele então acenou para mim e sorriu.
– Saia dai. Vou subir. - gritou.
– Shhh, quer me ver de castigo?
Niall riu e subiu até a janela usando a árvore que havia em frente como ajuda. E assim pulou para dentro de meu quarto. Ele estava tremendo, e se abraçava.
– Você está congelando, por céus. - falei fechando a janela e pegando uma coberta quente. Coloquei a coberta sobre seus ombros e assim ele se sentou na cama.
Niall tinha um costume irritante de me encarar, para me deixar sem graça. Já que sabia que eu odiava quando as pessoas faziam isso.
– Acha que ela já chegou ao brasil? - perguntei tentando quebrar o silêncio incomodo.
– Acho que não. - falou baixo. - Mas acho que ela já sente nossa falta. Expecialmente a sua.
– É.. - falei engolindo o choro. - Também sinto a falta dela.
Niall me puxou para perto de si, então deitei minha cabeça sobre suas pernas e ele brincava com meu cabelo. Por mais que pedissem para que eu fosse forte, eu não conseguiria. Porque as pessoas que amamos vão embora? Primeiro papai, depois meu avô materno, e agora Jo. E foi nesse silêncio que estava o quarto, que Niall começou a cantar algo baixo...
Im broken, do you hear me?
Im blinded, 'cause you are everthyng i see
Im dancing, alone
Im praying, that your heart will just turn aroud.
Uma lágrima escorreu, e foi seguida por várias outras. Niall ao perceber que eu estava chorando, parou de cantar e me ergueu e assim me abraçou forte.
– Vai ficar tudo bem. - falou baixo quase como um sussurro. - Eu estou aqui, com você.
– Sim, ele está. - pensei baixinho. Era confortável ter Niall ali, me ajudando. Era bom saber que eu tinha ajuda, carinho das pessoas a minha volta. Principalmente de Niall, seu abraço era tão aconchegante que era quase impossível você querer solta-lo.
Chorei abraçada com Niall, até não ter mais lágrimas restantes em meu corpo.
– Você é tão pequena, mas chora tanto. - falou rindo.
– Não tem graça. - falei mostrando a língua. - A propósito, eu estou com fome.
– Eu também.
– Você sempre está com fome. - revirei os olhos e ri. Levantei e peguei a bandeija do chão e coloquei sobre a cama. Havia, morangos, fatias de pizza e algumas uvas.
Comemos praticamente tudo que estava ali, e depois deitamos de baixo da coberta para vermos filme. Minha cabeça estava apoiada sobre seu braço, e com o outro braço livre ele me fazia cafuné.
Minhas palpebras estavam pesadas, e se fechavam vagarosamente. E acabei adormecendo.
[...]
Já disse que sou sonambula? Pois então, isso é horrível. Muitas das vezes fazemos coisas ou falamos algo do qual não deviamos. É um perigo.
Eu estava sonhando com Jo, ela havia voltado e me abraçava. Zayn estava com ela, e eles pareciam felizes. Mas o sonho se tornou em pesadelo, homens de preto apareceram e puxavam Jo, Zayn não fez absolutamente nada para impedir. Apenas ria, em quanto Jo estava com o olho baixo e uma silhueta de tristeza,decepção.
Eu estava desesperada e chorava como nunca, eu gritava por seu nome mas os homens continuavam a leva-lá. Eu queria impedir, mas meus pés pareciam presos ao chão, e eu não conseguia move-los. Zayn apenas ria, e Jo sumia sobre a fumaça...
Acordei assustada, e respirei fundo como agradecendo por ter sido apenas um pesadelo. Niall já não estava mais lá, e a tv estava desligada.
Mas de que adiantara acordar, se o sonho era realidade? Jo havia ido embora, e Zayn não a impediu. E isso me dava ódio, o pior sentimento que pode se sentir.
E aquela foi a primeira noite em que eu sonhei com a partida de Jo..
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