Acordei com o barulho da janela batendo. Levantei e observei lá fora. Estaria aparentemente tudo normal se não fosse Henri estalando uma câmera de segurança na árvore.O vento estava forte, aparentemente daqui algumas horas ira chover mas mesmo assim lá estava ele. Fechei a janela e desci para o quintal. Já eram 19:46 e nós tínhamos chegados a Paradise por mais ou menos uma três hora da tarde e ele nem se quer parou para descansar. A corretora de moveis com certeza já tinha ido embora.

— Você ta parecendo um zumbi, dirigiu muito tempo ate chegar aqui. Melhor você descansar.

— Ta. Mas fique sabendo que só vou por ter acabado de instalar todas as câmeras de segurança. – respondeu descendo da escada que usava para fazer o serviço. Assenti e entramos em casa. Além de instalar as câmeras parece que ele deu uma limpada no local. Ele sentou no sofá e fez uma careta de como sentisse dor nas costas por ficar muito tempo em pé.

— Então esse é nosso novo nome? – perguntou – me.

— Do que esta falando: - realmente estava confuso.

— Frost. Frost tipo, geada? De onde você teve essa idéia maluca?

— Não sei... – ele me jogou um envelope e eu abri. Lá estava minha nova identidade:

Nome: Jackson Overland Frost

idade: 15 anos

Nascimento: 20/ 11/1999

Tinha outras informações mas eu prefiro nem olhar, tudo é uma mentira, até Henri, todos pensam que ele é meu pai. Eu não me lembro do meu pai, nem da minha família com exceção de meu avô e da minha avó, mas mesmo assim acho que não é o suficiente.

— Obrigado. – eu já ia sair para meu quarto pra desfazer as malas mas Henri me chamou.

— Jack eu estava pensando, já que o número três esta morto acho melhor você não ir para a escola. – não ele não pode fazer isso, eu já não posso ter amigos agora ele quer me isolar do mundo.

— Mas, mas o 3 estava isolado e veja no que deu.

— Tudo bem mas não se esqueça que você é o próximo da lista.

— Eu sei me cuidar ok. – subi e voltei para o quarto. Eu odeio ter essas pequenas discussões com ele afinal quem mais deixaria a sua vida para cuidar de uma criança que você nunca viu e ainda por cima saber que uma raça de alienigenas sanguinários estão atrás dessa criança e você corre o risco de também ser morto por eles? Bem foi isso que ele fez. Isso significa ser um Cêpan. Ele é o meu guardião.

Fui em direção ás mochilas e fui pegando as poucas roupas e guardando no armário. Deixei o meu notebook em cima da cama, que já estava forrada com o lençol, e peguei meu celular para verificar as horas. Eram oito e vinte e cinco da noite. A chuva parece ter chegado antes do que eu havia previsto. Ela começou fraca e foi ganhando força. Desci para o andar de baixo e ouvi Henri no telefone. Ele dizia alguma coisa sobre recomendação, matrícula, Sr Arendelle, segunda – feira e colégio. Essa última palavra me deixou animado. Isso significa que eu vou para o colégio. Quando ele desligou e eu me aproximei.

— A corretora de moveis me recomendou uma escola para você é a mesma escola onde a filha dela estuda. – explicou.

— Iiii... – tentei incentivá-lo a terminar a história.

— Você começa amanhã.

— Yes!!! – comemorei com uma dança meio ridícula.

— Pode parar de comemorar. Eu estava falando com o diretor e ele disse eu só há vaga de manhã baby o que significa que você vai ter que acordar cedo. – minha alegria se foi do mesmo jeito que chegou. Eu posso ser um allien mas odeio acordar cedo.

— Ok então eu faço esse sacrifício. – disse e ele assentiu. Eu abri a boca para falar algo mas fui interrompido por um barulho estranho vindo do lado de fora. Henri fez um gesto para eu me esconder e pegou em uma gaveta do criado mudo sua espada que parecia ganhar vida ao entrar em contato com sua mão. Ela pulsava em um tom de azul e cinza. Já tinha visto aquilo era uma espada fabricada em Lorien. Ele abriu a porta co cuidado e espiou lá fora, um tempo depois ele abriu a porta totalmente. Eu me aproximei e recebi uma careta de reprovação dele mas ignorei.

— Entre não tem nada aqui fora deve ter sido um barulho provocado pela chuva. mas eu sei que não foi. Sai da casa e olhei ao redor. Minha roupa já estava ficando grudada em meu corpo por causa da água ate que eu vi um vulto branco em um dos arbustos. Me aproximai devagar até identificar a figura ali. Era um cachorro. Um husky siberiano para ser mais exato.Não era filhote nem adulto. Tinha um tamanho médio e seus pelos brancos estava cobertos de lama. Peguei no colo e o levei para dentro.

— Muito pequeno para um mogadoriano não acha? – disse para Henri que estava confuso. Entramos e eu botei uma tigela de comida e água para o cachorro. Depois dei um banho nele e sequei com secador para ele não sentir muito frio. Quando eu acabei a faxina pude olhar para ele. Pelo branco e preto, olhos azuis, e uma cara muito fofa.Botei ele no chão para ver o que ele faria. Ele deitou em um canto do sofá e lá ficou.

— Vai ficar com ele? – pergunta Henri.

— Bem ele não tem coleira, talvez amanhã eu solto ele para ver se ele volta para a casa. – ele assentiu e foi fazer o jantar, ou melhor, esquentar a lasanha. Vamos dizer que ele não é muito bom na cozinha. Vou no banheiro para tomar banho. O cachorro me seque. Tomo banho e me olho no espelho. Pele branca, olhos azuis e cabelo castanho. Olho para o husky que abana o rabo e me olha com expectativa.Visto uma roupa e vou para o meu quarto e procurei um pacote de descolorante e uma tinta platinada que tinha esquecido de jogar fora. Voltei para o banheiro com o pacote em mãos.

— Vamos ver se vai dar certo.