Acordei no sofá. Tentei me levantar mas o esforço foi inútil. Um copo de água foi deixado ao meu lado, eu bebi e com dificuldades me sentei no sofá. Aos poucos a tontura vão me deixando e eu foco minha atenção na objeto ao lado do copo de água. A arca. Minhas mãos não brilham mais o que de certo modo é um alívio. Só então eu lembro meu primeiro legado. Henri entra na sala com um sorriso enorme e se senta ao meu lado.

— Foi um longo saco de espera. – ele diz.

— Hmm? – pergunto. — Um longo saco de espera. – repete. — Pelos seus legados.

Eu rio. Henri ainda não aprendeu a falar tão fluentemente a língua da terra. Muito menos xingar.

— Uma longa droga de espera. – conserto.

— Foi o que eu disse. – ele da de ombros e olha para a arca. Por muito tempo eu tentei abri-lá e ele disse que eu ainda não estava pronto. E agora? Será que é a hora?

— Mas e ai? Eu vou disparar lasers com as mão? – ele ri.

— Seria bom, mas não.

—Bem, então quando eles estiverem m caçando eu vou me virar e ofuscar o meu perseguidor? Ou eu só vou brilhar?

—Que tal descobrirmos agora? – ele pergunta.

— Então quer dizer que vamos abrir a arca? – ele assente e eu sorrio sem me preocupar em esconder o meu entusiasmo.

— Traga um isqueiro para mim. – ele diz e eu vou ate cozinha pego o isqueiro e entrego a ee.

— Dê-me sua mão. – estendo a mão direita para ele, ele acende o isqueiro e coloca as chamas na ponta do meu dedo. Eu recuo. E ele me passa um olhar tranguilizador. Estendo novamente a mão. Ele acende o isqueiro novamente e olha nos meus olhas e ri. Olha para minha mão e vejo que o isqueiro esta encostado na minha mão e eu não sinto nada. Ele sobe por minha mão e eu começo sentir um formigamento e quando chega na metade do braço eu sinto o calor e recuo. — Ai.

— Lúmen. – ele diz. — Você terá o poder de congelar as coisas e ser resistente ao fogo e ao calor por causa do frio que a em você. O lúmen te protege. – olha para minha mão fascinado. Afinal nem é um legado tão ruim assim.

— Você terá que trabalhar o resto do corpo. Nosso treinamento já pode se iniciar. –ele diz.

— Mas, e as luzes. – pergunto.

— Você terá que aprender a controlar, e qualquer desequilíbrio emocional pode trazer elas de volta sem controle. – assinto já entendendo a responsabilidade com o novo legado.

Henri vai para o seu quarto, e eu fico sentado abrindo e fechando mão, respirando profundamente para fazer as mãos se acenderem novamente. Não funciona. Vou para a cozinha, guardo a louça e limpo as bancadas e a mesa principal.Volto para a sala e escondo a arca. Limpo a sala e deito no sofá.

Acordo com o despertador. Olho minha mãos. Apagadas sem luz. Levanto, arrumo a cama e vou para a cozinha. Henri esta lendo jornal e tomando café.

— Bom dia. – digo.

— Bom dia, como se sente?

— Ótimo. – respondo. Tomo meu café e vou tomar banho. Já arrumado volto para a sala. Henri me entrega um par de luvas. Lá fora esta frio então ao vou me importar de usa se for necessário. Entro na caminhonete e ele me leva ate a escola. Ele disse que vai no Baco retirar dinheiro e comprar roupas, ração para Bernie Kosar, e etc.

Entro na escola. Os corredores estão cheios de alunos que abrem espaço por onde eu passo. Alguns olham para mim e cochicham. Eu me sinto incomodado e encolho os ombros. Não vejo sinal do Hans o que é bom. Não estou em forma para bater de frente de novo. Não posso deixar minhas mãos brilharem novamente. Por precaução boto as luvas. Vou para a sala e sento no lugar de costume. Quando sinal toca, recolho minhas coisas e saio da sala. Enro na sala da aula seguinte. Hans esta lá. Elsa também.

— Qual é fujão? A equipe de corrida esta precisando de gente nova, da uma passada lá, eles gostam de covardes. – cerro os punhos e ignoro a provocação. Elsa da um tapa no seu braço e seu olhar encontra o meu. Ela sorri e eu retribuo. O menino que conversei no meu primeiro dia esta sentado do meu lado. Hiccup.

— Eaí? – pergunto abrindo o livro.

— Por que esta usando luvas? – ele pergunta. — Minhas mãos estavam geladas. – dou de ombros.

Sra. Burton entra na sala. Ela começa a passar um vídeo. A aula acaba. Duas aulas sem mnhas mãos brilhando. Só preciso enfrentar mais seis. Na hora do almoço, sento com Hiccup na mesa.

— Vai mesmo brigar com o Hans depois da aula? – ele pergunta e eu digo um não.

— Cadê suas luvas?

— Tirei, não estou com as mãos geladas. – ele abre a boca para falar algo mas uma almôndega o acerta na nuca. Logo outra é arremessada na minha cara. Imediatamente eu coloca as luvas. Eu sei da onde a almôndega foi arremessada.

— Hans. – rosno e me levanto para ir na sua direção. O refeitório fica mudo. Hick me puxa e fala que não vale apena mas eu não ligo. Posso sentir raiva crescer dentro de mim e o frio por baixo das minhas luvas ficar maior. Logo Hans e seus amigos levantam da mesa e me enxaram.

— Algum problema? – um deles me pergunta. Ele é alto e forte. Mas eu sou mais forte.

— Sai você não tem nada a ver com isso. – digo.

— Para chegar nele vai passar por mim. – um sorriso cruel forma seu rosto.

— Eu passo se não sair.

— Tente. – então eu empurro o joelho bem no meio de suas pernas. Ele se dobra e cai no chão. Todos ficam chocados. — Eu avisei.

Estou quase no Hans quando uma mão me puxa para trás. Não sei como mas eu sabia que era Elsa. Ela disse que não valeria a pena. Eu deixei para lá. Eu e Hiccup fomos trocar ossas lusas que estava cobertas de carne e molho.

— Ele mereceu. – disse Hiccup. — Quem?

— O Kevin, o menino que você deu um chute nas bolas.

—É h, é ele mereceu. – nos trocamos e fomos para nossas salas. O resto do dia ocorreu normal. Com olhares de raiva por parte dos amigos do Hans. Mas nem liguei. Finalmente chega a hora de ir.

— Jack! Espera. – escuto Elsa gritar meu nome e paro.

— Desculpe elo Hans ser tão cretino. Acho que é porque você é novo aqui, vocês não vão brigar vão?

— Eu não quero. – digo.

Ela assente e vai embora. Eu olho em volta procurando por Hiccup. Não o encontro em lugar nenhum. Em vez disso encontro um husky em uma caminhonete a minha espera.

— Dia bom? – ele me pergunta e eu assinto. Ele comprou novas roupas. Bernie Kosar esta limpo e de coleira nova. Já que ele roeu a outra. Chegamos em casa e a arca lorica esta na mesa da cozinha.Eu sinto uma onda de entusiasmo. É agora.

Pego o cadeado e tento abri-lo a força. Henri me afasta da arca e pede para eu esperar.

— Vai com calma, temos que abri-la juntos. Você só poderá abrir sua arca sozinho se eu estiver morto.

— Ta, mas o que a dentro dela?

— Sua Herança. Venha, pressione a palma da sua mão contra o cadeado. – faço o que ele diz. Ele faz a mesma coisa e eu escuto um clique sobre minha mão. A arca se abriu.