Me recuperei do choque rápido demais colocando o diário em baixo do meu corpo no exato momento em que Stefan abria a porta, assumi minha expressão séria de sempre e ele entrou no quarto me olhando cauteloso, me impedi de ir até ele. Tratei de tentar ficar o mais vazia possível enquanto ele aproximava se esticando sobre mim apoiando as mãos nos meus joelhos, me olhou nos olhos com intensidade.

– Me diga. Elena esteve aqui?- perguntou lentamente.

– Sim. Acabou de sair. - avisei o encarando séria - Disse que Damon chamou. - dei de ombros o olhando de lado.

– O que ela falou com você? - me encarou com mais intensidade enquanto eu abria um sorriso malicioso.

– Você sabe. Coisa de mulher. - pisquei. - Em como meu cabelo está lindo, pareço mais jovem...

Stefan me encarou desconfiado enquanto erguia a sobrancelha, suspirou e se afastou. Olhou todo o quarto e eu o encarei séria, eu estava curiosa demais e ele estava me atrapalhando, tudo bem que eu estava no quarto dele e na casa dele. Mas custa dar um pouco de privacidade para eu mexer nas coisas dele?

– Stefan... - falei lentamente deixando minha voz o mais rouca possivel.

O loiro me olhou piscando lentamente enquanto entreabria os lábios e soltava o ar com força, me lancei para trás e apoiei as mãos no colchão mantendo meu corpo inclinado enquanto cruzava minhas pernas.

– O que? - a voz saiu baixa enquanto ele me olhava confuso.

– Se não vai fazer nada se manda.- provoquei enquanto via sua expressão se tornar uma mistura de choque com horror para logo se tornar divertida.

– Se queria ficar sozinha era só ter pedido. - riu saindo do quarto enquanto eu pegava o diário.

Me senti meio culpada, mas mesmo assim o fiz. Passei os olhos rapidamente por todo o diário, parando apenas nas palavras importantes ou que me deixassem curiosa, tentei assimilar tudo o mais rápido possível enquanto achava a história cada vez mais louca e sem sentido, era pertubador até mesmo para mim. Dona de uma mente impenetrável. Por alguns momentos até achei que fosse brincadeira, mas em outros fiquei séria, até por que algumas coisas passaram a fazer sentido, até mesmo o fato do sangue de Klaus. Durante boa parte do diario se via um homem intitulado como " o Mikaelson" que fizera um bom estrago na vida de Stefan. Suspeitei que fosse Klaus pela descrição fisica.

Suspirei lendo um trecho em particular que falava de Katerina/Katherine, associada a Elena. Observei a pequena foto e vi que ambas eram identicas, mesmo com décadas de idade de diferença. Na realidade centenas.

Passei a mão na cabeça e continuei a leitura rápida. Suspirei. Agora sim eu precisava de respostas, e sei muito bem quem não hesitaria entrar em um problema. Fechei o diário e coloquei de volta na estante, voltei para cama e encarei o teto. Eu só me fodo Senhor. Qual a razão?

Decidi manter o segredinho de Stefan, Damon e essa Katherine/ Katerina para mim. Ninguém me matou ainda, nem colocou minha vida em risco, é o suficiente para me fazer pensar com mais calma antes de dar o próximo passo. E suficiente para saber que não querem o meu mal. Irei observar e depois decidirei o que fazer.

Claro que não da pra ignorar que meus dois amigos tinham idade para serem meus bisavós, que bebiam sangue e matavam pessoas. Só acontece comigo. Como pode? É rotina dar merda.

~°~

Apertei a campainha da casa sem dó, provavelmente eu sairia daqui sem o pescoço, mas eu precisava descontar em algo ou alguém. E se fosse na maldita campainha do Niklaus, seria nela.

Eu havia tido uma manhã de cão, Caroline se disponibilizou para contar meus passos em todo canto da casa. Eu sabia muito bem que ela estava de olho na tal vadia Katherine usurpadora e me perguntei constantemente o quanto Caroline sabia sobre os Salvatores, provavelmente mais que eu.

Eu havia acordado na enorme cama de Stefan com ele ao lado, eu nem sabia quando ele havia entrado no quarto, só sei que assim que acordei procurei vestigios de sangue no meu pescoço e no travesseiro. Me senti até culpada por fazer isso, mas talvez ele já tenha me mordido um dia e me feito esquecer apesar de eu não ter encontrado nada sobre mim em seus diários, me senti até insignificante.

Minha conclusão sobre Katerina era a pior possivel, ela era uma tremenda de uma vadia. Usurpadora. Fingida. Tive vontade de esfaquear seu pescocinho magrelo e drenar seu sangue. Filha da puta. Stefan e Damon passaram o tempo todo ao meu lado, provavelmente tentando evitar que eu fosse morta pela ex-vamp... urgh... acabo com ela com três socos. Agora eu finalmente entendi o motivo para meus amigos sempre compararem Elena com Katherine, era isso que ela estava se tornando.

E então havia a irmã dos dois, eu nem olhei muito a fotografia, mas li alguns trechos que falavam sobre. Pouca coisa, descobri que Anellise era um amor e que havia sido morta com uma estaca no coração. Ninguém sabia dizer como ela havia se tornado uma vampira.

A porta se abriu e sem querer eu desferi um murro na cara de Niklaus. Fazer o que? Eu ia esmurrar a porta, ninguém mandou ele meter a fuça. Ele me olhou sério me analisando por brever segundos antes de soltar uma risada ao ver minha expressão de revolta. Eu soco ele e ele ri?

Esse homem só sabe rir?

– Vim pegar as merdas das roupas. - anunciei irritada, era a primeira vez em anos que eu perdia a pose de impenetrável.

– O que foi amor? - ficou curioso.

– Nada Niklaus. Cai da cama. - resmunguei ajeitando meu pijama, havai pegado um taxi.

Ele me deu passagem para entrar e eu que não sou besta de ficar plantada passei por ele entregando meu travesseiro e fui em direção a sala observando os móveis tão velhos quanto Stefan. Assim como as pinturas. Pois é ne? Gente rica e suas manias.

Controlei a paranoia e me virei para aquela criatura bela, ele ainda me encarava curioso enquanto me olhava de cima a baixo segurando meu travesseiro. Fez uma expressão engraçada e apontou para as minhas roupas.

– Eu poderia ter esperado até mais tarde. - bufei irritada.

– Eu vim de um grupo de loucos até aqui. De baixo de chuva. Só pra descontar a minha raiva em você. - apontei para ele.

– Mal nos conhecemos, acho que ainda não te causei nenhum mal. - ergueu as mãos se defendendo - Qual o motivo para tanto ódio?

– Exatamente por isso vim aqui. Se eu te matar ninguém desconfia. - resmunguei cruzando os braços.

Ele riu. Na realidade gargalhou, gargalhou muito, como se eu tivesse acabado de contar a melhor piada do mundo.

– Para de rir de mim. - praticamente implorei.

Ele me esticou uma bolsa enquanto ainda tentava controlar a risada, peguei de uma vez vendo minhas roupas lá dentro.

– Acho que você é uma das poucas pessoas que me fez rir assim. - limpou as lágrimas enquanto se divertia com o meu gênio.

– Que bom que tenho vocação pra palhaça. - cruzei os braços sentindo meu rosto ficar vermelho de raiva o que fez ele rir mais ainda.

– Tão bonitinha. - me olhou de cima e suspirou se aproximando de mim.

Eu estava deslumbrada, apesar de não demonstrar. Eu estava quase babando nele. Klaus segurou meu queixo e olhou nos meus olhos enquanto abria um sorriso. Seus olhos verdes ficaram mais intensos enquanto ele se aproximava, reprimi suspiros, gemidos, desejos e tudo de lindo nessa vida e abri um sorriso malicioso. Ele iria tentar me hipnotizar de novo? Hum... não vai rolar.

– E Rebekah. Onde está? - perguntei pela minha loirinha. Adoro ela. Tão má quanto eu.

Klaus se afastou sorrindo abertamente. E caralho, que homem encantador. Senti meu estômago esfriar e um arrepio passar pelo meu corpo.

– Rebekah pediu para eu te entregar. - ele me entregou uma caixa rosa com um envelope dourado em cima - É para o baile. Espero que venha. Ela saiu com uma garota.

Olhei para os lados e ouvi minha barriga roncas, Klaus me observou atentamente.

– Café da manhã? - perguntou enquanto me arrastava para a cozinha - Deve ter algo aqui.

O que ele queria comigo?

– Pare com isso por favor. Está me assustando. Tenho impressão que você não é agradável assim com tudo mundo. - sentei na cadeira de frente para o balcão.

– Não sou. Mas você é a primeira amiga da Rebekah, quero ver o que a levou gostar de você. E Kol também, meu irmãozinho não é muito de comentar sobre mulheres. Ele vem sendo paciente até agora. Soube que sairam. - me passou um bolo de chocolate enquanto ele bebia algo em uma caneca de aluminio.

Olhei desconfiada para o bolo e por fim decidi comer.

– Sim. Rebekah foi junto.

Era verdade, eu havia saido com os dois para um bar, não havia lembranças agradáveis com Kol. Apesar de que estar com ele tenha sido divertido, Kol não tinha o minimo de noção sobre bom comportamento.

Cansada de enrolação soltei a bomba.

– De onde conhece os Salvatores? Porque te odeiam? - comi um pedaço de bolo.

Gente. E que bolo.

– Tivemos muito problemas. Stefan é um amigo de longa data. Damon nunca gostou de mim. - riu discretamente - Não que eu não goste disso.

– Niklaus...

– Me chame de Klaus.

– A quanto tempo os conhece? -comi mais um pedaço do bolo.

– Pode-se dizer que uns 14 anos. - riu com ironia e essa foi minha deixa.

Se ele conhecia Stefan então ele também era um vampiro. Afinal, Stefan não muda de corpo a quantos anos? 140?150?130? Nem sei. Péssima com números. Seria impossivel não notar isso, afinal se ele o conhecia a 14 anos, deveriam ser amigos de infância, já que Stefan dizia ter 18. Claro que não enganava ninguém, mas... Minha teoria de bruxo foi para o espaço.

Te peguei.

Então ele deveria ser o tal Mikaelson, afinal era o único homem loiro da família. Apesar de Klaus ter mencionado ter um pai. Quantos anos ele teria? 300? 140? Que deveria ser a idade e o ano em que conheceu Stefan. Ok. Controle, controle.

– Tudo bem? - o ouvi perguntar.

– Sim. - ele tinha o olhar desconfiado.

– Estava falando sobre a festa. - ele reforçou.

– Oh, eu virei. - olhei o bolo e voltei a comer.

Tudo bem que ele pode me matar logo depois. Mas, esse bolo!

O olhei vendo que ele me encarava com um olhar diferente. Parecia me analisar atentamente, tentava ver algo em meus olhos, mas parecia ter achado apenas o vazio que todos viam. Eu tinha quase um dom sobrenatural de manipular as pessoas com facilidade pelo meu olhar. Mas eu sentia que não conseguia enganar Klaus. Ele era muito habilidoso em analisar pessoas.

Assim como eu também era. Eu era apenas eu mesma com ele.

– Qual motivo levou o seu pai a tentar te matar?

Suspirei e o olhei com cuidado. Tentei manter os olhos vazios, mas ele parecia ver muito além, desarmei. Ele era tão fudido quanto eu e não escondia.

– Nem eu sei. Acontece que talvez nem ele saiba. Minha mãe havia sido casada com um homem antes de Misael e ele era apaixonado por ela na época, ela se divorciou do outro homem pra se casar com ele. Os dois casaram, ela engravidou e nós nascemos. Eu e meu gêmeo Oliver. Quatro anos depois nasceram os outros dois gêmeos. Eu não sei te dizer. Não sei qual o motivo dele ter desconfiado. Até os meus 16 fizemos vários exames de DNA e todos deram positivo. Eramos filhos dele, mas ele nunca acreditou. Ele desconfiava muito de mim e de Oliver. Ela morreu em um acidente. Ele passou a me espancar, fazia o mesmo com meu irmão mais velho. No fim eu mandei os dois mais novos pra Inglaterra ficar com nossa avó. Eu e Oliver ficamos pra conseguir uma estabilidade antes dos outros dois voltarem. A casa foi passado pro nome de Oliver e nos expulsamos Misael da casa. Obviamente ele não aceitou bem.

Klaus apenas acenou com a cabeça. E olhou o relogio.

– Não vai para aula? - eu estaria incomodando?

– Eu não. - comi mais bolo.

Ele pareceu não se importar com o detalhe de eu quase estar devorando a casa.

Seja sutil. Não o irrite. Seja sensata Sage.

– Por que o seu sangue me curou? - perguntei assim, do nada mesmo.

O loiro me olhou em choque processando a pergunta, seus olhos passaram pelo meu busto e travaram em minha perna direita onde eu havia prendido o colar. Eu sou supersticiosa, mas ninguém precisa saber. Discrição é tudo.

– É um colar. Ele me protege? Stefan sempre me força a usar. Eu não falei de você pra ninguém. Eu sei que você é alguma coisa.

Eu comecei a tagarelar e a expressão de Niklaus fora cômica, ele me encarou em choque, pelo seu tipo de personalidade nunca esperei que algum dia ele entraria em choque.

– Você é aquela criatura também? - encostei meu dedo em seu lábio acima dos caninos.

Klaus se levantou da cadeira e cambaleou um pouco para o lado antes de se aproximar de mim, ele estava muito chocado e parecia não ter ideia do que fazer. E então ele optou apenas por abrir um enorme sorriso malicioso, eu entendi exatamente o que se passava em sua cabeça. Ele iria me contar, mas apenas com a intenção de eu ficar louca e causar discórdia entre ele e meus amigos. Claramente eu não faria isso.

E então me vi questionando onde estava o Klaus cretino de quem todos tinham medo. Esse homem que me fazia companhia não era desagradavel, na realidade era adorável, empolgado e calmo. Ele passara a tarde me mostrando pinturas, moveis antigos, livros curiosos, desenhos e historias de seus antepassados, mostrara artigos curiosos e até algumas pratarias mais antigas que o próprio Klaus.

Me perguntei se ele estaria tentando me manipular ou se ele só estava empolgado em me contar sobre sua vida e as suas antiguidades. Talvez fosse a segunda opção, ele parecia animado demais.

– Você é muito velho? - questionei.

– O quanto velho? - ele sorriu.

– Mais que o meu tataravô? - o loiro gargalhou.

– Provavelmente sim. Sem duvidas. - o loiro passou a rir mais ainda.

– Conheceu Jesus? Vocês usavam peles ou andavam nus? Na sua época o que comiam? O que mais estou esquecendo? - me questionei.

Ele ficou sério e arqueou a sobrancelha.

– Perguntas absurdas demais meu amor. Demais. Não conheci Jesus. Não ficávamos nus. Eu vim da época da idade média e não da época das cavernas. Frutas e carnes. - ele claramente se divertia com minha curiosidade.

– Não é o cretino que dizem. - afirmei.

– Estou curioso. Eu vivi por seculos e conheci todos os tipo de doenças psicológicas e não consigo associar nenhuma a você.- foi cruel.

– Ei! - protestei.

– É fantastica. - o loiro ergueu o copo com uma bebida estranha.

Sorri vendo os dentes perfeitos do vampiro. "Céus, ele é um maldito de um vampiro delicioso". Vampiro. Vampiro. Vampiro. Finalmente a maldita palavra veio com força. Eu estava na casa de um vampiro, comendo com um vampiro, conversado com um vampiro, lendo com um vampiro, brigando, provocando, xingando e ainda não tinha sido morta. Eu era uma louca. Sem noção alguma de perigo. Aquilo é sangue! ELE ESTÁ BEBENDO SANGUE NA MINHA FRENTE!

Tropecei e cai para trás quase derrubando uma armadura.

– Tudo bem? - ele se apressou para ajudar a me levantar coisa que eu fiz muito rapido, talvez até para ele.

Eu tenho uma pancada de vampiros só para mim, e eu sei disso. Eu sou a criatura mais sortuda da Terra. E se...

– O que...

– Oh meu Deus. Meu Deus. Deus. Você é um vampiro. - acusei - Stefan é um vampiro, Damon é um vampiro.

– Não sou vampiro. - Klaus voltou a beber.

– Então você é o que? Estou confusa. - confidenciei sentando no sofá.

– Híbrido Original. - o loiro se sentou ao meu lado - Sou metade vampiro e metade lobisomem.

– Isso é mais assustador. Mais ainda. Te torna mais perigoso que o resto ne? E se você é Original... Você é o pai?

– Eu sou o rei. - afirmou com convicção.

– OK. Ok majestade. - erguiu os braços. - Como isso aconteceu? Foi algum pacto? Bruxaria?

– Bruxaria. - eu sabia.

– O que você come? - ele come não é? Afinal eu já vi Stefan comer.

– Loiras, morenas. Altas de preferência. - não esperava por isso.

– Hum. Sorte a minha. - avaliei a própria estatura.

– Eu abro uma exceção. - provocou.

Arremessei um livro enorme contra ele que desviou facilmente.

– O meu sangue não. - me afastei dele vendo o loiro levantar.

– Não tem cheiro bom.

Choquei. Eu estou fedendo? Funguei.

– Está me chamando de fedida? Eu tenho um sangue bom - senti o cheiro de perfume em mim, mas não era meu cheiro. E sim de Stefan.

– Não se fala isso pra um vampiro amor. E eu tenho minhas duvidas quanto a isso. - riu divertido.

– Olha aqui.

Ergui as mangas da blusa e mostrei os pequenos furos avermelhados por toda a pele cobrindo toda a extensão do meu corpo. Era mais do que claro que haviam mordidas de vampiro em mim, me questionei pensando em quem havia sido capaz de tal ato.

– O que é? - se aproximou tocando meu pulso - Isso é picada? De mosqui... - gargalhou e eu dei de ombros.

– Oh não foi Stefan? Não ria de mim. Pare de rir Klaus! - me irritei.

– Eu tento. - o loiro gargalhou mais ainda e eu o acompanhei.

Eu sou patética.

Lindo. Lindo.

– Qual o problema com meu sangue? - perguntei cismada.

– Não dá vontade alguma de beber. Mas não fede. Só não me faz ter sede. Não se passou pela sua cabeça que eu te vi sangrar quase até a morte e não te ataquei?

– Não.

– Sangue frio. - resmungou.

– Hum? - fiquei confusa.

– Você é sangue frio. Eu acabei de te contar que sou um vampiro. Bebo sangue. E você fica tentando me provar que seu sangue é bom. - balançou a cabeça em negação - Não faça mais isso. Uma hora alguém vai te morder. - me repreendeu.

– Hum... - peguei uma adaga - Você me falou sobre duplicatas... Elena é duplicata de Katerina?

– Sim. - me olhou atentamente.

– Mas... todos tem uma? Todos os seres?

– Não. Nem todos. - olhou ao redor.

– Hum... Porque não me matou? Eu sei sobre você.

– Curiosidade eu acredito.

– Como assim?

–Você tem noção do que está fazendo aqui? Como pode aceitar esse isso tão bem? - tocou meu braço de forma delicada - Eu quero saber o que se passa nessa cabeça - tocou minha testa.

Percebi que esse não era o real motivo e então me lembrei que Rebekah mencionou o nome de Caroline, ele seria apaixonado por ela?

– No momento estou pensando em como essa casa é assustadora.

– Entendo. - começou a mexer em alguns papéis.

– Qual é o seu objetivo em ser tão simpático? Não se parece em nada com o que me contaram. - que eu li no diário.

– Quero dar um susto leve nos seus amigos com a nossa nova amizade. - mordi o lábio - E estou animado com a sua presença. Me pergunto como você seria se fosse uma vampira, acho que vou ver isso cedo ou tarde. - passou o dedo pelo meu pescoço.

Segurei seu dedo e o olhei cuidadosamente. Eu não queria ser vampira.

– Gostei de te conhecer Nik.

– Eu também Sage. Estarei aguardando sua presença na festa. - colocou a mão em meu ombro direito.

– Olá senhorita Verona. - me virei vendo Elijah.

Ele nos encarava visivelmente curioso, dei as costas para Klaus e o olhei atentamente enquanto mordia meus lábios.

– Ei... Quantos anos você tem? Seus anos de vampiro? - Elijah me olhou tenso e se recompôs dando um olhar duro em direção a Klaus.

– Eu apenas respondi as duvidas da nossa querida amiga... Parece que a percepção dela sobre o sobrenatural é muito boa. - o loiro voltou a beber seu sangue no copo - Criatura fantástica.

– É. Niklaus o que você fez? - o encarou sério.

– Eu? Contei dos prazeres de ser um vampiro, qual o motivo para estar tão preocupado irmão? Não vê que ela está intocada? - sorriu malicioso.

Elijah me olhou atentamente e se voltou para Klaus que nos observava com diversão. Bati os pés impaciente.

– Estou esperando uma resposta.

– 1200. - uou. Uau.

É quase um dinossauro. Fiz uma careta e preferi não realizar esse meu comentário, não deixaria esses dois deuses escaparem de mim. Abri um sorriso malicioso.

– Oh sim. Ótimo.

– Não comente nada com seus amigos. - Elijah me olhou vendo que não daria certo me hipnotizar.

– Nem pensei nisso.

– Eu aconselharia a buscar respostas. - Klaus se jogou em uma poltrona.

– Niklaus não está em seu juízo perfeito. Já deve ter visto isso.

– Acho que ele não está a uns mil anos atrás. - resmunguei baixo ouvindo o loiro rir discretamente - Vou para casa.

Me despedi dos dois e esbarrei em Kol na saida, pedi uma carona e ele prontamente me atendeu. Em poucos minutos Kol me deixava em casa e ia embora enquanto eu corria para o meu quarto e deitava na cama deixando meus olhos pararem em um porta retratos que exibia uma foto onde eu estava encolhida entre Damon e Stefan.

Eu queria poder pirar. Mas na minha mente tudo se encaixava perfeitamente. Mais perfeito impossível, eu não conseguia ver nada de errado no que faziam, na realidade eu nem me importava mesmo com isso. Eu sou estranha, fato. Queria, mas não iria enlouquecer por isso. eu amo meus amigos incondicionalmente, acima de qualquer coisa. Eu faria de tudo por cada um deles, até mesmo pelos que surgiam agora. Enfim... eu os aceito.

Stefan Salvatore é um vampiro. Damon também, Klaus e com toda certeza Rebekah, Elijah e Kol. O meu Deus. Oh meu Deus. Definitivamente tinha como piorar. O moreno era mais perigoso do que imaginava.