– Kol estava louco para vir, mas acho que Niklaus está o ocupando. Ele queria passar um tempo com o lanchinho. - Rebekah ajeitou a mochila rosa no porta malas e eu revirei os olhos.

Eram 40 minutos de caminhada até o acampamento e a loira insistia em ir de carro. Se eu não tivesse tido contato com Rebekah por uma semana eu teria certeza que isso era devido aos saltos altíssimos que ela usava, mas eu sabia que não era. Rebekah era apenas assim como eu... levemente preguiçosa. Ou talvez ela só gostasse de gastar gasolina.

– Bem. Ainda bem que não veio. Não quero virar lanchinho sexual de ninguém. Ainda mais de um menininho de 16 anos. - comentei neutra vendo Rebekah rir.

– Kol tem mais capacidade do que parece. - ironizou enquanto ajeitava o cabelo loiro.

– Sua família estranha, me faz não ter duvidas de nada. - sentei no banco carona - Quando vou conhecer o Elijah hot? - perguntei, eu havia visto uma foto.

E Elijah era tudo de bom. Me abana.

– Quando quiser. É difícil esbarrar com ele na rua se você não sai de casa. Elijah está em todos os lugares. Logo deve conhecer ele, Nik está empolgado para conhecer uma amiga minha que eu não tenha... hum... selecionado.

– Com... hã? - franzi o cenho.

– Persuadido, manipulado. Use o sentido que bem entender, não tem um significado bonito. - resmungou.

Abafei uma risada e rolei os olhos enquanto a loira acelerava, seu telefone tocou e ela olhou para mim pedindo uma ajuda, bufei e peguei o celular no painel vendo o nome Nik piscar na tela. Arqueei a sobrancelha e deslizei o botão verde. Eu estava muito curiosa para falar com ele e descobrir se ele tinha o maldito sotaque sexy que Rebekah tinha.

– Rebekah Bitch está ocupada no momento. Quer deixar recado? - Rebekah bufou e tentou arrancar o celular de mim, lhe mandei o dedo do meio.

Se ela encostasse em mim quebraria meu braço, não que eu fosse ligar muito. Rebekah tinha uma força meio... anormal.

– Diga a Rebekah Bitch que é urgente amor. - uma voz rouca de sotaque delicioso soou em meu ouvidos.

Esse é o deus do sotaque britânico?

Esquentei. Era melhor do que eu imaginava.

– Um minutinho. - tapei o fone.

– Bekah, seu irmão do mal disse que é urgente. - sussurrei.

– Passa pra cá. - tentou pegar o celular.

– Para o carro. Não quero morrer e nem ficha na polícia. - bufou

– Coloca no meu ouvido. - estiquei o celular até a orelha dela - Oi Nik. sim... ela mesma. Não sei. Se quisesse já teria bebido, não sei onde Kol está. Acampamento. Lua? Acho que não, é seguro Nik. Eles vão ter comida o suficiente para não pensar em mim. Sim, direi. Levarei. Ela vai sim. Não vai vir mesmo. Você não tem mais idade para isso. - falou com escárnio - Desliga na cara dele - pediu.

– Que grosseria. - repreendi e ela me olhou com uma careta.

– Você sempre faz isso. - bufei e encerrei a chamada.

– Eu sou Sage Verona. Não devo ser usada como exemplo. - revirei os olhos.

Absurdo isso.

Rebekah estacionou o carro, e logo saiu pegando sua mochila rosa lotada de ursinhos. Balancei a cabeça em negação. Niklaus a tratava como criança. Uma bonequinha. Eu só não sabia se ele fazia isso de forma inocente ou se ele a provocava. Sendo um Mikaelson deveria ser a ultima opção. Reprimi uma risada e a olhei séria disfarçando o quanto eu estava me divertindo.

– Kol deve vir, não perde uma confusão por nada.- falou em forma de aviso enquanto me passava a barraca - Se eu fosse você tomava cuidado, Kol não sabe o significado da palavra limite. Talvez você deva manter seu pescoço longe dele.

Fiquei confusa, porém quieta.

Chutei a barraca com força, frustrada por não conseguir monta-la. Rebekah também não vinha sendo de grande ajuda, na realidade eu nem sabia o que essa loira louca estava aprontando. Provavelmente estava aterrorizando uma pobre alma, coisa que ela não dava conta de fazer comigo. Me abaixei novamente para pegar a barraca quando braços frios envolveram minha cintura e me puxaram para trás me fazendo ficar de pé.

– Olá docinho. - senti seus lábios em minha orelha.

– Olá Kol. - me virei o empurrando e entregando a barraca desmontada para ele - Monte a barraca e ganhe alguns pontos comigo.

Ele pegou o equipamento e fez uma careta, sua feição se tornou raivosa e então ele os arremessou contra uma árvore quebrando a estrutura da barraca e rasgando o plástico. Mikaelson desgraçado.

– Você tem merda na cabeça? - peguei a minha barraca e quis bater nele com ela.

– Não fique nervosa! - abriu um sorriso malicioso - Vamos dividir a mesma barraca hoje...

– Mas nem pensar.

– Ah nós vamos. - chutou uma pedra a lançando longe tirando do caminho e então começou a montar a minha barraca.

– Você tem algum tipo de problema comigo? - ele abriu uma espécie de sorriso ingênuo e eu vi que não era boa coisa.

– Problema? Eu não diria que é um problema. Se não quiser que eu ache uma solução rápida para o que eu quero fazer com você... sugiro que não saia de perto da minha irmãzinha. - ironizou.

Fiz uma careta e Rebekah se aproximou, nos afastamos indo em direção ao carro para pegarmos as coisas necessárias. Olhei novamente a mochila rosa com desenhos fofo. Estava com inveja. Achei bonita. Não ganho mochilas do meu irmão.

– Acho que ele achou engraçado. - pisquei.

– Você ainda não viu os pijamas que meu irmão me deu. - a confortei me afastando - Fique feliz com sua mochila fofa. Aliás, me permita ser um pouco chata Rebekah... mas você não tem cara e nem jeito de quem costuma ser agradável com as pessoas. Qual o motivo para ter me convidado para isso?

Rebekah me olhou séria. Isso era um fato, nem Caroline havia me convidado para essa festa, mas Rebekah veio até mim assim que descobriu e eu tive a leve impressão de que era para provocar Caroline.

– Digamos que eu passei muito tempo dormindo e me esquecido mundo real, mulheres bonitas como eu não arrumam uma amizade fácil. As pessoas daqui correm de uma amizade como a minha.

– É sério isso? - balancei a cabeça em negação.

– Não mesmo. E sinceramente eu espero não ser trocada por uma Gilbert ou Forbes. - falou com desprezo.

– Qual o seu problema com minhas amigas?

– Todos. Elas deveriam ser gratas por eu ser tão paciente. Não é o meu forte.

– Também não é o meu. - fiz uma ameaça silenciosa.

Minutos depois todas as barracas estavam montadas e a musica alta soava pelo local. Eu estava impressionada em como Caroline havia arrumado um jeito de espalhar e acender centenas de pisca-piscas pelas arvores, havia vários balões pendurados e o lago estava rodeado de pequenas tochas iluminando o local, havia também uma imensa fogueira próximo ao lago onde muitos comiam e dançavam. Avistei a cabeleira loira brilhante e me aproximei de Caroline.

– Hey Care. Ótimo trabalho. - elogiei vendo a loira bufar.

– Não fala comigo sua traidora. - me deu as costas.

– Então vá a merda Caroline.

Ela se virou para gritar, mas eu desapareci correndo entre os alunos enquanto ela ainda se ocupava de gritar nos ouvidos alheios de pessoas que nem sabiam que eu existia. Vi a cabeleira bagunçada de Stefan e me dirigi até ele, segurei em seu braço sentindo sua pele morna.

– Vai dizer que me odeia também?

– Não te odeio. - me puxou para um abraço beijando sobre o corte em minha testa - Care é ciumenta.

– Bom que seja isso. Não entenderia se odiasse ela. Rebekah me tratou bem. Na medida do possível.- me olhou incrédulo - Quase como se eu fosse um de seus irmão. Talvez até melhor.

– Sorte sua então que ela gostou de você. Rebekah não é agradável quando odeia alguém.

– Imagino. Ela me mostrou isso muito bem durante esta semana. Como eu nunca percebi que ela estudava comigo? - balancei a cabeça me negando a crer nisso.

– Não sei. Espero que ela não esteja te tratando mal.

– É impossível, nós temos a mesma personalidade nojenta. - admiti.

– Não vai atrás de Elena? - perguntou.

– Não mesmo, desde que ela assumiu o namoro com Damon ela virou uma cretina. Não é mais a Elena. O papel de vadia rabugenta era meu. - reclamei vendo um sorriso surgir no rosto contorcido de dor do rapaz.

– Bom saber que não sou o único. - o rapaz resmungou.- Está mais parecida com Katerina.

– Que único? Ninguém apoia, só o próprio Damon. Quem é Katerina? - perguntei.

Quem diabos é Katerina?

– Um dia ainda acho que irá conhecê-la. - deu de ombros olhando para frente.

– O que foi Stefan? Todo enigmático. - o rapaz bebeu a cerveja que segurava. E eu me perguntei desde quando o senhor correto bebia.

– Com os amigos novos, logo ira saber de muita coisa. Eles não sabem se comportar com pessoas fora de seu... mundo. Mas não sou eu que irei falar, então... Eu tenho uma Forbes pra acalmar. - apontou em direção a loira que nos olhava irritada vindo em nossa direção.

– Acredita que o Damon trouce o amiguinho dele, Enzo! - a loira empurrando os alunos.

– Qual o problema? Ele ficou muito tempo preso. Contanto que não perca o controle. - os olhei com cautela.

Hum? Preso?

– Você sabe qual é o problema. - a loira apontou ao redor mostrando todos os adolescentes embriagados.

– Adolescentes bêbados sendo um problema pra você desde quando? - murmurei.

Enzo seria um serial killer foragido? Puff, vai ver esbarro com ele por ai e pergunto. Mas como saberei quem é Enzo?

Me afastei deixando os dois sozinhos, porém não fui muito longe, tombei em Damon que me olhava sorrindo, ao seu lado estava um belo moreno que a sorria e me olhava com evidente curiosidade e malícia. Hum... Enzo é amigo de Damon? Não me surpreende ter sido preso. Como sei que esse é Enzo? Está com Damon, então provavelmente já foi preso. Eu nunca erro.

– Sou Lorenzo. Melhor... Me chame de Enzo. - o moreno pegou minha mão esquerda levando aos lábios.

– Sage.

– Dea. -

Deusa em italiano. Ou ele rodou o mundo ou gosta de bancar o poliglota.

Fiz uma careta. Cara louco. Damon gargalhou atraindo a atenção de metade do campo para ele, deu um tapa nas costas do amigo e desapareceu nos deixando sozinhos. Olhei para o moreno atentamente e eu já não o considerava um perigo, talvez tivesse sido preso por drogas. Bem, agora não me interessa.

– Dea. Me diga onde está aquela loira bonitinha. Irritada. - perguntou me dirigindo um enorme sorriso ao qual não foi retribuído.

– Com Stefan. - informei olhando ao redor, não os achei.

– Ah claro, o irmão gentil. - disse com descaso- Príncipe das causas perdidas.

– O próprio. - concordei.

– Aceita? - peguei rapidamente a garrafa de cerveja. - Uma deliciosa noite. - Enzo provocou.

– Quieto. - pedi enquanto bebia o líquido ao qual eu detestava.

O moreno ergueu as mãos em rendição e olhou para uma garota que passava com um minusculo biquíni, mesmo que estivesse frio e de noite. Observei o céu e vi que logo choveria, balancei a cabeça me encolhendo quando uma corrente de ar passou.

– Vou dar uma volta. - o moreno anunciou desaparecendo seguindo na mesma direção da jovem.

Dei de ombros e segui em direção a fogueira imaginando que Kol e Rebekah estavam lá, e os encontrei, a loira tinha os olhos fixos em Matt enquanto conversava com ele, já Kol se movia animado próximo ao som rodeado de garotas. Ele exibia um sorriso satisfeito.

Péssimos pressentimentos relacionado a isso.

Nessa semana eu havia percebido que Kol era bem volátil e que era um jovem muito explosivo, um comentário desnecessário e ele já ficava agressivo. Rebekah não era muito diferente, porém era mais controlada e agia com classe. Se é que agir com classe é dar uma garrafada na cabeça de um homem e divar indo embora.

– Olá senhor rostinho de bebê. Como está com as garotas mais velhas? - perguntei ao me aproximar do moreno.

O moreno riu me puxando para perto e me virando de costas para ele enquanto me forçava a dançar no mesmo ritmo. Apenas mexi o quadril, não estava muito empolgada.

– Bem. Se elas soubessem que sou bem mais velho provavelmente fugiriam de mim. - o moreno me empurrou fazendo rodar e logo puxou de volta. - E só pra te desanimar... Eu tenho 21. Não tem como arrumar mais desculpas pra fugir de mim. A não ser que seja lésbica. O que eu creio que não é. Ele me olhou com curiosidade evidente. Eu sabia muito bem que de 21 não tinha nada.

– E como sabe? E aliás, não é tão velho.

– Você mais do que ninguém me deseja. - gargalhei, gargalhei muito - E um dia irá saber. - piscou.

Suas conversas nunca faziam sentido em minha cabeça.

– Ok garotinho. Agora fique calado e dance.

Eu sabia que essa aparência de garoto bonzinho era uma fachada, todos os poros de Kol gritavam: Encrenca.

Passamos a nos mover de forma descoordenada. Kol não bebia nada, enquanto a única cerveja que eu havia bebido havia sido o suficiente para me deixar sonolenta. Rebekah logo se juntou a um grupo próximo dançando empolgada. Meus olhos passaram rapidamente para as pessoas ao redor, tive um vislumbre de Stefan, Elena e Caroline me olhando de forma reprovadora. Apenas dei de ombros. E mandei um beijo.

Não sou obrigada a obedecer opressores.

°~°

Abri os olhos assim que as primeiras gotas de chuva começaram a cair, para minha desgraça Kol havia dormido ao meu lado direito, enquanto Rebekah estava completamente esparramada pela barraca ocupando quase todo espaço me fazendo ficar encolhida abaixo de Kol que se levantou abruptamente assim que ouviu os primeiros gritos.

Me ergui cambaleante e sai da barraca sentindo as gotas caírem em meu corpo. Meus olhos demoraram para se adaptar a fraca luz da lua, pois todas as luzes haviam sido desligadas . Novos gritos soaram fazendo todo mundo sair das barracas tropeçando.

Em meio segundo Kol e Rebekah estavam do lado de fora olhando para os lados em confusão com a movimentação estranha. Me encolhi percebendo que estava apenas com uma blusinha fina, minha calça e a bota que eu fiquei com preguiça de tirar. Agradeci por não ter tirado.

Todos gelaram ao ouvirem os rosnados e os uivos, Rebekah ergueu os olhos olhando para o céu e vimos que era noite de lua cheia. Retirei meus olhos da loira e foquei na figura negra que estava com uma capa de chuva me encarando do outro lado do campo. Observei uma pequena lâmina reluzir na fraca luz.

Os adolescentes que haviam ficado no camping passaram a desmontar as barracas rapidamente e correram em direção aos seus veículos, mas pararam assim que viram os lobos vindo por trás de seus carros. Eram dezenas de lobos que avançavam pelo local nos encurralando, forçando-nos a ir em direção ao lago.

– Kol, tire ela daqui. - Rebekah pediu olhando para mim que já começava a recuar.

Sem esperar nenhuma ação passei a correr entrando na floresta gelada, meu corpo parecia ter criado vida própria enquanto descia desgovernado por entre as árvores. Meu instinto de sobrevivência gritou mais alto quando vi que a figura me seguia, saltei os troncos com facilidade, escapei das raízes, mas os sons das botas pisando na terra molhada me deixavam tensa. Quase paralisando meu corpo.

Ok. NÃO É HORA DE PARAR. Forcei minhas pernas a irem mais rápido, tropecei e me levantei tão rápido que parecia que eu apenas tinha deslizado. Corri por entre arbusto reparando que o chão ficava mais fundo e cheio de buracos, afundei no pequeno riacho até o meu quadril enquanto o atravessava. Frio demais.

Eu deveria voltar e quebrar os dentes desse merda. Me repreendi e continuei atravessando. Eu estava em clara desvantagem.

– Hoje você não escapa. - a voz de Misael me deixou mais alerta ainda.

Cheguei a borda do rio e recomecei a corrida sentindo uma força anormal passar por minhas pernas, me lancei em direção a estrada e vi desanimada que estava completamente deserta. Sem parar corri em direção ao centro da cidade, o corpo dava sinais de cansaço, eu já não sentia mais as pernas, mas elas continuavam se movimentando provocando uma dor forte na panturrilha. Diminui a velocidade e entrei em um beco pegando um atalho, antes que eu pudesse ir longe meus cabelos foram puxados com violência.

Meu corpo foi lançado com violência contra a parede, arquejei com a dor ao sentir a parade fria em minhas costas e logo minha bochecha direita latejou de dor pelo soco que recebi.

– Achou que fugiria não é? Como é azarada a minha pequena garota. - zombou enquanto ria da expressão de desagrado.

– Então seja esperto papai e me mate logo antes que eu te cace. - falei de forma irônica.

– Oras, mas o que é isso meu amor? Pra quem tanto ódio do seu pai? Deveria era ter raiva da sua mãe que abria as pernas pro primeiro que passava. Ainda não sei como fui capaz de sustentar filhos que não eram meus. - o brilho louco e doentio surgiu nos olhos verdes dele.

– Acredite. Você não foi de muita ajuda.

O soquei e o empurrei, porém ele fora mais rápido e me empurrou de volta com força enfiando a lâmina no meu abdômen, sento o frio e o calor que ela provocou quando rasgou minha pele. Em um piscar de olhos a lâmina estava fora do meu abdômen e já encostava em meu pescoço. Puxei o ar com força e ignorei a dor aguda, olhei em seus olhos com um desafio mudo.

Anda filho da puta.

O corpo de Misael foi lançado contra a parede oposta o fazendo gemer e logo se erguer novamente com as mãos na coluna, observei as figuras que se moviam nas sombras atentamente e vi uma figura se aproximar de MIsael. A voz grossa junto do sotaque me provocou um arrepio

– Vá embora e não volte nunca mais. - a voz saiu carregada de autoridade - É melhor eu não te achar mais aqui - os dois se olhavam intensamente.

Minha boca se escancarou ao ver Misael deixar a faca cair no chão e ir embora como se nada tivesse acontecido. Como se não tivesse tentado matar uma pessoa.

Misael foi embora me deixando a sós com a figura misteriosa.

Ele se aproximou de mim sendo iluminado pela luz fraca do poste. Reprimi um suspiro quando seus olhos se focaram nos meus, uma aura sobrenatural exalava do belo homem que se parecia com um anjo. Era dono de um cabelo brilhante de um tom loiro, os fios estavam bem curtos e pela pequenas ondas que se formavam dava para ver que se o deixasse crescer, desenvolveria lindos cachos. Sim, como um anjo. Os lábios eram finos de um tom rosado invejável, o tom de pele era branco levemente bronzeado, as sobrancelhas retas, as bochechas levemente coradas, o cheiro maravilhoso, a barba ja dava sinais de crescimento. Os olhos eram de um verde intenso com pequenos pontinhos azuis claro. Definitivamente um anjo.

– Desculpe a demora amor.

Ah que sotaque.

Seus olhos me analisaram de cima a baixo, parando no meu abdômen que sangrava sem parar.

Um anjo

– Tudo bem. Antes tarde do que nunca. Me evitou uma decapitação, melhor que isso só se me desse dinheiro. - confessei tentando fugir do encantamento.

Ele riu e eu quase babei. Quase. Talvez tenha até babado, mas espero que a chuva tenho encoberto. Olhei as roupas caras dele.

O que leva esse deus grego aparentemente britânico entrar em um beco escuro a essa hora de madrugada, no meio de uma chuva?

– Estava passando de carro quando vi você correr. - ele apontou para o carro no fim do beco.

– Oh sim. Obrigada. - o olhei procurando saber o nome, o rosto lhe lembrava alguém conhecido.

Lembrava Rebekah.

– Me desculpe a indelicadeza. Sou Niklaus Mikaelson. - o loiro me olhou divertido.

"Maldita família Mikaelson. Esse homem está longe de ser um anjo" pensei ao ver o enorme sorriso malicioso iluminar o rosto do loiro. Deus me dê forças, implorei mentalmente.