Câmera ligada:

— Olá pessoal! Advinha só quem finalmente está de férias? — indagou empolgado e radiante. — SIM! Sou euzinho aqui! — sorriu de orelha a orelha. — Bom, na verdade, não era pra ser assim, mas entramos mais cedo de férias esse ano porque começou a nevar mais cedo do que o esperado e nós estamos praticamente soterrados pela neve! — contou o chibi preocupado, mas foi interrompido.

— Né, monstrinho, isso é estranho... — de repente a voz do mais velho interferiu na gravação.

— Hum? O que é estranho, Sasuke-kun? — o pequeno inquiriu com um ponto de interrogação na mente.

— Ora, você não percebeu idiota? — inquiriu rispidamente como de praxe.

— Não... Do que você está falando, Sasuke-kun? — o mini Uchiha indagou inocente.

— Inconsistência de dados! Sabe, se a gente parar para pensar, o capítulo anterior foi escrito no final do ano passado, era dezembro, mas tipo... Nós fomos ao parque aquático e estava calor... — comentou incrédulo.

— Eh? E o que tem isso? — o pequenino ainda sem entender, questionou.

— Tsc... Se você se recordar, nos dois especiais de natal, que foram postados obviamente em dezembro também, estava nevando e hoje também está nevando embora ainda não seja natal, mas na porra do capítulo anterior não havia neve ou frio mesmo estando próximo ao natal também! — justificou irritado.

— Oh, entendo... E daí? — o menor perguntou confuso.

— Como assim “e daí”, seu estúpido? — ele o olhou indignado. — Isso está errado, a autora dessa estória só pode ser uma idiota! — concluiu aborrecido.

— Nossa Sasuke-kun... Tudo bem que talvez ela tenha bebido “umas” enquanto escrevia esses capítulos, e também tá certo que de vez em quando ela some e fica séculos sem escrever as nossas aventuras e retorna com capítulos aleatórios e tal, mas... Você não deveria falar assim da pessoa que escreve isso aqui... Sabe, ela pode ficar muito irritada com você! — salientou todas aquelas verdades inquestionáveis.

— Quem se importa? Ela só me fode... Essa estória é uma droga mesmo! — o moreno bufou, deu de costas e passou a caminhar para longe dali.

— Hey, espera... Eu sou o único maltratado desde o início, Sasuke-kun... — o chibi acompanhou-o com os olhos, irritado e voltou-se para a gravação. — Bom minna, é só isso o que tem pra hoje, fui! — o pequeno suspirou despedindo-se.

Desligou a câmera.

(...)

Deitados sobre o sofá da sala, enrolados em toneladas de cobertores encontravam-se os dois assistindo a televisão, trêmulos e entediados, quando de repente, mudando de canal, o maior colocou na previsão do tempo:

— Neve, neve, neve... É neve por todo lado, hoje, amanhã, depois de amanhã e nas próximas duas semanas! E também teremos inúmeras tempestades de neve no decorrer do mês de dezembro, portanto, não recomendamos as pessoas deixarem suas casas nos próximos dias... E se for necessário ir ao supermercado ou algo do tipo, não se esqueçam de se agasalharem muito bem, carregarem uma pá para eventualidades e trocarem as solas de borracha dos sapatos regularmente para evitar fatalidades! — a mulher do tempo alertou.

— Tsc... — o Uchiha desligou a televisão, enfadado. — Que bosta de inverno! — ele sentou-se e calçou as botas reforçadas que se encontravam ao lado do sofá.

— Aonde você vai, Sasuke-kun? — o pequeno também se sentou e indagou.

— Sei lá, não dá pra treinar hoje, então acho que vou dar uma volta! — avisou, pondo-se de pé em seguida.

— Né, Sasuke-kun... Você ouviu o que a mulher da TV disse, né? Você não pode sair daqui... — ressaltou preocupado.

— Humpf... Até parece que essa nevezinha inofensiva vai me impedir de fazer o que eu quiser! — o rapaz irritado, caminhou até a porta da casa. — A mídia exagera muito... — ele abriu a porta e assim que tentou atravessá-la, deu de cara com uma parede de gelo.

— É Sasuke-kun, você tem razão... — o alter ego que assistira a cena, apoiou o queixo sobre as pequenas mãos, com ironia. — A mídia exagera muito! — ele comentou com um olhar zombeteiro.

— Tsc... Até parece que eu vou ficar preso aqui! Você vai ver... — ele foi até o quarto e logo voltou com uma pá em mãos, começando a escavar rapidamente.

Dez minutos depois...

— Droga... — o garoto bufou enervado, limpou o suor da testa e apoiou-se no cabo da pá. — É neve que não acaba mais... Mas eu não vou desistir! — ele afirmou, embora ainda não tivesse escavado nem o suficiente para que a luz do dia adentrasse a casa pela porta.

— Né, Sasuke-kun... — o chibi que continuava a observar o outro, o olhava pasmo. — Não seria mais fácil se você usasse o “katon”? — ele mencionou sobre a técnica de fogo e o moreno parou de escavar, instantaneamente jogando a pá para o canto.

— E-Eu sei disso... E-Eu só estava me aquecendo! Humpf... — ele corou, sem graça e executou os selos de mão. — Katon – Goukakyuu no jutsu! — a rajada de fogo derreteu a neve que bloqueava a porta, abrindo uma passagem no gelo.

Então o rapaz atravessou a porta e escalou pela passagem de neve e subiu no telhado de sua casa.

— Meu Deus... — boquiaberto, ele olhou para todos os lados e percebeu que de fato, a sua casa, até na altura do teto, estava soterrada pela neve.

— O que foi Sasuke-kun? — indagou o pequeno alter ego que o seguiu até encima do telhado, mas calou-se ao também observar os arredores cobertos de gelo. — Eu nunca vi tanta neve assim na minha vida... — murmurou chocado.

— Droga, é pior do que eu imaginava! — ele concluiu apreensivo.

— Né, Sasuke-kun... Antes de entrar de férias, como por aqui já estava frio, o Gaara-chi convidou toda a nossa turma para passar alguns dias no resort que a irmã do pai dele, a Temari-san, inaugurou em Suna! — contou alegre.

— TSC... Porque você não disse isso antes, monstrinho? — o moreno pulou de cima do telhado e voltou para dentro da casa.

— Espera, Sasuke-kun... O que você vai fazer? — inquiriu se atirando de cima do telhado e também adentrando a casa.

— Vá para o quarto e arrume as suas trouxas! — o maior ordenou e foi até o canto da sala, apanhando o pobre animal sobre o poleiro que de tão acabado e despenado já nem mais se parecia com um falcão.

— Hein? Aonde nós vamos? — questionou alcançando a porta do quarto.

— Não é óbvio? — ele indagou pegando um pequeno bilhete enlaçado a um foguete e amarrou ao pé da ave. — Nós vamos pra Suna! — revelou acendendo a linha e então soltou o bichinho que quase desintegrou na velocidade em que o foguete fora disparado.

— Yay, nós vamos pra praia! Ebaaah... — o chibi entrou correndo no quarto, para arrumar suas coisas.

— Sim, chega de neve, frio, inverno e essa porcaria de televisão que não passa nada que presta! — decidiu-se irritado e foi para o quarto também, arrumar suas coisas.

Enquanto isso, a toda velocidade, o pássaro que um dia fora um falcão, em poucos segundos se esbarrou na janela de uma certa pessoa que morava no apartamento quarenta e sete de um certo prédio:

— Hum? — o chibi gordinho que caminhava pela sala avistou algo estranho pregado nas vidraças da janela e se aproximou. — O paiêee, que decoração de natal é essa na nossa janela? — ele indagou aos berros, intrigado.

— Decoração? — o homem que estava noutro cômodo da casa, respondeu confuso e pôs-se a caminhar rumo a sala.

— É muito feio... — admirou-se e de repente, percebeu que a tal decoração piscara os olhos. — Kyaaaaaaaaaaah! — o pequeno gritou aterrorizado, saiu correndo, tropeçou e foi rolando até o maior. — Ele mexeu, ele mexeu... Mata ele, mata ele! — ele se levantou e pulou atrás do pé do outro.

— Acalme-se filhote roliço, do que você está falando? — ele indagou pegando o pequeno escondido atrás de si e olhou na direção da janela. — Ah, é um recado do Sasuke... — ele levantou a vidraça e pegou o animal.

— Aff... O que raios o tiozinho tolo pensa que está fazendo, mandando essa coisa feia aqui em casa? — o menor se queixou, estampando sua insatisfação.

— Hum, não sei! Vou ler o bilhete... — ele apanhou o papel amarrado à ave e começou a ler.

E aí, nii-san?

É o seguinte, eu e o monstrinho vamos fugir dessa merda de inverno e vamos direto pra Suna passar alguns dias por lá... Bom, tá um frio do caralho então pensei que talvez você e a rolha de poço queiram ir também, ou talvez não, enfim, se quiserem ir vão, se não quiserem, fodam-se então!

Atenciosamente, Uchiha Sasuke
***


— Quanta polidês num só bilhete! — com ironia, ele terminou de ler, foi até a janela e enviou a pobre coitada da ave novamente para o seu lar.

— E aí pai, o que estava escrito? — o mini moreno perguntou entediado.

— Nós vamos para Suna, filhote! Vamos arrumar nossas coisas... — ele mudou de assunto e seguiu para o quarto.

— Tá certo... — o Uchiha menor foi atrás do pai.

Alguns minutos depois...

— Vamos, filhote! — ele anunciou, abrindo a porta do apartamento.

— Sim, estou indo! — o pequeno atravessou a porta e então o maior pôs-se ao lado de fora e trancou a porta. E assim os dois caminharam até o elevador.

— Ué? — o rapaz observou assim que a porta do elevador se abriu. — O que é tudo isso? — ele inquiriu observando vários membros da Akatsuki se aproximando, com seus chibis e suas malas.

— O quê, você diz, hum? — o loiro aborrecido indagou. — O Deidara-chi aqui ouviu algumas coisas sobre um resort em Suna na classe vizinha e bom, tá um frio da porra, então nós decidimos ir pra lá, se é que me entende, hum... — ele contou adentrando o elevador e o Uchiha olhou para o homem ruivo.

— Bom, é como ele disse... Estamos indo pra lá também! — comentou o Akasuna com seu chibi sobre o ombro e também adentrou o elevador.

— Que... — o rapaz apenas assistia a todos adentrando o elevador.

— Pois é, Itachi-san... — o homem de pele azul colocou sua mão sobre o ombro do amigo. — Acho que todos tiveram a mesma ideia! — argumentou apartando-se dele e entrou no elevador também.

— Isso não vai prestar... — o mais velho, murmurou sabiamente prevendo que aquilo ainda daria em merda, mas por fim acabou se unindo a todos.

(...)

No aeroporto, assim que o avião pousou na pista, os olhos verdes da pequena de cabelos róseos brilharam enquanto observavam pela janela o céu azul e límpido ao lado de fora da aeronave.

No entanto, logo ela e sua mãe, desceram as escadas, enquanto carregavam suas malas:

— Vamos meninas! — a rosada maior virou-se para trás e chamou pelas amigas.

— Estamos indo! — a jovem de olhos aperolados avisou, descendo logo atrás da outra.

— Yoshi! Lá vamos nós! — a garota de coques saltou do topo da escada com sua chibi nos ombros.

— Aff, Tenten... Cuidado! — a loira entediada e sua alter ego, foram as últimas das meninas a descerem do avião. Dentre o restante de passageiros, estavam Naruto e seus amigos, que também haviam fugido do inverno rigoroso.

Enquanto isso, em outra pista, de outro avião que acabara de chegar ao aeroporto, o rapaz de cabelos negros, seu irmão e o pessoal da Akatsuki, enfim desceram da aeronave:

— Tsc... Nii-san, eu não me lembro de ter convidado a Akatsuki toda sabe... — o mais novo reclamou notavelmente irritado. Eles seguiam basicamente em bando pelo aeroporto.

— Eu também não! — o mais velho confessou sincero.

— Maldição... Espero que ao menos eu consiga um quarto bem longe desses idiotas! — o Uchiha desejou incomodado, porém, de repente ele parou de caminhar, observando algo a sua frente.

— Ora, Sasuke-kun, nem é tão ruim assim... — o pequeno argumentou, no entanto, antes que terminasse de falar, olhou na direção em que o outro olhava.

Diante dos olhos negros dos garotos, a jovem de cabelos róseos, sua chibi e suas amigas caminhavam juntas pelo aeroporto, enquanto conversavam e riam animadamente.

Os minutos passaram a transcorrerem-se lentamente, enquanto estáticos, aqueles dois apenas conseguiam observar as duas rosadas ao passo que o mundo ao redor apenas diluía-se em bolhas coloridas e seus corações fortaleciam a certeza de que aquelas férias seriam interessantes.

Continua...

Este é o último capítulo disponível... por enquanto! A história ainda não acabou.