Eu acredito em magia

CAPÍTULO 4 – FELICITY E O PRÍNCIPE SAPO


Era quase manhã quando Felicity abriu a porta de seu quarto cambaleante, ela encostou na porta e chutou os sapatos, deu um bochecho, ainda meio grogue tirou o avental e abriu a primeira gaveta da cômoda largando no pote as gorjetas que ganhara no Cassino Belagio, sua gaveta tinha vários potes com dinheiro que ela juntara das gorjetas.

— Felicity, foram poucas as gorjetas, mas cada centavo é importante. E eu estou falando sozinha novamente.

Felicity puxou um papel dobrado da gaveta, no papel estava um desenho do prédio da SmoakTecnologies que seu pai havia projetado, mais os planos de negócios que ela havia elaborado, foi quando lhe veio a memória de como tudo começou.

flasback

— Naquele momento o sapinho feio olhou para cima com os olhinhos redondos e tristes e implorou: “Ah, por favor, querida princesa, só o seu beijo pode quebrar esse terrível feitiço que foi lançado sobre mim por uma bruxa má!” …..

Helena e Felicity ouviam atentas Donna, mãe de Felicity, contar a história Do Príncipe Sapo, Helena nem piscava, mas Felicity estava com uma expressão de tédio.

— Agora vem a minha parte preferida. – falou Helena no ouvido de Felicity.

— ……..E a linda princesa ficou tão comovida com tal apelo desesperado que se aproximou, pegou aquela criatura gosmenta, chegou pra frente, trouxe o sapo até seus lábios … - Felicity balançou a cabeça fazendo uma careta de nojo enquanto Helena sorria feliz. – … e deu uma beijoca! Então, o sapo foi transformado em um lindo príncipe. Eles se casaram e viveram felizes para sempre. Fim! – Donna fecha o livro deixando em cima do criado da cama de Helena.

— Viva! – gritou Helena excitada. – Leia de novo! Leia de novo!

— Desculpe, Helena. Temos que ir para casa agora. Diga, boa noite, Felicity!

— Eu nunca nesse mundo… - Felicity cruza os braços e balança a cabeça negativamente. – … nem mortinha, nunquinha. Eu nunca beijaria um sapo. Eca!

— Eu beijaria, eu beijaria sim. Eu beijaria cem sapos se pudesse casar com um príncipe e virar uma princesa.

Frank Bertinelli, pai de Helena, abriu a porta do quarto de sua filha e espiou.

— Boa noite, Donna!

— Papai, papai! Olha meu vestido novo, não é lindo?

— Hahaha. Minha princesa! – Frank entrou no quarto e puxou Helena para o seu colo. – Eu não esperava menos da melhor estilista de Las Vegas.

— Obrigada, Frank. Vamos lá Felicity, seu pai deve ter chegado do trabalho.

Donna puxou a mão de Felicity levando-a para fora do quarto. Elas correram para pegar o bondinho, mais uma das atrações de Las Vegas, para chegarem na periferia.

Felicity logo sentou perto da janela e colocou as mãozinhas no vidro para se equilibrar enquanto via as mansões passar por ela, seus olhinhos brilhavam de excitação e desejo de que um dia ela também moraria numa daquelas mansões.

Assim que Donna abriu a porta, Felicity saiu correndo procurando seu pai, Noah estava no cubículo que ele chamava de escritório olhando para o pequeno computador a sua frente.

— Humm, este computador funciona?

Noah perguntou para Felicity tão logo ela entrou no quarto.

— Funciona, papai. – Felicity arregalou os olhos esperando seu pai falar mais alguma coisa.

— Você tem certeza?

— Tenho. Quero dizer… - Felicity correu para o computador e fez um pequeno ajuste nele. – Agora sim. – ela sorriu para o seu pai.

Noah ligou o computador e uma tela brilhante surgiu a sua frente, ele abriu algumas telas testando o seu funcionamento.

— Humm.

— O que, papai?

—Esse é o melhor computador que já vi. – Noah puxou Felicity para o colo e começou a lhe fazer cocegas. - Você é notável, Felicity Smoak.

— Obrigada por comentar sobre isso.

— Donna, a nossa filha tem um dom.

— Nossa filha é um gênio!

— Um dom especial que as pessoas precisam conhecer.

Algum tempo depois, Felicity estava sentada na sua cama com seus pais ao redor para lhe dar boa noite.

— Sabe o que a tecnologia tem de bom? Ela reúne as pessoas de todas as classes sociais. E quando eu abrir a minha empresa. – nessa hora Noah entrega o desenho de um prédio, escrito Smoak Tecnologies, para Felicity. – As empresas vão fazer filas enormes só para comprar o meu programa.

— Nossos programas. – corrigiu Felicity.

— Isso mesmo, raio de sol, nossos programas. Mas lembre-se, Felicity. Nós alcançamos nossos sonhos é com muito trabalho, e então, aí sim, vai poder fazer tudo que imaginar. – Noah coloca a palma de sua mão na face direita de sua filha, que inclina o rosto com o gesto carinhoso. – Mas me prometa uma coisa. Que você nunca vai se esquecer do que é realmente importante.

Felicity olhou atenta para o seu pai e balançou a cabeça concordando. Donna beijou sua testa em despedida.

— Até amanhã, filha.

E essa foi a última vez que Felicity viu seu pai. Noah perdera a vida num acidente de carro no dia seguinte, deixando Donna viúva, e sua pequeno raio de sol, órfã. Como Noah estava atrasado com as prestações do seguro, sua família ficou em situação financeira precária, fazendo com que Donna e Felicity mudassem para um apartamento mais simples do que moravam.

Anos depois, Felicity formou-se numa faculdade de Informática em Las Vegas, seu sonho era o MIT, mas ela ganhou parcialmente a bolsa e sua mãe não tinha condições de lhe custear a diferença, então sua opção foi ficar em Las Vegas, assim que ela atingiu a maioridade passou a trabalhar como garçonete num dos cassinos.

Fim do flahsback

— Não se preocupe papai, estamos quase lá.

Felicity enxugou as lágrimas e desabou na cama. Algumas horas depois o despertador a acordou para mais uma roda de trabalho. De manhã ela trabalha, como vendedora na loja de informática da Tec Village, e a noite, como garçonete no Belagio.

Foi no Belagio que Helena encontrou Felicity mais à noite.

— Hei, Felicity, mais uma rodada aqui. – chamou um cliente.

— Oi, Felicity!

— Boa noite, Dinah!

— Oi. Oi. – uma turma de amigos, que estavam sentados na mesa com Dinah, a cumprimentou.

— Oi, pessoal!

— A gente vai sair para dançar hoje à noite. Quer vir? – perguntou Curtis.

— Isso vem com a gente. – convidou Renê.

— Vocês sabem que eu danço mal. Além do mais, vou dobrar hoje à noite. Para economizar…

— Economizar para a sua empresa de tecnologia. Eu sei. – bufou Dinah. – Garota, você trabalha demais.

— FELICITY – gritou o gerente

— Fica para a próxima. – Felicity deu de ombros e foi atender outro cliente, mas antes ela pode ouvir seus amigos resmungando a seu respeito.

— Eu disse que ela não viria.

— De novo a porcaria da empresa de tecnologia! – desdenhou Isabel Rochev. – Nem o dinheiro da entrada daquele prédio velho, você vai conseguir pagar.

— Falta pouco.

— Pouco quanto?

— Ahh, estão te chamando naquela mesa ali.

— Você tem tanta chance de abrir essa empresa quanto eu de ganhar no caça niqueis. Trimtrim trim. Hahahahah

Isabel saiu rindo dos sonhos de sua colega, mas Felicity ignorou Isabelbich, porque era assim que ela a chamava internamente, e foi levar as bebidas para uma mesa cheia de executivos, e um deles era Frank Bertinelli.

— Boa noite, Sr. Bertinelli!

— Boa noite, Felicity.

— Parabéns por ter sido eleito novamente para presidente da Associação dos Cassinos.

— Me pegaram de surpresa. Pelo quinto ano consecutivo. – riu Frank da própria piada.

— Lis. Lis, Lis, Lis. – Helena corre para Felicity jogando sua echarpe no pescoço dela. – Lis, soube da novidade?

— Oi, Helena. – Felicity lutou com a echarpe tentando tirar as penas da sua boca.

— Conta para ela, paizão. – pediu Helena ao seu pai com os olhos brilhando de felicidade.

— Ahh é. Oliver Queen, o garoto favorito de Star City, chega amanhã em Las Vegas.

— Oliver Queen, está vindo para Las Vegas. – repetiu Helena mostrando o jornal para Felicity. – Ele não é uma graça? Conte o que você fez, paizão. Conte.

— Bem, eu convidei…

— Papai convidou o Ollie para a nossa festa à fantasia amanhã à noite! Conte o resto para ela, paizão.

— Ele vai ficar ….

— Ele vai ficar no nosso CASSINO! – gritou Helena.

— Como nosso convidado de honra.

— Puxa, Helena, que legal! Só um conselho. Minha mãe sempre dizia: a maneira mais rápida de conquistar um homem é pelo estômago. Então, começa a preparar muitas pinas coladas.

— Ah! Adorei a ideia!

— Que ideia? – perguntou Frank preocupado.

— Lis, você me deu uma ideia genial. Eu vou precisar de umas quinhentas das suas pinas coladas especiais, para o baile de amanhã. Com licença, papai. – Helena puxou o talão de cheques do bolso interno do paletó de seu pai, arrancou uma folha preenchendo um valor alto e deu para o seu pai assinar, assim que o cheque foi assinado, ela o entregou para Felicity que arregalou os olhos. – Isso é o suficiente?

— Isso é mais que o suficiente, Helena. - Felicity pós a mão na boca tentando abafar o riso. – Consegui, eu vou abrir a minha empresa!

Felicity começou a dar pulinhos e Isabel, que assistia a tudo de uma certa distância, derramou toda a bebida do copo que ela segurava no cliente.

— Amanhã à noite, meu príncipe vai chegar. Vou grudar nele e não largo mais!

Enquanto isso na mansão Queen….

Uma chuva torrencial caia sobre a cidade de Star City, trovões e relâmpagos faziam barulhos e clarão assustadores, um raio caiu mais perto da casa assustando Thea que passava pelo corredor, nesse momento ela ouviu um gemido vindo do quarto do seu irmão.

— Um, dois, três. Está chegando perto.

— Isso não é muito cientifico.

— O que você sabe sobre ciência, senhor desistente da faculdade?

— Pior que eu sei tudo sobre ciência. Eu entendo de fermentação. Entendo de biologia.

— Esse foi bem pertinho heim.

— Felicity, a gente vai ficar bem.

— Hahahaha.

Oliver inclinou o corpo sobre o de Felicity na cama, eles estavam na cabine na hora em que foram pegos por uma grande tempestade. O Queens´sGambit começou a balançar até que ele inclinou totalmente, os copos, móveis, Oliver e Felicity, tudo que tinha na cabine começou a ser sugado pela cratera aberta no casco do iate.

— Felicity! – Oliver tentou segurar Felicity, mas era tarde, ela foi puxada para o fundo do mar. – FELICITYYYY.

Oliver emergiu sobre as águas gritando o nome de Felicity, seu pai e um marinheiro estavam num bote próximo a ele.

— OLIVER, OLIVER!

— FELICITY! - Robert resgatou seu filho puxando-o para o bote. – Não. Não. Não. Pai, ela ainda está lá.

— Ela não está lá.

— FELICITYYYY!

Oliver olhou desesperado para o iate vendo-o afundar completamente.

— Ela se foi.

— Ollie. Ollie, acorda.

Thea após ouvir os gemidos vindo do quarto do irmão, ela entrou para ver o que estava acontecendo e o encontrou curvado na porta da sacada todo molhado.

Oliver, usando seu instinto ninja, imobilizou Thea jogando-a no chão pensando se tratar de uma ameaça. Ele só percebeu seu erro quando Thea gritou seu nome e começou a tossir por causa do aperto que Oliver tinha em sua garganta, ele olhou horrorizado e se afastou dela.

— Desculpa. Eu sinto muito.

— Está tudo bem, Ollie.

— Não está tudo bem, Thea, eu quase te matei.

— Você estava tendo um pesadelo. Quem é Felicity?

— Como? Quem?

— Felicity. Quem é ela?

— Minha esp… Ninguém, ela é alguém obviamente, mas, deixa pra lá.

— Ok, irmão mais velho. Boa noite, e que desta vez você tenha bons sonhos!

— Boa noite, Speed!

— O pior apelido que existe.

— Você sempre me seguia quando criança. Acho que combinou muito bem. Será que ainda combina?

— Te vejo amanhã, Ollie.

Os Queen´s estavam reunidos na sala de jantar para o breakfest, quando Tommy chegou.

— Você ainda não está pronto, Oliver?

— Pronto para quê?

— Vegas. Temos muito para colocar em dia.

— Essa parece ser uma ótima ideia.

— Que ideia ótima, filho. Você está mesmo precisando se divertir.

O jato decolou rapidamente de Star City para Las Vegas, Oliver e Tommy entraram no Bentley assim que pousaram, e foram direto para o Belagio, sendo recebidos por ninguém menos que Frank Bertinelli, dono do Cassino.

A suíte em que se hospedaram tinha uma grande cobertura que podia ver metade da cidade. Oliver olhava as luzes brilhantes pela sacada e ficou pensando onde poderia estar sua esposa, mas ao mesmo tempo se sentiu confortável, eles iriam se encontrar de um jeito ou de outro, porque eles se encontravam um no outro.

— Ollie. – Tommy chamou Oliver tirando-o dos seus pensamentos, ele colocou seu sorriso falso na boca e virou para ver o que Tommy queria. – Helena Bertinelli nos convidou para uma festa particular na suíte dela, que será a fantasia, mas antes nós podemos ir à uma boate nova que abriu no centro. Se chama Poison. Max Fuller é o dono.

— Max Fuller? Eu dormi com a noiva dele. – droga, pensou Oliver, como ele podia ser tão idiota e se lembrar dessas porcarias que ele havia feito.

— É, antes do casamento. – Tommy riu.

— Foi no jantar de ensaio.

— O ensaio é, tecnicamente, antes do casamento.

— Quer saber, deixa pra lá, Tommy. – Oliver revirou os olhos e balançou a cabeça aborrecido.

Corpos balançavam no ritmo da música, luzes piscam fazendo efeitos fantasmagóricos nas mulheres vestidas com seus vestidos de paetês e lantejoulas, Oliver e Tommy foram direto para o bar e quando ambos estava com suas bebidas foram abordados por Max Fuller.

— Olhem só. Viram quem está aqui? Oliver Queen.

— Max Fuller. Como vai você?

— Feliz por ter morrido.

Max, junto com seus seguranças, levaram Tommy e Oliver para uma sala privada escondida por trás de cortinas, mas antes que Max atingisse Oliver, como dá primeira vez, já que Oliver se lembrava do que havia acontecido anteriormente, ele se desviou do soco deixando Max surpreso, como também Tommy e os seguranças. Mesmo que Oliver tinha se defendido, Tommy entrou na frente dele.

— Sai da frente, Merlyn. Não é da sua conta.

— Você quer ele? Vai ter que passar por mim. - Tommy olhou para os seguranças, depois virou para trás para falar com Oliver. – Nossa, eles passam por mim fácil.

Oliver já se antecipando, colocou Tommy atrás dele e lutou com os seguranças, nocauteando-os deixando todos desmaiados no chão, depois enfrentou Max dando-lhe um soco no queixo.

— Vão embora da minha boate. – rosnou Max passando a mão pelo queixo.

— Sua boate é uma droga mesmo. –Tommy foi puxado por Oliver. – Onde você aprendeu aquilo?

— Eu tive aulas de autodefesa.

— É bom saber. Mas você parecia mais um ninja. Pronto para outra festa?

— Mostre o caminho.

Na suíte Bertinelli, Helena olhava a todo momento para a porta esperando ver Oliver Queen entrar por ela.

— Mas, Helena, você disse “mais tarde” há duas horas.

— Michael, quando uma mulher diz “mais tarde”, ela quer dizer “ nunca”. Agora se manda. – Helena fez um gesto de desprezo em direção a Michael. - Tem muitas mocinhas por aí ansiosas para dançar uma valsinha com você - Michael, vestindo sua fantasia de bobo da corte, saiu desapontado.

Assim que Michael se foi, Helena correu para o bar para falar com Felicity.

— Ah, Lis, está ficando tão tarde.

— Helena, há muitos solteiros por aí, no mais, aqui é Vegas!

— Isso não é justo! Meu príncipe nunca chega! Ou seria rei, já que seu sobrenome é Queen.

— Calma, Helena.

— Eu nunca consigo nada do que eu quero!

Felicity tentou acalmar Helena, mas esta saiu batendo o pé o que a fez ir atrás dela.

— Helena, espere. Respire fundo fique calma.

— Eu estou calma. Não se preocupe, Lis, eu vejo que o Sr. Cooper acabou de chegar, com aquela fantasia ridícula de burro. Vá lá falar com ele sobre a sua empresa, depois nos falamos.

— Boa noite, Felicity. Que festa maravilhosa!

— Oh, Sr. Cooper. Trouxe os documentos para eu assinar?

— Pois é. Tive outra oferta.

— O que?

— Apareceu outra pessoa oferecendo uma alta quantia à vista. Se você não cobrir a oferta dele até quarta-feira. Pode esquecer a compra.

— Você sabe quanto tempo eu levei pra juntar as minhas economias?

— Exatamente. É por isso que uma jovem inexperiente como você se atrapalharia toda cuidando de um negócio deste porte. É melhor deixar como está.

— Espere aí. – Felicity agarrou o braço, ou melhor a pata, do Sr. Cooper e este acabou derramando a bebida na sua roupa.

— Lis, o que aconteceu com você?

— Oh!

— Venha comigo. - Antes que Felicity derramasse a primeira lágrima, Helena a puxou para o seu quarto. Assim que ela fechou a porta foi até o seu closet e puxou um vestido curto na cor dourada e entregou-o para Felicity. – Vista este aqui.

A fantasia de sapo disfarçava muito bem a porte atlético de Oliver, Tommy havia feito uma careta com a sua escolha de fantasia, os dois até tinham discutido sobre, mas Oliver foi taxativo, ele queria poder andar livremente para achar sua Felicity.

Tommy estava entretido com duas morenas quando Oliver a viu, Felicity andava sem rumo com seu celular na mão, do mesmo jeito quando eles estavam no leilão de caridade tentando pegar o Esquiva, até o vestido dourado e os cabelos soltos em caracóis deixando seu rosto parecendo um anjo.

Estreitando os olhos, Oliver viu que ela estava chateada com alguma coisa, porque sua expressão na testa era a mesma de quando ficava pensando em algo. Ele a seguiu com o olhar até que viu uma oportunidade de se aproximar, Felicity havia parado na sacada da suíte e estava sozinha.

Felicity olhava para o desenho em suas mãos quando sentiu alguém se aproximar, ao olhar para o lado, ela viu um grande sapo de olhos azuis intensos olhando para ela.

— Engraçadinho! O que quer? Que eu vá te beijar?

— Uma beijoca seria legal, não é? Deixa eu me apresentar. Sou Oliver Queen.

— Oliver Queen? Espere, o Oliver Queen da minha amiga Helena? Quero dizer, não da minha amiga, mas da minha amiga, eu sei que é confuso, mas na minha cabeça são duas coisas diferentes.

— Fe.li.ci.ty. – Oliver coloca a mão sobre o ombro de Felicity fazendo parar de falar. – Eu entendi.

— Como você sabe o meu nome?

— Helena. Helena me disse.

— Helena? – Felicity olhou desconfiada para Oliver, mas deixou passar, ela tinha problemas maiores para resolver. – Você conhece a história? - ela apontou para a fantasia dele.

— Qual história?

— O Príncipe Sapo. Minha mãe contava quase todas as noites para mim e Helena.

— Então, porque não quebramos o feitiço?

— Quebrar a maldição?

— Você tem que me beijar.

— Como?

— Garanto que vai gostar. Todas as mulheres adoram Oliver Queen.

— Você acabou de se referir na terceira pessoa?

— Não pude evitar. Então, você vai me beijar, Fe.li.ci.ty?

— Eu gostaria de ajuda-lo, mas eu não beijo sapos.

— Mas você tem que me beijar. Só um para quebrar o feitiço.

— Humm. – Felicity olhou ao redor para ver se sua amiga Helena estava por perto, mas ela estava dançando com Michael e os dois estavam muitos próximos para perceberem qualquer coisa. – Só um beijo. – ela apontou o dedo mostrando o número um para ele, então virou de costas para ele tentando criar coragem. - Certo, Felicity, você pode fazer isso. Você consegue. Só um beijinho. Só um beijinho. Certo. – ela resmungava ainda de costas para Oliver, que aproveitou e retirou a máscara e riu com saudades do balbucio da sua mulher. E quando ela virou já com os lábios prontos para beijá-lo.

— Espere. – Oliver segurou seu ombro impedindo-a de beijá-lo.

— O quê? – Felicity olhou confusa para ele.

Oliver olhou em volta para confirmar que eles estavam sozinhos, não vendo nenhuma ameaça a sua volta, ele colocou ambas as mãos de cada lado do rosto de Felicity se preparando para beijá-la, suas bocas iam de encontro à outra quando…..

Felicity se viu envolvida numa fumaça verde e densa, ela não estava mais vestida com o vestido dourado, mas vestida como uma executiva, uma saia lápis na cor preta e uma blusa branca de poá com bolas pretas, seu cabelo estava preso em um rabo de cavalo e saltos pretos, na mão um tablete de última geração, e não era mais a suíte da família Bertinelli, estava em pé na calçada de um elegante prédio onde se via escrito SmoakTecnologies.

Um homem alto e loiro esbarrou em seu ombro quando passou por ela, seu andar e como ele movimentava a cabeça era muito parecido com…

— Oliver!

O desconhecido virou em sua direção e lhe deu um aceno e sorriu, mas não era Oliver.

— Não é melhor assim? – Felicity pulou ao ouvir uma voz ao seu lado. – Do que ser sugada por uma bola de fogo pelo resto da sua vida? Hahahaha.

— Sr. Pesadelo?

— Devo admitir, Sra. Smoak-Queen. Quando seu marido quer te encontrar, ele a encontra mesmo. – Sr. Pesadelo começa a rondá-la. – Olha só este lugar. – ele aponta para o prédio. – Vai ser o mais valioso da cidade. E pra tudo isso virar realidade, basta você aceitar a derrota.

— Não. Isso não é justo.

— Vamos querida. Pense nos seus filhos, eles iram crescer sem a mãe e o pai deles, irão para a faculdade, namorar, casar. Agora, se você desistir, seu marido poderá voltar e cuidar dos seus filhos. Pelo menos a adorável Mia terá um dos pais junto dela, William vai ter quem o apoiar quando resolver virar um vigilante, ou quem saber, ter a sua própria empresa de tecnologia.

E não se esqueça da sua pobre mãe.

— Oh! – a visão da sua mãe servindo coquetéis se descortinou à sua frente.

— Ela foi uma trabalhadora. Dois, até três turnos de trabalho. Nunca mostrando como estava cansada. Mas você pode dar uma vida para seu marido e filhos, eles terão tudo que sonharem. Vamos lá, Felicity. Falta muito pouco. – o meta humano sussurrava no seu ouvido. – O amor é a morte.

Felicity estava com os olhos vidrados imaginando um belo futuro para os seus filhos, mas não sem ela, ou Oliver. Seus filhos seriam criados por ambos os pais. Seus olhos ficaram frios e calculistas, mas não perdendo a esperança.

— NÃO! – Felicity gritou violentamente. - Não é. Você viu meus filhos? Eles são a prova do amor real. Porque o amor é a própria vida. E se eu nunca voltar para eles, tudo bem, porque eu fui uma das sortudas que amaram na vida. Desde o momento que Oliver apareceu, tudo mudou. Tornei-me uma pessoa que nem pensava ser capaz. Tornei-me a melhor versão de mim mesma. Isso nunca teria sido possível sem o nosso amor. Nosso amor dá sentido e propósito à minha vida, e nos dá mais alegria do que você possa nos tirar. Por eles vale a pena viver.

— Você deveria ter aceitado a minha proposta.

Sr. Pesadelo abriu um novo portal sugando Felicity novamente.