Passei meus dias, sozinho, um pouco depressivo, eu apenas pensava nele 24 horas por dia, tentei ligar várias vezes para ele, porém Tavares nunca me atendia. Deixava milhões de recados na secretária, mas ele nunca retornava.

Isso me matava aos poucos, não conseguia mais ser aquele Lucas de antigamente.

Aquele Lucas brincalhão e palhaço estava morrendo, e no lugar dele estava um Lucas triste, depressivo, sem expectativa nenhuma de vida.

Descobri então ser só metade, e enquanto eu era essa metade, a minha outra ficava com ele, a minha melhor parte pertencia a quem não a desejava.

Andava pelas ruas, com o intuito de encontrá-lo por aí, mas mesmo assim nada dele, ele desapareceu da minha vida.

Até que certo dia eu resolvi ligar para Vavo para tentar descobrir sobre aquele que eu tanto ansiava:

- Alô?- Vavo atendeu com uma voz de sono.

- Vavo? É o Lucas, tudo bem por aí?

- Ah, tinha que ser tu, pra me ligar nesse horário. Tava tudo bem até o telefone tocar e eu ser acordado... Mas e aí, como tão as coisas? Tu sumiste do mapa.

-Tudo de mal a pior, mas dá pra ir levando.

- Hum, Tavares não é?!- Vavo era o único que sabia desse meu amor por ele. No fundo, era o amigo em que eu depositei toda a minha confiança, eu não suportaria a vergonha de ser tachado pelos cantos, com preconceito. Foi preferível contar para o mínimo de pessoas possíveis, no caso o Vavo.

- É, você sabe dele? Por onde ele anda? Cara, eu necessito saber alguma coisa dele - dizia um pouco desesperado, sem dar muitas pausas - Por favor, diga que ele está aí...

- Não sei muita coisa sobre ele, o máximo que sei, é que ele viajou, mais nada...

- Viajou pra onde?

- Eu não sei.

- Tudo bem, vou te deixar dormir, agora. Tchau, e boa noite.

Desliguei o telefone, e fitei a parede, deixando lágrimas rolarem, afinal não havia ninguém ali para me repreender.