Eu Sei que é pra Sempre
Capítulo 23 - Pressão e Resoluções
Renesmee se remexeu em meus braços, me fazendo acordar assustado. A realidade do novo dia me trouxe novamente o sonho de ontem nitidamente. E tudo acabara de começar apenas...
De duas, uma: se Renesmee não terminasse comigo e os sanguessugas viessem à mim em sua defesa, eu iria acabar morrendo de tanta confusão em minha mente. Não era só uma escolha. Era uma decisão. E tudo trazia discórdia, antes da luz final. Esse era o preço pedido, e no caso, o jogo incluía Renesmee no meio.
Mas eu precisava arriscar. Talvez se eu contasse de nossa filha, ela poderia entender.
Dei um beijo leve em sua crescida barriga, pedindo proteção e acordando Nessie.
Ela deu um longo bocejo e sorriu terna para mim.
- Que bom que está aqui amor.
- Eu por acaso não estaria? - perguntei, confuso.
- Eu sonhei com nossa filha ontem. E eu estava preocupada com você, mas talvez sejam só pressentimentos.
Então nossa índia aparecera para ela também. Com certeza era um sinal de que daria certo.
- Dizem que pressentimento de grávida se torna real.
- Tomara que não, Jacob. - disse ela, séria de repente.
- Não se perturbe Ness, estou seguro. - afirmei a ela, lhe dando um beijo depois.
Era o que eu precisava. Me afastei lentamente, deixando ela de olhos ainda fechados.
- Ness... Sobre a nossa filha... - comecei, observando ela abrir os olhos e se endireitar para me escutar.
- Isabella Rachel Black. - falou ela, sorridente.
- Quem é essa?
- Nossa filha, Jake. - disse ela, em um sorriso distante. - Sonhei que chamava ela com esse nome.
- Ótima escolha... A Bella irá gostar e nem preciso dizer que Rachel ficará emocionada...
- Também achei. Fabuloso. - disse ela, me lembrando estranhamente sua tia Alice. - Mas me diga, o que é?
Dei uma boa suspirada, recuperando o ar.
- Você se importa se conversamos sobre humanidade?
Ela se afastou um pouco, fazendo careta para o assunto.
- Agora?
- Bom, é. Sei que não quer falar, mas eu preciso te contar que sonhei com a nossa filha... E ela me disse coisas. Bom, nos disse coisas.
- Que coisas? - perguntou ela, me fitando de maneira estranha.
- Hm, basicamente me falou para não virarmos humanos, Ness.
Ela pareceu ficar pensativa por alguns instantes. Depois de um tempo sorriu para mim.
- Você não quer virar humano, é isso.
Eu balancei a cabeça negativamente, não acreditando no que ela havia me dito.
- Não Ness... - eu disse, cansado. - Eu sonhei com ela. Ontem falei com o meu pai e ele me disse sobre o meu bando. Isso está me matando, Nessie. Eu simplesmente não posso escolher entre você e o meu bando.
Ela afastou violentamente os lençóis que lhe cobriam, e respirou fundo.
- Jacob, EU escolhi entre você e minha família por ela, porque você não pode escolher? Por acaso essa porcaria de Imprinting não serve para nada?
- Nessie, são ligações! Você sonha com a Isabella, não sonha?
Ela assentiu, de braços cruzados.
- Então você sabe do que estou falando. Ela me disse que precisa de nós com poderes.
- Eu não entendo. Eu quero o bem dela. Quando tudo ocorrer, imagina como vai ser difícil para ela ser totalmente sobrenatural?
- Daremos uma vida normal, Nessie. A "febre" bate com o crescimento da pessoa. Até ela virar adolescente, a coisa pode ser quase normal... Acho que a parte vampira dela não vai ajudar muito.
- Como será? Eu tenho medo por ela, Jake. Ela crescerá como eu? Terá sua força? Eu não sei!
Eu segurei seus braços, trazendo ela para perto de mim e beijando o topo de sua cabeça com carinho. Ela suspirou, enterrando sua cabeça em meu peito quente.
- Sentiria falta da sua pele quente... E da sua proteção.
- Eu sempre vou estar te protegendo Nessie. Mas acho que é melhor termos poderes para protege-la.
Ela riu baixinho.
-Você acha que teremos que lutar?
Eu não sabia até quando teríamos todos os lobos e quantos viriam. Mas era uma guerra provável, uma guerra prevista. Ela era a Escolhida, com sangue imortal das duas partes, prevista com uma força sobrenatural, que protegeria toda a reserva. Eu tinha medo também. O heroísmo trazia desavenças às vezes. Por fim, respirei fundo e concordei com a pergunta de Nessie.
- Ela disse isso. Disse que teríamos que enfrentar uma guerra futura e nos juntar com os Frios. - e estremeci no final.
Ela também estremeceu, porque aquela cena não seria esquecida logo. Afinal, era a morte dela que os Volturi queriam.
- Se eu pudesse, eu deletaria TUDO isso, Ninguém mais seria vampiro ou lobisomem e não teria Volturi para querer matar todo o resto. - ela disse, fechando os olhos com força, como se estivesse pedindo isso.
- Aceite o real, Ness. É melhor estarmos assim.
- Se você estivesse que escolher, o que seria? - ela perguntou, depois de um bom tempo que nos encarávamos pensando no passado e prevendo o futuro.
- Nessie, você sabe que no fim das contas seria você. O Imprinting me obriga a ir sempre onde você vai. E não estou reclamando, porque é exatamente aonde eu quero estar, meu amor.
- Você deixaria seus irmãos?
- Eu não deixaria, eu só não teria mais a mesma ligação. - respondi, um pouco pensativo.
- Então que seja. Vamos continuar assim. - falei, depois de um tempo.
Sorri aliviado, fora mais fácil do que o imaginado.
- Ness, eu preciso ir. Tenho que falar com o Sam.
Ela sorriu torto para mim, baixando minhas expectativas. Talvez ela ainda estivesse brava.
- Corra para o seu Sam, Jake. Vou ficar esperando aqui...
Eu fui até ela e lhe dei um beijo forçado, que depois se transformou em risos descontraídos.
Vesti uma camiseta que estava pendurada na cabeceira da cama e voltei-me para ela, que me observava brava.
- Mande um beijo para Bechel.
Ela me olhou confusa.
- Quem é Bechel? (n/a: se lê Bétxel.)
- Foi o apelido mais prático que achei para IsaBElla RaCHEL. - falei, tonificando as sílabas que compunham o apelido.
Ela riu e beijou com uma certa dificuldade sua barriga.
E assim, eu fui para a casa dos Uley.
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