Eu Quero Amar

Capítulo 18 - Gato Coruja.


Quando Utau e Kukai se separaram, só para sacanear ele, pigarriei. Vocês não fazem ideia do pulo que eles deram e a tonalidade que o rosto de ambos recebeu de brinde.

– Finalmente, viu? Imaginei que precisaria usar a poção que eu faço para pessoa problemáticas no amor. – ele ficaram mais corados, comecei a ri e fui até a porta – Fight, sr. Stalker. – digo e saio do recinto.

Chegando no refeitório, comecei a conversar com várias crianças, elas eram realmente umas fofuras, mas de repente um bilhete dobrado veio da janela em minha direção, quando o peguei, o abri na hora.

– Obrigada Rikka. – digo sabendo que de alguma forma ela escutaria o agradecimento e começo a ler o bilhete.

“Olá, Amu.
Como já notou, eu não estou com ninguém. Eu descbri algumas coisas após nossa última conversa, porém só contarei tudo na próxima reunião. Trate de não faltar, certo?
Nadeshiko.”

– Amu, o que é isso? – uma garotinha pergunta-me.
– Um recado. – digo guardando o papel no bolso – Garotas, o que acham de uma maquiagem e um penteado bem legal? – pergunto animada.
– Sim!! – foi o grito único que ouvi e fomos para outro local começando a maquiar elas e fazer um penteado.

Os garotos haviam ido brincar no jardim, comecei a falar sobre vários assuntos com as garotas enquanto as maquiava ou fazia algo no cabelo delas. Logo Utau cheou com um enorme sorriso e começou a fazer o mesmo que eu.

– Cadê o Kukai? – pergunto enquanto terminava uma trança embutida no cabelo de um garota.
– Está com os garotos jogando futebol. – ela diz sorrindo.
– Entendo. – quando uma garota se sentou na cadeira a minha frente, cambaleei até me segurar na deusa da música.
– Amu? Qual o problema? Tudo bem? – ela pergunta de maneira rápida e noto uma grande preocupação.
– Tontura. – respondo de forma calma – Kaori está sugando muito de meu poder.
– Se isso persistir você pode perder seus poderes e até... – rio um pouco de seu desespero.
– Eu sei. Só preciso aguentar mais uma semana, ela completará oito meses daqui uma semana e será seguro...
– Oito meses?! Mas e sua barriga?
– Usar a névoa a seu favor ajuda, sabia? – ela do nada me abraça.
– Qualquer problema, não hesite em chamar-me. Somos amigas, certo?
– Certo. – concordo sorrindo e desfaço o abraço.

Voltamos a fazer tudo de forma normal, as garotas ficaram sem entender nada, mas não me importei. Quando o Sol estava prestes a sumir no horizonte, nós deuses nos despedimos e seguimos nossos caminhos. Eu fui para um beco e Utau e Kukai foram para outro, eles não tinham planos para aquela noite, queriam apenas curtir o fato de saberem que eram correspondidos, pequenas mente pervertidas.
Quando me teletransportei e apareci na sala da minha casa, quase fui de cara a chão, se não fosse por um azulado.

– Se você não tem poder, me avisa que eu vou buscá-la. – ele diz calmamente.
– Desculpa. – digo em um sussurro quase inaudível.
– Os pirralhos estão na Nadeshiko. – ele disse e me pegou no colo ao estilo noiva me levando para meu quarto.

Ao me depositar na cama, ele suspira e me beija. Com uma chance daquelas, correspondi o beijo, mas aquilo não era um beijo com sentimentos, era transfusão de poder.

– Obrigada. – agradeço e ele dá de ombros.
– Você sabe que não precisa me agradecer.
– Eu sei.
– Aliás, você é muito abusada. – ele diz se referindo ao fato de eu corresponder ao beijo.
– Eu sei. – respondo novamente a mesma coisa – Conte me uma novidade. – digo brincando, mas ele parece que levou a sério.
– Gostei do beijo. – ele diz e sai calmamente do recinto, antes, apagando a luz que iluminava o local.

Antes dele sair, vi um certo rubor em seu rosto, mas após isso, meus olhos pesaram e caí em um sono. Um sono daqueles que só se acorda no dia seguinte com muito esforço.

– Bom dia, dorminhoca. – ele diz me servindo minguau de café da manhã.
– Bom dia. – digo sentando a mesa – Onde estão Sakura e Shaoran?
– Nadeshiko veio pegá-los um pouco antes de você acordar. – ele respondeu se sentando e começando a comer o que tinha na tigela.
– Por que minguau?
– Porque é a comida mais fácil de se colocar magia. – ele responde e começo a comer.
– Obrigada. – digo o provocando e ele suspira.
– De nada. – não era a resposta que eu esperava, mas fiquei satisfeita.
– Está aprendendo. – murmuro – Depois de um tempo, você se acostuma, não é?
– Bem... Acho que sim. – ele diz notando minha barriga que tinha “certo” volume.
– Eu estava usando magia para esconder a barriga. – respondo a seu olhar para mim.
– Logo nascerá. – ele comenta.
– Semana que vem, nem que seja a força.
– É ela que está sugando seus poderes. – afirmo em um movimento com a cabeça.
– Se você me passou seus poderes por um beijo, por que não faz isso sempre, ao invés de colocar na comida. – ele abre um sorriso malicioso.
– Você é muito pervertida, Amu. – ele pensa um pouco – Ou a palavra certa seria aproveitadora?
– A palavra certa seria ambas. – digo mandando um beijo para ele.
– Ao menos deu tudo certo entre a loirinha e o moreno? – ele pergunta indo levar a tigela na pia, enquanto eu ainda estava na metade da minha.
– Deu certo sim, quer que eu narre a história.
– Tanto faz. – ele dá de ombros, mas vejo seu interesse só por ter perguntado e então pigarreio.

~~*-*~~
– M-Me desculpa. – ambos dizem após minha saída dali.
– Não vai me bater? – ele pergunta estranhando.
– Deveria, mas não tenho esse direito e também não quero. – ela responde tentando se acalmar.
– E por quê não tem? Eu acabei de te beijar contra sua vontade. – ele estranha a resposta da loira.
– Exatamente o contrário do que você pensa, Kukai! Eu queria esse...! – ela não termina a frase e suspira – Você entendeu, não é?
– Se for o caso. – ele dá um grande sorriso e a abraça – Eu posso me considerar um grande sortudo.
– P-Por que diz isso? – eu me pergunto é possível alcançar aquele tom de vermelho.
– Porque eu se você me ama e eu te amo podemos passar a eternidade juntos! – ele diz animado.
– Kukai, a eternidade é muito tempo. Eu não quero ser uma deusa por tanto tempo.
– Que seja, por um século! Mas ficaremos juntos, eu estou no lucro!
– Nós estamos no lucro. – ela diz enfatizando o “nós” e eles riem – Não acredito que eu tinha receio de que isso não acontecesse.
– Bem... Na verdade eu também tinha. – Kukai confessa coçando a bochecha com o indicador.
– Acho que isso nem tem tanta importância mais, mas... que tal irmos para um karaokê mais tarde?
– E perder para a deusa da música? – ele pergunta inconformado.
– A segunda opção seria algum cassino de Las Vegas.
– Terceira opção?
– Escolhe logo, Kukai!
– Karakokê. – ele responde a contra gosto.
– Ótimo, vamos nos divertir! – ela diz animada – Vamos depois do entardecer, conheço um karaokê que fica aberto 24 horas!
– Está animada sabendo que vai ganhar, isso é injusto! – ele reclama.
– Não reclama, vai ser divertido. Quer apostar?
– Se não for, eu ganho quanto?
– Uma boa quantia em dinheiro? – ela diz pensativa e acaba saindo em forma de pergunta.
– Fechado!
– Se eu ganhar, você vai... Pagar um mico. – ela diz com um sorriso suspeito.
– Depende do mico.
– Decide logo! – ela diz com as bochechas infladas.
– Está bem, eu aceito.
– Perfeito! Agora vamos, vá se divertir com os garotos que eu vou ajudar a Amu!
~~*-*~~

– No fim ele perdeu a aposta, porque eles transaram no karaokê. – digo rindo.
– E qual foi o mico? – Ikuto pergunta.
– Se vestir de maid. – ele me olha espantado – O uniforme é rosa. – ele cai na gargalhada.
– Seria uma ótima cena de se ver.
– Eu não vi nada, apenas fiquei sabendo qual seria a punição porque a Utau me contou, mas tenho certeza de que ele perdeu, pois Kukai não é bom em mentir. – digo rindo.
– Não faça nenhuma aposta desse tipo comigo. – um sorriso se forma em meus lábios.
– Eu não preciso de uma aposta para ter recordações desse tipo de você, Ikuto. – ele não gosta da minha resposta, pois fez uma careta – É necessário apenas misturar saquê em alguma bebida ou então eu usar meu charme. – digo rindo – Mas acho que te embebedar seria mais divertido.
– Eu vou te quebrar. – escuto ele sussurar.
– Você não pode fazer nada com seu mestre contra sua vontade, a não ser que a situação seja favorável a pessoa superior. – digo me lembrando que li isso em algum diário.
– Seus sentidos estão mais aguçados, não estão?
– Eu vou fazer o quê? Minha filha tem seus poderes também, durante a gestação isso afeta a mãe. – resmungo.
– Ei, não precisa ficar brava. E ela vai ser nossa filha, corrija isso.
– Está começando a mudar de ideia? Você ainda está bêbado? Ontem você disse que estava começando a gostar de mim, qual o seu problema? – ele se abaixa e fica da minha altura.
– Por alguma razão, você me fez ficar apaixonado por você. – ele diz e me puxa para um beijo.

Sinceridade? Haja fôlego! E nem venham, invejosas! Esse gato safira é meu! Procurem o de vocês, com certeza irão encontrar.

– Gato coruja é seu novo apelido.
– Rosada pervertida. – ele bate na minha coxa e acabo soltando um fino grito e ele ri – Te dei um pouco de poder, mas por hoje, descanse, parece que hoje ela vai te causar problemas. – ele diz apontando para minha barriga e indo para a cozinha.

Se ser uma deusa fosse um emprego... Eu diria que “eu tenho o melhor emprego do mundo”, mas não é o caso, então vamos modificar a frase para “eu sou a pessoa mais sortuda do mundo!”