Eu Quero Amar

Capítulo 1 - Começo


– Expulsa?! M-Mas... Você sabe das minhas condições!! – falei berrando.
– Eu sei disso, Amu... Mas você sabe como funcionam as coisas com o aluguel aqui, você está com quatro meses atrasado, já te dei tempo suficiente para pagar.
– Já vi que não vou conseguir te convencer... Bem, amanhã de manhã já terei sumido daqui, com sua licença! – fechei a porta na cara daquele maldito.
Eu atirei pedra na cruz!! Não é possível! Minha vida tá indo mal a pior! Para onde eu vou agora?? Fechei minhas três malas, duas de mão e uma de rodinha, peguei minha bolsa e saí de casa sem olhar para trás. Parei na frente da igreja do bairro, sentei na escadaria e pedi com todas as minhas forças a qualquer deus que fosse, se é que existisse mais de um, que me ajudasse, me mandasse alguém para ajudar. Fiquei umas duas horas olhando para o nada, só sentindo lágrimas de tristeza rolarem no meu rosto.
– O que eu fiz de errado...?
– Ei, ei! Por que alguém tão bonitinha nas ruas?
Era o que me faltava vou ser levada para um lugar desconhecido e ser vendida como escrava, será que é melhor que viver nas ruas?
– O que alguém tão bem arrumado faz nas ruas a essas badaladas do relógio? – perguntei sorrindo falsamente.
– Por favor, não sorria falsamente, criança. – ele parecia ter envelhecido um pouco.
– Quem está chamando de criança? – alterei um pouco minha voz e logo pigarreei – Isso é um tanto rude.
– Ora, ora, me desculpe, minha jovem. Vejo que teve problemas essa noite. – ele disse me analisando – Eu preciso de uma faxineira lá em casa, você gostaria de aceitar o serviço? – a voz dele estava mudando?
– Não tenho nada a perder, sim, eu aceito. – falei me levantando – Afinal, já perdi tudo... O que me falta é você me levar para ser uma prostituta no exterior.
– Então me siga. – ele começou a andar enquanto ria que nem um louco e comecei a seguí-lo.
Fomos até um carro, bem antigo, não sou de saber nomes de carros, então eu não sabia que carro era, mas ele me ajudou a colocar as malas no porta-malas e me levou até uma casa “no fim dos cafundós dos judas”! Eu não fazia ideia de onde eu estava, ele saiu e saí também, ele me ajudou a levar as malas para a casa dele.
– Por que estava rindo tanto no trajeto até o seu carro? – perguntei do nada.
– Você ainda me pergunta, jovenzinha? Você ser prostituta no exterior? Garota, você está grávida de três meses, eles nunca te levariam! – ele disse segurando o riso.
– Como... Como sabe disso?! – ele é o capeta! Veio me buscar antes do previsto!
– Eu sei de tudo. Antes de entrar tire o salto, deixe as malas ao lado do salto e me siga. – ele ignorou meu susto.
– A casa é maior do que aparenta, não? – comentei em um sussuro.
– Esse é o poder da névoa. – ele parou e abriu uma porta – Este será seu quarto.
– O quarto é enorme... Tem certeza? – perguntei receosa.
– Claro que tenho! Aproveite a estadia, deusa. – ele fechou a porta.
Deusa? Como assim? Ia perguntar a ele, mas quando girei a maçaneta da porta, ela não abria, mas não parecia estava trancada, minhas forças haviam sendo drenadas. Logo tudo escureceu, quando eu ia cair, alguém me segurou e me colocou na cama.
– Durma bem, a partir de amanhã você não será mais uma mera jovem humana.
Não lembro de mais nada depois disso...