Eternal

80- Amor a salvo


John POV (continuação)

“Um tempo depois Aro descobriu que Bella não estava no local em que a havia deixado para morrer....

O palácio era muito bem vigiado e cercado, não tinha como eu escapar com ela.. E bem... eu vi que se eu tentasse... ela morreria...”

“Mas você... com todos esses poderes que tem, ou pelo menos diz ter... poderia protegê-la...”

.

“Sim... mas você deve saber que são muitos naquela guarda Volturi, que só aumentam com o passar do tempo... e bastaria apenas uma pequena distração, que somente um vampiro de lá, sozinho, conseguiria matá-la...”

“...”

“Então... quando eu vi que não havia mais solução, resolvi eu mesmo contar a Aro... e fizemos... um acordo...”

# JOHN FLASH BACK

”É isso mesmo Aro. Eu a encontrei a beira da morte... e já que vocês não fizeram nada por ela... eu lhe dei a imortalidade... eu a transformei... parcialmente... em uma de nós...”

“Parcialmente??”

“Sim... eu não sabia os efeitos que meu veneno teria sobre ela, então só há um pouco correndo por suas veias, misturado a seu sangue humano...”

“Interessante... mas não sei se poderei deixá-la viver... ela ainda tem uma parte humana... e sabe demais...”

“Ela fica sob minha responsabilidade Aro. Ficarei ao seu lado a todo momento...”

“Eu não sei porque todo esse interesse em uma reles mortal, e não sei se isso que me propôs é suficiente para que eu a permita viver...”

Droga! A vontade que eu tinha era matá-lo naquele instante! Eu sabia o que o desgraçado queria...

“Então... o que seria?”

“Bem...” Ele me olhou com aquela feição sádica dele, que me dava apenas nojo e repulsa “...Você disse que seria um de nós... mas não disse até quando... E pelo que sei da garota, do tempo que ela era humana... o poder que ela tinha... ela deve ser bem talentosa agora... Então tenho uma proposta a fazer... Você e ela tem que ficar aqui... para sempre!”

Ele queria nos manter com os Volturi? Como membros da guarda?? Pela eternidade? Droga! Mas não tínhamos saída alguma... Nanda não tinha saída... eu não podia a deixar morrer... então, aceitei o acordo...”

“Agora há outro problema... a outra vida dela.. eu...”

“Quanto a isso, pode ficar tranqüilo. Ela não se lembra de absolutamente nada... o trauma que ela sofreu a fez perder completamente a memória... Ah, e a partir de agora, seu nome é Fernanda.. Fernanda Weltz”

Na verdade, não foi um trauma... eu sabia que se ela soubesse quem era, trataria de sair dali de qualquer maneira... mesmo que isso implicasse no fim de sua vida (o que certamente aconteceria) Ela não agüentaria muito mais tempo com os Volturi... e seria seu fim... Então, enquanto ela estava desacordada, eu removi suas memórias, uma a uma, as guardando comigo...

“Ótimo... Então.. bem vindo John Volturi, e diga que Fernanda Volturi também é muito bem vinda!”

Ele apertou minha mão, que eu logo desinfetaria mais tarde.

Subi para meu quarto, Nanda não gostaria nada de saber que ficaria ali, pois, mesmo não se lembrando dos Volturi, e nem do que fizeram a ela, do mal que lhe infringiram, já não gostava deles.

Ela estava sentada na beirada da minha cama.

“Olá John!”

“Oi meu anjo! Preciso te dizer uma coisa..”

“Ain... acho lindo o jeito como me chama.. =) mas o que é? Pela sua cara, não parece ser coisa boa...”

Mesmo com nosso pouco tempo de convivência, nós já havíamos simpatizado muito um com o outro.

“É... não são mesmo. Teremos que ficar aqui... e eu não faço idéia de quanto tempo...”

De acordo com minhas visões, não sairíamos dali tão cedo, mas resolvi não desanimá-la.

“Mas não podemos...”

“Não. Confie em mim, meu anjo. Eu tenho um poder que...”

“Poder?? :o”

“É sim! Eu vejo algumas coisas no futuro, e as vezes do passado... e tenho vários outros... além de eu também ser um leitor de mentes...”

“Ei! Então você sabe o que eu estou pensando?!”

“Infelizmente não! Você tem um escudo muito forte, que protege a sua mente, mas se você se distrair muito, ou permitir que eu entre, eu posso. Com os humanos eu entro a hora que quiser, agora com vampiros, eu tenho que ter permissão, ou eles tem que perder o foco para que eu entre.”

“Aaaahhh.. ainda bem!” =D

“Então é por isso... agora eu entendo...”

“E eu ainda não lhes falei de algo incrível que aconteceu... Lembram-se do dia do baile, em que Nanda lhes mostrou sua holografia?”

“A da menina?”

“Sim, Edward. Eu não lhe contei as coisas direito porque ainda não era hora. Mas agora creio que posso lhe contar tudo...

Fernanda ressonava tranquilamente. Nesse meio tempo que convivemos, descobri que ela tinha a necessidade de se alimentar, mesmo que pouco, de comida humana, e as vezes tinha a necessidade de sangue, e além disso, também dormia, o que descobri mais recentemente...

Enquanto dormia, pude perceber que seu sono não era tranqüilo. Cheguei mais perto, e pude perceber que ela falava algo...

“Edward... fogo... NÃO!”

Ela devia mesmo o amar... porque, mesmo eu tirando-lhe todas as lembranças para que não sofresse, em seus sonhos ele ainda era presente...

Esse Edward certamente era ele... aquele de quem ela se despediu no salão principal dos Volturi...

Ela dormia... Será que eu podia ver algo em sua mente?

Fechei meus olhos, mesmo sem necessidade, e me concentrei em seu sonho.

Edward estava em meio a um prédio em chamas... parecia não ter mais vontade de viver... Será que pretendia se matar??? Pelo que vi, não era só ela que o amava incondicionalmente... o amor era.. recíproco. Ele logo viraria cinzas, juntamente com o local

De repente sou tirado de meus devaneios por um choro fraquinho... um choro de menina... E Edward parecia ter ouvido o mesmo, já que correu na direção de que ele vinha.

Devia ser uma das pessoas que ficaram no prédio. Ele a procurava por todos os lados, e pelo jeito a criança era pequena, pois tinha voz de criança, uma vozinha linda.

Alice também estava lá. A principio olhou assustada para o irmão, mas depois compreendeu o que iria fazer, e apenas deu um sorriso fraco para ele.

Ele desviava magistralmente dos pedaços que estavam para lhe atingir, até chegar a um pequeno armário no canto da parede. Ele o abriu, e na hora, nós dois levamos um susto. Era uma menina, uma linda menina, mas o que nos fez levar o susto foi com quem ela parecia... Ela era idêntica à Bella, quando essa era humana.. Os mesmos olhos chocolate, os mesmo cabelos... pele branquinha... tudo... Ela era um mini-Bella.

Edward tinha a expressão chocada, mas logo se recobrou e a pegou no colo, para que pudesse a tirar do meio daquele incêndio. Mas antes que ele pudesse dar um passo em direção à saída, ela colocou suas duas pequenas mãos no rosto dele, e disse muito baixo, as palavras que nem ele e nem eu, jamais esqueceríamos:

“Nunca perca a esperança... Ela se encontra no fundo de sua alma e, acredite ou não... “

Ela colocou a mão do lado esquerdo do seu peito, onde ficava o coração humano, e olhou ternamente para ele.

“Aqui dentro...”

Logo depois que ela disse aquilo, uma forte luz branca saiu de seu corpo, e ela desapareceu...

Senti a respiração de Bella se agitar e ela parar de respirar por um momento... E só agora eu entendi... Ela havia feito aquilo... Eu tirei suas lembranças, mas inconscientemente, ela ainda o tinha em seu coração...

# FIM DO FLASH BACK

Percebi que Alice soluçava recostada no ombro de Edward, que parecia aturdido.

“Alice... pare de ‘chorar’... Eu já tinha te contado tudo... ¬¬”

“Eu sei... mas é triste... :(”

“¬¬°”

“Então... quer dizer que foi ela quem me salvou aquele dia, e foi assim...” Não era uma pergunta.

E ele continuou:

“Então agora ela pode saber de tudo... Meu Deus! É ela..eu preciso contar tudo a ela.. e...”

“NÃO!!”

Os dois me olharam intrigados... Droga! Eu não podia lhes explicar o porque desta reação, mas ela ainda não podia saber, não agora...