Eta Carinae

Dia 21 – Lúgubres.


Sakamoto viu os lúgubres vagalumes a ziguezaguearem próximos a um lago. Tinha sinalizado a Mutsu a localização com sua arma modificada ou era isso o que esperava. A noção das coisas ao seu redor parecia distorcida. Sentia um vazio de existência, uma falta de sentido, retirou os óculos esperando que a sensação fosse embora. Sentou-se e procurou sorrir. Não era o fim do mundo se sentir um pouco solitário. Ah, mas era realmente assustador! Não era todo dia que sentia uma espécie de desespero realmente o consumir, até porque sempre tratava de viver com objetivos diretos e alcançáveis. Não era o que aquele lugar parecia lhe propor. Uma noção de limite, término ou morte. Riu do medo. Não era ele quem tinha medo de fantasmas.

Tinha escutado uma espécie de choro e seus óculos foram furtados por uma criança. Ele se levantou e correu por reflexo atrás do garoto. Era escuro e seus pés tinham dificuldade em se locomover. Caiu duas vezes. O rosto pareceu arder cada vez mais como se tratasse de lava vulcânica. O garoto pareceu provoca-lo, mas não entendia as palavras ditas.

O garoto era estranhamente familiar. Ao alcança-lo enfim conseguiu escutá-lo: pediu para que voltasse logo.