– Doutor Raimundo. O senhor está aí? - Adriana batia palmas várias vezes, mas ninguém respondia.

– O único jeito mesmo é arrombar essa porta - disse Edson.

– Espere um pouco. É certo fazer isso?

– Doutor Otávio, tem um homem desaparecido. Não temos tempo para gentileza agora. Afastem-se.

Edson se aproximou da porta e a derrubou com um chute. Assim que foi arrombada, a casa liberou muita poeira.

– Gente, o Raimundo não limpava a casa? - reclamou Adriana espirrando.

Edson puxou o revólver e entrou no ambiente; logo em seguida foram Adriana, Otávio e os outros dois que estavam com eles. Uma semana foi o suficiente para que a casa caísse aos pedaços.

Edson sentiu algo na sola do seu sapato e foi ver. Uma lama verde ficou impregnada na sola, como uma cola.

– Mas que diabos é isto?

– Ei, Edson. Venha ver aqui - falou o outro policial em um outro cômodo.

Ao abrir a porta, eles viram uma cena nada agradável. O quarto de Raimundo estava completamente tomado por teias, em todos os lugares. Adriana observou todo o cômodo.

– O que vocês acham? - perguntou o policial.

– Bem, a não ser que exista uma aranha com 1 metro de altura que solta fios resistentes pelo bumbum, posso jurar que esta casa está há muito tempo sem ser usada. A teia possivelmente está acumulada - respondeu Adriana.

– Impossível, acabei de ver um carro do lado de fora - retrucou o outro policial.

Adriana olhou o chão e percebeu manchas verde no piso de madeira. Eram pingos que formavam uma trilha até o armário da dispensa. A mulher caminhou vagarosamente até abrir a porta da dispensa. O corpo de Raimundo caiu duro no chão, cheio de teias e completamente ressecado. Ela saiu correndo dali quando viu uma aranha sair da boca do defunto.