Capítulo 6

–Cof cof cof... Hãn que merda gosmenta é essa na minha testa? Cof cof cof e por que diabos estou no mato? Por que meu corpo tá dolorido e ardendo? Cof cof cof...

–Rin?

– Eu? Quem tá aí? Cof cof... Esse gosto de sangue não tá legal Cof cof...

– Rin! – Foquei a lanterna nela e corri até ela.– Está tudo bem, você vai ficar bem. Ei! Encontrei ela!– Gritei para os policiais.– Ela não está morta, chamem uma ambulância.– Um policial correu até nós e verificou que ela estava realmente viva, babaca achava que eu estava louco só pode, em seguida ele falou pelo rádio para a ambulância voltar para lá, ela tinha saído de lá havia alguns minutos.– Ainda bem que eu te encontrei garota maldita, pois esses policiais já tinham desistido de você.

– Cof cof cof... Ai que saco! Odeio me engasgar, ainda mais com sangue. Ah é mesmo? Já tinham desistido de mim? Mais que bando de policiais incompetentes! Hahaha, mas vem cá quem é você mesmo?– Ela apertou os olhos tentando me reconhecer, fala sério perder a memória era só o que faltava!

– Você não está me reconhecendo Rin? Sou eu Ranmaru, Kurosaki Ranmaru.

– Ranmaru? Ranmaru... Ranm... Ran-Ran! Hahahaha se você visse a sua cara quando eu perguntei quem você era Hahahaha hilário hahahaha. É claro que eu sei quem você é Ran-Ran, jamais te esqueceria seu babaca! Hahahaha

– Sua idiota! Não brinque com isso, pensei que você estava com amnésia.

– Pffff... Amnésia? Me poupe, urgh! Não suporto esse nome. Hei Ran-Ran!

– Hum?

– Senhorita Ryouta?– O maldito policial a interrompeu.

– Pois não senhor policial-san? – Essa garota bateu a cabeça com tanta força que ficou completamente idiota.

– A senhorita se lembra exatamente tudo o que aconteceu?

– Acho que sim, mas sabe eu acabei de sofrer um acidente tô morrendo de dor na cabeça, então não é uma boa hora para o senhor tomar o meu depoimento sabe?

– Certo, mil perdões senhorita. A ambulância já está vindo lhe buscar, lhe aconselho a ficar quietinha até o socorro chegar.

– Até parece que eu sairia daqui nesse estado em que me encontro.– Ela sussurrou e somente eu escutei, e o policial voltou ao encontro dos outros.

– Resolveu ficar mais estúpida é?

– Não, só achei esse policial muito idiota só isso. E aí Ran-Ran como foi o seu dia?

– Bem, só tive que sair no meio da noite para procurar por uma idiota que resolveu se acidentar, e você como foi o seu?

– Bem também, só briguei com o Tokiya, me demiti da Starish e sofri um acidente no qual quase bati as botas, mas tirando tudo isso melhor impossível Hahahaha.

– Idiota, só você mesmo para rir disso.

– Quer que eu faça o quê? Chore? Não mesmo o pior já passou, agora é só aproveitar a chance de viver novamente que eu recebi. Mas enfim será que essa ambulância vai demorar muito hein?

– Por quê? O que você está sentindo?

– Bom tirando que estou com o meu corpo doendo muito, estou provavelmente cortada em vários lugares, pois além de arder muito sei que tá saindo sangue e minha cabeça tá doendo mais que todas as dores que estou sentindo, eu acho que isso não é nada demais para eu querer que a ambulância chegue logo né Ran-Ran?!

– Tsi, deixa de ser chata garota maldita!– Foquei a lanterna bem no olho dela.

– Ei! Seu idiota! Isso não se faz seu imbecil, acabei de sofrer um acidente!– Ela tentou me chutar.– Ittai! Merda! Minha perna tá doendo muito, não consigo nem mexê-la.– Ela ficou se remexendo e tentou se sentar para pegar na perna, mas eu a impedi e não permiti que ela se levantasse.

– Hei, pare de se remexer você vai acabar piorando os ferimentos!– Fiz com que ela permanecesse deitada.

– M-Me solta! Na-Não é você que está sentindo dor não é mesmo seu desgraçado?!– Ela me empurrou, se levantou rápido e caiu com tudo no chão, gritando de dor.– Aaaahhhh!

– Rin! Sua idiota, eu disse pra você não fazer isso, mais que merda!

– Aaahhh!! M-Minha ca-cabeça... T-Tá doendo muito... Aaahhh... E-Ela vai e-explodir... Kyaaah!– Ela se contorcia toda com as mão na cabeça e não parava de gritar de dor.

– Rin...

– O que houve?– Um policial veio correndo até nós.

– Ela começou a sentir fortes dores na cabeça e está assim agora. A ambulância vai demorar muito?

– Não ela já está encostando aqui.

– Aaahhh... N-Não aguento mais... Ran-Ranmaru não aguento essa dor... Eu acho que vou m-morrer...

– Calma Rin, a ambulância já chegou eles estão vindo cuidar de você.

– N-Não d-dar... Não aguento m-mais..– Ela desmaiou

– RIN!!!– Tentei pegá-la no colo, mas o policial me segurou.

– Calma senhor! Os paramédicos já estão aqui e vão atendê-la.

Em seguida Rin foi levada para o hospital e eu fui junto, acompanhei a ambulância com o meu carro. No hospital levaram ela para uma sala e não me deixaram entrar, fiz a ficha dela e depois fiquei no corredor aguardando por notícias. Depois de alguns minutos uma enfermeira veio ao meu encontro.

– O senhor é o acompanhante da senhorita Ryouta?

– Sim, sou eu. Como ela está? Onde ela está? Posso entrar para vê-la?

– Calma senhor. A senhorita está sendo averiguada pelos médicos e pelo o que parece o estado dela não está muito bom, creio que vá demorar para ela ir para o quarto.

– C-Como assim o estado dela não está muito bom? O que ela tem? Por favor enfermeira diga logo tudo de uma vez.

– Tudo bem. Parece que o estado dela é grave, ela está muito ferida, tem uma perna quebrada e ainda está desacordada. Os médicos estão fazendo exames para saber se ela sofreu algum dano em seus órgãos e em seguida irão fazer uma tomografia para saber como está a cabeça dela, provavelmente o maior dano ocorreu lá.

– Ela corre risco de vida?

– Infelizmente sim, se por fora ela está machucada e ferida daquele jeito imagine por dentro, os médicos ainda não podem dizer exatamente o que ela tem, mas pelo pouco que viram eles não sabem como ela ainda está viva.

– Obrigado enfermeira, ficarei aqui esperando pelas notícias após os resultados do exames e o diagnóstico do doutor.

– Senhor, o Doutor Munakata pediu para o senhor ir para casa e descansar um pouco, pois ele foi comunicado que o senhor ajudou nas buscas e deve estar cansado, ele lhe aconselhou a ir para casa descansar e voltar mais tarde, pois assim como o senhor está não ajudará com a sua namorada.

– Ir para casa? Quem esse cara pensa que é para me dizer isso? A Rin é muito importante pra mim e eu não vou sair daqui, não vou sair do lado dela. E ela não é minha namorada, somente uma amiga.

– Perdão senhor. Mas por favor vá para casa descanse um pouco e volte, vai ser melhor tanto para você quanto para sua amiga, e o doutor Munakata é o médico da sua importante amiga, então creio eu que ele deve ter razão em lhe pedir isso.

– Hum... Okey, eu vou, mas é só pela Rin, não porque esse doutorzinho pediu.

Voltei e assim que cheguei Kotobuki veio correndo com os olhos cheios de lágrimas.

– Ran-Ran você a encontrou? Como ela está, Rin-chan está viva?– Todos estavam na sala nos olhando e esperando pela minha resposta, inclusive Ichinose.

– Sim, eu a encontrei com vida. Ela está no hospital agora, então eu só voltei para tomar banho trocar de roupa e voltarei para lá.

– Obrigado Kami-sama! Mas como ela está Ran-Ran? O que os médicos falaram?

– Eles ainda estão fazendo exames nela, então somente após esses exames eles poderão dizer exatamente como ela está, mas pelo o que uma enfermeira me falou o estado dela é grave e os médicos não sabem como ela ainda está viva.

– Meu Kami-sama!

– Rin-chan seja forte, não morra!

– Cala a boca Otoya!

– Nani? Por quê? Não falei nada de mais, só pedi pra ela ser forte como ela sempre é.

– Porque é óbvio que essa idiota da Rin não vai morrer, se ela não morreu no acidente agora que ela já foi socorrida e está no hospital que não vai ser.

– Que bom saber que você está otimista agora Ichinose.– Só que não.– Mais é claro já que a Rin não morreu o peso na sua consciência desapareceu não é?! Mas preste bastante atenção Ichinose, mesmo com a Rin sobrevivendo você é o culpado pelo acidente, então não ouse pagar de "otimista" pro meu lado, pois pra mim você é o culpado mesmo não sendo o motorista do caminhão que bateu no táxi em que ela estava.

– Ah é mesmo? Pois pouco me importa o que você acha Kurosaki-kun, afinal você mesmo falou que eu não sou o motorista do caminhão, então o único culpado é ele não eu. E não estou pagando de otimista, só estou sendo realista e fazendo o Otoya parar de falar besteira.

– Falar besteira? Ele desejou que a sua "amiga" ficasse bem e isso é falar besteira? Qual é o seu problema hein moleque?

– Meu problema? Você, que quer se passar por alguém preocupado com a Rin sendo que você nem a conhece direito. E qual é a das aspas em amiga hein?

– Olha aqui moleque maldito, eu não estou me passando por nada, eu estou realmente preocupado com ela coisa que você que é melhor amigo dela deveria estar, mas você é tão mesquinho e egoísta que nem percebeu que sua amiga pode morrer a qualquer momento e você nem se dar ao trabalho de rezar por ela. E eu usei as aspas, porque eu duvido muito que ela seja sua amiga para você, pois tenho certeza que para você ela só é uma pessoa que trabalha pra você nada mais que isso. Eu posso não conhecê-la direito como você, mas o pouco que conheço eu percebi a pessoa maravilhosa que ela é, e o que ela realmente merece ganhar é uma amizade verdadeira não uma amizade por conveniência como essa que você tem por ela. Agora me deem licença, pois não posso perder tempo aqui. Kotobuki vou deixar o nome do hospital em que ela esta em um papel lá em cima da mesa do meu quarto para o caso de vocês quiserem ir visitá-la, e eu espero que se você for Ichinose vá por ela ser alguém importante para você, sua amiga, não para querer mostrar para os outros que você se "importa" com ela.

Após isso fui para meu quarto, tomei banho troquei de roupa e voltei para o hospital assim que cheguei a recepcionista me informou que o doutor Munakata queria falar comigo e fui me encontrar com ele em sua sala.

– Pois não doutor, o senhor quer falar comigo?

– Ah sim, você é o acompanhante da senhorita Ryouta não é mesmo?– Fiz que sim com a cabeça.– Pois bem, já fizemos todos os exames nela e vou lhe dizer que a sua amiga é muito forte, mesmo com a proporção do acidente ela não corre risco de morrer, ela só está com alguns cortes e machucados pelo corpo, a perna esquerda está quebrada, mas como ela recebeu uma pancada forte na cabeça ocorreu um coagulo de sangue e nós vamos ter que fazer uma pequena cirurgia para retirar esse sangue coagulado. Ela vai ficar umas duas semanas em observação depois disso, depois dos resultados dos exames que faremos é que ela receberá a alta e poderá voltar para casa.

– Muito obrigado doutor. Será que eu posso vê-la agora?

– Ah sim, ela está na sala pré-operatória, ela está dopada e não ira lhe ver , mas se mesmo assim você quiser ir vê-la você pode.

– Tudo bem só quero vê-la antes da cirurgia para acreditar que eu realmente a encontrei e que isso não é um pesadelo. Mais uma vez obrigado doutor.

Fui para sala pré-operatória e a encontrei, ela estava com o rosto tão sereno, tão terno, nem parecia aquela que estava gritando de dor, me aproximei dela e toquei seu rosto. Ela é realmente linda, não importa como esteja... Ai Kurosaki Ranmaru o que essa garota fez com você? Só fez você se apaixonar por ela, só isso. Quem diria que Kurosaki Ranmaru estaria assim um dia, um completo idiota por causa de uma garota.

– Rin, tenha uma boa cirurgia e continue assim forte não deixe nada tirar você de mim. Se recupere logo, pois estarei ao seu lado te esperando.– Me inclinei sobre ela e a beijei, sim os lábios dela são realmente macios como eu pensei.– Fique bem minha Rin e volte logo para mim.