Rin sua imbecil! Se você não estivesse batido naquele cliente você não teria passado por tudo que passou, nem estaria nesse tédio... Tá eu não ia deixar alguém fazer comigo o que aquele cliente fez sem fazer nada, mas se eu tivesse respirado fundo e ter pedido para que ele se retirasse eu não estaria como estou agora. Enfim, aqui estou eu em meu apartamento, já tirei o gesso da perna e estou procurando por emprego nos anúncios do jornal, o que eu acho muito chato e entediante. Tá difícil achar um emprego que dê de suprir com minhas necessidades financeiras... Bom tem vaga no Maid Café, mas não vou ser aceita de volta.

Ah! Que droga! É um saco ficar procurando emprego, aí quando acho vem aquela baboseira de currículo e blá blá blá, urgh! Chega! Tá na hora de descansar! Vou fazer algo pra comer, porque procurar emprego dá fome. Fiz algo para me comer, me sentei no chão da sala, liguei a tv, tava passando Bleach... Uah! Eu amo Bleach! Lá estava eu de boa comendo e assistindo Bleach quando escuto a campainha, droga! Péssima hora de me visitar. Fui abrir a porta e quem encontro? Ran-Ran.

– Ran-Ran?! Pensei que iria ter que te aturar só no hospital.

– Boa Tarde pra você também.

– Boa! E aí veio fazer o quê aqui?

– Vai convidar para entrar não?

– Sinceramente? Não, mas já que você já se convidou, entra aí.

– Nossa, mas que garota sincera.– Por que ele revirou os olhos quando falou sincera? Algum problema com a minha sinceridade?! Baka!

Ele entrou e se sentou no sofá. Sério, qual é o problema com esse povo que vem aqui? Por que raios eles olham pra todos os cantos? Urgh! Ainda vou proibir desse povo vir aqui em casa. Terminei de comer, lavei a louça, perguntei se ele queria algo para beber ou comer e como ele disse não voltei pra sala e me sentei novamente no chão de frente pra ele.

– Pronto! Já terminei de comer e aí o que você quer?

– Bom...– Ele pegou o jornal, viu os meus rabiscos, deu uma risada contida, colocou o jornal em cima da mesa e olhou bem sério pra mim.– Eu vim aqui para te fazer uma proposta.

– Uma proposta? Qual? Quer que eu te ensine a lutar? Você sabe que sou boa nisso né?

– Não, eu não sei. Nunca te vi lutando ou fazendo algo do tipo.– Putzs, é verdade! Só o To-Ichinose me viu assim... Tenho que mudar isso, ele não tem como saber a resposta para essas perguntas bobas afinal só o Ichinose sabe sobre o meu passado.

– É verdade, não tem como você saber, você nunca me viu brigando. Tá já chega de papo furado, qual é a proposta?

– Nós do Quartet Night queremos que você venha trabalhar para nós. Por isso vim aqui hoje, para te chamar pra trabalhar conosco.

– Ahn? Sinto muito Ranmaru, mas não posso aceitar.

– Por que não?

– Ah Ran-Ran... É que tipo, eu não quero ter que voltar a aturar o Ichinose me enchendo o saco por coisas que eu fiz ou que eu nem cheguei a fazer.

– Aquele moleque não vai ter o por quê de fazer isso, afinal você não vai estar trabalhando para ele e sim para mim, quer dizer para o Quartet Night não para Starish.

– Mas não é só isso.

– Então é o quê garota?

– Eu não quero ter que olhar pra ele.

– Não precisa olhar.

– Trabalhando lá eu vou ver ele por mais que eu não queira.

– Sabe ignorar não?

– Sei.

– Então ignore ele.

– Hum.

– Vai vir ou não trabalhar conosco?

– Não. Sinto muito, mas por mais que eu queira não vai dar.

– Tudo bem.– Ele se levantou.– Volte para o seu jornal então.– Caminhou até a porta, se virou pra mim e me estendeu a mão.– Mas se você estiver cansada dessa chatice aí, é só aceitar a minha proposta.

– Idiota!– Me levantei fui até ele e apertei sua mão.– Eu aceito essa proposta sim.

– Eu sabia que você ia aceitar.

– Nem pense em se achar tá? Eu só aceitei porque não quero voltar pro tédio desse jornal chato.

– Você é realmente sincera assim ou só faz isso pra irritar os outros?

– E você é estúpido e chato assim ou só é pra ter uma fama de bad boy?

– Tsi... Você é insuportável garota!

– E você é chato. Tá mais já chega dessa infantilidade. Quando eu começo?

– Segunda.

– Ok. Agora que eu já aceitei trabalhar pra vocês será que você já pode dar o fora da minha casa?

– Eu já estava indo garota, não precisa expulsar.

– Não estou expulsando.– Abri a porta.– Só estou te convidando para ir embora daqui e voltar para a sua casa, porque caso você não tenha percebido eu estou um pouco ocupada.

– Ocupada?– Ele me olhou confuso e sorriu, até que ele tem um sorriso bonito.– Você não tem jeito garota.– Bagunçou meu cabelo e foi embora.

Odeio quando bagunçam meu cabelo! Eu ainda vou quebrar o braço desse cara. Enfim agora eu tenho um emprego e não preciso mais desse jornal estúpido. Vou aproveitar o resto do meu dia para assistir alguma coisa, de preferência algum anime.

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Avisei para o Ranmaru que já estava no portão, como ele estava ocupado no quarto me disse para entrar e esperar na sala. Eu só avisei porque não queria entrar lá e dar de cara com o imbecil do Ichinose me interrogando, querendo saber por quê eu estava de volta. Enfim entrei no modo ninja para que ninguém notasse minha presença, tá eu não sou ninja para ter isso, mas eu sei como entrar nos lugares sem ser notada. Estava quase chegando na sala quando ouvi vozes e me escondi na parede.

– Haruka! Eu tenho que te contar uma coisa, mas preciso que você guarde segredo. Você promete que guardará segredo e que não contará para nenhum dos garotos?

– Ha-Hai Tomo-chan, eu prometo. M-Mas o que você fez Tomo-chan? É tão grave assim para que você me peça para guardar segredo?– Tá eu sei que é errado escutar a conversa dos outros, mas essa conversa me parece interessante.

– Não foi nada muito grave Haruka, mas se os outros souberem eu tenho medo do que eles possam fazer.

– Tu-Tudo bem Tomo-chan, não se preocupe eu não vou contar pra eles.– Por que a Nanami guagueja tanto? Ô saco!

– Obrigada Haruka. Bom, foi que eu... Digamos que eu era a responsável por aqueles acontecimentos estranhos no qual aquela garota que estava aqui foi culpada.– O quê? Foi essa ridícula da Tomochika que estava me metendo em encrenca? Vadia!

– Tomo-chan! Por que você fez isso? A Ryouta-san era legal, gentil e amável.

– Legal, gentil e amável? Haruka! Você é muito ingênua mesmo. Eu fiz isso por você Haruka, porque aquela garota falsa só queria o seu lugar. Como você não percebeu? Ela estava querendo te dar uma rasteira! Ela queria te derrubar, pegar o seu lugar de compositora da Starish! Aquela garota vagabunda! Ela era uma fingida isso sim, nada de legal e amável. Ela até poderia ser assim com você, mas assim que ela colocou os pés aqui eu percebi as intenções dela. O jeito como ela agia com os garotos... Urgh! Me dava nos nervos, ela só queria conquistá-los para depois puxar o seu tapete Haruka.

– Tomo-chan...

– Shibuya Tomochika!– Eu não me segurei mais. Saí de onde eu estava e voeei em cima daquela vadia!– Sua cobra! Vagabunda!– Joguei ela no chão e estava enchendo ela de tapas, murros e tudo do que essa piranha merecia.– Como você pôde ter feito aquilo comigo! Qual é o seu problema hein? Seus pais não te ensinaram a não julgar as pessoas? Ah quer saber? Pouco me importa! Eu jamais quis pegar o lugar da Nanami, sabe por quê? Claro que não você não procurou me conhecer, já saiu me julgando e fazendo merda para que eu fosse demitida. Mas me escute bem e me olhe direito enquanto você pode porque depois da surra que vou te dar, você vai passar um bom tempo sem conseguir abrir esses seus olhos! Eu, Ryouta Rin, não tenho precisão de estar fazendo esse tipo de coisa imbecil, eu estava trabalhando aqui porque estavam precisando de mim. E pra quê eu iria pegar o lugar dela se eu nem sei compor uma música!– Tá eu sei compor música, mas se eu falasse isso essa cobra peçonhenta ia achar que estava certa.– Eu não tenho precisão de fazer isso, nem de ser assim. Porque eu tinha o meu emprego, eu não precisava pegar o lugar, eu sei fazer mil e uma coisas, você acha que eu iri vir aqui só pra roubar a posição de compositora? Ridícula! Imbecil! Babaca! Vadia!– E a cada xingamento era um tapa. Eu continuei batendo nela, o sangue já estava saindo a um pouquinho de tempo, mas eu não vou parar isso é pouco pra essa aspirante ídolo de quinta categoria, se bem que até em quinta categoria ela não está.

– Ry-Ryouta-san! Pa-pare por favor! Assim você vai acabar matando a Tomo-chan!

– Nanami não se meta nisso, isso é entre eu e essa cascavel da Shibuya! Eu vou fazer você se arrepender de ter tentado me fazer mal Shibuya Tomochika!– Continuei batendo nela. Levantei a mão pra dar um tapa tão forte que iria ecoar para todos os cômodos dessa mansão.– Segura essa sua vadia!

– Kya!– Opa, esse grito não veio da Shibuya.

– Nanami!

Parei de bater na vagabunda e me virei para ver o que tinha acontecido, Nanami estava no chão e Otoya estava de joelhos perto dela a segurando.

– Sua vagabunda! Tá vendo o que você vez?!– Levei um tapa.

– Haha... Sério? Isso foi um tapa? Você me deu um tapa Shibuya-san? Agora é que não vou deixar você sair daqui sem ser em uma ambulãncia!– Voltei a bater nela com toda a minha raiva, mas alguém me pegou pelo meio e me tirou de cima dela.– Me solta! Essa vadia merece apanhar! Me solta! Me soltaaa!– Me virei para a pessoa que estava me segurando, pronta para faze ele me soltar.– Tokiya?

– Já chega Rin! Pare com essa bestialidade agora! Você está fora de controle, trate de se acalmar ou eu terei que lhe dar um tapa.

– Encoste um dedo nela e eu irei te dar uma surra moleque!– Ranmaru me soltou do To-Ichinose e me levou pra longe dele.– Calma garota, já passou.– Ele me abraçou.– Shi... Se acalma garota, você não quer ser presa não é mesmo?

– Nã-Não.– Me acalmei, mas também quem não se acalmaria com isso? Kurosaki Ranmaru, o cara que não é amável com ninguém está me abraçando agora. Com uma surpresa dessa além de me acalmar eu fiquei vermelha de vergonha, claro.

– Então vai se acalmar?

– Hai.

– Pronto.– Ele me soltou.– Tá vendo moleque? É assim que se acalma alguém, não dando um tapa, moleque idiota!

– Não se meta nisso Kurosaki-kun! Esse é um assunto entre a Rin e nós. Se você não percebeu essa imbecil aí bateu na Nanami-san.

– Eu não bati nela porque eu quis Ichinose! Ela que se meteu no meio na hora em que eu ia bater nessa falsa da Shibuya. Deculpa Nanami eu não quis te bater, você sabe disso né? Eu...

– Pouco me importa isso!– Ichinose me interrompeu.– Você bateu nela! Qual é o seu problema hein sua imbecil? Por que raios você fez isso? Por que você estava batendo na amiga da Nanami?

– Porque essa babaca aí...

– Quer saber?– Me interrompeu de novo. Vou acabar batendo nele também.– Eu não quero saber o motivo de você ter feito isso, conhecendo você como conheço com certeza você bateu nela por nada, por uma besteira qualquer.

– Quê? Por nada? Por uma besteira qualquer? Você realmente não me conhece não é mesmo Ichinose? Como eu pude ter sido tão idiota? Achando que você me conhecia... Quer saber? Vai pro inferno Ichinose Tokiya! Se você realmente me conhecesse você saberia que eu jamais bateria em alguém ou faria o estrago que fiz nessa imbecil por nada!– Eu ia pra cima dele, mas Ranmaru entrou na minha frente.

– Uou garota! Calminha aí! Você não vai piorar mais as coisas pro seu lado. Vá pro meu quarto se acalmar e fique lá até eu ir falar com você.

– Mas Ranmaru...

– Sem mas! Vai logo.

– Hai.

Saí daquele "inferno" e fui pro quarto do Ranmaru, quando cheguei lá ele estava vazio, não tinha ninguém, ótimo! Lugar perfeito para ficar sozinha e esfriar a cabeça. Entrei e fui no banheiro, joguei aguá no rosto, enxuguei o rosto numa toalha que encontrei em cima de uma cadeira e me sentei na cama do Ranmaru, quer dizer me joguei na cama dele. Como eu sabia que era a cama dele? Bom pelo simples fato de saber que ele não dormiria naquele beliche e também pela decoração na parede. Lá estava eu de boa deitada na cama do Ran-Ran olhando para o teto, quando de repente abrem a porta, eu me sento o mais rápido possível na cama e quem encontro me olhando de uma forma meio estranha e meio hostil? Jinguji Ren... Era só o que me faltava hoje!

– O que foi? Tá me olhando assim por quê?

– ...– Ele não falou nada só ficou olhando.

– Eu já pedi desculpas caramba! Eu não quis bater nela, que saco! Quer saber? Pouco me importa se vocês não acreditam em mim! Vão todos para o inferno!– Me levantei e saí logo daquele quarto, assim que passei pela porta me esbarrei em alguém. Droga! Hoje não é o meu dia.

– Onde você pensa que vai garota?

– Ran-Ran! Tô tão feliz por ser você e não mais um idiota para eu mandar ir pro inferno!

– Hum, tá bom, mas pra onde você está indo?

– Pra onde mais? Pra minha casa é óbvio! Eu falei que isso não ia dar certo, no primeiro dia de trabalho olha só o que aconteceu. Sinto muito Ranmaru, mas não vou continuar aqui, vou pra casa. Ah! E eu me demito.

– Tsi. Garota, Rin, não precisa se demitir! E você não vai parar de trabalhar para o Quartet Night, o que aconteceu hoje foi... Bom não tenho palavras para o que aconteceu hoje, mas isso não vai afetar o seu trabalho. Você não estava trabalhando ainda quando tudo aquilo aconteceu, então não tem motivos para ser demitida ou se demitir.

– Eu sei disso, mas como você acha que vou conseguir trabalhar com todos me olhando com ódio só porque eu dei um tapa na preciosa Nanami deles? Eu não tive culpa! Não quis bater nela, mas ninguém acredita em mim e isso é chato, isso me deixa me sentindo mal. Que droga!

– Rin...

– Rin-chan?

– Otoyan? Não, por favor, até você não.

– Não Rin-chan. Calma, eu não vim aqui para te repreender.

– Não?

– Não. Eu vim aqui para dizer que eu acredito em você. Eu sei que você não seria capaz de bater na Nanami e depois negar, se você falou que não fez aquilo porque quis, eu acredito em você.

– O-Obrigada Otoyan!– Abracei ele.– Sabe Otoyan, ainda bem que você não está com raiva de mim, porque eu tenho você como meu irmão mais novo, não aguentaria ter você com raiva de mim.

– I-Irmão mais novo?– Ele ficou vermelho e coçou a cabeça– Obrigado Rin-chan! Também tenho você como minha irmã.– Ele deu aquele sorriso dele que é a coisa mais fofa do mundo. Nossa, por que ele me lembra as crianças do orfanto que eu sou voluntária?– Bom tenho que ir Rin-chan.– O soltei e ele foi para o quarto dele.

– Viu? O pirralho não está te olhando com ódio. E aí, vai continuar trabalhando pra nós ou não?

– Hum... Vou! Pelo menos tenho você e o Otoyan do meu lado, então eu vou aguentar a chatice dos outros.

– Então você aceitou só porque o pirralho ficou do seu lado?

– Não. Se você tivesse insistido um pouquinho mais eu teria cedido.

– Você é realmente idiota.

No final acabei indo pra casa mesmo, precisava ficar sozinha. Bom o importante é que eu vou continuar trabalhando para o Quartet Night e que hoje eu aprendi que eu era realmente uma idiota e imbecil quando pensava que o ichinose me conhecia, me entendia e que nós poderíamos ter algo. É Ryouta Rin, chega de ser idiota né minha filha? Agora é bola pra frente e Tokiya pra trás.