Prólogo

As duas portas de entrada foram abertas com força, causando um estrondo. Por um segundo, todas as conversas do corredor cessaram e todos os olhares voltaram-se para o garoto que entrava. Ele era diferente de tudo que já havia visto. Não era superficial como a maioria dos alunos, exprimia uma essência de poder tão forte que meus olhos não conseguiam se desviar. Seu andar era duro, confiante e, ao mesmo tempo, passava a impressão de que ele não tinha medo de nada e nem de ninguém. Seu maxilar estava travado. Ele estava focado em algo, consegui perceber. Passando por mim, ele apenas me ignorou e colocou as mãos cobertas por luvas de motoqueiro dentro dos bolsos da calça preta que estava usando.

Por um instante, pareceu que o mundo parou de girar e que tudo estava em câmera lenta. Reparei na tatuagem de tridente vermelha que ele tinha no bíceps. Tatuagens são atraentes, pelo menos eu acho. Então, ele entrou na secretaria e eu jamais fui a mesma.