Esse é o Nosso Segredo

Capitulo 11-A Cidade de Lior e seu Falso Padre- Parte final


—É sim, mas... Você não parece estar bem... Você...

Escutamos alguém abrir a porta antes que o menor continuasse sua frase.

Antes dessa pessoa entrar totalmente o Ed se próxima de mim indo em direção ao meu ouvido.

Quando ele chegou perto de mim, me senti estranha, mais de uma forma positiva, eu acho, sentia coisas estranhas na minha barriga, e o meu coração acelerado, como se eu estivesse prestes a explodir.

Até que ele sussurra em meu ouvido a seguinte frase:” você vai me falar sobre isso quando sairmos daqui entendeu? Não adianta mentir”.

(Ok... Por enquanto me livrei disso, mas essa sensação foi realmente bizarra, que merda foi essa?)

Penso vendo o pai Cornelo entrar na porta com um leve desespero.

—Moleques malditos!!!, vocês vão me pagar!!!

—Oh vovô chega, vamo abrir o jogo vai, eu só quero saber qual é o segredo dessa pedra... Ou será que eu vou precisar acionar o exército, pra poder examina-la em detalhes?

O Ed pergunta enquanto o padre faz uma cara suspeita e calmamente fecha a porta que está atrás dele.

—Então tudo bem...

—O que você pretende fazer com a pedra filosofal? Você sabe que com ela você não precisaria de uma igrejinha como esta -O Ed questiona o velho, que logo em seguida sorri e o responde.

—Essa igreja é capaz de produzir seguidores totalmente leais que dariam até mesmo a própria vida por mim, será o mais forte dos exércitos e que não temerá a morte!!!

Enquanto o padre falava, dava pra ver na cara do Ed, do nível de tédio que ele estava naquele momento, mas, percebi que em frente ao padre havia um microfone, que estava provavelmente gravando tudo que esse padre fajuto falava.

—Daqui a alguns anos eu terei força suficiente para controlar este mundo, usando a pedra filosofal e esses seguidores idiotas!!! Se quiser... Eu posso dividir os restos com você hahaha!!!

(Que cara entediante...)

—Muahahaha -O Ed ri de forma sarcástica ao imitar a risada do padre, o que imediatamente me faz rir.

—Está rindo do que moleque?

—Tô rindo por que você é um idiota de quinta categoria!!! -Ao disser, o Ed mostra ao velho o aparelho do “microfone” que estava ligado e gravando tudo o que o velho estava dizendo.

Imediatamente o velho olha pra baixo com cara de surpreso, e depois olha para nós novamente, porém dessa vez com cara de surpreso e arrependido de não ter percebido isso antes.

—Malditos!!! Desde quando? Desde quando você está transmitindo?

Pergunta o padre surpreso, e o Ed faz questão de responder a essa pergunta.

—Desde o começo!!! Eles ouviram tudinho que você falou.

—Como você pode!!! Seu pirralho nojento!!!

Ao falar, o padre tenta montar mais uma de suas armas, então eu estava em posição para correr até ele, e impedi-lo, porém, o Ed dá um leve toque em minha cabeça, para indicar que ele iria, e que eu não precisaria ir.

—Você é muito lerdo!!! -Falou Ed cortando a tal arma com o seu Automail transmutado em algum tipo de lâmina -Eu disse que tinha uma grande diferença entre nós...

(Uau, ele é rápido!!!! Deve ser por ele ser pequeno, o corpo fica mais leve, ele consegue transmutar sem círculo... O que ele viu para conseguir isso?)

—Eu sou invencível!!! -Grita o padre enquanto transmuta novamente a arma, e o Ed dá saltos para trás para se afastar do velho.

Nesse momento decido levantar e ir o mais rápido possível até o padre, para ataca-lo pelas costas, na qual apenas vejo o reflexo do rosto do Ed que havia me visto enquanto eu fazia isso.

O padre havia sofrido um efeito colateral da pedra, e o seu braço havia virado uma mistura de metal com nervos e pele.

—Tá sofrendo o efeito colateral?

O Ed pergunta enquanto paro exatamente atrás das costas do velho.

—Ainda não vou desistir... Eu sou... Eu sou...

Depois do babaca terminar o seu discurso, eu o vejo duplicar de tamanho e altura, ele já não era, mas um humano.

Porém eu não quis esperar sua transformação ficar completa, ele havia crescido no máximo 40 centímetros da sua altura atual.

Ao dar um pulo, pego apoio com a porta, para dar mais altura ao salto, e então acerto o pescoço do padre com um chute o derrubando e começando a sufoca-lo com as minhas pernas e braços.

(Ai, que dor, forçar a minha perna a fazer esforço físico enquanto o meu corpo todo está machucado me dá uma sensação péssima)

Eu tentava usar o máximo da minha força possível, mas era muito difícil, pois a chance dos meus cortes abrirem novamente era imensa, então eu tinha que fazer força sem exagerar, derrubar alguém com o dobro do meu tamanho é muito complicado.

—É só você dar a merda do anel!!! É tão difícil assim?

—EU NÃO VOU!!!-Grita o padre enquanto consegue sair por ter crescido mais, então ele me segurou e me jogou para o outro lado da sala.

Ao ser jogada, sinto arrepios em meu corpo, como se ele previsse que isso ia doer para caramba, tipo MUITO mesmo. E foi o que aconteceu, ao bater as costas com a parede o meu nível de dor de 1 a 10 seria com certeza mais do que eu poderia contar, tipo na escala dos 100, e como previsto o corpo humano não suporta tanta dor sem dar um efeito colateral. E o meu foi cuspir a porra do sangue que estava só esperando sair pra fora do meu corpo.

Eu estava zonza, pois havia batido a minha cabeça na parede na hora da batida, eu via tudo girar e a força que meu corpo havia ido embora.

—Yasmin, aguenta mais um pouco!!! Isso não vai demorar!!! -Ao escutar a voz do loiro, começo a encarar o padre no fundo de seus olhos que também estavam vermelhos. Porém, eu perco a consciência.

[...]

—Yasmin, aguenta mais um pouco!!! Isso não vai demorar!!! -Falo para a garota, que estava caída no chão depois de ter sido lançada por aquele velho maluco.

Até que percebo algo diferente no velho, como se ele estivesse com medo ao olhar para a Yasmin, mas era diferente, os olhos dela estavam mais brilhantes e mais vermelhos do que eu nunca tinha visto.

Sem pensar muito nisso, uso minha alquimia para criar um punho e nocautear o padre que estava paralisado de medo, e assim consigo prendê-lo em uma jaula feita com os elementos do próprio chão em que ele estava pisando.

—Vamos velho!!!! Passe esse anel de uma vez!!! -Falo olhando para o velho que imediatamente senta no chão e se afasta da direção da garota o máximo que ele pudesse.

Quando olho para a direção da Yasmin, ela está sentada com a cabeça inclinada para baixo, enquanto olha diretamente pro velho, sua boca estava cheia de sangue, era como se ela tivesse entrado dentro da mente dele, mas eu sei que isso é cientificamente impossível, e é contra a lei da Alquimia.

—SOCORRO!!! ME TIRA DE PERTO DESSA GAROTA!!! POR FAVOR!!! -O padre grita em desespero.

Enquanto isso vejo a pedra do anel dele cair de seu dedo, e quando se colide com o chão, se quebra em pedaços.

—Era... Falsa?... Todo esse trabalho... PRA NADA? -Falo enquanto fico em choque com a informação de que a pedra era falsa.

—Me perdoe!!! Eu não sabia que era falsa!!! Só tira essa garota de perto de mim!!! Por favor!!! Eu não mereço isso!!!

Olho novamente pra garota de olhos de rubi que estava tentando se levantar com o corpo que aparentava estar machucado.

—Ei!!! Deixa eu te ajudar formiguinha!!!

[...]

Ao recuperar a consciência percebo o loiro se aproximando de mim que estava exatamente tentando levantar por um tempo, meu corpo realmente precisa de um repouso, mas eu me nego a fazer isso.

—Ei!!! Deixa eu te ajudar formiguinha!!! -Escuto o Ed vindo em minha direção.

—Mas... E o velho?

—A pedra é falsa, todos sabem que ele é um vigarista de quinta, então só temos que sair daqui, consegue ficar em pé? -O menor fala estendendo a mão em minha direção.

Antes de responder, escuto um barulho diferente vindo do meu Automail, tipo um “Crak”.

—Que maravilha, meu Automail quebrou. -Falo tentando mover o mesmo, que continua parado sem o mínimo movimento do meu braço esquerdo.

—Hahaha que azar você tem em? Vem, eu te carrego. -Fala o menor se abaixando na minha direção e limpando o sangue que estava em minha boca.

—Mas eu sou maior que você, como vai me aguentar?

—Só vai logo pirralha!!! -O loiro grita me dando um apoio pra levantar.

—Tá bom!!! Tá bom!!! -Falo aceitando sua ajuda.

O menor me segura e me coloca em suas costas me carregando, por um tempo fiquei surpresa por saber que ele me aquentava, mas também estava feliz por ele ser legal comigo, fiquei um pouco preocupada com ele, depois de perceber que sua blusa e calça estavam rasgadas, deixando o Automail dele exposto.

Estávamos saindo daquele lugar, Ed me carregava com uma certa facilidade, até que quando estávamos perto da saída ele decidiu fazer uma pergunta.

—Gnoma, o que você fez pra aquele velho ficar com medo de você?

Com a pergunta do menor, me recordo da cena de basicamente apagar naquela hora, e quando minha consciência voltou me vi encarando o padre.

—Não sei disser, pra mim eu tinha apagado.

—Estranho, ele parecia traumatizado...

—Obrigada por me ajudar Ed... Eu meio que fui bem inútil kkkk... Valeu mesmo... Te dev- Falo enquanto ele corta a minha frase.

—Você não foi inútil, sem você ele teria me atacado primeiro, e não precisa me agradecer, MAS VOCÊ TÁ ME DEVENDO UMA MESMO, se prepare pra quando eu te pedir um favor. -Falou o menor, o que logo me fez rir.

[...]

Estávamos na saída do templo, e logo avistamos o Al junto daquela mesma garota de antes.

—Irmão!!! O que houve com a Yasmin? Ela está bem?

Olhando de lado vejo a garota, que estava armada olhando pros dois, rapidamente saio das costas do Ed, e vou devagar até a menina já que eu estava machucada.

—Escuta, se acalme, você sabe bem que vai se arrepender disso se continuar. -Quando falei, a garota começou a tremer sua mão.

—No que vou acreditar agora!!!!??? -Grita a garota em desespero enquanto se ajoelha no chão, debaixo das gotas de chuva que pingavam em seu rosto.

—Levante a cabeça e prossiga com sua vida. Você tem suas próprias pernas para poder andar, então use-as. -O Ed fala de forma fria indo até mim e me oferecendo ajuda pra andar novamente.

—Sabe o que você pode fazer querida? -Falo chamando a atenção da garota que logo olha pra mim se desmoronando em lagrimas. -Você pode agradecer que tem um corpo inteiro, e que vive uma vida feliz. -Falo chegando perto do ouvido da garota para sussurrar em seu ouvido. – “Que você tem um pai e uma mãe que possam cuidar de você, abrace eles quando chegar em casa, eles pelo menos devem ter orgulho de você acredite...”

Falo para garota enquanto passo a mão em sua cabeça, e uso apoio do al para chegar perto do Ed, que logo sem eu pedir, começa a me carregar novamente.

—Yasmin, você está bem? -O Al pergunta enquanto andávamos em direção ao deserto novamente.

—Eu não diria que sim, meu Automail já era, e eu tô um pouco machucada, então acho que não.

—Machucada!!!??? O que houve? -Al pergunta preocupado.

—Eles me encurralaram, e me sequestraram -No momento em que falo a frase o Ed para de andar. -Tentei revidar, mas não deu certo, e quando recuperei a consciência, estava na igreja em uma sala escura, minha blusa e boné estavam no chão, e eu estava amarrada por algumas correntes.

—Por isso essa marca em seu pescoço... -O Ed sussurra pra si mesmo enquanto continua a andar.

—Marca?

—Sim, tem uma marca de corrente vermelha em seu pescoço. -Quando o Ed falou, fiquei surpresa em não ter percebido.

—Ah...

[...]

Estávamos na estação de trem, esperando o trem chegar, o Ed estava tentando descobrir onde mais eu estava machucada, mas não dava pra ver por causa do meu sobretudo.

Eu estava sentada no chão, verificando aonde no meu Automail estava quebrado, mas não obtive sucesso.

—O trem chegou, vem -O Ed fala abaixando e me ajudando a levantar. -Conheço uma mecânica que pode consertar o seu Automail.

Toda vez que o Ed me carrega, por algum motivo eu me sinto segura.

[...]

Estávamos dentro do trem, havíamos encontrado um lugar para sentar, e o loiro dessa vez decidiu sentar ao meu lado, eu estava confiante de que eles não veriam os machucados até chegarmos na casa da tal mecânica que o gnomo havia falado.

Até que olho pro mesmo, ele estava com a cabeça e o braço encostados na janela, até que decido perguntar sobre as roupas dele:

—Ed, você rasgou a sua...

—Roupa? Ata -Falou o Ed completando a minha fala e usando sua alquimia para conserta-la.

—Uau, você tem que me ensinar isso algum dia kkkk

[...] depois de alguns minutos...

—Yasmin. -O loiro chama minha atenção depois de alguns minutos de viagem.

—Que foi?

—Pode deitar no meu colo se quiser, você parece cansada, precisa descansar -O loiro pede, insinuando com a mão para que eu deitasse em seu colo, e foi o que eu fiz, eu precisava repousar de alguma forma.

[...]

—Pode deitar no meu colo se quiser, você parece cansada, precisa descansar -Falo oferecendo para a garota deitar em meu colo, como eu estava sentado pro lado da janela aproveitei para apoiar meu braço na borda.

A garota caí no sono de forma rápida, porem percebi o meu irmão tentando chamar a minha atenção.

—Ed... É impressão minha... Ou você gosta dela? Kkkkk -Falou o Al, que logo fez o meu rosto ficar mais quente e vermelho. -Tô brincando irmão, na verdade o que eu ia falar era daquela mancha na manga da roupa dela.

Ao falar, o meu irmão aponta pra mesma em direção a mancha vermelha que estava no braço da garota, chegando mais perto, percebo que é uma mancha de sangue, então decido puxar a manga.

—Meu deus!!! -Meu irmão fica surpreso ao ver o tanto de facha que estava no braço direito, todas encharcadas de sangue do braço da garota.

—Então ela escondeu isso...