Espectro Flamejante

Pequenas explicações


Natsu olhou ao redor, admirado com a paisagem. Ele e Cassandra tinham se afastado da cidade. Caminharam por longos minutos, até chegarem em uma simples casa de madeira, bem pequena.

Dentro tinha apenas o necessário para uma pessoa ter o mínimo de conforto. Uma cama no canto oposto da porta, uma mesa ao lado direito e um fogão. Na esquerda uma única porta que Natsu deduziu ser o banheiro.

— Essa é uma casa de emergência. Não vivo aqui, venho apenas quando necessário.

— O que viemos fazer aqui?

— Irei te dar respostas. Beba isso — ofereceu uma pequena garrafa com um líquido roxo dentro.

— Isso é seguro?

— Sim.

— E o que faz? — perguntou, pegou a garrafa.

— Essa poção vai te induzir a um sonho.

— Outro? Só pode ser brincadeira...

— Sonhos são a melhor forma de conversar, pois neles o tempo passa de forma diferente. Podemos passar horas conversando em um sonho e aqui só terá passado poucos minutos.

— Faz sentido, mas estou cansado de sonhar.

— Não posso fazer nada quanto a isso. Se não quisermos ser descobertos, essa é a única alternativa.

— Ok. Eu tomo...

Muito a contra gosto, Natsu bebeu o líquido que tinha um sabor leve de uva. Em poucos segundos, começou a sentir-se tonto, sendo guiado até a cama.

— Vejo você logo — Cassandra sorriu.

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Natsu abriu os olhos curioso. Estava em um campo com rosas, mas não conseguia ver nada além delas, pois noite impedia que pudesse ver claramente ao redor

A dúvida fazia sua cabeça “explodir”. Qual o sentido naqueles sonhos? Por que uma hora estava preso e no outro aparecia em um lugar que nunca viu na vida? O que tudo isso tinha a ver com sua magia?

— Natsu?

— Hã?

— Natsu?

— Quem é?

— Sou eu.

Natsu virou-se, encontrando Lucy em pé, atrás de si, vestindo um simples vestido branco. A maga o olhava com um sorriso carinhoso nos lábios, ele sentia-se em paz apenas em ver essa expressão em seu rosto.

— Luce, como chegou aqui?

— Não sei, algo me disse para vir. Apenas segui o caminho que achei correto.

— Surpreso, Natsu? — perguntou Cassandra, aparecendo na frente do rosado.

— Cassandra... Por que Lucy está aqui?

— O sonho é seu, você deveria saber o porquê dela estar aqui.

— Não faço a mínima ideia... A Luce real vai saber sobre essa conversa?

— Felizmente, não. Ninguém além de nós pode saber. Nesse momento, a garota é apenas uma criação da sua cabeça.

— Entendi...

— Agora, vamos para as explicações. Primeiro de tudo, tem alguém atrás de você.

— Quem?

— Um mago. Ele quer sua magia.

— Para quê?

— Ainda não descobri... Segundo, sua magia está se descontrolando.

— Sério? Não parece...

— É quase imperceptível no começo, mas está. Isso vai tornar mais fácil para te capturarem.

— Por que está me ajudando?

— Tenho contas a acertar com esse certo mago. Não vou deixar que ele faça o que quer de novo...

— De novo?

— Isso é uma história para outro momento. O importante agora é que você fique seguro e não conte para ninguém sobre isso. Quanto menos pessoas souberem, menos riscos corremos.

— Certo. O que devo fazer? Ficar escondido?

— Vou colocar meu endereço na sua mochila de viagem, não deixei ninguém ver. Ok?

— O que acontece se alguém ver?

— Nada, mas você terá que dar explicações.

— Ok...

— Natsu... — Lucy o chamou, interrompendo os dois.

— O que foi, Luce? — virou-se, vendo a maga se desequilibrar.

Em questão de segundos, Natsu correu em direção da loira e a segurou nos braços.

— Luce! Luce, fala comigo! — balançou a loira e não obteve resposta.

— É isso que vai acontecer se sua magia continuar se descontrolando — disse Cassandra.

— Isso? Isso o quê?

— Você irá matar as pessoas que ama, sem sequer perceber — explicou, apontando para Lucy.

Quando Natsu olhou para a loira, ela começou a se desfazer em seus braços, como poeira.

— NÃO! — gritou desesperado, tentando impedir o que acontecia.

— Não demore para vir até mim, Natsu Dragneel. Traga a caixa cinza, nela tem um item essencial para abrir o portal.

— Que portal?

— Na hora certa você saberá. Agora, acorde!

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O mago levantou da cama devagar, ainda tentava processar tudo o que lhe foi dito em seu sonho. Enquanto pensava, viu um bilhete em cima da mesa e levantou-se para pegar.

“Tome cuidado, o mago está nessa cidade atrás de você. Ele é cego, mas não se engane. Mesmo não te vendo, ele sente sua magia.

Mantenha uma certa distância daqueles que ama, tanto por causa do mago, quanto por sua magia.

Estarei espero por você. Não demore!

Ass. Cassandra.”

— Estou sendo seguido por um cara quem não conheço, no meio de uma miss... A MISSÃO!!! — desesperou-se, lembrando que deveria ter ido até a Prefeitura. — A Luce e o Happy que me desculpem, mas é para a segurança deles. Nada vai acontecer, eu não vou deixar!

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— Nunca mais eu aceito uma missão dessas — reclamou Happy, perdeu mais um peixe.

— Quando eu vi o nome do peixe, eu pensei que teria um lago ou coisa do tipo aqui em cima. Como um peixe vive enterrado na neve?

— Será que dá pra comer eles assim, igual um picolé? — perguntou, com os olhos brilhando.

— Acho meio difícil...

Depois de se separarem de Natsu, os dois decidiram subir na montanha mais baixa primeiro. Essa foi a melhot escolha que fizeram, pois poucos metros acima, alguns peixes pulavam na neve como se fossem coelhos.

No início, ficaram assustados, achando que os peixes estavam caindo do topo ou fugindo da água, mas não era nenhuma das alternativas. Por mais estranho que parecesse, os Peixes da Neve viviam, literalmente, debaixo da neve.

Pegá-los foi uma tarefa árdua, além de serem escorregadios, como peixes comuns, a profundidade onde eles se escondiam dificultava para alcançarem. Lucy até pensou em chamar Virgo, mas ficou com medo da rosada causa uma avalanche sem querer

A alternativa dos dois foi ficar esperando pacientemente, já que, uma hora ou outra, os peixes pulavam, como se estivessem brincando de fazer manobras no ar.

— Isso o suficiente para a Prefeita e para levarmos para casa — Lucy sorriu, feliz com o trabalho.

Luxy...

— O que foi, Happy? — perguntou Lucy, virando-se para ver o exceed com um dos peixes na boca. — Happy!

— São duros demais para comer cru — disse decepcionado. — Eles tem gosto de gelo... Parecem tão deliciosos...

— Vamos fazer assim. Nós guardamos os peixes nessas sacolas que eu trouxe e, depois de irmos até a Prefeitura, procuramos uma pousada e eu faço esses peixes do jeito que você quiser.

— Você promete? — sorriu esperançoso.

— Prometo!

Luxyyyyy, eu já disse que te amo? — abraçou a loira.

— Você só fala isso quando consegue o que quer, espertinho... — sorriu, retribuindo o abraço. — Vem, vamos guardar todos os peixes para completar a missão logo.

Aye, sir!